terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Felicidades e ... obrigado

     Tem sido gratificante acompanhar a participação de tantas pessoas aqui nesse espaço. Afinal, já estamos contabilizando 40 mil acessos, um número realmente significativo, especialmente para um blog independente. Fico lisonjeado ao constatar que contribuo, de alguma maneira, com o debate democrático, ao expor e dividir ideias. Quero desejar a todos um ótimo 2014, um ano muito especial para o país, em virtude das eleições que irão determinar nossos dirigentes no período de quatro anos que começará em 2015.

Caminhando celeremente para o desastre

     Fiel ao estilo retórico mais vigarista possível, a presidente Dima Rousseff encerrou o ano com mais daqueles discursos vazios de conteúdo e repleto de sofismas, mentiras e acusações generalizadas a inimigos do país que ela não teve a coragem de apontar. Com aquela entonação naturalmente estudada e preparada por seus marqueteiros, usou e abusou do direito à rede nacional de televisão para consolidar sua campanha à reeleição, em uma visível agressão à legislação.
     Ao falar sobre o país, traçou um panorama absolutamente irreal, que os fatos e os dados desmentem a todo o momento. Hoje, por exemplo, vemos em O Globo, que nossa bolsa de valores teve o segundo pior desempenho do mundo, à frente, apenas, da peruana, com uma sonora perda acumulada de 15,50%, um prejuízo de cerca de US$ 220 bilhões, segundo o jornal. Foi como se a Petrobras e a Vale fechassem as portas.
     E as expectativas para o ano que começa amanhã são ainda mais desanimadoras, de acordo com a turma que entende de economia. O Produto Interno Bruto não deve crescer além dos 2%, contra uma inflação estimada em 5,80%. Note-se que esse índice da inflação sofre - digamos ... - 'influências' e não representa, de fato, a pressão sobre os itens básicos, lá na ponta.
     Um exemplo bem recente ilustra essa constatação. O tal reajuste do preço da gasolina (4%), que deveria provocar aumentos de em torno de 3% na bomba, extrapolou - de fato!!! - em muito esse índice. Em números absolutos, o reajuste chegou a 10%, como qualquer motorista constatou na hora de encher o tanque.
     E o aumento não se limitou à gasolina e ao diesel. O preçlo do litro do álcool também seguiu as mesmas bases. Quem cobrava R$ 2,09, passou, no mesmo momento, para R$ 2,29 em quase todos os postos da Zona Oeste. Essa pancada real, no entanto, passa longe das estatísticas oficiais, trabalhadas para escamotear os números verdadeiros.
     Ou alguém acha que os índices da inflação, embora altos, espelham de fato o que acontece no dia a dia da população?

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Não à estupidez

     Acho que já contei esse episódio algumas vezes, aqui mesmo, no O Marco no Blog. De qualquer modo, acredito que exprime bem o que penso sobre lutas - qualquer tipo de luta que imponha sofrimento ao oponente. A ocasião pede repetição. Vamos lá.
     Estávamos em 1982 ou 1983 e eu tinha o prazer de trabalhar na Editoria de Esportes do Jornal do Brasil, chefiada, àquela época (a partir da Copa da Espanha), pelo meu amigo João Areosa, que nos deixou prematuramente.
     Por alguma dessas fatalidades, ocorreram duas ou três mortes em lutas de boxe, provocadas por traumatismo craniano. Com a aprovação da direção de redação, Areosa decidiu que não deveríamos mais publicar notícias sobre lutas, pois não poderíamos considerá-las esportivas.
     E assim fizemos. O boxe, em especial, desapareceu de nossas páginas, exceto quando noticiávamos um acidente com um lutador, para marcar decididamente nossa posição contrária à violência.
     Não sei se, hoje, em função das implicações comerciais, conseguiríamos extirpar as lutas desse tal de MMA das nossas páginas. Se dependesse de Areosa e de quase toda a equipe de então, essa estupidez certamente seria ignorada.
     Por mais que procure, continuo não encontrando esportividade em dois homens (ou mulheres) tentando se destruir, em meio a jorros de sangue. Espetáculos assim podem ser qualquer coisa, menos esporte.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Por mais dignidade

     Muita gente, de uma maneira ou outra, fez prognósticos ou confessou o que espera de 2014. Minhas expectativas não são lá muito grandes. E as poucas que tenham passam longe dos campos de futebol, aos quais venho dando menos importância, a cada ano, embora ainda sofra com as atuações lamentáveis do meu Vasco.
     Espero, em primeiríssimo lugar, que o país seja varrido, do Oiapoque ao Chuí, por uma onda de dignidade, uma tsunami de caráter e decência, pois que estamos muito necessitados. Não podemos nos dar ao luxo de jogar fora mais um ano, como aconteceu nos três primeiros do mandado da presidente Dilma Rousseff, mais desastrosos, até, do que a média de seu lastimável antecessor e mentor.
     Nos últimos 36 meses, derrapamos em escândalos e nos afogamos em oceanos de mediocridade, proselitismo e a mais absoluta incapacidade gerencial. Justamente a grande marca que tentou-se estampar na escolhida pelo ex-presidente Lula para esquentar a cadeira, até que ele volte nos braços do povo.
     Nossa economia é um desastre movido a espasmos. Todos os analistas dignos desse título são unânimes em criticar a mais completa falta de um norte, de um projeto para o país, e a ameaça real de uma crise capaz de nos afundar até os níveis vividos hoje por dois de nossos vizinhos mais diletos, Argentina e Venezuela.
     É bem verdade que mesmo nossa limitada presidente consegue ser menos lastimável do que Cristina Kirchner e Nicolás Maduro, quase insuperáveis em mediocridade. E não podemos esquecer a disparidade existente entre o Brasil e os demais sul-americanos. Mas o pesadelo não está afastado. Especialmente por não contarmos com um elemento que seria fundamental nesse momento: políticos decentes, respeitadas as exceções, que existem, sim.
     Pouco se pode esperar de um Congresso dirigido por Henrique Alves Filho e Renan Calheiros e manipulado pelo PT. Resta-nos apostar na coragem do íntegro presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, e de alguns de seus pares.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Pela verdade

     Uma boa notícia, afinal, partindo de Brasília: a presidente Dilma Rousseff decidiu prorrogar a Comissão da Verdade até dezembro do ano que vem. Teremos - nós, o Brasil - chance de conhecer mais a fundo todas as mazelas de um período nefasto da vida brasileira, de preferência, de maneira ampla, geral e irrestrita, como foi - teoricamente - a anistia.
     Países sérios e democráticos têm o dever de proporcionar aos seus cidadãos o acesso completo à sua histórias, aos atos de seus personagens, sejam eles - atos e personagens - quais forem. É assim que se alicerça o respeito entre todos os - vá lá ... - atores sociais.
     Talvez sobre algum tempo e boa vontade para ampliar o balizamento e o raio da busca pela verdade. Eu, modestamente, tomo a liberdade de sugerir que recuemos no tempo, até a partir de 1937, por exemplo, quando se instituiu por aqui, com a ditadura Vargas, o período que seria conhecido como Estado Novo. Seria ótimo poder acompanhar mergulhos nos porões do arquipélago de Fernando de Noronha e da Ilha Grande, por exemplo.
     E como a verdade é algo que alimenta a alma, que tal chegarmos aos nossos dias? Eu, particularmente, ficaria sensibilizado ao saber toda a verdade sobre as acusações feitas recentemente pelo ex-secretário Nacional de Justiça, delegado Romeu Tuma Júnior (não é qualquer um: afinal, ele privou da confiança absoluta do grupo que domina o poder há onze anos).
     Acho fundamental para o país saber se o ex-presidente Lula foi, ou não, informante do Dops paulista, uma espécie de 'cabo Anselmo de macacão', como assegura Tuma em seu livro Assassinato de reputações. Assim como acredito que seria de interesse geral da Nação confirmar a atuação institucional dos últimos governos petistas na produção de dossiês falsos para atacar adversários políticos, também confirmada por ele.
     Há, ainda, outro caso que eu tenho convicção que deveria merecer os olhares de qualquer um que busque a verdade: o assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, do PT, ocorrido em 2002. Há algum tempo várias pessoas apresentam o crime com o uma queima de arquivo, pois o ex-prefeito estaria decidido a denunciar o esquema de extorsão exercido pelo Partido dos Trabalhadores sobre empresas de ônibus do interior paulista.
     Tuma Júnior confirma as suspeitas e lembra que o atual ministro Gilberto Carvalho estaria envolvido no caso, de alguma forma. Sobre ele, Carvalho, já pesam as acusações dos irmãos de Celso Daniel, que o apontam como o responsável pelo transporte do dinheiro, que seria entregue ao ex-ministro José Dirceu para uso em campanhas eleitorais, entre elas a que resultou na primeira eleição do ex-presidente Lula.
     São acusações sérias, seriíssimas, que merecem ser investigadas a fundo, especialmente por quem se propõe a alcançar a verdade. Principalmente porque até agora não foram desmentidas com o vigor que seria natural. O ex-presidente Lula, por exemplo, limitou-se a um "sem comentários" expelido por um assessor qualquer.
     Gilberto Carvalho e outros próceres petistas falaram em processar o denunciante, mas desistiram. Talvez quando souberam que ele, Tuma, afirmou que tinha material para mais um livro.

domingo, 22 de dezembro de 2013

A dor do desencanto

     Eu realmente fico impressionado quando descubro que ainda há pessoas que defendem esses quadrilheiros petistas que foram condenados à prisão. Pessoas decentes, é claro, pois a companheirada não entre nessa minha conta, por óbvio. Fico imaginando que exercícios mentais são necessários para expelir alguma observação que faça o mínimo sentido. E sinto por essas pessoas que, no âmago, ainda acreditam que essa gente que está no poder há onze anos é, de fato, digna de respeito.
     O sofrimento - eu acredito que elas, as decentes, sofram, realmente - é constante, pela luta que travam diariamente com a própria consciência. Uma batalha que se renova inexoravelmente a cada fim de semana, seja com as temidíssimas capas da Veja ou com eventuais manchetes como a de hoje no Estadão.
     Está lá, com todas as vírgulas e pontos de exclamação possíveis, a matéria mostrando que o chefe dos bandoleiros que assaltaram os cofres públicos no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula abriu uma filial de sua empresa de 'consultoria' no Panamá, no mesmo endereço de uma tal de Truston International, não por acaso - nunca é por acaso, em se tratando de petistas e assemelhados - a dona do hotel que queria 'empregá-lo' há alguns dias.
     É isso mesmo, o chefe da quadrilha do Mensalão (segundo acusação aceita pelo Supremo Tribunal Federal, é bom frisar), aquele por quem batem corações e mentes petistas, entre eles os da atual e do ex-presidente dessa pobre República, tem uma empresa ancorada em uma fábrica de testas de ferro, os populares 'laranjas'. Um artifício usado por bandidos de todas as partes do mundo para escapar de fiscalização e ocultar suas pilantragens, desvio de dinheiro roubado etc.
     Infelizmente, para as ainda crédulas pessoas decentes, não há como culpar alguém, dizer que é tudo invenção da mídia ou que está havendo um linchamento político do "guerreiro do povo brasileiro". As provas de mais esse - digamos ... - desvio de conduta estão todas na reportagem do Estadão, com direito à reprodução dos contratos etc.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Audácia de bandoleiros

