terça-feira, 25 de novembro de 2014

Vergonha mundial

     O Globo nos diz, em manchete, que um juiz do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) classificou a roubalheira que vitimou a Petrobras, em especial, e a dignidade das Nação em geral, como “uma das maiores vergonhas da humanidade”. Ele certamente sabe do que está falando, por ter acesso a entranhas da Operação Lava-Jato ainda restritas a determinado grupo de pessoas.
     Não satisfeito, o ministro Newton Trisotto, relator do processo que pedia a soltura do doleiro petista Alberto Yussef – e que foi negada!!! -, conclamou o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, a não vacilar a ter coragem de continuar na luta que vem travando. Segundo o jornal, Trisotto se remeteu a Ruy Barbosa, ao ressaltar que um juiz não pode ser covarde: “Não há salvação para o juiz covarde”, recitou.
     Pelo que vem demonstrando até agora, não há esse risco. O juiz Sérgio Moro tem se mostrado inflexível na busca dos responsáveis por mais esse escândalo dessa lastimável e perdulária Era Lula, que chega aos doze anos e ameaça a todos nós com mais quatro.
     Espero que a Justiça puna exemplarmente todos os envolvidos, de qualquer partido; os de hoje e os de ontem. Os desdobramentos do julgamento do Mensalão - um momento emblemático relatado e presidido pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, um magistrado que sobreviveu a chantagens e pressões inimagináveis - vêm se mostrando frustrantes.
     Os grandes canalhas, os artífices e executores da maior vigarice institucional até então, estão circulando fora da cadeia, que ficou reservada apenas a um enorme bobo da corte, um malandro de segunda classe que apostou na solidariedade dos asseclas e está pagando pela, digamos, ‘inocência’.
     Dessa vez, escaldados pelos mais de 40 anos de cadeia impostos a um simples intermediário das pilantragens que beneficiaram o governo petista, a turma do andar de baixo da ladroagem oficial optou por salvar o que ainda restava da pele e decidiu contar o que sabia do esquema de assalto ao país, patrocinado pela turma do poder, ávida por assegurar a sobrevivência do seu esquema de eternização no comando do país.
     Como em todas as ocasiões anteriores – em todas, é preciso frisar! – a sujeirada está sendo exposta por gente de dentro, do convívio de políticos e assemelhados. Não há uma acusação, sequer, que tenha vindo de fora do círculo oficial de gatunagem. Para nossa sorte, ainda temos uma imprensa livre, desvinculada do poder, corajosa a ponto de denunciar semanalmente as bandalheiras palacianas.
    Sorte, sim. Mas uma sorte construída pela geração que enfrentou e venceu as limitações de uma época de arbítrio. Pois se dependesse dessa gente que gravita em torno do lastimável ex-presidente Lula (o mais medíocre e ignorante da nossa história, insisto), viveríamos, no Brasil, não a fantasia, mas a dura realidade de ditaduras desclassificadas como a cubana e afins.


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Sobre vigarices e pilantragens

