quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A morte de um general

     Os mais de 50 anos de amizade - iniciada ainda nos bancos escolares da Escola Pública Evangelina Duarte Baptista, em Marechal Hermes - me dão a liberdade de transcrever, sem pedir 'autorização', um e-mail que recebi hoje de Paulo Sérgio Moreira de Carvalho, presença constante nesse Blog, através de comentários e críticas sempre bem-vindos.
     Paulo - já disse isso algumas vezes - foi um dos mais brilhantes oficiais do Exército que já conheci. Reformou-se como coronel, após várias missões no exterior e de ter comandado - com muito sucesso - uma unidade de elite, o que foi uma perda para a Força, não tenho a menor dúvida. Seria uma referência no generalato.
     Apesar das nossas divergências político-ideológicas, explicadas pela formação profissional tão distanciada (ele, militar, eu jornalista), jamais deixamos de nos respeitar e respeitar o saudável contraditório que marcou várias de nossas conversas sobre o país e o mundo. Há algum tempo convergimos em vários pontos. Eu, menos (muito menos!) carbonário. Ele, mais liberal. A idade talvez explique essa nossa maior afinidade.
     Pois Paulo me enviou um e-mail falando da tristreza com a morte de um oficial-general que influenciou sua geração, especialmente pela cultura. Não conheci pessoalmente seu ex-chefe - apenas de nome, até mesmo em função da minha atividade. Mas acredito que mereça nosso respeito.
     Transcrevo abaixo o e-mail e a homenagem que Paulo faz a seu antigo comandante:
     "Marco.
     Hoje para mim foi um dia de tristeza. Soube ainda agora, à noite, da morte de um bom amigo, meu ex-comandante em Recife e um dos maiores chefes militares que conheci. O general Sérgio Augusto de Avellar Coutinho, da turma de 1954, oriundo da arma de Infantaria, era uma verdadeira enciclopédia. Foi o idealizador do método de instrução da tropa, baseado em cadernos contendo os programas-padrão de instrução para praças de todas as qualificações militares. Era extremamente culto e educado. Bem-humorado e cortês, não abdicava de sua autoridade. Era por tudo isso respeitado e admirado por todo o Exército. Enquanto morei no Rio mantive com ele um bom convívio social.
          Costumo dizer que três foram os oficiais que mais marcaram e influenciaram minha carreira no Exército, representando para mim exemplos em que procurei me inspirar. O general Coutinho foi um deles. Aprendi muito com ele."
     Fica o registro.  
 

  

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