     O indecoroso apoio petista aos seus quadrilheiros ultrapassa qualquer limite 'tolerável' de indecência. Ao longo dos últimos anos, desde que o escandaloso assalto aos cofres públicos realizado no Governo Lula tornou-se público, temos assistido a incontáveis demonstrações de falta de caráter emanadas de todas as camadas do partido, incluindo as mais altas, frequentadas pelas estrelas maiores da sigla.
    De tão corriqueiras, essas demonstrações de desprezo pela diginidade nacional já não provocavam reações. É verdade que a chantagem executada pelo ex-presidente e chefe dos bandoleiros contra o ministro Gilmar Mendes, do STF, teve lá sua repercussão, pelo inusitado e grau de canalhice. A lastimável cena da presidente da República, ao lado de seu mentor, participando de um ato de desagravo aos quadrilheiros também repercutiu, mas não chegou a abalar o 'prestígio' de Dilma Rousseff, como em destacou o jornalista Guilherme Fiúza, hoje, em O Globo.
     Imagino que a divulgação das pressões exercidas por políticos petistas contra o juiz da Vara de Execuções Penais de Brasília também tenha o mesmo destino, apesar da enorme importância: a vala comum do esquecimento, aplainada pelas benesses das muitas bolsas que sustentam não apenas desvalidos, mas o esquema de perpetuação no poder que vem sendo executado cirurgicamente pelo PT.
     Nossos jornais e revistas revelam que políticos dos mais variados escalões petistas, que não agem sem aprovação direta do ex-presidente Lula, têm feito de tudo para tirar seus companheiros da cadeia, algo impensável em países com governos minimamente decentes. 'Visitas' intempestivas, telefonenas insinuantes, conversas de 'pé de ouvido'.
     Entre os que andaram pressionando a Justiça, o atual governandor do Distrito Federal, Agnelo Queiroz; um tal de Vigilante (deputado); e um dos absolvidos por falta de provas (ou algo semelhante), que recebeu mai de R$ 300 mil do esquema montado pelo ex-ministro José Dirceu (o "chefe da quadrilha") e pelo publicitário mineiro Marcos Valério.
     Deveriam, todos, estar na cadeia, ao lado dos companheiros que tanto defendem.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O silêncio dos culpados, dos covardes e dos coniventes

     Quem me conhece há algum tempo e acompanha minhas ponderações sabe que não comungo com as teorias que imputam à Rede Globo, em especial, quase todas as mazelas da vida nacional, armações, conchavos. Vejo defeitos, distorções, mas também encontro algumas qualidades que não existem nas concorrentes. Por opção, não assisto à programação da tevê aberta, com uma rara exceção: o Jornal Nacional, basicamente nos dias em que o noticiário está mais intenso. No dia a dia, prefiro me informar em fontes mais variadas, graças às possibilidades abertas pela internet.
     Por isso, admito que posso estar cometendo uma leve injustiça com a Globo. O assunto talvez tenha sido tratado em algum momento dos últimos dias, mas jamais com a dimensão que merece. Estou me referindo às gravíssimas acusações feitas pelo ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, ao PT, aos seus governos e aos seus mais destacados líderes, o ex-presidente Lula em especial, no seu livro Assassinato de reputações; um crime de Estado, lançado sexta-feira passada e repercutido pela revista Veja.
     Os assuntos tratados pelo ex-participante do primeiro escalão do Governo Lula são de uma gravidade tão grande que deveriam, sim, chegar, detalhadamente, ao conhecimento da maioria da população brasileira, que tem no JN a única referência, o único canal de informação. O silêncio acanhado da maior rede nacional é um atentado contra a democracia.
     Não se trata, apenas, do desabafo rancoroso de um delegado de polícia que se sentiu traído, ao ser acusado de envolvimento com a máfia chinesa de São Paulo e perder o cargo (ele foi inocentado de todas as acusações). São denúncias formais de alguém que esteve ligado diretamente ao poder, que conviveu com o presidente e ministros. Alguém que testemunhou atos de uma gravidade tamanha que seriam suficientes, em países decentes, para soterrar governos e políticos.
     Tuma Júnior conta, com detalhes, como o Governo Lula se empenhou em fabricar dossiês para destruir a honra de adversários políticos, sem descartar acusações sobre conivência de setores da Justiça paulista com integrantes do PSDB.
     As revelações alcançam inexoravelmente o ex-presidente Lula, apontado como informante do Dops paulista na época da ditadura militar. Tuma sabe do que está falando! O Dops era comandado por seu pai e Lula, como já escrevi aqui mesmo há alguns dias, seria uma espécie de 'cabo Anselmo de macacão', a pior espécie de gente.
     O ex-secretário nacional de Justiça também revisita um dos episódios mais nefastos da história petista: o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, que teria sido morto ao romper com o esquema de arrecadação de propinas cobradas de empresas de ônibus, para financiar o PT, no início dos anos 2000. O encarregado de transportar o dinheiro seria o atual ministro Gilberto Carvalho, segundo depoimentos formais dos irmãos do prefeito assassinado.
     O volume do lixo - como se pode avaliar - é enorme. Mas permanece praticamente oculto sobre uma capa de silêncio indecoroso. E não apenas dos meios de comunicação - exceção feita à Veja, como sempre -, mas também dos lastimáveis representantes dessa deplorável oposição, por covardia de enfrentar o 'mito Lula', ou medo de ser vítima dos respingos provocados pelas revelações.
     Por óbvio, os acusados também não falam no assunto. Uma ou duas vagas e já abandonadas promessas de processar o ex-companheiro de poder, e mais nada. O maior dos acusados, o ex-presidente Lula, como faz historicamente, mandou dizer que não vai comentar. Fez isso a vida toda, apostando na desinformação da população e na sua inegável capacidade de mentir, enganar, adulterar, tergiversar, embora não saiba exatamente o que essa última expressão significa.
     Trata-se, como se vê, de um somatório de silêncios: o misto de envergonhado e conivente dos meios de comunicação; o covarde, dos políticos oposicionistas que temem ser atingidos por revelações paralelas; e o dos culpados, essa gente inescrupulosa que assumiu o comando do país há onze anos.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Degradação moral

     O fato mais marcante da semana que terminou ontem, para mim, foi, sem dúvida, a demonstração clara e insofismável da degradação moral do PT e de seus principais dirigentes e astros. O apoio raivoso e indecoroso aos quadrilheiros condenados e presos pelo maior assalto institucional aos cofres públicos e à dignidade brasileiros - no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula - exibiu a face mais deplorável desse grupo que se instalou no poder há onze anos.
     Confiando na absoluta e lastimável falta de informação e de senso crítico da maior parte da população e na capacidade de manipulação da verdade que sempre caracterizou suas ações, o PT protagonizou uma das maiores afrontas à nacionalidade, ao desafiar formalmente um dos poderes constituídos, o Judiciário. Com um agravante: com as bênçãos da atual presidente da República, Dilma Rousseff, que não teve o decoro que se exige de alguém que ocupa seu cargo.
     Do ex-presidente Lula jamais esperei algo parecido com dignidade política. O mais medíocre e ignorante dirigente brasileiro de todos os tempos apenas repetiu um comportamento incorporado às suas características. Mentiu e distorceu verdades como sempre. Ao se solidarizar com os bandoleiros petistas presos e ainda soltos (José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares e João Paulo Cunha, respectivamente), na verdade, estava exercendo o processo de autodefesa.
     O gesto de erguer o punho, a exemplo do que fizeram alguns de seus companheiros, mostra bem o que pensa da democracia e das leis. Lula é isso, nunca foi diferente. No episódio do Mensalão, atordoado, chegou a culpar diretamente seus auxiliares diretos pelos danos. Sobrevivente, por pouco, da cassação que parecia inevitável, de quando em vez lança uma vaga afirmação de que "um dia" vai contar toda a verdade.
     Já deveria ter tido a decência de enfrentar esse desafio. Assim como já passou, e muito, da hora de dar explicações sobre seu relacionamento espúrio (pelo envolvimento de gastos públicos, não pelos aventuras da alcova, assunto da alçada de Dona Marisa Letícia) com a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa.
     Poderia ter a coragem, também, de refutar diretamente as gravíssimas imputações lançadas contra ele pelo delegado Romeu Tuma Júnior, ex-secretário Nacional de Polícia, que o acusa, entre outras coisas, de ter sido informante do Dops (uma espécie de 'Cabo Anselmo' de macacão) e de ter liderado uma fábrica de dossiês contra adversários políticos.
    
     Tão veementes no desafio ao STF e no desrespeito a seu presidente, ministro Joaquim Barbosa, os participantes do congresso petista da semana passada mantiveram um temeroso silêncio sobre as acusações de Tuma Júnior, que já anunciou ter histórias para mais um livro.
     Não é de se estranhar. Ou alguém esqueceu do obsequioso respeito que a companheirada devota ao publicitário mineiro Marcos Valério, o único condenado - de fato - a pagar pelos crimes cometidos sob a chefia de José Dirceu. E aqui vale a ressalva que faço sempre que posso: alguns fatos e informações descartados ao longo das investigações me fazem ter dúvidas quanto à identidade do verdadeiro chefe da roubalheira do Mensalão.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Os meus destaques do ano

     Fim de ano é época de festas e de listas, das mais variadas, para os mais diversos gostos, bolsos e mentes. Como fiz ano passado, tomo a liberdade de apresentar a minha lista, os meus dez eleitos do ano na categoria 'personalidade política brasileira mais desprezível'. Muitos, como seria de se supor, ostentam esse título pela segunda vez, contumazes que são em atos desabonadores. Alguns, graças aos seus 'esforços', entram na relação pela primeira vez, com todo o mérito.
     Já sei que vou cometer muitas 'injustiças'. Haverá, sempre, quem tenha merecido a menção e que estará de fora, por falta de espaço na relação (afinal, são apenas 10 ...), ou por não ter provocado, em mim, um sentimento de repulsa tão intenso quanto o gerado em outra pessoa.
     Aos 'meus' dez desprezíveis, podem ser somados outros. Esse blog, desde o início, pretendeu ser democrático. Portanto, sintam-se à vontade para sugerir nomes. Antes que eu esqueça: o ex-presidente Lula não está contemplado por razões que me parecem óbvias: é hors concours absoluto.
     Vamos à lista, então:
     1 - José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça e ex-deputado federal do PT/SP;
     2 - João Paulo Cunha, deputado federal do PT/SP;
     3 -Ricardo Lewandowski, ministro do STF;
     4 - José Genoíno, ex-deputado federal do PT/SP;
     5 - José Dirceu, ex-ministro do Governo Lula;
     6 - Maria do Rosário, ministra de Direitos Humanos;
     7 - Rui Falcão, presidente do PT;
     8 - Franklin Martins, ex-ministro do Governo Lula;
     9 - Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da Presidência; e
    10- Marco Feliciano, deputado federal (PSC-SP).

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Retrato de um mensaleiro

     O deputado federal João Paulo Cunha, do PT de São Paulo, é, talvez, o político que mais bem represente essa leva deplorável que infesta o Congresso há onze anos, em especial. Hoje, nossos jornais noticiam que ele, além de não admitir sequer pensar em renunciar ao mandato, pretende desencadear uma campanha destinada a 'provar' foi condenado indevidamente à prisão.
     De todos - e estou incluindo nesse bando figuras como o ex-ministro José Dirceu, o chefão da quadrilha do Mensalão do Governo Lula -, talvez seja ele, João Paulo, o personagem que mais me provoca repúdio, pela mediocridade, pela desfaçatez, pela pequenez (não apenas retórica) de sua investida nos cofres públicos.
     João Paulo, para quem tem memória curta ou seletiva, é aquele ex-presidente da Câmara que mandou a mulher sacar uma propina R$ 50 mil, diretamente no caixa de um dos bancos envolvidos na roubalheira. Não teve, ao menos, a 'diginidade' de ir ele mesmo. Expôs a mulher, que foi flagrada recebendo o dinheiro.
     Não satisfeito, quando confrontado com as evidências, argumentou, entre outras mentiras, que a mulher estava realizando o pagamento de uma prosaica conta da tevê por assinatura. É evidente - e sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal comprova - que foi desmascarado. Nem assim tomou vergonha. Confiando no esquema de adulteração dos fatos desencadeado pelo PT e no esquecimento da população, continua afrontando a dignidade nacional.
    Já deveria ter sido cassado e estar no xadrez.