     Já comentei esse assunto recentemente. Mas a repetição desse misto de vigarice retórica e pilantragem ideológica me obriga a repisar: o Governo de petistas e assemelhados não tem a menor participação na apuração das bandalheiras companheiras que estão acontecendo na Petrobras, em especial, e no país em geral, há doze anos. Ao contrário do que dizem a presidente Dilma Rousseff e seus acólitos, a investigação da Polícia Federal, atrelada à determinação de um juiz íntegro, o paranaense Sérgio Moro, vem sendo realizada contra a vontade geral dos poderosos de plantão.
     Por essa gente, nada seria apurado, não haveria uma notícia sequer sobre seus crimes, canalhices institucionais, desrespeito à Nação e atropelo da dignidade do país. Dilma Rousseff, se pudesse, enterraria com uma só penada tudo o que vem sendo feito com isenção e coragem. Mais do que uma mentira, a versão que os vigaristas de plantão insistem em espalhar sobre o escândalo da vez é um acinte à inteligência.
     A Polícia Federal investiga justamente porque é independente do poder, infensa às influências deletérias, como a desse lastimável ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que decidiu perseguir os delegados da PF que investigam a roubalheira na Petrobras, sob a alegação de que votaram e elogiaram, em páginas pessoais, o candidato da Oposição, Aécio Neves.
     Vejam a desfaçatez desse grupo (eu quase escrevi “dessa quadrilha”): espalha, cinicamente, que apoia a investigação e, nos bastidores, age de maneira acintosa e covarde contra os agentes da lei. Flagrados com mãos, pés e mentes arrombando os cofres públicos, os representantes desse projeto de poder tentam, com táticas de marketing que beiram a indecência, faturar os resultados de uma investigação criminal que fazem tudo para soterrar.
     E ainda não chegamos na fase de indiciamento da turma que tem mandatos. As versões que surgem aqui e ali remetem para uma lista com algo em torno de 100 políticos, entre governadores, senadores e deputados do PT, em sua maioria, e aliados em geral. Não apenas fofocas de bastidores, mas acusação – já aceitas!!! – com nome, sobrenome e número de conta bancária.
     E o que mais grave, ainda: a indicação da presença, direta ou indireta, do ex-presidente Lula e da atual mandatária, Dilma Rousseff. O doleiro e um dos diretores petroleiros petistas já disseram – e os áudios de seus depoimentos comprovam – que os dois (Lula e Dilma) sabiam de tudo o que estava acontecendo.
     A luta para evitar a quebra dos sigilos bancário e telefônico do tesoureiro petista João Vaccari é outra evidência do pavor que ronda a companheirada. Assim como a corrida para retirar do ministro Gilmar Mendes a atribuição de avaliar as contas governamentais, tarefa que lhe coube por sorteio.

     Infelizmente para o Brasil, o atual governo termina como começou: imerso em bandalheiras. E o que pode ser ainda mais grave: vai começar  a segunda etapa manietado, espremido em um canto do ringue onde se debaterá com o que a parcela digna da população quer para nosso país.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A canalhice documentada

     Não adianta a turma dos 3% formais (há o' caixa 2' da pilantragem, também) insistir na velha toada de que sempre houve corrupção no Brasil; que fomos povoados, no início dos tempos, por degredados; e, no limite do estelionato retórico, acenar com malfeitos nos governos de Fernando Henrique Cardoso, que passou por 12 anos de escrutínio petista, sem que os atuais donos do poder ousassem acenar com um processo sequer, uma mísera ação de improbidade, uma leve falcatrua.
     A única tentativa de manchar a reputação de FHC e de Dona Ruth, tentada pelo Planalto lulista, terminou como vimos: Dona Dilma mandando um pedido formal de desculpas. Nada foi feito por essa turma que conta, entre luminares dos bastidores, com elementos do porte moral de Marco Aurélio Garcia (aquele que festejava com gestos obscenos – lembram os top-tops festivos? - enquanto milhares de pessoas lamentavam a morte de duas centenas de passageiros no último grande acidente aéreo no Brasil) e Gilberto Carvalho (acusado pela família do assassinado prefeito Celso Daniel, de ser o carregador de propina que o PT arrecadava em empresas de ônibus do interior paulista), sem falar no sempre presente Franklin Martins e em outros menos famosos, mas nem por isso menos danosos.
     Para efeito de discussão, vamos admitir que houve desmandos – sempre é possível, e eu acredito que eles tenham existido, em algum escalão. Mas nada – repito -, nada foi feito em doze anos (insisto nesse número) de administração petista. O trabalho sujo, baseado em acusações jamais provadas, vem sendo executado por canalhas a soldo da quadrilha que vem assaltando nossos cofres e dignidade, como ficou provado – é isso mesmo, provado! – desde o nefasto episódio do Mensalão do Governo Lula, até então o maior escândalo da nossa história.
     E é nesse ponto – roubalheira institucional provada, julgada, condenada e prestes a ser condenada em escala industrial – que reside toda a diferença. Como gostava de dizer o mais medíocre, ignorante e limitado presidente de toda a nossa história, nunca houve no país algo tão estarrecedor, vagabundo, deletério. O que esse grupo vem fazendo ao longo dos últimos anos é absolutamente inédito, ainda imensurável.
     O roubo alcança cifras difíceis de imaginar. Um mero sub do sub de uma diretoria da Petrobras, por exemplo, vai devolver R$ 350 milhões aos cofres públicos, para evitar a cadeia. Os primeiros levantamentos apontam para dezenas de bilhões de reais desviados para petistas, asseclas e intermediários. Esse dinheiro, subtraído da população, sustentou campanhas milionários – entre elas a da presidente Dilma Rousseff, em 2010, segundo acusações formais e premiadas -, comprou votos e consciências; barcos e carros de luxo. Irrigou contas no exterior, subornou, corrompeu as instituições republicanas.

