domingo, 25 de dezembro de 2011

Forca ou pedradas?

     Às entidades que vivem para os direitos humanos - ou deles, como muitas que gravitam em torno do poder: a Folha destaca hoje que à irianiana Sakineh Astiani resta apenas a opção entre ser executada na forca ou a pedradas. Seu crime, segundo os aiatolás que subjugam o paí mantendo-o nos limiares da idade das trevas, foi ter cometido adultério.
     É isso mesmo: no Irã que pretende construir uma bomba atômica, mulheres continuam sendo condenadas à morte por variarem de cama. Para minimizar o absurdo da pena, os juízes desse monumento à estupidez alegaram, mais tarde (seu julgamento foi realizado em 2006), que ela também participara do assassinato do marido, o que foi negado até mesmo por um filho do casal. Astiani já purgou parte da pena que recebeu: 99 chibatadas, executadas na frente do filho.
     Como o Irã é dominado por uma classe religiosa que interpreta o Corão com a literalidade dos fanáticos, não há muitas chances de a morte ser revogada, apesar de o julgamento ter sido realizado com evidentes distorções, uma delas lembrada pela Folha: ela fala azeri, e tudo foi executado no idioma farsi.
     Uma farsa.

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