sábado, 25 de abril de 2015

A caminho do cadafalso

     Parece – infelizmente, apenas parece, mas já é um alento – que, afinal, a blindagem em torno do ex-presidente Lula começa a ser destroçada, no rastro dos últimos escândalos envolvendo o Partido dos Trabalhadores, em especial o assalto aos cofres da Petrobras. Se o país estiver, de fato, começando a dar a volta por cima dessa fase lastimável da vida pública, é bem provável que esse processo leve ao sepultamento político de um dos mais nefastos exemplares de demagogo, populista e estelionatário ideológico já surgidos ao longo de todos os nossos tempos.
     A grande janela que se abre para passar a limpo nossa história recente passa pelas investigações resultantes da Operação Lava-Jato. Como nos antecipa a revista Veja que chegou hoje às bancas, um dos grandes empresários presos estaria a ponto de formalizar denúncias que já alinhavou em uma espécie de caderno de memórias que vem sendo escrito na cadeia e que apontam diretamente para o ex-presidente.
     Parte dessas memórias chegaram à redação da revista e, se confirmadas formalmente, serão suficientes para arrastar Lula definitivamente. Segundo a revista, o empresário relacionou as várias vezes em que foi solicitado a dar uma ‘ajuda financeira’ ao amigo íntimo, entre elas a reforma completa de um sítio no interior paulista e apoio financeiro à ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, a sra. Rosemary Nóvoa, apontada como muito íntima do ex-presidente. Com dinheiro do assalto à Petrobras, é evidente.
     Até pouco tempo, esse tipo de denúncia ficava limitado a grupos de adversários do ex-presidente e poucas vezes tinha a repercussão que merecia. No Mensalão, por exemplo, praticamente passou em branco a notícia de que Lula estava presente no episódio em que o partido do seu vice, José Alencar, foi comprado, em dinheiro vivo. O país engoliu a versão risível de que Lula estava na sala e a tramoia aconteceu no quarto da sala usada para a pilantragem.
     Também não foram levadas em conta as denúncias que surgiram de depoimentos do publicitário Marcos Valério, que teria participado de reuniões com o ex-presidente, no Palácio. É verdade que Valério só teria se disposto a falar depois de condenado e suas revelações foram atribuídas ao desespero de um condenado.
     O caso da ex-chefe de gabinete Rosemary Nóvoa também foi abafado, como se fosse algo pessoal, uma mera pulada de muro de Lula, quando, na verdade, envolvia uso de dinheiro público e uso do ‘prestígio’ adquirido nesse relacionamento para atividades ilícitas.Pressionada, presa e processada, Rosemary ameaçou falar, mas foi contida, na época, segundo confirmado agora, pela ajuda do empresário amigo do poder.
     O ex-presidente também saiu razoavelmente ileso da denúncia de que foi um agente do Dops, durante a ditadura militar. Poucas pessoas tiveram conhecimento ou deram a dimensão real às histórias contadas pelo ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, que colocam Lula no papel de uma espécie de ‘cabo Anselmo do ABC’. Qualquer outro político, em qualquer parte do mundo, teria sucumbido a um fato tão devastador como esse. Lula sobreviveu.
     Assim como sobreviveu à afirmação, de um ex-correligionário, fundador do PT, como ele, de que teria protagonizado atos deletérios (que eu me reservo o direito de não explicitar) durante os 30 dias em que esteve preso no Dops, por liderar greves no ABC.
Tudo isso aconteceu – excetuando o escândalo da Petrobras – em momentos favoráveis, politicamente, a Lula. Não é o que acontece hoje. Embora ainda mantenha parte do inegável carisma que o alçou à condição de político mais importante do país, Lula está sofrendo os efeitos do irreversível desgaste do PT e da devastação da Petrobras produzida por seus asseclas.