     Não, não adianta repetir velhas ladainhas, argumentos vagabundos produzidos pela fábrica de dossiês falsos, que ficam apenas no campo da intriga, das maledicências, das teorias conspiratórias. O grande assalto produzido pelos atuais detentores do poder está todo lá, documentado, gravado, relatado por gente de dentro. Gente que viveu e se locupletou. São fatos, que foram e vêm sendo comprovados pela Justiça, apesar das pressões governamentais, das tentativas de desconstrução de magistrados, das campanhas sórdidas, das chantagens, das ameaças.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O turno da Justiça

         A propósito de mais uma noticia envolvendo delação premiada ajustada por um representante do PT na roubalheira realizada na Petrobras, publicada pela Folha de São Paulo: essa gente 'insiste' em manter o clima da eleição. É impossível evitar julgamentos (votos?) a cada notícia como essa, que a Folha publica. O terceiro turno vai continuar, sim, nos debates sobre o momento do país e - não há como evitar - nos corredores dos tribunais.    
         Particularmente, por formação e ideologia, sou absolutamente contra qualquer iniciativa golpista. No entanto, e também por formação e ideologia, não posso me calar quando agredido por fatos como os que invadem nossas casas diariamente. 
         Esse país precisa ser arejado, passar por uma profunda desinfecção. E cabe à Justiça, nesse momento, a responsabilidade de recuperar a dignidade nacional, agredida de maneira vil pelos que saquearam os cofres públicos em nome de um projeto de poder. 
         Não, a presidente e seus 'auxiliares' diretos não estão interessados em apurar os delitos. Ao contrário. Temem que esse maremoto afogue seus projetos.

domingo, 16 de novembro de 2014

A paladina do discurso vazio

     Como se fosse uma paladina da decência, nossa presidente obrou algumas frases de efeito na Austrália, onde participa da reunião do G 20 (grupo das economias mais fortes do mundo), sobre o assalto à Petrobras e seus desdobramentos, o maior escândalo da história brasileira. Dilma Rousseff admitiu, segundo nos reporta o Estadão, que “isso” - a canalhice oficial que vem devastando nossa maior empresa – “pode, de fato, mudar o país para sempre”.
     Não tenha dúvida, presidente. Países têm marcos, momentos, pontos de inflexão. E, pode ter certeza, esse que estamos vivendo já é um deles, pelo ineditismo, pela desfaçatez dos protagonistas, pela vagabundagem institucional, pela ousadia de afrontar uma Nação em nome de um projeto de poder. Não podemos esquecer que a ‘justificativa’ para essa indecência é a necessidade de patrocinar o esquema vigente, além de encher os bolsos companheiros, é claro.
     Todo e qualquer raciocínio que venha a ser feito sobre esse escândalo de proporções abissais deve, necessariamente, passar por esse ponto: a roubalheira elevada a níveis artísticos pelo PT e/ou seus asseclas teve como objetivo financiar o projeto de poder que já dura doze anos. E isso ficou absolutamente claro nas delações do doleiro e do diretor petroleiro petistas. Os dois afirmaram que 70 por centos do total da roubalheira eram destinados ao PT e que o restante ia para seu parceiro principal, o PMDB.
     Além de repetir a frase que provavelmente lhe foi sussurrada por um dos seus acólitos, nossa presidente teve a ousadia de acenar com um “não haverá impunidade” e com uma menção palanqueira a ‘engavetamentos’. Em primeiro lugar, não depende dela se haverá, ou não, impunidade. Essa decisão passa pela Justiça. Se dependesse dos interesses palacianos – e as últimas investidas contra a apurações de safadezas oficiais me permitem afirmar -, jamais haveria investigação alguma, muito menos punições.
     O PT e seus assemelhados se especializaram, nos últimos anos, em encobrir ‘malfeitos’, para relembrar uma expressão usada pela própria presidente. Não houve uma punição séria sequer. Ministros e diretores de primeiro escalão flagrados com as mãos nos cofres públicos estão por aí, livres. Alguns foram reintegrados ao círculo de poder, sorrateiramente.
     Os quadrilheiros do Mensalão – devemos relembrar, sempre - só foram punidos graças à determinação do ex-ministro Joaquim Barbosa, perseguido pelas hostes petistas, atacado em sua honra e vítima de demonstrações asquerosas de racismo. Condenados, foram tratados como heróis, e não como o que são: meros criminosos.
     Para não perder a chance de mais um misto de petismo e dilmice, nossa presidente falou em ‘engavetamentos’, numa alusão indireta – e covarde! – a eventuais deslizes cometidos nos governos do PSDB e que não teriam sido investigados. Se ela sabe que houve algum acobertamento, basta assumir o papel de dirigente máxima do País e exigir a apuração. É simples. Eu estaria entre os que aplaudiriam essa atitude. Mas se sabe e nada faz, é, no mínimo conivente.
     Essa vigarice retórica mostra bem com quem estamos lidando.





