quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

STF começa a sepultar o Mensalão

     O que se intuía, há algum tempo, começa a tomar forma. Ao admitir, em entrevista ao Grupo Folha, que réus do Mensalão - o maior escândalo da história recente brasileira - poderão ter suas penas prescritas antes mesmo do fim do julgamento, o ministro Ricardo Lewandovski, do Supremo Tribunal Federal, apenas, verbaliza o temor que atingia a sociedade digna desse país.
     Suas justificativas são as mais pueris, no meu entender: não haverá tempo hábil para ele apreciar o relatório do seu colega, ministro Joaquim Barbosa, que sequer ficou pronto. Lewandovski acena com a necessidade de ler mais de 130 volumes e 600 páginas de depoimentos e, segundo a Folha, encerra a observação com uma frase de efeito, sem dúvida: "Não posso condenar um cidadão sem ler as provas".
     É verdade, ministro. Seria um absurdo. Mas pode facilitar a prescrição do crime, absolvendo, de fato, a quadrilha que assaltou os cofres públicos na ânsia de perpetuar um esquema de corrupção capaz de sustentar os projetos petistas de poder. Se havia problemas na elaboração do relatório (Joaquim Barbosa vem sendo afetado por constantes problemas físico), por que nada foi feito?
     Vai prevalecer a aposta feita desde o início pelos 38 quadrilheiros indiciados: explorar as brechas legais à exaustão, para empurrar ao máximo o processo. Foi o que aconteceu, com a aquiescência da Corte. Um dos recursos bem-sucedidos, segundo admite Lewandovski, foi a inclusão de todos os acusados no mesmo processo, independentemente de eles terem direiro a foro especial. Todos sabiam que essa manobra se destinava a provocar atrasos, mas ela foi aceita pelo STF, que coonestou a vigarice.
     Seis anos depois de anunciado ao país, o crime continua praticamente impune, exceção às cassações do ex-ministro da casa Civil de Lula, José Dirceu (PT), e do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), o homem que deflagrou a crise e que foi defendido até o último momento pelo Palácio do Planalto, ao qual tinha acesso livre.

2 comentários:

  1. Tanta roubalheira que a poeria escondida,antes,embaixo do tapete do congresso,já nem consegue ficar imune ao chão..tudo de podre (quase tudo) está saindo e flanando por aí...e a justiça está deixando de ´´tardar`` pra data de longo prazo indefinido..dizem que o pior cego é aquele q não quer ver..correto. O ministro Lewandovski é um deles..

    ResponderExcluir
  2. Os acusados apostavam no tempo, Patrícia. Para ficarem livres da cadeia e do julgamento da população, que esquece tudo com muita facilidade.

    ResponderExcluir