terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A morte ignora fronteiras

     Não há praticamente um dia, sequer, sem notícias de tragédias no Oriente Médio, certamente a região mais conturbada e explosiva do mundo. Um Oriente Médio 'expandido', que engloba informalmente - pelas grandes afinidades políticas, culturais e especialmente religiosas (predomínio do islamismo) - países do Norte da África, como Marrocos e Tunísia, e os também conturbados Afeganistão e Paquistão.
      Na Síria, ainda dominada pelo ditador Bashar al-Assad, o noticiário dos nossos principais jornais e revistas expõe a realidade de um país destroçado pela violência de um governante que só se mantém vivo graças ao uso da força extrema contra seu próprio povo. Só de ontem para hoje, nos conta a Folha, foram mais de 50 mortos em confrontos com falanges governistas.
     Ao longo dos últimos meses, a Síria contabilizou mais de quatro mil pessoas mortas pelas forças oficiais, enviadas para eliminar manifestações por liberdade. Balas reais contra ativistas políticos desarmados. Sem contar as dezenas de milhares de prisões arbitrárias, tortura e execuções não registradas formalmente. É, sem dúvida, um exemplo de genocídio.
     O mundo, no entanto, não está muito ligado nesse drama, como esteve quando das revoluções bem-sucedidas no Egito (até certo ponto) e na Líbia. A crise econômica europeia assusta mais do que as tragédias desses lugares. Nem mesmo a teoricamente poderosa e influente Liga Árabe tem conseguido sucesso na mediação do conflito sírio. O ditador ainda de plantão continua matando e empurrando o conflito para a frente, na expectativa de dobrar os insurgentes e seus antigos parceiros.
     Paralelamente a essa tragédia diária, a luta entre ramos da mesmo vertente religiosa, o islamismo, provocou mais um dia de luto no Afeganistão. Dois atentados a bomba causara a morte de 54 pessoas em dois santuários xiitas. A morte pela morte, em nome de um profeta que pregava a paz.

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