     A couraça está visivelmente rachada. Seu futuro imediato está nas mãos de um empresário desesperado, que talvez esteja usando os últimos trunfos para escapar da prisão, algo que Marcos Valério não soube fazer e, por isso, está purgando 40 anos de cadeia. Hoje, nem mesmo os ‘exércitos’ de Stédile e dos dirigentes da CUT seriam capazes de impedir o fim trágico de um homem que conspurcou o cargo que ocupou.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Pela democracia

     Uma notícia relativamente curta, num canto em uma das duas páginas de O Globo destinadas ao noticiário internacional, é o exemplo mais acabado de como usar a democracia para vilipendiá-la. O Congresso venezuelano acaba de aprovar, por instância do Governo desse inescrupuloso e boçal Nicolás Maduro, uma modificação na legislação eleitoral, alterando a representatividade de determinadas regiões.
     Em síntese, seria como dar a Roraima o direito de eleger mais deputados do que Minas Gerais, por exemplo. Com um detalhe: desde que Roraima fosse comprovadamente governista, é claro. É a essência do casuísmo vagabundo, da pilantragem bolivariana tão do agrado dessa lastimável geração de políticos que governa o Brasil há doze anos e quase quatro meses.
     Maduro, embora estúpido e ignorante, sabe que perderá, em termos absolutos, a próxima eleição, ainda indefinida. Assim como perdeu a última. E está se preparando para manter o poder no Congresso, manipulando a realidade e agredindo a decência, como bom seguidor de Hugo Chávez, o ainda insepulto coronel de opereta bufa que ele, Maduro, costuma vislumbrar esvoaçando pelo palácio ou flanando nas nuvens.
     É uma tática muito semelhante à adotada em outras republiquetas sul-americanas, como as argentina e peruana, em especial, alicerçadas sobre a mais repugnante soma de populismo, demagogia e corrupção.
     Qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência. Ao contrário. A ‘fórmula’ levada ao extremo pelo governo venezuelano está presente no imaginário e prática dos nossos atuais detentores do poder. Impossibilitados de dominar o país apenas pela força, os ‘bolivarianos’ de vários matizes têm se esmerado no processo de solapar as instituições, comprando apoios e aparelhando todas as instâncias de decisão.
     É o que o PT vem fazendo sistematicamente. Eleito democraticamente, vem devastando e corrompendo nossas instituições, através de subornos e da compra formal de consciências, mediante a oferta de cargos e/ou do pagamento em espécie. 




quinta-feira, 23 de abril de 2015

O tempo como aliado

     Dois senadores do PT (é claro!), envolvidos de algum modo no escândalo da Operação lava-Jato, defenderam uma tese que se enquadra perfeitamente no estelionato retórico que todos os bandoleiros e assemelhados vêm repisando sistematicamente: com a divulgação do inacreditável balanço da Petrobras, com a explicitação do volume do assalto, tudo estaria encerrado. “É hora de virar a página”, disse um deles, com a desfaçatez que é comum à turma companheira.
     Segundo a teoria petista, a questão dos quase R$ 45 bilhões de perdas da empresa (R$ 6, 2 bilhões roubados) está encerrada e que a hora é de retomar o crescimento da empresa. Como se a responsabilidade pelo descalabro não fosse exatamente do governo e, por consequência, do próprio partido, que loteou e estuprou nossa maior estatal.
    Essas pessoas, por palavras e atos, são basicamente indecentes. Olham para a Nação e imaginam que é composta por imbecis, sempre abertos a engolir sua vigarice, sem depurar. São, também por isso, ainda mais deploráveis, pelo reducionismo de seus discursos e propostas, que seguem a cartilha emanada pelo ex-presidente Lula, o grande mistificador.
     A julgar pela reação da majoritária parcela digna dessa Nação, a tática vagabunda da mentira repetida à exaustão está condenada. As bravatas, os engodos e cambalachos exauriram a reserva de apoio que esse esquema de poder amealhara ao longo dos primeiros anos de governo. A mera distribuição de benesses já não garante a adesão das massas menos informadas.