sábado, 15 de novembro de 2014

Sobre jornais e jornalistas

     Inspirado por uma foto publicada pelo ex-companheiro José Sérgio, do Jornal Brasil, na sua página no Facebook, e pela matéria sobre o lançamento póstumo de dois livros do acadêmico, jornalista e escritor Ivan Junqueira, publicada no Prosa e Verso de hoje (ainda é sábado?), decidi dar mais um testemunho sobre a grande oportunidade que tive, ao longo de minha vida profissional, de ter trabalhado ao lado de personalidades – sim, personalidades! - com tanto estofo intelectual e relevância para o país.
     Logo no início da minha carreira, no à época relativamente importante O Jornal, o ‘órgão líder dos Diários Associados’, ainda a mais importante cadeia de jornais, rádios e televisão do país, esbarrava nos corredores com o escritor, presidente da Academia Brasileira de Letras e dublê de comunheiro Austregésilo de Athayde (os Diários já eram um condomínio acionário e Dr. Athayde era um dos 21 condôminos, ou comunheiros).
     Tive o prazer de conviver, ainda, com Dona Elza Marzullo, de menor importância literária, é verdade, mas com a bagagem de ter criado o espaço para as mulheres no jornalismo nacional. E com o intelectual e nosso crítico de arte (e ele mesmo um artista) Quirino Campofiorito, que exalava simpatia.
     Nos primeiros tempos de O Globo, praticamente ansiava pelos encontros diários e matinais com o escritor Nélson Rodrigues, que ocupava uma das mesas da editoria de Esportes, que abrilhantava com suas crônicas (‘À sombra das chuteiras imortais’). Ao responder aos meus cumprimentos e ao trocar algumas palavras comigo, ele sabia que estava falando com um fã.
     Repórter, dividia pautas e conversas com jornalistas que marcaram definitivamente a geração que surgiu naqueles conturbados anos 1970, entre eles o atual acadêmico Merval Pereira Filho. No Jornal do Brasil, onde cheguei na passagem de 1981 para 1982, comecei onde muitos sonhavam chegar: o velho copy, ainda uma instituição, formado por um time de redatores que – confesso! – chegou a me assustar: o escritor Ivan Junqueira, citado acima; o dicionarista Joaquim Campelo, braços direito e esquerdo de Aurélio Buarque de Holanda; a vibrante Ruth de Aquino e o botafoguense José Sérgio, sob o comando de Edil Valle (vascaíno, como eu), uma legenda que nos deixou prematuramente.
     São lembranças.
     PS: E o Zuenir Ventura, Marco, o mais recente dessa lista de imortais com os quais você conviveu? Esquecer de citar logo o 'mestre Zu', que percorria a redação do JB com tanta candura? E com um 'agravante': 'consultado' por ele sobre a conveniência de comprar um Chevrolet Monza (eu era o editor de Carro e Moto do JB nessa época), não tive dúvidas em aprovar. Confiável, confortável, o modelo era o sonho de consumo de muitos. Um ano depois saiu de linha, reduzindo dramaticamente eu valor de revenda. Não sei se Zuenir me perdoou.