Sobre futebol etc

     Vamos lá. Quero ver se entendi bem essa confusão toda em torno de rebaixamentos e ascensões na primeira divisão do futebol brasileiro. Pelo que leio, ouço e vejo, o Fluminense já pode 'comemorar' sua permanência na elite, pois a Portuguesa perderá quatro pontos, por ter escalado um jogador em condições irregulares (estava suspenso). Isso, com base - é claro!!! - em um artigo do Código Brasileiro de Justiça e Disciplina. A Portuguesa, por sua vez, ao perder esses pontos, será rebaixada, ainda de acordo com os preceitos legais.
     Esses mesmos preceitos legais, no entanto, não valeriam no caso do recurso do Vasco, pedindo a anulação do jogo em que foi merecidamente goleado (5 a 1) pelo Atlético Paranaense. É evidente que há olhares distintos sobre incidentes legais. O fato de o Vasco ter feito uma campanha ridícula e merecer o rebaixamento não tem nada a ver com seu direito legal (embora reprovável, na minha ótica) de pleitear a anulação que o livraria da Série B. Vou além: sua diretoria tem a obrigação de buscar o que entende ser melhor para o clube. 
     É o que está fazendo o Fluminense, por vias transversas, usando as mesmas armas que, em tese, estão sendo brandidas pelo Vasco: as leis que regem as competições esportivas.
     Já ia esquecendo de lembrar que o pau que daria na Portuguesa também esbarraria no Flamengo, que também escalou indevidamente um jogador suspenso e perderia quatro pontos. E, aí, volto a insistir: se os regulamentos valem para punir a Portuguesa, devem beneficiar o Vasco e, no caso, atingir o Flamengo, que seria ... rebaixado.
     Pode ser que eu me engane, mas corremos o risco de ter um Campeonato Brasileiro com 24 clubes, ano que vem. Afinal, restaure-se a moralidade, ou todos nos locupletemos ...

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A estupidez anunciada

     Acredito que todos já tenham falado quase tudo sobre o episódio lamentável ocorrido no jogo entre o meu Vasco e o Atlético Paraense. Li, nas redes sociais, editoriais condenando a estupidez de alguns degenerados, desordeiros comuns a todas as torcidas. Infelizmente, muitos dos que clamam por punições drásticas são os mesmos que destilam ódios, rancores e preconceito nessas mesmas redes sociais.
     É evidente que não refiro às brincadeiras saudáveis, que sempre fizeram parte do futebol. Estou falando de sentimentos que se aproximam da boçalidade, como os que desfilam nesse campo sem regras.
     Sou do tempo em que havia rivalidade,sim, entre as torcidas em geral. Eu mesmo tinha um amigo, mais velho, que não perdoava as derrotas do Vasco, assim como eu não perdia a chance de ressaltar as derrotas do seu time, o Flamengo. Nada disso impedia, no entanto,que fôssemos ao Maracanã, juntos. Como o dinheiro era muito curto, tínhamos uma combinação, quando nossos times jogavam aos sábados e domingos: íamos na geral num dia e na arquibancada no outro.
     Nesse tempo, ressoavam no Maracanã, apenas, os toques da 'corneta' de talo de mamoeiro do velho Ramalho, do 'nosso' lado; e a charanga de Jaime, do lado 'deles'.
     Com o tempo, as rivalidades extrapolaram o razoável, exarcebadas - e sou enfático nessa afirmação! - especialmente pela imprensa esportiva, notadamente a de rádio, ávida por mais receitas. O que era saudável virou um tumor incontrolável. Não mais rivais, mas inimigos a serem destruídos, de qualquer forma.
     Esse 'cultura' do ódio impregnou as gerações mais novas, que exalam esses sentimentos até mesmo em segmentos nos quais seria impensável imaginar que pudessem prosperar.
     A violência, meus caros, é uma criação da ganância, alimentada pela estupidez de muitos formadores de opinião e espalhada, como um vírus, pela sociedade.

Ética e Cardozo, nada a ver...

     O Estadão nos conta que a Comissão de Ética da Presidência da República decidiu pedir informações sobre a "atuação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, nas investigações sobre o cartel de trens em São Paulo". De imediato, eu diria que ética e a atual Era Lula, que completa onze anos, são absolutamente excludentes, polos opostos, antíteses.
     E quando um tema - seja ele qual for - resvala na área de atuação do atual chefe do Ministério da Justiça - talvez o mais medíocre de toda a nossa história republicana - esse distanciamento fica ainda mais evidente. Cardozo não está no lugar que ocupa pelos seus grandes dotes jurídicos, é evidente. Suas palavras e atos denunciam o cumprimento de uma missão partidária, vulgar, incompatível com a dignidade que se exige do cargo.
     À frente da Justiça, apenas dá continuidade à sua atuação tenebrosa durante todo o episódio do Mensalão do Governo Lula, quando era deputado federal e constantemente conseguia um meio de aparecer para desmerecer as acusações, sempre com um semblante estudadamente grave, com o qual pretendia transparecer indignação com o assalto aos cofres e dignidade públicos.
     Na verdade - e as gravações estão aí para quem não lembra ou não viu -, todas as suas intervenções, como elemento indicado para se contrapor às acusações, se orientavam para o desmerecimento dos fatos. Era, à época, o arauto dos quadrilheiros agora condenados e presos. É, hoje, o artífice dos golpes que tentam reduzir o impacto das condenações.
     Não por acaso, foi o autor da lastimável constatação de que nossos presídios não ofereciam condições mínimas de dignidade para os presos, às vésperas de seus companheiros engrossarem a relação de condenados. Até então, os governos aos quais prestou e presta vassalagem jamais haviam se preocupado com as condições indignas dos presídios. Em onze anos, pouco ou quase nada fizeram. Mas a culpa, é claro!, era dos neoliberais que governaram antes.
     Cardozo é tão lastimável que, com sua atuação desastrada, compromete, até mesmo, a apuração de mais esse escândalo na vida nacional, que tem como protagonistas uma grande empresa e - ao que tudo indica - alguns políticos. As digitais petistas nos dossiês e acusações remetem inexoravelmente à atuação dos tais 'aloprados', que fabricaram acusações falsas para desestabilizar adversários políticos do PT.
     Até mesmo quando poderia prestar um bom serviço ao País, caso fosse comprovada a participação de políticos de vários partidos (entre eles o PSDB e o DEM) em falcatruas, Cardozo e esse governo deletério contribuem com o descrédito das instituições.

Histórias de Júlia, Pedro e João Pedro (60)

Todas as vontades

     Júlia e Pedro estiveram aqui na Pedra ontem. Na verdade, vieram para festejar os dois anos de Carolina, uma bonequinha que eles adoram, filha e neta de amigos e vizinhos queridos. Já aqui em casa, à vontade, tentaram convencer a mãe e o pai a deixar que ficassem comigo, sozinhos (a avó estava de partida para mais uma semana de 'plantão' ao lado de João Pedro).
     Sequer perguntaram se eu ficaria com eles e teria disposição para dar almoço, tomar conta de seus mergulhos na piscina, brincadeiras com Cléo e levá-los para casa, no dia seguinte. Já sabiam a resposta. Júlia, aliás, com aquele seu jeito especial, anunciara a minha provável resposta:
     - Do jeito que o vovô é com a gente, eu tenho certeza que ele vai concordar!
     É claro que eu concordaria. E o fato de ela e Pedro saberem disso é algo encantador, para mim.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Um silêncio retumbante


     Alguns silêncios são mais retumbantes do que os sons de uma bateria de escola de samba do primeiro grupo do Rio de Janeiro. Até agora - salvo engano absurdo -, não li qualquer manifestação mais eloquente em relação às seriíssimas acusações feitas ao ex-presidente Lula e a outros próceres petistas pelo delegado Romeu Tuma Jr., ex-secretário de Justiça dessa lastimável era que está prestes a completar onze anos.
     De Lula, o que de menos grave surge na entrevista de Tuma à revista Veja - que antecipa o conteúdo de seu livro sobre as misérias dessa época de trevas - é que foi informante do antigo Dops, órgão de repressão do período militar, quando ainda engatinhava na vida sindical. Nada a estranhar. O passado 'político' do ex-presidente sempre esteve envolvido em sombras colocadas propositalmente.
     Em determinados meios, como o automobilístico, por exemplo, corriam vários comentários sobre suas - dele, Lula - libações alcoólicas nas reuniões com os patrões das montadoras. De Lula, dizia-se que era um leão nos palanques, para consumo externo, e um gatinho nas salas refrigeradas das reuniões regadas a uísque escocês.
    A revelação de Tuma, um pote transbordante de mágoas com seus ex-chefes, de que o ex-presidente fazia parte do grupo de informantes de seu pai, Romeu Tuma, apenas sinaliza para uma direção que não chega a surpreender. O próprio Lula já admitiu que tinha muita admiração pelo ex-presidente Ernesto Geisel, um dos cinco oficiais que comandaram o Brasil a partir da principal cadeira do palácio do Planalto.
     Também não chega a ser novidade, pelo menos como notícia, a existência de contas secretas em paraísos fiscais, alimentadas por propinas pagas por empreiteiras ao PT. Assim como são fartas as notícias de envolvimento de petistas na morte do ex-prefeito petista Celso Daniel, entre eles o atual ministro Gilberto Carvalho, apontado como a 'mula' que transportava, no seu Fusca, o dinheiro que era extorquido de empresas de ônibus do interior paulista para ser entregue ao ex-ministro e atual prisioneiro Jose Dirceu. Os irmãos de Celso Daniel afirmaram isso, em depoimentos oficiais.
     Como não há surpresas na acusação de que ministros de Lula, incluindo a atual presidente Dilma Rousseff, empenhavam-se na fabricação de dossiês falsos sobre adversários políticos. O episódio dos 'aloprados' está aí, para quem quiser avaliar.
     Romeu Tuma Jr. apenas dá contornos a histórias que circulam livremente.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Arrogância e desfaçatez

     O que você diria se soubesse que Marcinho VP, Fernandinho Beira-Mar e Pedrinho Matador teriam direito a escrever um blog contestando e desafiando a Justiça? Certamente não aceitaria passivamente que isso acontecesse. Ao delinquir, esses citados acima e outros abriram mão dos direitos que bafejam os cidadãos de bem, íntegros, cumpridores de seus deveres. A opção pelo crime tem, como consequência, a interdição de prerrogativas.
     Não vejo a menor diferença, nesse aspecto, entre eles e José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do primeiro Governo Lula e ainda todo-poderoso do PT, condenado por ter, entre outras coisas, chefiado a quadrilha que assaltou os cofres públicos, no episódio que ficou conhecido definitivamente como Mensalão.
     Escrever um blog que se tornaria público, ou mesmo participar como colaborador de qualquer veículo de comunicação, seria um acinte, uma agressão injustificável, algo absurdo, inadmissível. Seria dar voz ao crime, à desfaçatez.
     Essa gente que transgride e ofende a nacionalidade não demonstra, ao menos, um mínimo de arrependimento. Ao contrário, mantém uma postura arrogante e desafiadora, insensível. E o que é ainda mais grave: com o apoio direto de um partido que deveria, em última análise, demonstrar um mínimo de respeito pelo quase nada que restou de seriedade na sua história lastimável.
     Não é, infelizmente, o que ocorre com o PT, em especial, afundado cada vez mais em um lamaçal sem fundo.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Já não era sem tempo

     Com a renúncia do agora e finalmente ex-deputado federal José Genoíno, do PT, o Congresso 'perde' um dos seus criminosos já condenados de fato e de direito. A lamentar, muito, que outros de padrão moral e cívico semelhante continuem por lá, desafiando a dignidade nacional, condenados formalmente, ou não.
     Não por acaso, ostentamos um dos mais altos índices mundiais de rejeição aos políticos em geral. O comportamento deletério de nossos representantes - com as exceções que devemos destacar e ressaltar, pois existem - é uma das características mais fortes dessa Era iniciada há quase onze anos.
     Genoíno sai para evitar mais uma merecida humilhação, a da cassação. Deveria ter pensado nas consequências de seus atos quando participou diretamente do maior esquema de assalto institucional aos cofres públicos, no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula.
     Não há fim - por mais que sejam evocados devaneios ideológicos - que justifiquem o uso de meios ilícitos para serem alcançados.

