sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

'Caras marcadas'

     Veja nos informa que o PT está planejando realizar passeatas de apoio ao governo dois dias antes das manifestações de protesto que estão sendo programadas em todo o país. Tem todo direito. Uma democracia vive de embates ideológicos, do contraditório. Tenho a mais absoluta certeza que não haverá qualquer distúrbio, agressões ou impedimentos por parte dos opositores do atual governo.
     Temo, no entanto, que não haja ‘clima’ para tais manifestações. O procurador-geral da República, o ameaçado Rodrigo Janot, deve liberar em breve a lista de políticos envolvidos na escandalosa roubalheira registrada na Petrobras. Uma lista na qual devem despontar nomes emblemáticos do PT e de seus aliados, com algumas exceções vindas de partidos oposicionistas, o que confirmaria a regra.
     Dependendo do estrago, as tais passeatas estarão fadadas ao mais devastador fracasso. Só mesmo militantes do estilo ‘porta da ABI’ teriam ‘estímulo’ para ir às ruas defender quadrilheiros. Exatamente os mesmos que até hoje incensam criminosos condenados, como o ex-ministro José Dirceu e os ex-deputados João Paulo Cunha e José Genoíno. 
     Seriam passeatas de ‘caras marcadas’, nada mais do que isso. Talvez uma dúzia de ‘intelectuais’ dependentes das bolsas governistas, gente que sobrevive de financiamentos companheiros.
     E antes que me incluam entre os que pregam o impeachment da presidente Dilma Rousseff: defendo, sim, em qualquer circunstância, que tudo seja investigado, sem partidarismos. Costumo dizer que, para mim, bandido não tem matiz ideológico.




quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O País exige a verdade

     “Outro tema que muito se falou é a questão de cartel. Espero que possamos aprofundar esse debate. Não há nada mais cartelizado no mundo do que a questão do petróleo. Nenhuma agência de risco, economista conseguiu prever a queda do preço do barril do petróleo. Há uma ação geopolítica de interesses muito fortes no qual Petrobras é muito importante nisso tudo”.

     A declaração acima foi perpetrada pelo relator da CPI que, teoricamente, vai apurar a roubalheira petista e de assemelhados na Petrobras, deputado Luiz Sérgio, do PT do Rio de Janeiro. Já podemos, desde agora, antever o que esse senhor irá fazer. Notem bem: ele já começa falando de cartel, de ação geopolítica. Certamente está colocando em prática o projeto destinado a enterrar a investigação, através do desvio de caminhos.
     Ninguém, com um mínimo de discernimento, desconhece que há manobras, sim, no mundo da economia global, luta de interesses, golpes abaixo da linha da cintura. Nada disso é novidade. A questão não é essa, e esse deputado sabe. O Brasil quer saber quem roubou e a mando de quem. Simples assim.
     Não interessa que as doações feitas pelas empreiteiras amigas tenham sido realizadas ‘dentro da lei’, com recibo. O problema é outro, e esse deputado sabe, sim. As doações ‘legais’ foram feitas com dinheiro roubado, através de um esquema protagonizado pelas lideranças petistas, segundo quase uma dúzia de delações que serão premiadas com penas mais brandas para os delatores.
     Aliás, o senhor Juiz Sérgio deveria ter se declarado impedido de aceitar a indicação, pois admitiu que sua campanha foi irrigada com dinheiro dos quadrilheiros empresariais. “Mas foram doações formais, declaradas”, argumentam alguns vagabundos retóricos. Mais uma vez: o dinheiro doado legalmente era fruto de um assalto institucional aos cofres públicos.
     No caso do PT, pelo menos US$ 200 milhões originaram-se desse assalto que, em tese, estaria imune a investigações, ao contrário do que aconteceu no Mensalão do Governo Lula, até então o maior roubo já ocorrido no país. A bandidagem não imaginava que o golpe seria desvendado por um juiz do Paraná, quase por acaso, graças às confidências do doleiro petista, o homem encarregado de fazer o meio de campo, administrar a roubalheira.
     Ele, Luiz Sérgio, sabe de tudo isso. Assim como o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff e seus acólitos. Tudo o mais é mero exercício diversionista, cortina de fumaça. Não há chance de esse escândalo estratosférico cair na vala comum. Não há exército sem-terra que impeça o andamento das investigações e os consequentes julgamentos.