     O PT não levou em conta que há um limite para tudo. O país cansou de ser agredido pela infâmia de dirigentes corruptos e corruptores. E ainda estamos vivendo o limiar das investigações sobre a devastação que essa ‘Era Lula’ causou. O tempo, ao contrário do que aconteceu na série impressionante de escândalos anteriores (destaque para o Mensalão), não é um aliado dos criminosos. Ao contrário. A continuidade das investigações vai selar o fim dessa quadra infeliz da nossa história.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

FHC e o impeachment

     Acho que está havendo muita 'marola' na exploração das declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (em quem votei duas vezes, quero deixar bem claro) sobre a oportunidade do movimento pelo impedimento imediato da ainda presidente Dilma Rousseff. Essa polêmica só ajuda a turma do Governo.
     Levar a investigação da roubalheira petista e assemelhada na Petrobras até o fim, com absoluto rigor, naturalmente provocará o impeachment. Hoje, na situação política na qual vivemos, o processo corre o risco de submergir.

     Não é o caso, acredito, de 'deixar sangrar' e acabar morrendo na praia, como aconteceu no lastimável Mensalão do deplorável Governo Lula. Entendo que FHC defenda um investimento maciço nas investigações, para garantir que essa gente não escapará, dessa vez.

domingo, 19 de abril de 2015

Quando o crime 'compensa'

     Assistindo a um dos raros programas realmente interessantes da tevê (aberta ou fechada, tanto faz ...), com exceção das séries, me descobri concordando com um dos debatedores, o que é raro. Eu sei que sou extremamente crítico e tendo a discordar de quase tudo e todos, a princípio. Segundo ele – não lembro o nome, infelizmente -  por mais esdrúxula que seja, a explicação para o fato de esse lastimável governo ainda não ter acabado (o adjetivo é meu) está, justamente, na avalanche de escândalos. É isso mesmo: Dilma Rousseff ainda é presidente porque seu Governo é um dos mais desastrosos e envolvidos em corrupção e descalabros de toda a história brasileira.
     Essa lógica, que poderia ser considerada tortuosa, tem sua razão de ser.  Ao contrário do que aconteceu no Mensalão – um assalto específico aos cofres públicos que foi quase totalmente destrinchado pela Polícia Federal e pela Justiça -, não há, hoje, ‘apenas’ um caso tenebroso sendo avaliado pela Justiça. Muito pelo contrário. São diversos casos de pura devassidão, atravessando os mais diversos escalões desse aparato petista que está à frente da Nação.
     A roubalheira na Petrobras é tão-somente uma ramificação de uma gigantesca teia de assaltos, desvios de dinheiro público, contratos irregulares, corrupção. O Estado brasileiro capitaneado pelo Partido dos Trabalhadores está se mostrando essencialmente depravado. E essa depravação generalizada dificulta a absorção pela população, que não tem tempo de racionalizar uma bandalheira específica, pois há sempre outra atropelando a anterior.
     É evidente que, em algum momento, o cerco estará fechado sobre determinadas pilantragens, as mais evidentes, pelo menos. E, aí, nesse momento, o governo cairá de podre. A única chance de sobrevivência está no incremento da estroinice, através da manipulação do Congresso e do aparelhamento total da Justiça, projetos em andamento, sim, mas que podem não surtir o efeito imaginado.
     No caso da Justiça, em especial do STF, a atuação dos ministros Joaquim Barbosa e Luiz Fux no julgamento do Mensalão do Governo Lula, por exemplo, evidenciou a independência de magistrados colocados no STF pelo PT. É o que o País espera do último indicado e do candidato atual, ainda à espera da sabatina do Senado.