Desfaçatez e arrogância


     Confesso que tenho me preocupado mais com a democracia ateniense do século V a.C. do que com a nossa. Os debates filosóficos entre Protágoras e Platão têm muito mais sabor e atualidade do que as cretinices embutidas nos discursos dos nossos políticos em geral, petistas em particular. Mas até esse afastamento voluntário da realidade nacional tem limites. Hoje, por exemplo, não resisti à compulsão de comentar mais uma demonstração de arrogância e estupidez emanada das hostes do partidos dos quadrilheiros condenados pelo assalto aos cofres públicos no primeiro governo do ex-presidente Lula.
     Não sei se todos vocês acompanharam coma devida atenção as notícias sobre um grupo de deputados do PT que decidiu confrontar, mais uma vez, a dignidade nacional, em defesa do mandato do ex-presidente do seu (deles, é claro!) partido, José Genoíno, condenado justamente à cadeia por diversos crimes contra a Nação. A desfaçatez dessa gente não tem limites. Só mesmo em um país governado por desajustados seria possível conviver com esse paradoxo absoluto: um presidiário ter o direito de continuar exercendo um mandato eletivo.
     Pois é o que pregam diversos expoentes petistas, entre eles o irmão do prisioneiro, ele mesmo envolvido em um até hoje inexplicável incidente que envolveu um de seus auxiliares diretos, flagrado carregando uma fortuna em dólares na própria cueca. Em sua sanha, esses degenerados - segundo alguns de nossos jornais, entre eles O Globo - usam algumas das armas mais disseminadas entre eles: a chantagem e a ameaça.
     Se, como deveria ser feito, o presidente da Câmara colocar em votação a perda do mandato de Genoíno - mandato que ele já deveria ter abandonado, em nome da dignidade -, os petistas prometem retaliações inimagináveis e investem - mais uma vez!!! - contra a Justiça, em especial o Supremo Tribunal Federal, mais precisamente seu presidente, ministro Joaquim Barbosa.
     São os arautos de uma época recheada de escândalos institucionais e morais. Algo jamais visto em toda a história republicana. Nunca tantos roubaram tanto, em tão pouco tempo. Dos mensaleiros aos aloprados; dos cuequeiros aos batedores de carteira dos ministérios (foram sete ministros envolvidos em falcatruas apenas no primeiro ano do governo Dilma); da turma das orgias na mansão do Lago Sul, às alcovas da representação federal em São Paulo.
     Essa gente é desprezível.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Raposa no galinheiro

     Mais um elemento no circo mambembe que se transformou a prisão dos quadrilheiros petistas que assaltaram os cofres públicos durante a primeira gestão do ex-presidente Lula. Agora é o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, quem quer 'trabalhar' fora da cadeia, durante o dia. Mais modesto do que o chefão do bando, o ex-ministro José Dirceu (segundo denúncia aceita pelo STF), o homem que cuidava da grana do partido quer um lugar em um dos setores da ... CUT, justamente o braço sindical do (adivinhem!) ... PT, é claro.
     O salário não foi revelado, mas deve ficar bem abaixo dos R$ 20 mil mensais que um hotel de Brasília ofereceu a José Dirceu e - imagino - e um pouco acima dos R$ 1.200 que Jacinto Lamas - não por caso ex-tesoureiro de um partido comprado pelos mensaleiros, o antigo PL, atual PR -disse que vai receber de uma empresa de engenharia, caso consiga sair do xadrez para trabalhar.
     É interessante notar que os três citados condenados não demonstraram a mínima vontade de cumprir o que determina a legislação, em relação ao regime semiaberto: trabalhar, sim, mas em colônias penais agrícolas, por exemplo. Certamente estariam produzindo algo concreto, os alimentos que poderiam ser consumidos por eles e pelos demais prisioneiros, aliviando os gastos oficiais com a compra de produtos.
     No lugar do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, eu estaria fazendo o possível, de fato, para arranjar vagas em colônias penais para todos os mensaleiros condenados. Cumpriria, assim, a essência da pena e não dando margem à vigarice retórica que vem cercando essa questão, destinada, claramente, a confundir a opinião pública e a criar um sentimento de solidariedade injustificável.
     Quanto ao ex-presidente do PT, o ainda deputado federal José Genoíno, a pantomima segue célere para novo ato. Através de seus advogados, o condenado refutou não apenas o laudo dos médicos indicados pelo STF para verificarem seu estado de saúde, mas, também, a decisão dos especialistas da própria Câmara. Todos chegaram à mesma conclusão: o deputado está apto a ficar na cadeia, assim como milhares de outros presos que sofrem de algum mal.
     Essa decisão, nos contam Folha e Estadão, provocou a ira do petista, que investiu contra os médicos que trabalham na Câmara, de forma violenta e inadmissível. É assim que essa turma age quando flagrada em falcatruas.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Nova derrota brasileira

     Honduras, a pequena Honduras!!!, deu numa nova lição à 'diplomacia' brasileira: em eleição livre, o povo hondurenho, de acordo com as últimas notícias, elegeu o candidato Juan Hernández, do partido que governa o país desde a deposição do aprendiz de ditador Manuel Zelaya, destituído em 2009 quando tentava modificar a Constituição, protegida por cláusulas pétreas.
     Como normalmente age quando interessa, o governo brasileiro tentou interferir na situação interna do país, abrigando o presidente deposto, Manuel Zelaya, na nossa embaixada, quando ele tentava retomar o poder. O tempo mostrou que os hondurenhos estavam certos do que faziam.
     Zelaya estava tentando uma volta à presidência por meios transversos, usando sua mulher, Xiomara Castro, como candidata. Vai ter que esperar mais alguns anos.
     De certa forma, ocorreu em Honduras algo semelhante ao que aconteceu no Paraguai, cujo presidente, o priápico ex-bispo Fernando Lugo foi destituído legalmente pelo Congresso, com referendo da Justiça. O Brasil dessa lastimável Era Lula também saiu em defesa do companheiro, liderando uma campanha indecorosa contra o nosso vizinho.
     Nos dois episódios o Itamaraty deu sinais de que sempre pode ser pior, quando a questão envolve interesses ideológicos. Valentão contra Honduras e Paraguai, nosso país abre literalmente as pernas quando se trata da turma 'bolivariana'. Basta lembrar as lamentáveis concessões aos desmandos de governantes desqualificados, como o absolutamente medíocre venezuelano Nicolás Maduro e o cocaleiro boliviano Evo Morales, não menos lastimável.

Volta para Papuda ...

     O que será que a companheirada vai inventar, agora, para tirar o ainda deputado federal José Genoíno da cadeia? O laudo dos médicos sobre a saúde do ex-presidente petista é claro, segundo nos conta O Globo: ele não sofre de doença cardiovascular grave e, portanto, pode ficar no xadrez, assim como milhares de outros condenados, muitos por crimes mais simples do que o assalto aos cofres públicos praticado pela quadrilha do Mensalão do governo Lula.
     Para mim, no entanto, ficou uma dúvida: se a doença não é grave, o citado prisioneiro deveria estar fingindo, como chegou a ser aventado no início. E se estava fingindo, para tentar comover a sociedade, passando-se por vítima, isso poderia ser considerado um agravante.
     Não ficar surpreso, entretanto, se o PT e seus asseclas em todas as esferas começarem a colocar e dúvida a idoneidade dos cinco médicos destacados para fazer a avaliação. É assim que eles agem naturalmente sempre que alguém tem a coragem de criticar ou, no caso dos cardiologistas, não endossar uma das suas - deles, petistas e assemelhados - farsas.
     O laudo médico, além de mandar Genoíno de volta à cela, pode gerar um outro - digamos - 'inconveniente' para os amigos do subchefe dos mensaleiros, considerando-se que a chefia cabia ao ex-ministro José Dirceu: 'melar' a aposentadoria por invalidez, que está sendo perpetrada na Câmara.
    
Afinal, se o cabra está bom para voltar à Papuda, não há motivos para premiá-lo com uma gordíssima aposentadoria prematura. Ou os médicos do Congresso são melhores do que os responsáveis pela avaliação do deputado? Certamente não são. Portanto, uma eventual declaração de invalidez apenas serviria para desmoralizar ainda mais essa lastimável casa de representantes. Simples assim.

sábado, 23 de novembro de 2013

Uma ameaça à Nação

     Há, em curso, uma vergonhosa e vagabunda inversão de valores, capitaneada - não por acaso - pelo PT e seus acólitos. Criminosos condenados são apresentados à opinião pública como pobres perseguidos pela Justiça, em geral, e por um juiz em particular o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal. O ainda e inexplicavelmente deputado federal José Genoíno, então, tem merecido demonstrações extremadas de apoio, como se um discutível passado pudesse servir de eterno salvo-conduto.
     Seguindo esse raciocínio, bons filhos e alunos exemplares, como Carlinhos Cachoeira e alguns dos nossos mais proeminentes traficantes, deveriam ser julgados pelos seus atos pretéritos, e não pelo que fazem no presente. Não pode haver vigarice maior.
     No caso dos quadrilheiros petistas trancafiados no Presídio da Papuda, em Brasília, o argumento fede, por velhaco e podre. Ninguém está condenando José Dirceu, um dos homens mais influentes no PT, e Genoíno por eventuais crimes cometidos durante o confronto com a ditadura militar que comandou o país por 21 anos (Delúbio Soares, por absolutamente medíocre e desqualificado, não entra, sequer, nessa relação). Esses crimes - que existiram, à luz da legislação em vigor - foram perdoados quando da aprovação da Lei da Anistia.
     O peso da Justiça está caindo, hoje, sobre um bando de assaltantes que mergulharam nos cofres públicos para beneficiar projetos políticos e, em alguns casos, para encher os próprios bolsos. Simples assim. O fato de terem enfrentado a ditadura militar não pode ser usado por esses criminosos e por seus seguidores como uma gazua. Milhares de brasileiros também enfrentaram os mesmos tempos difíceis, das mais diversas formas. Nem por isso estariam liberados para roubar bancos ou assaltar caixas de mercearias.
      Ao se colocarem ao lado de meros bandoleiros, dirigentes petistas e assemelhados estão, como vêm fazendo há um bom par de anos, prestando um enorme desserviço à Nação. Há quem o faça, reconheço, por ingenuidade ou uma espécie de 'romantismo' fora de hora. Mesmo assim, o endosso da tese de que esses condenados são 'presos políticos' envergonha o País.
     Não são, nunca é demais repetir, ressaltar, enfatizar. No mínimo, pela incoerência da tese, que não se sustenta. Afinal, vivemos numa democracia, apesar de tudo e de muitos que andam por aí. E em democracias não há presos políticos, ao contrário do que ocorre na ilha dos irmãos Castro, na China e na Coreia do Norte, para ficarmos no campo dos parceiros ideológicos da turma que está no poder.
     A criminosa ofensiva contra o STF e seu presidente, no entanto, remete, ela sim, a projetos antidemocráticos. Desestruturando a Justiça, o caminho do arbítrio e da censura estaria aberto. O que está em jogo não é apenas a prisão de meia dúzia de meliantes, mas a dignidade da Nação, seu futuro.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Patéticos e deploráveis