O porta-voz da indignidade

     A aparição do ministro da Justiça(?) José Eduardo Cardozo, hoje pela manhã, para falar sobre esse que já é o maior escândalo da nossa história – a roubalheira desenfreada dos cofres da Petrobras patrocinada por agentes a serviço do atual esquema de poder -, foi tão lastimável quanto o assalto em si.  O mais medíocre dos ocupantes dessa pasta, em todos os tempos, cumpriu com evidente denodo a tarefa de tentar retirar dos ombros petistas o peso de mais essa desfaçatez.
     Sem ficar ruborizado, Cardozo afirmou, com todas as letras, que o Governo está determinado a apurar tudo e condenou a oposição pelo que ele classificou de uso eleitoral do crime. Com aquela expressão de severidade que cola no rosto sempre que precisa falar sobre canalhices oficiais, chegou perto de dizer que tudo o que vem acontecendo na nossa maior empresa é culpa dos partidos oposicionistas e da imprensa, que insiste em publicar essas notícias.
     De passagem, com o mesmo tom severo, fez alusões à possível identificação de delegados da Polícia Federal com a candidatura do senador Aécio Neves, em mais uma tentativa de desacreditar o processo, culpando os agentes, e não os bandidos.  E ainda tentou convencer - como se fosse um porta-voz da indignidade - que as investigações e punições são o resultado de iniciativas do governo ao qual serve com fidelidade canina. 

     Deve ter acrescido alguns pontos na sua contabilidade para ser indicado para a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, onde se juntaria a Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli na tarefa de livrar a companheirada de um retiro no presídio da Papuda. 

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Sobre canalhas e afins

     Nunca houve, na história do Brasil, algo sequer parecido com o que estamos vivendo agora. Algo tão lamentável, tão lastimável, tão asqueroso. Uma quadrilha de vagabundos assaltando os cofres públicos com uma desfaçatez impensada. Canalhas travestidos de políticos e/ou de seus representantes usando de todos os meios para perpetuar um tenebroso projeto de poder. Para essa gente não há limites. Ou não havia ...
     As prisões - dezenas!!! - de hoje são apenas o início de uma devastação nas hordas petistas e assemelhadas. Se temos, nesse momento, quatro ou cinco bandidos implorando para fazer parte do esquema de delação premiada, podemos imaginar o que virá pela frente. Quantos criminosos seguirão o mesmo caminho do doleiro e do petroleiro petistas?
     Se alguma lição ficou do Mensalão do governo Lula, foi, certamente, a de que não vale a pena apodrecer na cadeia para preservar os verdadeiros chefões da criminalidade institucional, como fez o publicitário mineiro Marcos Valério, que já acena com a possibilidade - agora real - de afinal apresentar as evidências das digitais do primeiríssimo escalão na roubalheira mensaleira.
     Afinal, se o doleiro Alberto Yussef está com um pé na porta de saída da prisão, por que ele ficaria atrás das grades por, pelo menos, mais cinco anos? E não podemos esquecer que José Dirceu e outros quadrilheiros já estão por aí, flanando, 'heróis' da iniquidade.
     E ainda há quem defenda ou justifique esse lixo, com argumentos que beiram o ridículo, sem o menor conteúdo, primários, simplórios.
   