     A época das bravatas e da pilantragem de Lula e seus assemelhados já passou. Há uma expectativa imensa na sociedade, que quer, sim, que as investigações cheguem ao âmago da questão, aos grandes responsáveis por mais essa agressão à dignidade do País.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Bravatas e boçalidades

     O mais medíocre, ignorante e mentiroso presidente que o Brasil teve em toda a sua história republicana continua atacando a dignidade nacional, com suas bravatas e boçalidades retóricas. Calado durante muito tempo - desde que seu ‘relacionamento’ com a senhora Rosemary Nóvoa Noronha (ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo e envolvida em pilantragens sob investigação), financiado pelos cofres na Nação, ficou público -, Lula ressurgiu em grande estilo.
     Ontem, no Rio, durante um ato que se pretendia como defensor da Petrobras, o ex-agente do Dops durante a ditadura (segundo denúncia jamais desmentida do ex-secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, Lula era uma espécie de ‘cabo Anselmo do ABC’ (*)) ameaçou o país com o uso das milícias armadas do MST, que estariam prontas a garantir o cargo da presidente Dilma Rousseff, ameaçado pelos desdobramentos do assalto à nossa maior empresa.
     Enquanto o homem que aproveitava o cargo de diretor para “cantar as viuvinhas do Sindicato dos Metalúrgicos” (segundo suas próprias afirmações, em entrevista à revista Playboy) exibia sua verborragia no auditório da desmoralizada ABI, na rua, uma tropa de choque paga pelo PT distribuía pancadas em quem ousava se manifestar contra a dilapidação do patrimônio, bem ao estilo bolivariano, admirado por essa estrutura de governo corrupta e corruptora.
     Esse é o retrato mais próximo do lastimável momento que estamos passando. Estupidez e violência em todas as esferas, tendo como pano de fundo a avassaladora corrida às riquezas nacionais, algo que vem ocorrendo há doze anos e dois meses, como parte de um vagabundo projeto de perpetuação no poder, a qualquer custo, atropelando as leis, comprando consciências e teclados, corrompendo as instituições.

     (*) Essa imagem é minha, e não do autor da denúncia.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Ladrões e covardes

     Eu ainda não era repórter (dividia meu tempo entre uma agência bancária, onde trabalhava de dia, e o curso de jornalismo, que frequentava à noite) quando o estudante Edson Luís foi assassinado aqui no Rio, no início de 1968. 
     Mas já estava no O Jornal (onde comecei a estagiar exatamente no dia 8 de outubro de 68) no ano seguinte, cobrindo as manifestações que marcaram o aniversário da sua morte.      Um crime que simboliza até hoje um momento tenebroso do nosso país e que mereceu nossa justa revolta. Edson tinha 16 anos. Hoje, o governo venezuelano matou um menino de 14 anos, que participava de um protesto de estudantes. 
     O governo brasileiro, conivente com as atrocidades desse lastimável e boçal Nicolás Maduro, ignorou a barbaridade que envolve o fato. "São problemas internos", devem dizer nossos governantes, com a covardia e a vigarice ideológica que lhes são peculiares.
     Além de assaltar os cofres públicos, essa gente que está viceja ao redor do poder atropela a dignidade que o país conquistou em política externa, ao longo dos anos, desde Rio Branco.

Cinismo explícito

     Escolhi uma reportagem do jornal Correio do Povo aleatoriamente. Poderia ter recorrido à Veja, por exemplo. O texto, de novembro de 2012, remete ao escândalo que envolveu, diretamente, Weber Holanda Alves, assessor do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, que estava sendo investigado pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, que apurava um esquema de tráfico de influência e venda de pareceres técnicos federais para liberar empreendimentos privados.
     Quem se der ao trabalho de fazer uma busca simples e ler alguns trechos vai conhecer um pouco da 'folha corrida' do advogado-geral da União, Luís Inácio Adans, e perceber o que esse senhor está pretendendo ao propor um ‘refresco’ para as empreiteiras envolvidas na atual roubalheira petista, o tal acordo de leniência que está sendo contestado por todos os procuradores e advogados decentes desse país
     Por esse acordo, em síntese, as empreiteiras envolvidas no esquema de assalto à Petrobras, chefiado pelo PT, não seriam prejudicadas inteiramente e poderiam continuar operando com o Governo, escapando do risco de falência em virtude dos processos a que estariam sujeitas num futuro bem próximo.
     Com essa tática, orquestrada - é evidente! - pelo Palácio do Planalto, o Governo estaria acenando com uma saída menos desastrosa para empresas e empresários, em troca do compromisso de não revelarem o que sabem do esquema de assalto promovido pelo PT e que necessariamente vai comprometer ainda mais a situação da atual presidente.
     Não custa lembrar que uma das principais acusadas nesse escândalo foi a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, a senhora Rosemary Nóvoa Noronha, aquela que ‘viajava’ com o ex-presidente Lula sem que seu nome constasse na lista de passageiros (Dona Marisa Letícia não podia saber ...) e que é apontada, pelo publicitário Marcos Valério, como a responsável por um depósito milionário na conta de seu ex-chefe, no Banco Espírito Santo, em Portugal. Um caso de extorsão e propina que vem sendo investigado pela Justiça portuguesa.
     Só em um país com um governo desmoralizado um personagem como o senhor Adans continua num posto de tamanha relevância. Infelizmente, para a parcela decente desse país, essa ignomínia não chega a ser surpreendente. O ex-presidente Lula, por exemplo, está 'liderando', nosse momento (19h50 do dia 24 de fevereiro de 2015), no Rio, uma manifestação em prol da Petrobras. É muito cinismo!


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Unidos pelo estelionato ideológico

     A América do Sul não vive um momento tão lastimável quanto o atual há pelo menos três décadas. Com a derrota dos governos militares e com a consequente redemocratização do continente, houve uma aragem de esperança. Seria possível, sim – imaginávamos à época -, reconduzir nossos países ao caminho da dignidade, do respeito à liberdade, à democracia, no que ela tem de mais consistente.
     Os últimos dez anos transformaram essa expectativa em uma profunda desilusão. Talvez não tenha havido, em toda a nossa história sul-americana, uma coincidência tão nefasta quanto a atual, quando os principais governantes flertam com a devassidão, com atos impensáveis, movidos pela busca do poder absoluto e inesgotável.
     O caso brasileiro é emblemático. O domínio do populismo obscurantista e venal petista, aliado à uma aristocracia corrupta e corruptora, nos atirou num poço sem fundo, num mergulho para a mediocridade, em um lodaçal que ameaça a estabilidade do País. É inacreditável como um grupo que se dizia iluminado conseguiu, em tão pouco tempo, devastar uma nação, rasgar seus princípios, comprometer um processo de afirmação no cenário mundial.
     O Brasil é, hoje, sinônimo de indignidades, de descompromisso com a moral, algo mais do que ser ‘apenas’ um anão diplomático. Além de aliar-se ao que há de mais deplorável no mundo, exportamos falcatruas, expertise em dilapidação do patrimônio público. Nossa maior empresa foi destroçada pela cupidez de um grupo deletério, empenhado no projeto de eternização no comando, para mais bem se aproveitar da situação. E, ao que sugerem novas evidências, o assalto institucional à Petrobras é apenas uma parte -  a segunda, se considerarmos o Mensalão - do grande esquema patrocinado pelo partido oficial e seus asseclas.
     Não há limites no horizonte da devassidão que se advinha nas ‘tenebrosas transações’ que envolveriam, também, bilionários financiamentos a empresas e empresários amigos, que teriam retribuído generosamente essa deferência. Há muitos anos, dizia-se que não há almoço ou jantar grátis. Hoje, no Brasil do PT, pode-se afirmar que não há financiamento, contrato, ajuste ou lá o que seja que não esteja envolto pelos tais “segredos sombrios” citados pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações que desaguaram na ‘Operação Lava-Jato’.
     Algo semelhante, embora com características próprias, ocorre nos nossos maiores parceiros, Argentina e Venezuela. A Argentina, vitimada por essa absurda Era Kirchner, está muito perto de soçobrar, vítima de desmandos inimagináveis, que podem ter culminado com o assassinato do promotor Alberto Nisman, às vésperas de ele apresentar denúncia contra a presidente Cristina, por acobertamento dos responsáveis por um ato terrorista que matou 85 pessoas, em 1995, em conluio com o governo iraniano.
     Esse fato, entretanto, é apenas mais um na extensa lista de desmandos produzidos ao longo dos últimos anos e que levaram a Argentina à falência. Por trás desse quadro lastimável, a mesma essência que vitima o Brasil: o populismo mais vagabundo, a demagogia, a exploração vigarista de uma ‘luta de classes’ que interessa apenas aos poderosos e aos que vegetam no seu entorno, enriquecendo.
     A ainda mais sofrida Venezuela é a síntese dos males que afligem Brasil e Argentina, agravada pela extrema boçalidade de um governante energúmeno, capaz de executar seus próprios compatriotas, pelo simples fato de contestarem seu poder. Nicolás Maduro é a encarnação da estupidez, da mais estapafúrdia ignorância, do destempero, da negação dos valores mais caros à civilização. É o produto fiel de uma era de trevas, iniciada por seu guru e mestre o ainda insepulto coronel Hugo Chávez, um personagem caricatural, ridículo, protagonista de uma opereta bufa e golpista que levou o país às margens do despenhadeiro em que se encontra.
     Os três – Brasil, Argentina e Venezuela – são o retrato mais lastimável de uma opção pela mentira, pela insanidade, pelo desvirtuamento da história. E caminham unidos pelo estelionato ideológico que seus governantes praticam.




sábado, 21 de fevereiro de 2015

Bandoleiros da política

     Não resta dúvida sobre o conteúdo devastador das esperadas revelações do empresário Ricardo Pessoa, presidente da empreiteira UTC, preso em Curitiba e acusado de liderar o grupo de empresas que se aliou ao PT e demais asseclas para dilapidar o patrimônio da Petrobras. O ‘aperitivo’, publicado pela revista Veja e repercutido por diversos jornais, aponta irreversivelmente para o impeachment ou para a simples cassação da presidente Dilma Rousseff.
     São fatos que, em condições normais, sob governos íntegros, seriam capazes de estarrecer. No caso brasileiro, não surpreendem sequer os mais crédulos, desde que minimamente decentes. As tramoias descritas superficialmente pelo empresário, em material enviado à revista, já eram adivinhadas, esperadas, aguardadas, sabidas. Talvez faltasse, apenas, algo ou alguém que ‘arredondasse’ as evidências, amarrasse a quadrilha, definisse e nomeasse os crápulas.
     Não falta mais nada. Mesmo que o empresário em questão recue da decisão de delatar os verdadeiros responsáveis pela devassidão que corrompe o país, restarão as evidências dos atos ilícitos, expostas pelos demais quadrilheiros que conseguiram o benefício da delação premiada.
     Pela proeminência do candidato a delator, entretanto, suas informações formais, aceitas e checadas pela Justiça, seriam fundamentais. Afinal, ele é apontado como o líder do grupo de empresários corruptos que se uniu aos bandoleiros do partido oficial. Alguém com ampla penetração nos círculos governistas, frequentador de palácios e assemelhados, amigo de antigos e novos poderosos dessa lastimável mistura das Eras Lula e Dilma.
     Esse potencial devastador, apontado com clareza na reportagem de capa de Veja que chegou hoje às bancas, explica toda a movimentação dos círculos do poder, a desclassificada entrevista de uma desmoralizada presidente Dilma; a pilantragem oficializada nos corredores e gabinetes do Ministério da Justiça, ‘liderado’ pelo cada vez mais deplorável José Eduardo Cardozo; e a intensa movimentação nos ‘bastidores’ do mais abjeto político que ocupou a presidência do nosso infelicitado país.
     A série de desatinos cometidos ao longo dos últimos doze anos revela-se superior aos prognósticos mais obscuros. Ao Mensalão do Governo Lula (um esquema deletério empregado para comprar a ‘fidelidade’ dos componentes da ‘base’), seguiram-se outros escândalos de menor porte (compra de dossiês falsos contra adversários; desvio de dinheiro; venda de ‘prestígio’; financiamento de amantes; sete ministros demitidos), mas indicativos do grau de depravação dos atuais detentores do poder.
     A descoberta, por acaso, do estupro da Petrobras apenas consolida o que os fatos indicavam: não há limites para a devassidão desse grupo que chegou ao poder graças ao vigor do regime democrático. Regime que, por palavras e atos, tentam destruir, a qualquer preço.
     São personagens desprezíveis, pequenos, vagabundos, que exploram a miséria e a ignorância da grande parcela da população que fingem defender. Na verdade – e os fatos demonstram essa assertiva -, seu único objetivo é a perpetuação no comando do país, para dilapidar seu patrimônio, em benefício próprio. 
     São meros quadrilheiros, cuja tática se assemelha à empregada pelos bandos de milicianos e/ou traficantes que dominam as regiões carentes das grandes cidades, Rio em especial.


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Vagabundos 'ideológicos'

     A canalhice (retórica?) dessa gente não tem limites. A vagabundagem 'ideológica' também é ilimitada. Flagrados com as mãos imundas nos cofres da Petrobras, mesmo depois do assalto produzido durante o governo Lula, não se inibem em criar factoides, diversionismos, para tentar escapar da devida punição pelos atos indignos que vêm produzindo há doze anos.
     Eu até ‘entendo’ que seres desprezíveis e insignificantes como o presidente do PT, um tal de Rui Falcão, não se envergonhem de mentir descaradamente, de imputar a outros a responsabilidade pelos seus crimes. Não ficaria surpreso, também, com posições semelhantes do ex-presidente Lula, um político abjeto.
     Mas não poso deixar de me sentir ofendido pessoalmente quando a presidente do meu país, ignorando a dignidade que o cargo exige de qualquer um, mesmo daqueles mais indignos, se presta ao papel lastimável de porta-voz do marqueteiro de plantão, repetindo um discurso ignominioso, destinado a desviar o foco das investigações sobre o que seu partido e outros asseclas fizeram nos últimos anos.
     Acuada, temendo um processo formal de impeachment, Dilma Rousseff desceu ao nível mais rasteiro do discurso – se é que é possível ser mais baixa do que foi, durante o período eleitoral -, argumentando que a ‘culpa’ do roubo produzido pelo PT na Petrobras foi do governo Fernando Henrique Cardoso, que não prendeu o tal diretor que, anos mais tarde viria a roubar não apenas para engordar sua conta bancária, mas para o partido no poder.
     Ecoando a fantasia criada por seu marqueteiro, essa deplorável mandatária – o segundo pior da nossa história, posto que disputa com Fernando Collor de Melo, seu atual aliado – mente da maneira mais lastimável, distorce fatos e manipula informações. Tudo isso, depois de seu ministro da Justiça, esse desqualificado José Eduardo Cardozo - certamente o mais medíocre a ter ocupado esse cargo em toda a República -, ter se reunido com advogados das empresas envolvidas na roubalheira.
     A cada dia, mais lastimável se torna esse segundo mandato da Era Dilma, uma continuação infeliz do período de infortúnios morais de seu mentor e grande responsável pela devassidão que infelicita o País e degrada as instituições. O Brasil, definitivamente não merece ser vítima de tantos crimes e criminosos. Chega dessa gente!



domingo, 15 de fevereiro de 2015

Chega dessa gente!

     A cada dia, a cada notícia, a cada revelação de um novo crime, mais aumenta meu desprezo por essa quadrilha que está instalada no poder há doze anos. Em tese, o exemplo nefasto do Mensalão do Governo Lula – o maior escândalo da vida pública brasileira até então – deveria ter servido, no mínimo, de freio nas insanidades, de advertência. Afinal, a cúpula petista, excluindo apenas o chefe geral, foi parar na cadeia, desmoralizada definitivamente. Além disso, por muito pouco não tivemos o merecido impeachment do ex-presidente, envolvido diretamente em atos desprezíveis.
     Não foi o que aconteceu. Ao invés de assumirem uma conduta minimamente digna, os atuais detentores do poder a qualquer preço enveredaram por caminhos ainda mais vagabundos, espoliando a principal empresa brasileira para sustentar seus luxos particulares e a estrutura ‘política’ que garantiu a eleição e a posterior reeleição da atual presidente do país, ambas regadas a propina.
     Flagrados com as mãos imundas nos cofres públicos quando do Mensalão, os articuladores e pensadores petistas optaram não por um ato de contrição, mas pela criação de um esquema de assalto que evitaria a descoberta de suas falcatruas, mascarando a roubalheira. O estupro da Petrobras foi o resultado dessa nova fase do assalto petista e de seus assemelhados aos bens do País. De uma maneira que imaginavam ‘engenhosa’, camuflaram o roubo, transformando-o em doações legais, com a parceria de empresas e empresários gananciosos.
     Como em todas as ocasiões anteriores em que foram pegos em atitudes criminosas, a sujeira foi exposta por seus próprios asseclas, pelos mais diversos motivos. Sem saída, petistas e afins apelaram, como no passado, para estratégias de marqueteiros, compra de alguns teclados e em maciços investimentos em publicidade. E no silêncio aterrador da principal mandatária desse país, escorado, também, em manobras paralelas, chantagens explícitas e implícitas. Tudo no estilo que consagrou o maior líder dessa lastimável era da vida nacional.
     O primeiro alvo foi o juiz encarregado das investigações, o paranaense Sérgio Moro, vítima de ataques das falanges petistas. Não deu certo. Moro continuou impávido na sua linha de investigação e os fatos mais vergonhosos da nossa história recente começaram a brotar das páginas de interrogatórios e delações premiadas. Suborno, corrupção, corruptos e corruptores foram sendo divulgados, atingindo profundamente a base governamental, como era de se esperar.
     De um momento para outro, o impeachment da presidente Dilma Rousseff passou a ser algo plausível, sim, pela proximidade com o atropelo à lei. E essa realidade detonou um processo ainda maior destinado a esvaziar as investigações, afundá-las no lodaçal comum dos malfeitos, com a participação direta – provou-se agora – do vergonhoso ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o mais desqualificado, vicioso e medíocre de toda a vida republicana, alvo de manchetes nos principais veículos de comunicação.
     É evidente que Cardozo não agiu por iniciativa própria, ao interferir nas investigações da Operação Java-Jato, combinando estratégias com os advogados das empresas envolvidas no escândalo, como divulgaram Veja e a Folha de São Paulo, em especial. Aliás, esse personagem jamais teve luz própria. Foi sempre um parasita, grudado aos poderosos, extraindo deles a seiva que o mantém vivo e em evidência.
     O ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, foi direto, ao exigir a demissão imediata desse lastimável ministro, por interferência em um processo criminal. É pouco. Um país que se propõe digno não pode conviver com um governo que age dessa maneira, atropelando a dignidade da Nação.
     Chega dessa gente!




quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Faces da devassidão

     O Jornal Nacional de hoje exibiu algumas faces deletérias do esquema de poder que vem se apropriando das riquezas e devastando a dignidade do país. Se alguém minimamente decente tivesse alguma dúvida quanto à dimensão do assalto institucionalizado há doze anos, bastaria ver e ouvir as entrevistas de dois dos mais lídimos representantes desse lixo ‘ideológico’ representado, hoje, pelo PT e seus asseclas na empreitada de dilapidar nosso patrimônio para garantir a perpetuação no poder.
     Com a desfaçatez que lhe é própria, o presidente do PT, Rui Falcão (eu diria que está mais para ‘abutre’), teve a ousadia de ameaçar um dos delatores do esquema de assalto à Petrobras, acusando-o de estar manchando a imagem do partido, sem provas, pois todas as doações recebidas pela agremiação foram legais e aprovadas pela Justiça.
     Essa vigarice retórica já é resultado da tática que a companheirada vai explorar sistematicamente, apostando na falta de informação da população, na sua dificuldade em compreender os mecanismos empregados nessa mais recente canalhice protagonizada pelo PT.
     Ele, é evidente, sabe muito bem que ninguém está discutindo se as doações foram feitas oficialmente, ou não. Elas foram feitas abertamente, sim, ao contrário da roubalheira anterior, a do Mensalão do Governo Lula. A questão jamais foi essa. O golpe, que essa gente imaginava perfeito, passava justamente pela formalização das doações. O dinheiro saía dos cofres das empreiteiras e abastecia as contas petistas e assemelhadas. Só que era um dinheiro roubado.
     Os gênios petistas, ressabiados com os resultados do Mensalão, imaginaram uma fórmula que, em tese, não seria detectada: a empresa contratada pela Petrobras apresentava seu preço real por um serviço e, em cima dele, os canalhas colocavam a taxa petista. A empresa pagava o preço ‘cheio’ e repassava a diferença - o roubo !!! - ao PT e assemelhados, na forma de doação legal. Simples assim.
     O esquema funcionou nos últimos anos, garantindo quantias fabulosas aos empresários, partidos e políticos da ‘base governista’, além de forrar os bolsos dos intermediários. Essa gente não contava, entretanto, com um juiz digno, determinado a apurar seriamente as pilantragens que começaram a chegar ao seu conhecimento, quase por acaso. A Operação Lava-Jato, a princípio, não se destinava a apurar a petrorroubalheira. Foi um bônus, alimentado, como sempre, por delações de dentro do esquema. Bandidos denunciando bandidos, para escapar da cadeia, como nas velhas histórias da máfia.
     Não há como escapar dessa realidade. Não há marqueteiro que consiga reverter esse processo. As provas já estão coletadas e aumentam a cada dia, a cada novo delator. E não há mais espaço para negaças, artifícios, ilusionismos. O dinheiro roubado da Petrobras ajudou a eleger Dilma Rousseff duas vezes, com a aquiescência dos donos do partido hegemônico, sob a coordenação do seu (deles, petistas é claro!) tesoureiro. Tudo o mais é pura vigarice retórica, especialidade da ‘casa’.
     Já ia terminando sem citar o outro personagem deletério que se apresentou, no JN, em nome do PT: trata-se do deputado federal cearense José Guimarães, atual ‘líder’ da bancada na Câmara. Ele foi o escalado para defender seu partido. Logo ele, que em 2005, quando era deputado estadual, esteve envolvido em um escândalo paralelo ao Mensalão: um de seus assessores diretos foi apanhado com uma fortuna escondida na cueca. Dinheiro ‘não contabilizado’ destinado – a julgar pelo noticiário da época – ao partido. Um José irmão de outro José, o Genoíno, condenado à prisão na leva que englobou, ainda, outro José, o Dirceu, apontado como chefe da roubalheira nos tempos de Lula.

     

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Devassos e patéticos

     Além de devassos, patéticos. É incrível como personagens de tamanho destaque na vida nacional não têm um mínimo de compostura, de humildade, um traço que seja de dignidade. As declarações da atual presidente, Dilma Rousseff e do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, durante as ‘comemorações’ pelos 35 anos de fundação do PT, ultrapassaram todos os limites. No dia em que o país é agredido pela notícia do desvio de US$ 200 milhões, perpetrado justamente pelo tesoureiro do partido, seus dois maiores representantes repetiram um discurso vagabundo, acusando a parcela decente do país de estar tentando um golpe.
     Jogaram no lixo, mais uma vez, a oportunidade de demonstrar algum respeito pelo país. É evidente que não sou ingênuo a ponto de imaginar que Dilma e Lula admitissem a gigantesca roubalheira que está em curso no país. Mas exercitar justamente o contrário, explorando a tese de que tudo não passa de um projeto das ‘elites’, só explicita a dimensão da falta de decência que vem marcando a vida nacional nos últimos doze anos.
     Assim como fizeram com os bandoleiros condenados no episódio do Mensalão, as principais lideranças petistas defendem os atuais quadrilheiros, atacam a Justiça e demonizam a imprensa livre e independente, que nada mais faz do que cumprir seu papel de dar voz à indignação dos homens e mulheres dignos e expor as mazelas de um esquema de poder putrefato, corrupto e corruptor. 
     Não consigo enxergar, no horizonte, possibilidades de o país conviver com o lamaçal que escorre do poder central. Essa gente precisa aprender, de uma vez por todas, que não há bem maior do que o exercício da retidão. Precisa ser compelida a aceitar as regras impostas pela Lei. A sociedade precisa dar uma resposta dura e inequívoca a esses transgressores. É o que espero da Justiça.



sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Chega!

     Acreditem: ainda há quem, embora individualmente digno, encontre forças para, de alguma maneira, defender os atuais detentores do poder. Pessoas que buscam explicações, comparações, mesmo sendo atropeladas pela avassaladora constatação de que jamais houve, no país, algo sequer próximo da devassidão em que estamos mergulhados. E isso me constrange, profundamente.
     É difícil entender o que leva um determinado grupo de pessoas a ignorar as enormes evidências de que somos governados por uma quadrilha determinada a tudo para se manter no poder. Nós, como nação, somos agredidos diariamente pelo volume de notícias dando conta da dimensão do assalto institucional aos cofres e à dignidade do país. São números e informações inimagináveis, todos partindo de dentro do esquema, dos intestinos dessa engrenagem espúria instalada em todos os escalões da República.
     O governo está podre. Esse projeto de dominação, baseado na mentira, na manipulação da miséria, na exploração da ignorância, no desrespeito à civilidade, chegou à exaustão. Não é mais possível conviver com esses descalabros, com criminosos travestidos de seres políticos. Não há outro caminho para o Brasil a não ser o do expurgo dessa geração desqualificada que assumiu o poder há 12 anos.
     Graças a um judiciário ainda não inteiramente dominado e à presença de uma imprensa livre e independente, as chances de interrompermos essa quadra lastimável da nossa história são bem acentuadas. O excelente trabalho que vem sendo desenvolvido pelo juiz federal Sérgio Moro e pela Polícia Federal está conseguindo fechar o cerco em torno do bando de degenerados que tenta se apossar do país em definitivo, usando todos os meios que a sua falta de escrúpulos oferece.
     Embora alguns insistam na tese desesperada de que há um ‘golpe’ em marcha (enquanto discutem sobre dar, ou não, 'vivas' ao tesoureiro acusado de corrupção), ela não se sustenta. Afunda ante às constatações da dimensão das afrontas à Lei, que deve ser, por óbvio, igual para todos. O fato de um criminoso ocupar um lugar de destaque na sociedade não deve ser visto como um atenuante. Ao contrário. É um agravante. Quanto maior o poder, mais dura deve ser a penalidade.

     Chega de delúbios, vaccaris, dirceus, lulas, dilmas e assemelhados. 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Canalhice sem limites

     Um desses ex-diretores da Petrobras envolvidos na maior roubalheira institucional de todos os tempos estimou, em denúncia aceita pela Justiça, que o PT arrecadou algo em torno de R$ 200 milhões em propinas. Dinheiro que saiu dos cofres daquela que já foi uma empresa que orgulhava o país. Dinheiro da nação, nosso.
     Como em TODOS os casos envolvendo assaltos do PT e afins, a denúncia vem de dentro, de algum 'companheiro' ou assemelhado irritado com pilantragens internas ou - como é o caso - decidido a não pagar sozinho pelas vigarices. Não houve uma denúncia, sequer, que tivesse partido da ... 'oposição'.
     Foi assim no Mensalão do Governo Lula. Está sendo assim nessa canalhice. Esses R$ 200 milhões (por baixo ...) financiaram campanhas eleitorais, incluindo as da atual presidente da República, de acordo com as denúncias, corrompendo as instituições e aviltando o país. 
     Não há a menor dúvida de que essa gente merece o desprezo das pessoas de bem e o rigor da Justiça.
     E ainda há quem defenda essa corja.

Um abraço de afogados

     Três personagens, em especial, representam bem o abismo político, ideológico e institucional no qual afundou essa já tão sofrida América do Sul. Não há continente, por mais vigoroso que possa parecer, que suporte a presença, ao mesmo tempo, no mais alto posto de suas nações, de presidentes tão medíocres, arbitrários e envolvidos em ‘trapalhadas’ institucionais como a brasileira Dilma Rousseff, a argentina Cristina Kirchner e o venezuelano Nicolás Maduro. Com um agravante: os três substituem outros dirigentes lastimáveis, com ligeiro destaque – no quesito ignorância e desfaçatez - para Lula e Hugo Chávez.
     Correndo ‘por fora’ nessa lista de estelionatários políticos, surgem o equatoriano Rafael Correa e o boliviano Evo Morales, outros dois exemplos de inimigos ferrenhos das liberdades, defensores da censura, demagogos e populistas. Já o Chile emerge dessa seleção dos horrores, com a discreta e eficiente Michelle Bachelet, a prova mais evidente que é possível, sim, ser ‘socialista’ no século 21, sem mergulhar nesse lamaçal supostamente ideológico que marca nosso continente.
     Não por acaso, Brasil, Argentina e Venezuela vivem momentos do mais completo desvario, com crises institucionais que podem levar à destituição de seus presidentes. A recente morte do promotor argentino Alberto Nisman colocou o governo irremediavelmente contra a parede. Atormentada por graves acusações de corrupção, que remetem ainda ao tempo de seu marido, o ex-presidente Nestor Kirchner, Cristina tenta desesperadamente sobreviver politicamente. Ainda resiste graças ao resultado do trabalho de aparelhamento da Justiça, exercido ao longo dos anos sob a dinastia familiar.
     A Venezuela, pela gravidade da situação geral do país, mergulhado em uma crise infindável, parece caminhar para uma encruzilhada eventualmente sangrenta. Falido, o governo já não dispõe dos recursos para financiar seus desatinos. Maduro, que sobrevive graças ao ‘carisma’ do ainda insepulto Hugo Chávez, chegou ao limite. Além das sandices pessoais (diz ter contatos ‘espirituais’ com seu guru), entrou em choque direto com os setores ainda razoavelmente produtivos do país e conferiu às forças de segurança o direito de matar seus oponentes, caso se manifestem publicamente. Está moribundo.
     Dilma Rousseff sobrevive, apesar do tamanho do assalto aos cofres públicos. Graças a medidas tomadas há duas décadas, o Brasil resiste à estupidez e à ganância dos que ocupam o poder. Os desdobramentos da já famosa Operação Lava-Jato, no entanto, tendem a criar graves obstáculos a esse seu segundo mandato, que não consegue começar. O cerco em torno do governo e do seu partido oficial, o PT, está cada vez mais apertado.
     Confirmado – como parece ser inevitável – o grande roubo dos recursos da Petrobras (por enquanto, ainda há o BNDES para ser vasculhado ...) em benefício do PT e de seus asseclas, a situação da presidente ficará insustentável. Nossa Justiça, apesar de marcada por momentos (como os recentes aumentos de salários e mordomias) e personagens (os presidentes do STF e TSE, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, respectivamente, por exemplo) lastimáveis, preserva, ainda, uma essência libertária, independente.
     E uma Justiça independente - apoiada por uma imprensa livre - é a maior ameaça a governantes corruptos e/ou coniventes com a corrupção.






quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Uma 'esquerda' repugnante

     Um fato para reflexão: os animais do tal 'Estado Islâmico' - aquele mesmo que nossa presidente quer que seja tratado como um 'igual' pelos Estados Unidos, França e Inglaterra, entre outros - queimaram um prisioneiro jordaniano, vivo, depois de decapitarem dois japoneses. Não vislumbrei nas redes sociais, jornais, revistas, rádios, tevês e nas ruas qualquer sentimento de repulsa a esses atos bárbaros, por parte dos nossos vibrantes e sempre ativos movimentos sociais e assemelhados. 
     A morte do promotor argentino Alberto Nisman mereceu tratamento muito semelhante. Ou seja: o mais eloquente e covarde silêncio dos nossos revolucionários de palanque, incluindo nesse grupo asqueroso os atuais governantes do país. 
     Essa 'esquerda' brasileira (seja lá o que sabemos que ela é ...) é absolutamente repugnante. 

O começo da tempestade

     A jornalista Miriam Leitão, hoje, em O Globo, define, em uma frase o desfecho dessa primeira fase da devastação produzida pelo Governo e seus aliados na Petrobras. Graça Foster sai da empresa, punida, por ter sido minimamente coerente, ao divulgar a estimativa do rombo nas contas da nossa empresa mais importante (cerca de inimagináveis R$ 88 bilhões). Não sai (pediu ‘demissão’, oficialmente) por ter alguma parcela de culpa (omissão, no mínimo) no esquema de assalto que irrigou o PT e seus asseclas, incluindo partidos da ‘base’, campanhas companheiras e bolsos ávidos. Sai por ter exposto uma parte do desastre causado pelo aparelhamento da estatal.
     Essa é a lógica desgraçada da quadrilha que se instalou no país há doze anos. Não há problema algum em desviar dinheiro público (José Dirceu e comparsas continuam sendo aclamados), em produzir dossiês falsos contra adversários; em ter assessores flagrados com dólares escondidos na cueca; em usar o poder para se locupletar. Nada disso é relevante, e o ‘novo’ ministério da presidente Dilma Rousseff é a prova mais cabal dessa realidade.
     Nessa quadra infeliz da nossa história, o grande pecado, capital, é desafiar, de algum modo, os chefes. Foi assim com o ex-presidente Lula, o mais medíocre, mentiroso e incapaz de todos os tempos. É assim com Dilma Rousseff, sua digna sucessora. Se o primeiro dirigia o país como se ainda estivesse cantando as “viuvinhas” de metalúrgicos, no tempo em que dirigia o sindicato da classe, Dilma Rousseff exibe truculência e despreparo semelhantes.
     Graça Foster sai – como destacou Miriam Leitão – pela virtude demonstrada, ao reconhecer a tragédia dos números quase oficiais da Petrobras. Irritou a rainha, dada a acessos de estupidez que – é inacreditável! – provocam pavor até em ministros (alguns já choraram, após saraivada de berros e impropérios). Assim como Lula, nossa presidente acredita que inventou o Brasil – ou reinventou, pelo menos.  

     Seu futuro, no entanto, é tão obscuro quanto as contas da Petrobras. A tempestade provocada pelo escândalo da Petrobras ainda está se formando. Os próximos meses darão a dimensão exata do desvario do esquema governista na sua busca pela perpetuação no poder, com a divulgação das acusações contra agentes políticos. O fim pode estar começando.