O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, de
Curitiba, está prestes a entrar para a história, a exemplo de um herói
italiano, Giovanni Falcone, o magistrado responsável pela desarticulação da máfia
italiana e de sua ramificação com políticos e empresários. Graças a ele, Moro,
está sendo possível desbaratar uma quadrilha tão nefasta, ou mais!!!, do que a
congênere siciliana: a que está instalada no poder central há quase doze nebulosos
anos.
As últimas notícias levam a crer que há um tsunami
prestes a desabar sobre o cenário político-administrativo brasileiro, afogando
definitivamente uma legião de malfeitores que se supunha acima do bem e das
leis. Estou me referindo à aceitação, pela Justiça, da delação premiada
proposta pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, às vésperas de sair
da cadeia para cumprir prisão domiciliar.
Para que uma delação desse tipo seja aceita, é
necessário que contemple fatos desconhecidos, ocultos, de relevância absoluta,
indesmentíveis. E a delação do ex-diretor da devastada Petrobras foi aceita! Todos
os indicadores apontam para um escândalo muito - mas muito, mesmo! - maior do
que o Mensalão do desgoverno Lula. Só ele, Paulo Roberto, confessou ter recebido
propinas que chegam a R$ 25 milhões.
Imaginemos – e os fatos nos permitem essas ilações –
quanto receberam os que estavam acima do esquema de corrupção. