Essa lastimável Era Lula, prestes a completar doze anos, tem,
ao menos, uma grande obra para legar à posteridade. Nunca, jamais, em tempo
algum, um governo – nem mesmo o mais violento deles, o do general Garrastazu
Médici – conseguiu retirar, da população, o encanto de festejar a Seleção Brasileira
de futebol plenamente.
Não quero dizer, com isso (seria uma tolice!), que o brasileiro
deixará de torcer pela vitória da equipe, pela conquista do Mundial. É evidente
que os resultados serão comemorados. Mas o País não se vestiu de verde e amarelo,
não teve suas ruas e casas enfeitadas, como em todas as últimas ocasiões
semelhantes.
Há bolsões festivos, espalhados. Assim como há
carros enfeitados com bandeirolas. Mas não há o clima que seria de se esperar
em uma ocasião como essa, quando sediamos uma Copa do Mundo. A população, com
sua reticência, está exibindo não a contestação de Neymar e companhia, mas,
sim, sua insatisfação com os atos de dirigentes que ela, população, já não
aceita.
A fórmula barata, populista e demagógica do
pão e circo parece ter se esgotado, o que, em tese, comprovaria o
amadurecimento da nação. O tiro imaginado em 2007, quando o governo Lula
investiu na candidatura brasileira, acertou o pé de quem imaginava poder
comprar o inconsciente coletivo e conquistar com facilidade mais um par de anos
de poder.