domingo, 25 de dezembro de 2011

2011 não deveria ter começado

     Foi um ano para jogar no lixo. Nunca, jamais, na história desse país - para quem está com saudades dessa bobagem dita e repetida pelo ex-presidente Lula, sob os olhares e ouvidos condescendentes da trupe amestrada que gargalhava a cada batatada retórica do menos preparado presidente de toda a Republica brasileira - houve tantos escândalos nas três esferas do poder, coincidentemente.
     Não tenho dúvidas que nada vai superar, em pilantragem, o Mensalão. Mas, talvez por sua dimensão exorbitante, esse episódio melancólico dominou o cenário político-policial quase sozinho. É bem verdade que envolveu, diretamente, dois dois poderes da Nação: o Executivo (corrompedor, no mínimo) e o Legislativo (corrompido).
     Mas nem mesmo a pessoa mais cética poderia imaginar que o primeiro ano do Governo Dilma Rousseff nos reservasse esse mergulho na mais sinistra realidade. Seis ministros demitidos por corrupção, alguns pares de congressistas envolvidos até a alma em atitudes deletérias e o Judiciário vivendo uma das mais sérias crises de identidade e dignidade do seu longo percurso.
     A guerra declarada entre os diversos ramos da mesma árvore jurídica apequenou o país, já pisoteado pela indignidade dos atos de corrupção que atropelaram até mesmo uma ideia honesta, as tais Organizações Não-Governamentais (ONGs), que passaram a se servir e a servir seus parceiros com o dinheiro público.
     É inconcebível que magistrados da mais alta Corte, o STF, estejam envolvidos em disputas e denúncias do Conselho Nacional de Justiça, órgão corregedor (fiscalizador). Assim como é absolutamente triste verificar que juízes corregedores usam seus cargos para protagonizar cenas lamentáveis de desrespeito à Constituição.
     2011, sem dúvidas, deveria ser um ano que não deveria ter sequer começado no Brasil.

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