sábado, 17 de dezembro de 2011

Eduardo, deixa de bobagem, menino ...

     O prefeito Eduardo Paes (não sei bem (*) de que partido, acho que do PMDB, mas ele já foi PFL- atual Democratas - e PSDB ...) parece disposto a seguir o perfil traçado por seu antecessor e mentor político, César Maia, famoso por criar o que se convencionou chamar de ’factoides’ – aquelas notícias destinadas a fazer marola, mas que não se sustentavam legal ou logicamente.
     Sua última investida nesse terreno da chanchada administrativa foi primeira página no O Globo de hoje: ampliar o conceito de uma tal Área de Proteção do Ambiente Cultural do Leblon, um dos bairros mais exclusivos da cidade, já protegido por essência.  A ideia – se é que podemos considerar essa bobagem uma ideia – é impedir, por exemplo, que um bar que já recebeu algum famoso seja transformado em uma agência bancária. Ou que uma livraria – e ele, nosso alcaide, deu o exemplo de uma, especificamente – vire uma drogaria.   
     Essa ‘viagem juvenil’ seria feita em nome da preservação de um abstrato ‘modus vivendi carioca’, como destaca o jornal, sem discutir. Seja lá o que isso for.  
     Eu fico imaginando o dono de um comércio de rua que Eduardo Paes quer preservar por decreto indo à falência, ou brigando irremediavelmente com um sócio. Não pode vender ou passar o ponto, mesmo que ele dê um imenso prejuízo financeiro ou emocional.
    Talvez seja o caso de manter o botequim aberto e exigir da Prefeitura um pagamento mensal por estar preservando sabe-se lá o quê. Ou então, em outro extremo, ficamos todos, cariocas do Leblon, Tijuca, Rocha Miranda, Osvaldo Cruz e Turiaçu, condenados a purgar nossos pecados enfrentando ruas esburacadas, ônibus lotados, trens avariados, vans alucinadas, engarrafamentos monumentais e motoristas criminosos. Ou esse conjunto que acabei de destacar não faz parte do nosso dia a dia, do ‘modus vivendi carioca’?
     Essa bobagem não resiste a uma ação de advogado recém-formado.

(*) Todos nós sabemos que ele é do PMDB. Foi apenas uma alusão à 'consistência ideológica' do nosso ativo prefeito.

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