     O jornalista e acadêmico Merval Pereira, meu velho companheiro das redações de O Globo, nos anos 1970, e Jornal do Brasil, já nos anos 1990, foi até gentil, ao comentar, ontem à noite, a pantomima encenada pelo PT em torno da prisão dos quadrilheiros petistas José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares: "Chega ser patética", afirmou. Vou me permitir ser um pouco mais duro: toda essa mobilização é vagabunda, desprovida de qualquer sentido, típica de personagens acostumados a manipular fatos, mentir.
     Argumentar que os bandoleiros que assaltaram os cofres públicos e agrediram a Nação com seus atos indignos são presos políticos e estão sendo vítimas de perseguição é algo muito perto do degrau mais baixo que a luta 'política' pode chegar (tratando-se do padrão petista de agir tudo é possível, ainda).
     Não há sustentação possível para esses argumentos - se é que podemos classificar assim essa enxurrada de cretinices que tentam empurrar pela goela da população, apostando na desinformação das pessoas comuns. O grupo de assaltantes que investiu contra o País, durante o primeiro governo do ex-presidente Lula, teve um dos julgamentos mais livres da nossa história e os advogados mais caros que o dinheiro poderia ter pago (ainda não sei bem de onde saíram os milhões repassados aos preclaros causídicos, já que todos os bandoleiros declaram levar uma vida simples).
     Condenados, continuaram a desafiar nossa mais alta Corte e a Nação por alguns meses, apostando nas chicanas produzidas pelos tais advogados mais caros do país. Presos, finalmente, alegam cerceamento de direitos, como se os tivessem, como tentam fazer crer, com o apoio ostensivo desse desastroso ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que fala, sim!!! - em nome do Governo.
     Fala e mente, ao endossar a tese de que essa gente teria direito a sair da cadeia para trabalhar, como se isso fosse a regra, e não a mais absoluta exceção. Regime semiaberto - finalmente a GloboNews se rendeu aos fatos, ontem - quer dizer direito a trabalhar dentro de instituições penais, em oficinas, plantações etc.
     Como lembrei ontem, os três podem, sim, ter direito a costurar bolas de futebol, na cadeia, se - eu disse se! - o juiz corregedor assim entender, se (olha o se aí outra vez!) merecerem. Todo o resto faz parte dessa imensa e deplorável fantasia engendrada pelo PT e seus apaniguados e que deve merecer o repúdio da parte maioria decente da sociedade.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A tropa de choque da iniquidade

     A Ordem dos Advogados do Brasil, coerentemente com suas últimas atuações (defesa intransigente dos bandoleiros do tal grupo Black Blocs), apressou-se, serelepemente, a condenar a prisão dos quadrilheiros petistas no que ela - OAB - e a companheirada chamaram de 'regime fechado': as duas noites que os mensaleiros passaram no Presídio da Papuda, em Brasília.
     Esse é o tipo de manifestação que vem marcando a atuação da OAB nos últimos tempos. Está sempre ao lado do que há de pior na sociedade, desde que esse pior seja 'de esquerda', seja lá o que nó sabemos que isso é, atualmente. O pilantra quebra vidraças, ateia fogo em ônibus, cospe e apedreja policiais sabendo, de antemão, que contará com uma tropa de advogados à sua disposição, na porta do xadrez.
     Se age assim com desqualificados anônimos, é claro que teria o mesmo 'ardor cívico' em relação a criminosos de colarinho branco e bolsos estofados com o dinheiro público, desde que sejam das tal 'esquerda'.
     Se a OAB apoia, o que dizer de um ministro de destaque, como esse inacreditável José Eduardo Cardozo, o mais medíocre de toda a história da Justiça brasileira. Atropelando sua função, esse lastimável personagem, que sempre esteve ao lado dos bandoleiros do Governo Lula, não se envergonhou de criticar o ministro que preside nada menos do que a mais alta corte de Justiça do país, como se fosse um mero e vagabundo obreiro a soldo do partido.
     É claro que não agiu assim por iniciativa própria. Apenas seguiu o roteiro programado e executado por seus chefes, o ex-presidente Lula e sua criatura, a atual 'mandatária' Dilma Rousseff, que abriram o caminho lamacento para o desafio institucional que vem sendo executado pela tropa de choque da iniquidade.
     Que ninguém se engane: essa gente, que afrontou a dignidade nacional em um dos episódios mais deploráveis de todos os tempos, não merece a menor consideração ou tratamento diferenciado. Os crimes cometidos por José Dirceu e seus asseclas - segundo decisão democrática dos juízes do STF - são tão daninhos quanto os dos chefões do tráfico, dos esquadrões da morte.

A minha indignação e a 'deles'

     É evidente que vou discordar do presidente eleito do PT paulista, um tal de Emídio de Souza. Não há a menor possibilidade de eu ter alguma afinidade com a turma que está no poder há quase 11 anos. Especialmente quando o tema é a prisão dos bandoleiros que assaltaram os cofres públicos e tentaram corromper o país.
     Segundo o já citado dirigente partidário, em frase reproduzida pelo Estadão, "há um clima de indignação com a forma como as prisões estão sendo cumpridas". Não é verdade, e a companheirada sabe disso, mas finge não saber. Indignados estaríamos - eu e a parcela decente da população - se essa gente continuasse livre, leve e solta por aí. Lugar de criminoso é na cadeia, tenho repetido.
     Aliás, vou pegar o 'mote' desse último conceito para comentar uma frase do líder maior dos mensaleiros, o ex-presidente Lula. Em um dos seus raros comentários sobre a prisão dos seus antigos auxiliares diretíssimos, saiu-se com um vagamente solidário "Estou com vocês". Não está. Nem retoricamente, nem literalmente. Mas poderia.
     Graças a um processo de blindagem que eu até entendo, em função do momento político, ele escapou não apenas da cassação, que parecia inevitável, mas do processo penal que enredou seus companheiros e da consequente prisão. Chegou a ser citado, mas foi excluído, por "falta de provas".
     Há pouco tempo, foi novamente envolvido no escândalo do Mensalão do seu governo, dessa vez pelo publicitário Marcos Valério, que afirmou, em entrevista, que Lula sabia de tudo o que se passava. A acusação do 'operador' do Mensalão, no entanto, foi desconsiderada, atribuída a uma tentativa de pressionar o governo em busca de uma pena mais leve, já que deve ficar na cadeia a maior parte da vida útil que lhe resta.
     Há outros depoimentos - incluindo o do ex-deputado Roberto Jefferson, que deflagrou a crise - indicando, no mínimo, que o ex-presidente, no mínimo, sabia de tudo o que se passava na sala ao lado do seu gabinete.
     Voltando ao tal novo presidente do PT de São Paulo. Na mesma matéria do Estadão, esse senhor afirma que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, age com vingança e pergunta: "Para que colocar no avião e levar para Brasília, no meio do feriado quem está no semiaberto e tem que cumprir prisão em São Paulo?"
     Vou me permitir responder. Em primeiro lugar, condenado não tem direito a feriado. Em segundo, o fato de estarem - provisoriamente!!! - no regime semiaberto não quer dizer que possam passar o dia flanando num escritório na Rua Augusta. Essa é mais uma invenção petista. Quanto à referência ao avião. Eu também achei desnecessário. Por mim, colocaria todos na caçamba de um carro de polícia e iria por terra, sem desviar de buracos.

domingo, 17 de novembro de 2013

Bandido bom é bandido preso ...

     O sujeito rouba, mente, corrompe e agride as instituições e, ao ser preso, quer ser tratado com deferências. Não quer passar os dias na cadeia, não faça parte (ou chefie ...) quadrilhas. Simples assim. E esse negócio de presidiário em regime semiaberto sair obrigatoriamente do xadrez para trabalhar é pura balela, invenção dos companheiros, espalhada pelos mais caros advogados criminais do país e comprada afoitamente - e com o ardor que já se imaginava - por uma parte da tal mídia que os condenados do Mensalão querem controlar. Na verdade, essa gente quer dominar a outra parte, aquela que não se vende.
     Ao invés de estar se lamentando, antecipadamente, por ter passado o dia na cadeia - onde deveria estar há muito tempo -, o ex-ministro José Dirceu deveria estar agradecido por não ter sido enviado, ainda, a uma colônia penal onde - quem sabe? - poderá costurar bolas de futebol. Pois é assim que funciona o tal regime aberto: o preso pode trabalhar durante o dia, num processo de ressocialização, mas no interior da prisão.
     Como existem poucas vagas para muitos presos, alguns juízes optam por liberar a saída de condenados com bom comportamento. Não existe essa fantasia, a de que todo preso em regime semiaberto pode sair para trabalhar, passar o dia fora da cadeia e voltar para dormir. Essa regalia é destinada, apenas, aos detentos em regime aberto. Mas não tenho dúvidas de que haverá uma pressão enorme para que a exceção vire norma, para beneficiar a quadrilha petista, em especial o ex-ministro José Dirceu. Ou alguém acredita que os bandoleiros do PT estão preocupados com seu asseclas de outros partidos ou com a turma dos bancos e agências de publicidade?
     Quanto ao pedido do ainda deputado federal e ex-presidente do PT, José Genoíno, faltou alguém dizer a ele e a seus correligionários que existem hospitais em presídios. Está doente? Vai para o hospital de alguma cadeia, como acontece com outros criminosos comuns.

sábado, 16 de novembro de 2013

A voz da Justiça

     O quadrilheiro petista José Dirceu, ex-ministro e homem de confiança absoluta do Governo Lula, antes de ir para a cadeia - onde deveria estar há muito tempo - deu uma entrevista a O Globo e disparou essa frase bombástica, que serve de título á reportagem: "Querem me fuzilar", referindo-se à condenação pelo assalto aos cofres públicos e ao que classifica de "perseguição da imprensa".
     Seria verdade, caso ele vivesse em Cuba, o paraíso caribenho dessa gente demagoga e inconsequente que mergulhou o país numa crise que poderia ter tido contornos muito graves, se não fosse o destemor do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Na terra dos irmãos Castro, os mais antigos ditadores do mundo, adversários políticos do poder são encostados historicamente no paredão, quando não são assassinados com tiros na cabeça, como aconteceu com muitos, sem direito a julgamento.
     Na China, já teriam recebido um tiro na nuca e suas famílias ainda seriam obrigadas a pagar o custo da munição. No Irã, talvez fossem enforcados em praça pública ou, no mínimo, teriam a mão decepada. Na Coreia do Norte, não teriam escapado de um pelotão de fuzilamento. E ninguém ficaria sabendo. Isso, para ficar apenas entre os mais próximos aliados ideológicos do governo do qual essa gente ainda faz parte, mesmo extraoficialmente.
     Aqui nessas terras onde se plantando tudo dá, apesar do viés claramente antidemocrático dos detentores do poder, que sonham com uma republiqueta no estilo venezuelano, a justiça prevalece, apesar de pressionada, manipulada e envergonhada por julgadores assemelhados ao revisor do processo do Mensalão, ministro Ricardo Lewandowsky.
     Dirceu e seus comparsas tiveram direito a um julgamento livre, acompanhado de perto por milhões de brasileiros, ao longo do segundo semestre do ano passado. Puderam pagar fábulas pelos advogados mais caros do país (de onde saiu esse dinheiro, não se sabe, pois todos alegam ter vida 'modesta'). Contaram com o apoio ostensivo do governo federal e dos seus companheiros de partido. Puderam, até, se beneficiar da troca de juízes ao longo do julgamento, num processo obviamente programado graças às postergações. Sem falar no apoio de alguns ógãos de imprensa e jornalistas comprados por verbas oficiais.
     Cadeia, pelo que fizeram, é o mínimo que se poderia esperar. Presos, continuam a desafiar a Justiça e a dignidade da Nação, com declarações acintosas, como a de que são "prisioneiros políticos". Como se não vivessem em um país governado por seus parceiros. São meros criminosos, ladrões do dinheiro público, como ficou comprovado ao longo do julgamento mais importante da nossa história recente.
     A hipótese de que continuem a exercitar o que chamam de 'política', mesmo presos - através de textos em blogues ou páginas companheiras -, me provoca engulhos. Seria algo semelhante aos chefões do tráfico terem o direito de assinar colunas enaltecendo seu ofício. Não se deve dar voz a criminosos condenados. Eles já falaram durante o processo.

     PS: É evidente que o PT formalizaria seu apoio aos quadrilheiros, que continuam influentes e depositários de informações que poderiam desestabilizar seu projeto de poder.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Que a cadeia lhes seja pesada!!!

     Se depender de mim, do meu grito, essa mistificação jamais ganhará força e assumirá tons de verdade, como as mentiras repetidas sistematicamente pelos atuais detentores do poder. José Dirceu, José Genoíno, João Paulo Cunha e Delúbio Soares não são (ou serão, no caso dos dois últimos) prisioneiros políticos, perseguidos ou algo que o valha. São reles quadrilheiros, bandoleiros que assaltaram os cofres públicos e colocaram as instituições em risco, com os atos indignos englobados genericamente no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula.
     Os punhos cerrados e genéricas manifestações típicas de farsantes nada mais foram que mais um ato dessa tentativa do PT e do Governo de transformar meros bandidos em heróis. Quem rouba, mente, corrompe, compra e vende a própria dignidade jamais pode ser comparado a personagens que lutam pela democracia, pela prevalência dos nossos principais valores, pela liberdade.
     Nelson Mandela foi, sim, um prisioneiro político. Colocar essa gente desonesta e vigarista no mesmo patamar que um dos maiores líderes da humanidade seria mais um escárnio. A turma petista e seus comparsas foram julgados e condenados sob um governo democrático - embora com claro ranço imperial -, tendo direito ilimitado à defesa. Uma defesa - é bom ressaltar, sempre - caríssima, que empregou os mais destacados advogados de porta de xadrez do país, que cobram fábulas por suas artimanhas jurídicas.
     Merecem - petistas e assemelhados - cada minuto que vão passar atrás das grades. Na verdade, pela agressão cometida, suas penas são brandas, muito brandas. Todos deveriam ter sido condenados com o rigor conferido aos bandos comercial e publicitário. Não me parece justo que Marcos Valério, um mero intermediário, tenha sido condenado a um castigo muito superior ao de José Dirceu, o chefe 'oficial' da quadrilha, segundo a Procuradoria Geral da República.
     O Brasil fica devendo esse momento a alguns homens, em geral, mas a um em especial: o atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que em nenhum momento cedeu às pressões diretas e indiretas do Governo e às chicanas tentadas e produzidas por alguns de seus pares, como ele mesmo destacou.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Um exemplo alemão

     Veja recorre à Alemanha para nos contar, hoje, um caso exemplar. O ex-presidente Christian Wulff está sendo julgado pelo possível recebimento de favores de um produtor de cinemas, para o qual fez lobby, em 2008, quando ainda era governador de um estado. Ele teria aceito o pagamento da conta de um hotel, no valor de 700 euros, algo semelhante a R$ 2.200, quando esteve na Oktorbesfest de Munique. É isso mesmo: está sendo julgado porque alguém pagou sua diária.
     O cargo de presidente, na Alemanha, é algo apenas formal, sem os poderes que, de fato, são exercidos pelo chanceler. Mas normalmente reveste-se de um caráter ético, de reserva moral. O envolvimento de Wulff em situações semelhantes (houve outras acusações) gerou revolta da população. Já aqui no Brasil ...
     Por aqui, temos alguns quadrilheiros prestes a, finalmente, iram para a cadeia, depois de terem agredido e continuaram a agredir a Nação por palavras e atos inconcebíveis, mas com o apoio integral do Governo e do partido oficial desse mesmo governo. Lá, um ex-presidente pode ser preso por ter recebido uns trocados, indiretamente. Aqui, um ex-presidente escapou incólume da torrente de acusações sobre seu comportamento à frente e nas costas do País e seus seguidores chafurdaram em milhões.
     Ainda aqui, de maneira torpe, assistimos a um par de juízes da mais alta Corte assumirem o papel de advogados (comparsas, talvez?) dos mensaleiros petistas durante todo o julgamento e mesmo depois, ao abonarem as chicanas jurídicas perpetradas pelos mais caros escritórios de advocacia do país.
     De maneira também cínica, acompanhamos a um espetáculo de desfaçatez, protagonizado pelos condenados e/ou seus representantes. O ex-ministro José Dirceu, por exemplo, disse, através de seu advogado, que cumprirá a pena. Que bonzinho ... Como se fosse possível continuar espezinhando da Nação, como vem fazendo.
     Seu amigo de fé, irmão camarada, Luís Inácio Lula da Silva (aquele que escapou, primeiro, da cassação do mandato e, depois, do julgamento formal do crime) passou três horas reunido com a atual presidente e outros petistas e, ao sair do encontro, garantiu que não falaram sobre a prisão dos companheiros. Vocês acreditam nisso?
     Quanto à relativa 'concordância' demonstrada pelos bandoleiros petistas, em especial, ela deve-se, não tenho dúvidas, à esperança de que possam cumprir a pena fora da cadeia, pelo menos durante o dia. Na verdade - embora nossos 'analistas políticos' digam e escrevam o contrário, no regime semiaberto, a única regalia do preso é poder trabalhar, dentro do presídio, e não necessariamente fora dele.
     Quem apenas dorme na cadeia, onde passa os fins de semana, é o condenado em regime aberto. O benefício do trabalho eterno é concedido eventualmente, e não como rotina, como querem fazer entender os mensaleiros e seus amigos. No caso específico de José Dirceu e demais quadrilheiros, a presença na sociedade representa um risco à democracia, uma agressão à dignidade nacional.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

PT mergulha na lama que denunciara

     Em nota oficial, o agora ex-secretário de Governo de São Paulo, o petista de carteirinha e crachá Antônio Donato, envolvido no escândalo de cobrança de propina reativa ao ISS, afirma, como nos informa O Globo, que pediu o afastamento "para evitar o risco de a quadrilha tentar atingir o governo do PT na cidade de São Paulo e prejudicar o andamento das investigações".
     Não satisfeito, disse ainda que volta à Câmara, "de onde poderá, com a mais ampla liberdade, se defender de denúncias infundadas atribuídas à quadrilha de servidores municipais que fraudava o ISS (Imposto Sobre Serviços) e que a administração do PT desmantelou por meio da Controladoria Geral do Município".
     Se vocês encontraram um punha de lugares comuns às dezenas de 'explicações' dos quadrilheiros do Mensalão e ministros acusados de pilantragem, nos últimos quase onze anos, acreditem: não é coincidência. É assim que essa gente envolvida em corrupção age, quando é pega com as duas mãos nos cofres públicos. Lembram dos sete ministros demitidos no primeiro ano do governo(?) Dilma? Pois é. Todos - todos!!! - saíram com a mesma conversa fiada de que preferiram deixar o cargo para se defender melhor e provar a inocência.
     Nenhum voltou a tocar nos assuntos que causaram os pontapés nos fundilhos mais bem-remunerados da história, pois jamais foram condenados, sequer, a ressarcir o que espoliaram da Nação. No caso atual, ao que parece, o feitiço está virando contra o feiticeiro. O atual prefeito, Fernando Haddad, e a cúpula petista estavam festejando a possibilidade de o escândalo desabar, apenas, sobre aliados de última hora, como o ex-prefeito Gilberto Kassab, atual presidente do PSD, e adversários antigos, como demistas em geral e a turma do PSDB em particular.
     O tiro saiu pela culatra. Ao remexer o lixo, o Ministério Público se deparou com acusações gravíssimas ao ex-homem-forte de Haddad, figura proeminente nas hostes petistas estaduais. Entre elas, a de que teria recebido R$ 200 mil para sua campanha a vereador, dinheiro de origem criminosa, é lógico.
     De volta à Câmara - e isso mesmo, essa gente é apanhada em flagrante e continua nos representando em uma das esferas do Poder -, Donato promete explicar tudo. Aqui, longe do centro nervoso da crise, posso apostar que ele, além de ficar calado, vai fazer todo o possível para esse assunto morrer. Foi isso que seu - dele, Donato - chefe, Lula, fez a vida toda. É isso que os políticos, em geral, fazem.
      Querem um exemplo, além do ex-presidente, que é recorrente: o inacreditável ministro Fernando Pimentel, denunciado por ter recebido uma fortuna por palestras que jamais deu, sumiu o noticiário por quase dois anos. Não dá entrevistas, não fala. Apostando na falta de memória da população e no poder das máquina do marketing, é o virtual candidato a governador de Minas Gerais, com o apoio extremado da presidente Dilma Rousseff, sua chefe e amiga de longa data.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

PT, mais do mesmo

     Ficamos sabendo que os "bandoleiros" (*) José Dirceu, José Genoíno, João Paulo Cunha e Delúbio Soares não farão parte da nova 'executiva' do PT. Teriam aberto mão da presença formal e ostensiva nos destinos do partido, que elegeu novos dirigentes e referendou velhos projetos, ontem.
     Que ninguém imagine que a companheirada está se reciclando, expurgando de seus quadros criminosos condenados e prestes a ir para a cadeia. Na disso. É puro jogo de cena, para não atrapalhar o projeto mais imediato, que é o de reconduzir Dilma Rousseff à presidência da República.
     Os quatro citados acima continuam mandando e desmandando no partido, especialmente o ex-ministro de Lula, José Dirceu, apontado como o chefe da quadrilha que assaltou os cofres públicos no episódio que ficou conhecido como Mensalão. Isso ficou bem claro nas entrevistas de vários próceres partidários, estampadas nos nossos jornais e revistas.
     Dirceu, principalmente, como vem ficando evidenciado, ainda dá o tom do PT. Sempre é citado de maneira reverencial, com o cuidado - temor, seria a palavra mais apropriada - que sua história inspira. "Ele não precisa estra em cargos", apressaram-se a destacar companheiros de várias correntes, reforçando sua importância nos destinos partidários.
     Afinal, o homem está por lá desde sempre. Conviveu com o ex-presidente Lula, de quem foi um dos primeiros mentores. Sabe de tudo o que se passava nos bastidores, dos acordos, conchavos, ajustes. No episódio do Mensalão, foi flagrado acertando pagamentos a partidos, segundo noticiário da época do julgamento, jamais desmentido.
     Delúbio Soares, o ex-tesoureiro que tentou assumiu toda a culpa da roubalheira, sob a alegação de que se tratava, "apenas", de um vulgar caixa 2, colhe os frutos da fidelidade: sua mulher vem sendo aquinhoada com empregos de primeiríssimo escalão. Genoíno arranca suspiros inaceitáveis até mesmo na nossa mais alta Corte, o STF. O menos prestigiado para ser João Paulo Cunha, aquele cuja mulher foi flagrada retirando R$ 50 mil de propina na boca do caixa do Banco Rural.
     Consolidando todo esse processo deletério, o PT ratificou sua determinação de lutar pelo que chama de "controle social da mídia", um eufemismo vagabundo para censura e perseguição aos que não fazem parte da claque.
     É com esse perfil que o PT se prepara para mais quatro anos à frente do País.