   

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Cansaço, bocejos

         É evidente que não tenho qualquer sentimento de solidariedade ao ex-presidente Arthur da Costa e Silva. Ao contrário. Foi a partir de seu governo que ficou evidente o rompimento com qualquer possibilidade de debate democrático nesse país, com a adoção do Ato Institucional nº 5, cuja edição completa hoje exatos 45 anos e 11 meses. 
         Minha geração, com minha modestíssima colaboração, enfrentou e venceu esse momento lamentável da nossa história. Mudar o nome 'oficial' da ponte que liga o Ri...o a Niterói, no entanto, soa como mais uma bobajada destinada ao aplauso fácil. Seguindo o mesmo raciocínio - rever homenagem a tiranos -, seríamos obrigados a eliminar das nossas cidades (quase todas, literalmente) as ruas, avenidas, travessas, pontes e tudo o mais que levam o nome de Getúlio Vargas. Ou ele foi um ditador 'do bem', entre 37 e 45, ao fechar o Congresso, prender intelectuais, exilar outros e, no limite, enviar inocentes para a morte? 
         Essas coisas me cansam ... Essa gente que comete essas bobajadas me faz bocejar.

A herança da verdadeira herança maldita

     Entre os muitos males e infortúnios que essa lastimável era petista vem causando ao país, um deles vem me chamando a atenção em especial: o sentimento de orfandade de grande parte da população em relação ao período discricionário que vivemos ao longo dos governos militares. O desalento e a revolta de milhões de cidadãos contra o caos nas instituições, o descalabro nas finanças, o assalto aos cofres públicos, a impunidade de verdadeiros criminosos e a crescente sensação de insegurança gerada pela omissão do Estado são, sim, latentemente perigosos para a democracia que desejamos e ajudamos a construir.
     Pessoas comuns, simples, sem vínculos ideológicos com partidos políticos – muitos que sequer viveram os ‘anos de chumbo’ – expressam diariamente o culto a um passado que deixou marcas profundas na nossa sociedade, estimulados pela descrença no país que vem sendo devastado progressivamente por governos corruptos, demagógicos, populistas e acintosamente imorais.
     E aí, nessa responsabilidade direta, insisto, talvez esteja o pior produto dessa fase de obscurantismo ideológico, a herança da verdadeira herança maldita. Mais grave, ainda, do que a roubalheira vagabunda e canalha instituída como método de governança; pior do que a reducionismo imposto ao debate político; mais salafrária do que a chantagem exercida sobre a camada mais carente da população, aquela que depende de programas de governo – não de partidos ou políticos desprezíveis! – para simplesmente sobreviver.
     Esse abissal estelionato ideológico perpetrado por um grupo formado pelo que há de pior no mundo político - sob a liderança espúria do mais medíocre, ignorante e despreparado presidente que esse país já teve -, somado a essa degradação moral, tem sido determinante para empurrar a parte das pessoas ingenuamente de bem para um caminho que nós, que ajudamos a reconstruir o país, através da resistência democrática e inclemente, não podemos sequer imaginar.

     Venho escrevendo e repetindo, ao longo dos últimos anos, que o país anda vai pagar um preço exorbitante pela aventura lulopetista. Montados em bandeiras ridiculamente simplórias e num discurso deletério, similar à dos exploradores eletrônicos da fé humana, que explora a singeleza de uma massa naturalmente sujeita à manipulação por autointitulados messias, os atuais detentores do poder estão destruindo, gradualmente, as chances de nos tornarmos uma Nação respeitável, digna, compromissada com um futuro pautado na dignidade.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O pavor das sextas-feiras