     De qualquer modo, o volume de vigarices é tão assustador que dificilmente passará incólume, ao fim, embora contribua para postergar o encerramento dessa era lastimável da nossa vida pública. 

segunda-feira, 13 de abril de 2015

A presidente e os cabides


     Esse é pequeno retrato do Brasil dessa era lastimável iniciada há doze anos e três meses: uma presidente que atira cabides em uma 'companheira empregada' que não guardara 'direito' seus vestidos; recebe o troco na hora; demite a 'trabalhadora'; e mais tarde, em função das eleições, suborna a tal ex-auxiliar (um apartamento, emprego novo e uma bolada, em dinheiro vivo!) para que guarde segredo. A história está na coluna do Noblat de hoje, em O Globo, e não foi desmentida.
     Embora deplorável, o 'incidente' é uma espécie de roubo de galinheiro, perto do Mensalão e do atual assalto à Petrobras. Não surpreende que ela continue conspurcando o cargo que ocupa!


quinta-feira, 9 de abril de 2015

A sujeira continua

     Nossa presidente continua firma na sua proposta de reescrever os fatos. Hoje, em uma solenidade aqui no Rio de Janeiro, saiu-se com essa pérola: “A Petrobras já limpou o que tinha que limpar”. Como se a desratização fosse o resultado de iniciativa própria, e não o produto das descobertas estarrecedoras resultantes da Operação Lava-Jato. Repetiu, com outras palavras, o discurso mambembe de ontem, sobre a o volume de prisões realizadas em seu Governo, esquecendo de citar que a bandidagem fazia e, em alguns casos, continua fazendo parte de seu círculo mais próximo.
     Menos, presidente. Anda há muita sujeira a ser varrida, apesar dos esforços oficiais para cercear as investigações, segundo indicam os desdobramentos do que parecia ser um caso menor, envolvendo um par de meliantes comuns. A devastação produzida na Petrobras pela quadrilha liderada por petistas e assemelhados está sendo destrinchada progressiva e metodicamente pela Justiça e Polícia Federais.
     Mal tivemos informações sobre as duas ou três delações premiadas. Há mais uma dezena sendo formatada, ampliando, em muito, o raio de ação e o número de envolvidos nesse que é o maior escândalo (em números absolutos) da nossa história política. O relativo silêncio dos jovens procuradores que investigam o caso não deve ser confundido com o esgotamento das evidências do assalto institucional aos cofres públicos.
     Ao contrário. A equipe coordenada pelo juiz Sérgio Moro tem sio absolutamente disciplinada e minuciosa. Suas decisões são o resultado de meses de um trabalho cirúrgico, irrepreensível, que só acusa quando não há mais a menor dúvida sobre a responsabilidade criminal. As próximas semanas nos reservam muitas emoções, independentes da vontade ou dos discursos marqueteiros da turma do Planalto.
     E só para não deixar passar: a ex-presidente da Petrobras, Graça Fortes, está incluída no lixo que a presidente Dilma afirmou ter sido varrido da empresa?


quarta-feira, 8 de abril de 2015

Sem leniência com bandidos

     Os acordos de leniência que o governo está fazendo tudo para patrocinar com as empresas envolvidas no assalto à Petrobras representam um acinte, sou obrigado a insistir. A proposta é tão indigna que está recebendo críticas de todos os escalões. Não dá para disfarçar o objetivo principal: fechar a boca dos empreiteiros com maços de dinheiro, interferindo diretamente nas investigações da operação Lava-Jato.
     Se houvesse alguma dúvida sobre a indecência que essa gente supõe estar oculta, bastaria alinhar os petistas escolhidos para compor mais essa força-tarefa da empulhação. Em outros tempos, seria mais fácil empurrar essa pilantragem pela garganta da população. Em dias de desprezo pelos atuais governantes, como os que estamos vivendo, é uma tentativa destinada ao fracasso.