     (*) Segundo o relator do processo do Mensalão, ministro Joaquim Barbosa, acompanhado pela maioria da Corte.

sábado, 9 de novembro de 2013

Por uma UPP nacional

     Vou me colocar na contramão da onda de críticas às Unidades de Polícia Pacificadora geradas, em especial, por uma boçalidade (o provável assassinato de um pedreiro na Rocinha) e uma consequência da ação: o deslocamento de criminosos para outros locais da cidade, em particular, e do estado, em geral.
     É evidente que há falhas no projeto das UPPs, humanas e estruturais. Mas seria um enorme absurdo admitir que o governador Sérgio Cabral, por mais medíocre que seja (não 'morro de amores' por ele, em quem não votei, jamais), tenha sido conivente ou omisso em relação a esses dois fatos.
     Na morte do operário, provavelmente vítima de abusos, todos nós fomos vítimas desse tumor que, infelizmente, corrompe o organismo policial brasileiro, como um todo: a arbitrariedade. Nossas polícias, civil e militar, têm, sim, elementos daninhos, nocivos, que desonram o compromisso com a dignidade exigida da função.
     Mas não acredito que sejam sequer em número significante, levando em conta o efetivo. São desajustados, que também o seriam caso exercessem qualquer outra atividade. O peso da arma que carregam e da fé pública que ostentam, no entanto, amplia os malefícios que provocam. Mas os benefícios da ação policial decente não podem ser ignorados.
     Assim como não podem ser reduzidas as conquistas das UPPs, que devolveram parte da cidadania roubada de várias comunidades por marginais que as mantinham reféns. É fato que bandidos expulsos de favelas se instalaram em outros municípios, que passaram a conviver com índices crescentes de criminalidade.
     Na minha interpretação, no entanto, isso é um indicativo de que as Unidades estão cumprindo com seu papel, ao devolverem a paz às áreas ocupadas. A crítica que se pode - e deve - fazer é outra: falta ao Rio de Janeiro, como um todo, uma grande e eficiente UPP, que atenda a todas as cidades, como é obrigação do Estado.
     Extrapolando: precisaríamos de uma força policial que garantisse a paz em todo o país.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A arte da desfaçatez

     Ao ler, na Veja, que a presidente Dilma Rousseff criticou a recomendação do Tribunal de Contas da União para que fossem paralisadas diversas obras do tal do PAC, não resisti a parodiar Ataulfo Alves: a desfaçatez dessa gente é uma arte. Literalmente, nossa governante disse o seguinte: "Você pode usar vários métodos, mas paralisar obra é algo extremamente perigoso".
     É impressionante que alguém, ocupando o posto que ela ocupa, tenha a coragem de usar esse tipo de estupidez retórica. Perigoso para quem, presidente? Para o Brasil certamente não é. Perigoso é deixar que mais dinheiro público seja roubado, como vem acontecendo rotineiramente nos últimos quase onze anos, a partir do lastimável episódio do Mensalão do Governo Lula, passando por cuequeiros, aloprados e ministros de todas as espécies, como no primeiro ano do mandato da atual dirigente máxima do país.
     Aliás, esse tal Programa de Aceleração do Crescimento, uma invenção marqueteira que nada mais é do que a junção das obras obrigatórias de todo governo, vem se caracterizando por escândalos. O mais recente (em repercussão!!!) foi o que envolveu a construtora Delta, de Fernando Cavendish, ex-amigo do governador Sérgio Cabral e um dos queridinhos dos governantes, pela ajuda que distribuía a candidatos, certamente com o dinheiro de obras superfaturadas.
     A recomendação do TCU, na verdade, é um alento para a Nação. Mostra que ainda há esperanças, que o assalto institucional aos cofres públicos pode ser coibido. Ao contrário do que afirmou a presidente, não é "um absurdo paralisar obras do Brasil". Absurdo é favorecer quadrilhas que investem contra o patrimônio público.
     Não satisfeita com as afirmações lamentáveis que fez em entrevista a rádios gaúchas, a presidente Dilma não se acanhou quando assegurou que "de qualquer jeito essa obra vai ficar pronta", referindo-se à BR-448, cujas obras foram colocadas sob suspeição. E disse mais. Que é uma obra "emblemática" e que "não tem nada a ver com eleição".
     E nós estamos a um ano de reeleger esse personagem.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Incompatibilidade total e completa

     Ao longo dos últimos anos, tenho usado um artifício - já relatado aqui, em algum momento - para me decidir em relação a um tema sobre o qual ainda não tenho informações suficientes para construir uma opinião. Procuro saber, de imediato, o que pensam (eu sei que é uma força de expressão, mas ...) o ex-presidente Lula e seus seguidores. Se eles forem a favor de determinado grupo ou postura, sei que serei contra, inexoravelmente. Seja qual for o objeto, isso não importa. Eu sempre serei contra.
     Não consigo me ver, jamais, defendendo as mesmas opiniões da turma que sonha com os modelos cubano, para nossa imprensa, e 'bolivariano' para as relações com a Nação. Não me sentiria confortável em dividir o mesmo espaço com os defensores do maior assalto institucional aos cofres públicos. Quase sempre é possível partir dessa pequena observação para orientar meus percursos.
     Outro bom indicador do caminho mais decente a seguir é perscrutar o silêncio, quase sempre covarde, conivente, como no caso das demonstrações de boçalidade que marcam as manifestações que têm atormentado o país nos últimos meses. Com a exceção da presidente Dilma Rousseff, jamais ouvi ou li qualquer declaração do bando lulista sobre a destruição de propriedades, desrespeito aos símbolos nacionais, estupidez, ignorância.
     A evidência da incompatibilidade entre o que pensa a companheirada e minha visão de mundo pode ser aferida nas relações que nosso País desenvolveu com outras nações. Dois dos nossos mais fervorosos parceiros, por exemplo, são Venezuela e Cuba, ambos 'dignos' representantes do que há de pior no mundo, ao lado de Irã, Coreia do Norte e Síria, para ficarmos apenas nesse grupo.
     Não houve qualquer menção brasileira em repudiando o estúpido festival de enforcamentos em praça pública realizado pelo Irã, ou uma posição mais decente em relação ao uso de armas químicas pelo assassino e dublê de presidente sírio Bahar Al Assald. O mesmo acontece coa a ditadura do ridículo líder supremo coreano do norte, Kim Jong-Un, em evidência recentemente por conta de notícias de que teria mandado executar alguns músicos que participavam da banda de sua atual mulher, por terem gravado cenas 'picantes' da suprema esposa.
     Ainda bem, para mim, que essa turma encastelada no poder há quase onze anos insiste em chamar privatização por outros nomes. Se essa gente não fosse tão medíocre e infantil nessa postura, eu teria que rever minhas posições em relação ao enxugamento dessa inacreditável máquina de sugar dinheiro que é o Estado petista, o mais incompetente de toda a nossa história, como ficará bem claro muito em breve.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Crimes sem castigo

     Em nove de cada dez escândalos nacionais, nos últimos quase 11 anos, a Polícia encontra, inexoravelmente, pelo menos uma digital petista. No décimo, surge quase sempre a mão toda. Tem sido assim. O mais recente episódio de pilantragem, registrado em São Paulo (desvio de dinheiro público da Prefeitura), é um exemplo dessa rotina de descalabros.
     Ficamos sabendo, por Veja e outros veículos de comunicação, que um dos servidores investigados é um auditor da Prefeitura e, por acaso, sócio da mulher do secretário municipal de Transporte, o deputado federal Jilmar Tatto, do PT, em um estacionamento, e namorado de uma das suas irmãs. Outros dois sócios da mulher do líder petista, também por acaso, são muito ligados ao partido. Tanto que fizeram doações a alguns candidatos, entre eles os irmãos Tatto, o já nomeado Jilmar e Arselino.
     Infelizmente, sabemos, essa volúpia pelo dinheiro público não é exclusiva do PT, ao contrário. Representantes de diversos partidos são apanhados rotineiramente com as duas mãos enfiadas nos cofres públicos. No caso petista, entretanto, essa compulsão pelo afano tem sido levada a extremos, como se não houvesse um amanhã. Roubou-se muito nesses quase 11 anos.
     Do Mensalão - o pai de todos os assaltos - às obras superfaturadas executadas pela Construtora Delta (alguém ainda lembra desse escândalo?), com incursões ligeiras - mas sempre rentáveis - por ministérios e governos estaduais e municipais amigos. Vivemos, sem dúvida, a época mais lastimável da nossa história, agravada pela impunidade.
     Também hoje - mais um exemplo que reforça essa constatação - ficamos sabendo que o Tribunal de Contas da União recomenda a paralisação de sete grande obras, quatro delas integrantes do tal PAC. Ficou evidente o risco de enormes prejuízos, provocados por superfaturamento, desvios etc.
     Quantos personagens que estiveram no topo das denúncias foram, de fato, presos? Estão todos - ou quase - por aí, livres e leves e soltos, envergonhando a Nação.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Mais uma na conta do Cardozo

     José Eduardo Cardozo é, talvez, a piada mais sem graça da atual administração - excetuando a própria presidente -, pela dimensão do cargo que ocupa. Talvez não tenha havido um ministro da Justiça tão insignificante na nossa história. É verdade que Thomaz Bastos - o mais caro advogado de porta de xadrez do país - foi ministro no primeiro governo Lula, mas tem lá seus predicados. Pelo menos esteve sempre ao lado dos criminosos mais ricos, defendendo as causas mais indefensáveis.
     Cardozo, não. Contentava-se com a vulgaridade de ser um deputado federal vocacionado para estar sempre na sombra dos que mandavam, uma espécie de carregador de bagagens retóricas. Lembro sempre dele, no auge das discussões e denúncias sobre o Mensalão do Governo Lula, dando as entrevistas mais vazias e diversionistas, fingindo - com caras e bocas - estar indignado com o envolvimento de partidários no maior escândalo da história republicana, mas professando, com palavras, sua solidariedade aos assaltantes dos cofres públicos.
     Não por acaso, o defensor dos bandoleiros tornou-se, justamente, ministro da Justiça, tendo, teoricamente, a Polícia Federal nas mãos. Não contava com a relativa independência dos seus 'subordinados', o que acarretou sérios dissabores. Em alguns casos - como o do escândalo da 'venda de prestígio' envolvendo a então chefe do gabinete da Presidência das República em São Paulo, Rosemary Nóvoa, que mantinha com o ex-presidente Lula relações que extrapolavam as normais entre chefe e funcionária, pagas com o nosso dinheiro - sequer foi informado das diligências policiais.
     Hoje, o ministro é personagem de mais uma trapalhada. Depois de tanto escarcéu com relação às tais espionagens realizadas no Brasil pelos Estados Unidos, foi obrigado a confessar que nós - embora trêfegos bananeiros - também arriscamos nossos olhares indiscretos sobre os segredos alheios. No caso, sobre Irã, Rússia e Iraque, três dos grande aliados da lastimável diplomacia brasileira.
     Ora. Se nós espionamos parceiros de fé, irmãos camaradas, não poderíamos, jamais, contestar que outros lançassem seus olhos sobre nós, como fizemos, com tanta indignação . Na verdade, espionar não chega a ser o problema. Todo mundo espiona todo mundo, sabe-se disso. A questão está em ser descoberto. E, nesse quesito, fomos tão incompetentes quanto nossos 'irmãos do Norte'. Mais uma para a conta do Cardozo.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

PP e PT, tudo a ver ...