         O grande projeto - talvez o maior deles, pela capilaridade embutida - dessa era lastimável em que vivemos é manipular a produção de notícias, a velha e asquerosa censura que essa gente chama de 'controle social da mídia'. O sonho companheiro é, desde sempre, uma imprensa nos moldes cubano, iraniano, chinês e assemelhados. Essa gente tem pavor das sextas-feiras, vésperas da publicação das revistas semanais, Veja em especial. 
         A cada fim de semana, um escândalo, uma roubalheira, uma cafajestada. A liberdade, para os fascistas travestidos de 'esquerdistas', rima com o Granma, o jornal do Partido Comunista Cubano, usado, pela população miserável, para fins menos louváveis do que a leitura (no caso específico, entretanto, não há muita diferença: o 'conteúdo' da utilização é semelhante).
         Já imaginaram (eles fazem isso todos os dias...) se a imprensa brasileira, apesar dos seus enormes problemas, fosse controlada? Não saberíamos do Mensalão, o segundo maior assalto aos cofres e à dignidade nacionais, perpetrado pela quadrilha do governo Lula. Não saberíamos dos dólares na cueca do assessor direto do principal candidato petista à Presidência da Câmara, José Guimarães (acho que o nome é esse, mas não vou me dar ao trabalho de checar, pois seria perder tempo com uma 'questão' menor), irmão do presidiário José Genoíno..
         Também não saberíamos que os companheiros da presidente reeleita encomendavam dossiês falsos para atacar adversários. Não saberíamos das dezenas de pequenos assaltos nos ministérios e diretorias. Não saberíamos das estripulias do ex-presidente Lula, às custas do erário. E, afinal, mas não finalmente, não teríamos descoberto, estarrecidos, do que essa gente foi capaz de fazer com a Petrobras.
         Estão vendo por que essa turma odeia o jornalismo independente?

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Velhacos e vagabundos

     A velha, velhaca, surrada e vagabunda tática de mentir e repetir as mentiras indefinidamente continua dando bons resultados para a turma que está no poder. De um momento para outro, a partir de manifestações legítimas e pacíficas de contrariedade, normais em democracias, criou-se um factoide bem ao estilo das ignomínias companheiras: a de que há um movimento da oposição destinado a derrubar a presidente reeleita, pela força.
     Para chegar a esse raciocínio absurdo e deletério, os velhacos petistas e assemelhados, desesperados com a possibilidade de serem expurgados da vida pública com o andamento das investigações sobre o escandaloso assalto à Petrobras, apelaram para a exploração de manifestações isoladas de radicais, apresentando-as como representativas da política oposicionista.
     Esmagados pelo pavor de serem dizimados pelo processo que vem sendo formatado pelo juiz federal paranaense Sérgio Moro, grupos de petistas e afins, com a cumplicidade criminosa de determinados ‘formadores de opinião’, anunciam aos quatro ventos que a democracia está ameaçada pelo golpismo. Não poderiam ser mais canalhas.
     Essa gente sabe que em momento algum as lideranças políticas da oposição levantaram bandeiras golpistas. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), por exemplo, tomou a iniciativa de telefonar para a presidente reeleita assim que a decisão das urnas foi divulgada. Esse gesto de grandeza foi convenientemente ignorado. Os detratores, responsáveis pela campanha mais asquerosa de todos os tempos, trataram de abrir nova frente, aproveitando-se da idiotice de alguns estúpidos, saudosos do regime ditatorial que o país superou.
     Não passa de uma manobra de ‘dispersão’, claramente destinada a desviar a atenção da população dos escândalos gestados nos governos petistas e da adoção de todas as medidas que a então candidata afirmou que não seriam tomadas, como os reajustes dos combustíveis, da tarifa de energia elétrica, da taxa de juros.
     Ao contrário do que fez o PT, formalmente!!!, quando da reeleição de Fenando Henrique Cardoso, os partidos e políticos oposicionistas sérios jamais aventaram a hipótese de uma ‘virada de mesa’. Exigem, sim, como se espera deles – e de todos os cidadãos decentes desse país -, a investigação completa de toda a roubalheira anunciada por dois criminosos confessos e que vicejavam no interior do Governo, e não em hostes oposicionistas.

     Se, eventualmente, essa investigação arrebentar as portas de gabinetes parlamentares e executivos, melhor para o país, que se veria, assim, livre de representantes coniventes com bandalheiras. Sejam eles de qualquer matiz.

sábado, 1 de novembro de 2014

Sempre é possível piorar, acreditem!