     E não há conchavo com o PMDB que dê jeito. 

terça-feira, 7 de abril de 2015

Uma cartola esfarrapada

     O modelito vermelho-PT foi retumbantemente abandonado. Nossa presidente renovou compulsoriamente o guarda-roupas. Ela e seus marqueteiros sempre de plantão sabem que Dilma Rousseff precisa desesperadamente se afastar da imagem que colou definitivamente no seu partido e nos asseclas. PT, hoje, para a imensa maioria do povo brasileiro, rima com roubalheira. A paciência e a tolerância terminaram, afogadas no lamaçal que surgiu em torno da Petrobras.
     Mudou a indumentária, mas a vigarice retórica continua a mesma, talvez um pouco inflada, em função da necessidade premente de reverter o quadro que está inviabilizando o governo e abrindo espaços para o impedimento da presidente e para o fim do PT como partido.
     A estratégia atual é tentar sacar coelhos de uma cartola de mágicas, como se ela, a cartola, ainda estivesse intacta, e não esfarrapada, como está. A presidente, tão refratária a aparições, virou figurinha fácil na tal mídia que ela e seus companheiros lutam para subjugar. Todos os dias há uma solenidade qualquer, algum projeto requentado, uma fantasia destinada a engabelar a distinta plateia.
     A marquetagem, no entanto, parece não estar dando certo, ao contrário de ocasiões passadas. A quebra de todas as promessas e afirmações feitas na campanha eleitoral e a divulgação da roubalheira na Petrobras devastaram o capital de apoio ao governo. A presidente está desmilinguindo, refém de suas próprias limitações e incoerências. Seu fiador e criador, o ex-presidente Lula, entrou num processo de desgaste que tende a ser irreversível.
     Foi-se o tempo em que Lula mentia, desmentia e voltava a mentir impunemente, como aconteceu no Mensalão. É evidente que ele ainda é um protagonista de peso na lastimável política brasileira – por lastimável que ela é. Mas o seu desaparecimento estratégico do noticiário é um indicador bem forte do esvaziamento de seu prestígio junto às classes menos favorecidas e informadas. Suas bazófias – como convocar o exército do MST – não impressionam mais. Apenas ampliam a dimensão de seu desespero, expõem o seu ridículo.
     Ontem, a presidente afirmou que luta para salvar a Petrobras, fingindo não saber que a empresa foi arrasada por ela e seu grupo. Hoje, volta à carga, pregando decência nas redes sociais, corrompidas pelos militantes profissionais, a maioria paga com nosso dinheiro.
     Se ainda houvesse alguma dúvida quanto ao pavor que tomou conta do Planalto, essas duas aparições seriam suficientes para demonstrá-lo.




segunda-feira, 6 de abril de 2015

A operação 'lavagem cerebral'

     Agora é oficial: o PT está trabalhando formalmente para dar uma ‘mãozinha’ às empresas envolvidas no assalto aos cofres da Petrobras. Seus líderes – o tal do Sibá Machado, aquele que ‘vislumbrou’ o dedo da CIA na Operação Lava-Jato, é um deles!!! – estão pressionando o Ministério da Fazenda, brandindo o argumento da necessidade de manutenção das obras. Eles acham que é mais um ‘golpe de mestre’: salvam os parceiros e evitam, assim, que as delações premiadas assumam proporções ainda mais catastróficas. Para eles, é claro.
     É mais uma demonstração do inesgotável potencial de vigarice ideológica da turma companheira, que assalta os cofres públicos há doze anos (os escandalosos Mensalão e Petrolão, entre outros menos volumosos, estão aí, para não deixar dúvidas) e não se ‘avexa’ de continuar posando de proba.
Essa tem sido a postura petista ao longo dos anos. Sempre que pegos em alguma pilantragem – e foram muitas – seus representantes tentam, primeiramente, negar. Em seguida, com o suporte de consciências e teclados pagos com nosso dinheiro, partem para desclassificar seus acusadores e atribuir tudo a uma tentativa de golpe “deles”, mesmo sabendo perfeitamente que todas as denúncias, em todos os escândalos, partiram de seus asseclas.
     E não distinção entre os arautos da vigarice retórica. O ex-presidente Lula, o mais medíocre e ignorante de toda a nossa história republicana (ele mesmo faz questão de se anunciar como analfabeto ...), é um especialista em dizer, desdizer, mentir. A atual presidente, Dilma Rousseff, sem o ‘brilho’ de seu antecessor e mentor, não fica atrás.
     Hoje mesmo, ao empossar o novo ministro da Educação, não ficou sequer ruborizada ao afirmar que a recuperação da Petrobras é prioritária para ela. Logo ela, que teve a empresa sob seu comando direto durante toda essa fase de assaltos, protagonizados, justamente, pelo PT e outros partidos menos votados da base, segundo as investigações realizadas pela Polícia Federal e pela Justiça Federal do Paraná.
     Felizmente, ao que tudo indica, o Brasil cansou dessa gente.
   