     PT e PP cada vez mais se parecem. Depois dos abraços e beijos trocados entre o ex-presidente Lula e o deputado federal e ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, mais uma evidência do quanto essas duas - digamos... - agremiações têm em comum. O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de Maluf por improbidade administrativa (um eufemismo para a velha e conhecida vigarice no comando dos cofres públicos) e a perde de direitos políticos por cinco anos.
     Como ainda cabe recurso, um dos grandes parceiros do Governo Dilma poderá continuar exercendo seu mandato, até o trânsito em julgado. Qualquer semelhança com a quadrilha petista que assaltou os cofres da Nação, no episódio que passou para a História como o Mensalão do Governo Lula, não é coincidência.
     Lá, no caso malufista, como cá, no escândalo petista, os condenados usam e abusam das artimanhas jurídicas para escapar da cadeia, sob os olhares condescendentes da turma do Poder. Afinal, fazem parte, todos, do mesmo saco de gatos ideológico que dá sustentação a um dos piores governos da nossa centenária República.
     Perto dos bandoleiros mensaleiros, no entanto, Maluf aparece, pelo menos nesse caso, como um mero aprendiz, uma espécie de ladrão de galinhas. A turma que é defendida com ardor pela cúpula petista (leia-se Lula e semelhantes) roubou muito mais, com um agravante: a improbidade malufista não ameaçou as instituições, como aconteceu com a canalhice petista, segundo, entre outros, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
     A cada incidente, a cada malfeito, mais os fatos dão razão a uma das minhas apostas: o tempo iria mostrar, rapidamente, que não há diferenças significativas entre Paulo Maluf, Fernando Collor e Lula, para ficarmos apenas entre os mais conhecidos.

O 'Nero da picareta'

     Não seria necessário ter feito doutorado em engenharia de tráfego em Harvard para saber que o Rio viveria, hoje, o maior caos viário de sua história. As primeiras notícias dão conta que a Avenida Brasil, sem o desafogo da Perimetral - derrubada parcial e estupidamente pelo prefeito Eduardo Paes -, iria parar. Há um nó no trânsito do Centro. Pessoas saltam dos ônibus e percorrem, a pé, a distância que as separam do trabalho.
     O nosso 'Nero da marreta e da picareta', no seu surto megalomaníaco, está provocando um imenso prejuízo à economia da cidade. Tudo como já se sabia que iria acontecer. Recomendo a quem perder o emprego por conta dos atrasos provocados pela ação arbitrária do nosso governante, que acione a Prefeitura, reponsável direta pela insensatez.

domingo, 3 de novembro de 2013

O Nero da picareta

     A megalomania não se expressa, apenas, através de obras suntuosas e de uso duvidoso, como a Cidade da Música do ex-prefeito e atual vereador César Maia (DEM-RJ), ou do despropositado trem-bala da presidente Dilma Rousseff, projeto destinado a enriquecer ainda mais determinadas empreiteiras, para ficarmos apenas nos domínios do povo que vive aqui no Rio.
     Essa manifestação doentia que atinge governantes, em especial, também pode se constituir através da destruição de um bem público, de maneira arbitrária, unilateral e ditatorial, como a demolição da Avenida Perimetral, obsessão do prefeito Eduardo Paes e que está prestes a ser executada.
     Sem levar em conta a opinião da população carioca, como se esperava já que se trata de algo dessa magnitude, nosso prefeito decidiu que a obra paga com dinheiro público deve ir abaixo, para dar lugar a um projeto com o qual pretende marcar sua carreira política: a revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro.
     Ninguém, com um mínimo de consciência, poderia ser contrário a uma intervenção urbanística que recuperasse para a cidade uma área com tamanho potencial e que está abandonada há tanto tempo. A maneira escolhida por ele, Eduardo Paes, no entanto, é, no mínimo arbitrária.
     Como se fosse um imperador que não deve satisfação aos súditos (uma espécie de Nero da marreta e da picareta) , decidiu gastar uma fortuna - mais de R$ 350 milhões - para destruir um patrimônio público que custou outra fortuna aos cofres públicos, alimentados por nossos impostos. Em nenhum momento deu sinais de que ira estudar alternativas, mesmo diante da clara rejeição ao seu projeto, manifesta de várias formas.

sábado, 2 de novembro de 2013

Pisando em estrelas

     Por algum motivo incerto e ainda não sabido, acordei hoje com 'Chão de Estrelas', mais especificamente com alguns versos que iam e voltavam, sem parar: "A porta do barraco era sem trinco; mas a Lua furando nosso zinco; salpicava de estrelas nosso chão. E tu pisavas nos astros distraída".
     Talvez seja o resultado de um processo de associações que exercitei inconscientemente, a partir da conversa entre duas amigas, com as quais divido o prazer dessa incursão que voltei a fazer na vida acadêmica - depois de tantos anos! -, cursando História na realmente especial Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
     As duas, jovens, como todos os meus demais novos amigos, falavam sobre um programa de televisão, The Voice, ou algo semelhante (confesso que nunca vi), sobre a qualidade de alguns concorrentes, diversidade cultural etc. Imagino que, de alguma forma, essa conversa sobre música tenha despertado minhas lembranças e me remetido a Nelson Gonçalves, a voz mais melodiosa que já ouvi.
     'Chão de estrelas' foi composto por Orestes Barbosa e Sílvio Caldas (música), um de seus mais fortes intérpretes. Mas a voz de Nélson Gonçalves ('The Voice', para mim), que também gravou, sempre foi inigualável, exceto por Frank Sinatra.
     Não importa. Esses versos, citados acima, estão no topo da minha lista dos mais incríveis da música popular brasileira, ao lado de "Queixo-me às rosas, mas que bobagem; as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti" e "Ouça-me bem, amor; presta atenção, o mundo é um moinho, vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos, vai reduzir as ilusões a pó", de Cartola, o maior de todos os compositores brasileiros de todos os tempos.
     A dimensão dos versos de Orestes Barbosa, esse outro monstro sagrado da MPB, pode ser medida por uma observação de ninguém menos do que o poeta Manuel Bandeira. Para Bandeira, "tu pisavas nos astros distraída" é o mais belo verso já escrito nessa terra em que tudo dá.
     Abaixo, a letra completa de 'Chão de Estrelas' (só o título já é sensacional!!!), repleta de outros momentos geniais.

"Minha vida era um palco iluminado
E eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões.


Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações.


Meu barracão lá no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou.


E hoje, quando do Sol a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher, pomba-rola que voou.


Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival.


Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional.


A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua furando nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão.


E tu pisavas nos astros distraída
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão".

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O campeão da estupidez

     Nicolás Maduro conquistou hoje, no meu modesto julgamento, o título de o mais estúpido presidente que a Venezuela já teve, em todos os tempos. Apesar de todas as imbecilidades que vinha apregoando desde a morte do seu mentor, eu ainda acreditava que ninguém superaria Hugo Chávez em ignorância, e desfaçatez, pelo menos no nosso vizinho petroleiro. A partir de agora, depois de tomar conhecimento da sua - dele, Maduro - última estultícia, sou obrigado a jogar a toalha retórica e proclamá-lo como o maior energúmeno da política mundial.
     Convenhamos que conquistar esse título não é tarefa fácil. Além de concorrer com o ainda insepulto Hugo Chávez e com a argentina Cristina Kirchner, precisava superar uma aprendiz promissora (Dilma Rousseff) e o grande mago dessa turma de vigaristas políticos, o até então inigualável (pelo menos para mim) Luís Inácio Lula da Silva, autor da teoria sobre os benefícios para o meio ambiente que Terra teria se fosse plana, entre outras descobertas do mesmo teor.
     Maduro atropelou a todos. Já vinha dando demonstrações de que estava se preparando para a arrancada final e decisiva. Suas últimas apresentações indicavam um progresso acentuado no desempenho , nas boçalidades proferidas. A Folha nos lembra algumas mais recentes, como seus - de Maduro, lembrem-se!!! - relatos sobre a aparição de Hugo Chávez, na forma de uma pomba e nas montanhas de Caracas. Há dois ou três dias, criou o Ministério da Suprema Felicidade, algo que nem mesmo os marqueteiros petistas ousaram.
     Hoje, para estupefação geral, apresentou o que seria a foto de nova aparição de Hugo Chávez, nas obras de um túnel que está sendo escavado na capital do país, para construção do metrô. Seria algo como o 'santo retrato', com o rosto do 'pai do povo' esculpido em uma rocha.
     Em qualquer parte de um mundo menos vagabundo e bananeiro, esse senhor seria encaminhado para tratamento médico, ou preso por charlatanismo, não necessariamente nessa ordem. Mas é esse tipo de liderança que está vicejando aqui no nosso continente nos últimos anos. A mais medíocre e desqualificada geração de políticos já produzida.
     Pobre América do Sul.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A máfia e os amigos do rei

     A presença do deputado federal Devanir Ribeiro, do PT paulista, na relação de beneficiários da distribuição de dinheiro feita pelo 'empresário' Olívio Scamatti, acusado pela Polícia Federal de ser o chefão da Máfia do Asfalto, desbaratada em São Paulo, não me surpreende. Ao contrário. Apenas reforça a impressão que ficara desde que esse mesmo personagem, quando ainda era vereador, foi apontado como o recebedor de dólares destinados à campanha do então candidato Luís Inácio Lula da Silva, em 2002.
     Devanir é companheiro e compadres desde os tempos do Sindicato dos Metalúrgicos e seu nome é citado em conversas telefônicas que sofreram escuta autorizada pela Justiça, como destinatário do dinheiro arrecadado pela máfia do transporte.
     A acusação anterior foi feita pelo doleiro Antônio Oliveira Claramunt, conhecido como 'Toninho da Barcelona'. Segundo o contraventor, o PT tinha uma conta secreta no exterior, manipulada por um parceiro do Banco real, não por acaso envolvido - assim como Devanir, Lula e o PT - no esquema de assalto aos cofres públicos que ficou conhecido como Mensalão. Os dólares eram transformados em reais e - segundo o criminoso - entregues no gabinete de Devanir, na Câmara.
     Por algum motivo, a investigação não teve desdobramentos e Devanir acabou se livrando de maiores problemas. Tanto que se elegeu deputado federal. A atual pilantragem ainda está na fase de apuração. O nome do compadre de Lula, segundo nos conta o Estadão, aparece em uma planilha de gastos com suborno e/ou financiamento de campanhas, tendo ao lado a anotação referente a uma 'doação' de algo em torno de R$ 100 mil, quantia até certo ponto módica, se comparada aos US$ 50 a US$ 100 mil que passariam regularmente pelas mãos de deputado do PT no ano da primeira eleição de Lula, de acordo com o denunciante.