     Colunas e colunistas em geral reverberam uma ameaça (mais uma!!!) que paira sobre a dignidade desse país, já tão aviltado por governos envolvidos com corrupção: os atuais ministros Ideli Salvatti, dos direitos Humanos (?), e Aldo Rebelo (Esportes) estariam disputando cabeça a cabeça uma vaguinha no Tribunal de Contas da União.
     Imaginem: a ex-senadora Ideli, acusada, entre outras coisas, de, quando chefiava o Ministério da Pesca, comprar lanchas que jamais saíram dos estaleiros, mas foram pagas para uma empresa que, por ‘coincidência’, apoiara sua candidatura. Com um agravante: as lanchas seriam usadas em fiscalização, o que é vetado pela legislação.
     Aldo Rebelo é o sucessor de Orlando Silva e Agnelo Queiroz na área de esportes (feudo do PCdoB), ambos acusados de falcatruas envolvendo ONGs amigas. Acusações cujas investigações jamais foram levadas à frente.Essas ‘informações complementares’, que não aparecem no Globo, por exemplo, são, a meu critério, fundamentais para entender a mecânica cafajeste que movimenta o esquema implantado por aqui há doze anos.
     O vencedor dessa luta iria fiscalizar as contas do Governo, com esse histórico. Não posso pensar em algo mais maquiavélico. Na verdade, para ser justo, Nicolau Maquiavel jamais imaginaria algo tão sórdido. Paga pela interpretação distorcida do seu ‘espelho de príncipe’.
     Mas se vocês acham que esses fatos, por si só, já seriam motivo de indisposições estomacais em qualquer parte decente do mundo, sinto desapontá-los. O nome de José Eduardo Cardozo, o ministro mais simplório, despreparado e medíocre de toda a história nacional, um ex-deputado que defendeu entusiasticamente os companheiros petistas que faziam parte da quadrilha mensaleira, está cotado para a vaga de ... Joaquim Barbosa, no Supremo Tribunal Federal.

     Essa notícia não é literalmente nova. Eu mesmo já havia tocado nesse assunto, há algum tempo: esboça-se no Planalto o projeto de ampliar, aí sim, de modo deletério, o aparelhamento da nossa mais alta corte de justiça. Imaginem o que essa trinca – Lewandowsky, Toffoli e Cardozo – pode fazer, com a aquiescência de colegas ... digamos ... ‘menos combativos juridicamente’.
     Estão vendo como sempre é possível ficar pior?

Eu só penso nisso ...

    Ao me deparar com a pergunta retórica que surge quando 'abrimos' um dos links de rede social, decidi responder.
    "Caro Facebook. Estou pensando, nesse exato momento, ao ler as últimas notícias político-policiais, na dimensão do escândalo que envolve a Petrobras, nossa maior empresa, sob a administração petista. O descaramento dessa gente é inacreditável. A última matéria (mais recente, Marco Antonio, mais recente ...) sobre o assalto cita algo como R$ 200 milhões de propina repassados à companheirada.
     Mas essa é apenas uma das dezenas de 'movimentações contábeis' realizadas ao longo dos últimos anos dessa premiada administração. Premiada, sim. Afinal, o Brasil - com o apoio entusiasmado de uma boa parcela de 'formadores de opinião', todos 'de esquerda', seja lá o que sabemos que isso é hoje, decidiu manter a turma atual no poder, com direito a continuar carregando a chave do cofre. Algo como um 'habeas corpus' para continuar roubando.
     Os argumentos dos apoiadores do PT são um tanto ou quanto insondáveis, para mim. Alguns falam em "preservar conquistas"; outros acenam com o risco de privatização da... Petrobras. Acho que são ideias que se mesclam. Imagino que a turma quer dizer, de fato, que pretende preservar o direito de roubar a Petrobras e, com isso, bancar suas campanhas e garantir a boa vida, com contas secretas no exterior.
    Como o senhor, Seu Face, abre espaços para comentários de várias fontes, tomo a liberdade de reproduzir uma notícia que aparece recorrentemente na minha 'time life': Dona Rosemary Nóvoa, aquela que secretariava o ex-presidente Lula em vários 'campos', foi a responsável pela abertura de uma conta para seu ex-patrão no Banco Espírito Santo, em Portugal. O depósito inicial, pelo que dizem, foi de R$ 25 milhões.
     Vou parar por aqui, pedindo desculpas por ter tomado seu tempo com essas divagações. Mas é nisso que eu estou pensando: na absoluta falta de decência dessa turma que compõe a base do nosso governo.
Atenciosamente."