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A caminho do limbo

     Nada do que o ex-presidente Lula faça, diga ou deixe de dizer ou fazer jamais me surpreende. Ele me remete a um psicopata clássico, daqueles de série de tevê, sem um traço sequer de superego, fato que o deixa livre, leve e solto para navegar no mundo da hipocrisia, da mentira, da corrupção de valores. Lula sempre foi isso que é hoje em dia. Alguém capaz de tudo, literalmente, por não ter entraves morais, e que foi bafejado por contingências especiais que o transformaram no principal líder brasileiro.
     Para o bem do povo e felicidade geral da Nação, isso está mudando. Ele ainda é, sem dúvida, uma referência para as camadas mais simples e ignorantes, que se identificam com o imigrante analfabeto que chegou ao mais alto posto do país. E para uma elite corrompida intelectual e moralmente. Mas já não assusta. Pelo contrário. A cada nova descoberta de uma canalhice petista, sempre com o seu aval, mais ele caminha para o limbo.
     Os artifícios retóricos que usa em profusão cansaram, por gastos e repetitivos. As encenações perderam a graça. O suor escorrendo pelo corpo apenas passou a provocar asco. Lula está derretendo politicamente, desgastado pelo acúmulo de inconsistências. O que ainda me surpreende, sim, é o fato de ele ainda continuar sendo apoiado por pessoas que se dizem libertárias, mesmo sabendo de seu passado como informante do Dops, fato denunciado pelo seu (dele) ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, e nunca desmentido.
     O que ainda me assusta é esbarrar com mulheres que ignoram o comportamento deletério do ex-presidente, absolutamente desprovido de respeito com o sexo feminino. As ‘viuvinhas’ do Sindicato dos Metalúrgicos, à época em que ele era da diretoria e fazia ‘assistência social, que o digam. O que me deixa angustiado é ser testemunha da passividade dos movimentos contra a discriminação de gênero em relação ao notório preconceito embutido nas ‘piadas’ e ‘brincadeiras’ sobre o tema.
     A defesa que fez, ontem, dos companheiros envolvidos no assalto à Petrobras tem uma grande dose de autodefesa. Ele sabe que, em algum momento, o lamaçal vai chegar nele, diretamente.  Dessa vez, não haverá saída, como no Mensalão. A maioria da população, como indicam pesquisas divulgadas recentemente, tem a convicção de que ele, Lula, estava envolvido no esquema de assalto aos cofres da nossa maior empresa, ao lado de toda a cúpula partidária.
     O PT, hoje, é sinônimo de corrupção, desvio de verbas, mentiras. Essa realidade desarmou militantes sinceros, retirando do partido a força que vinha naturalmente das ruas. Sem o ‘bolsa-manifestação’, o PT não consegue encher sequer pracinhas com coreto. A ameaça de recorrer ao ‘exército’ do MST foi apenas um episódio que demonstrou não força, mas desespero. Aos poucos, a cada nova delação premiada, Lula e seus seguidores vão perdendo lastro, respeito, virando motivo de chacotas constantes, piadas nas redes sociais, processos criminais ao redor do mundo.
     Torçamos para que a agonia dessa geração marcada pela devassidão não provoque danos ainda maiores ao país.