quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A voz da Rússia

     Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre o regime russo, os últimos acontecimentos - fraude nas eleições parlamentares e violenta repressão a protestos pacíficos - ajudaram a mostrar a verdadeira cara de uma ditadura mal-disfarçada que ainda conta com a admiração de um bando de saudosas viúvas do comunismo e da União Soviética, demolidos juntamente com o Muro de Berlim.
     Caíram o Muro (novembro de 1989) e a opressão expressa sobre países vizinhos, mas prevalecem seus enormes vícios e contradições, sob o comando efetivo do verdadeiro czar do regime, o primeiro-ministro e futuro presidente Vladimir Putin, não por acaso egresso das fileiras da criminosa e temida KGB, o antigo serviço secreto soviético.
     Moscou e São Petersburgo, as duas mais importantes cidades russas - nos conta O Globo - estão sob intensa vigilância de tropas de segurança. O Governo quer mostrar que não vai tolerar manifestações como as que acontecerem nos últimos dias - repudiando as fraudes que garantiram a vitória (mesmo apertada) do partido de Putin, o Rússia Unida - e que terminaram com a prisão de quase mil pessoas.
     Na Rússia, ainda não há espaço para dissidentes, exceto na Sibéria. Prevalece a imposição de uma liderança personalista, ditatorial. A farsa da troca de poderes (o atual presidente Dmitri Medvedev sucedeu Putin apenas formalmente) ficou evidente quando o atual primeiro-ministro e futuro presidente consolidou sua força, graças a mudanças constitucionais.
     Na Rússia de hoje - imperialista como sempre foi -, mandam os que sempre mandaram, os que sempre puderam mandar Mas já aparecem os que trocam o 'juízo' fácil, a obediência servil, pelo direito à voz.

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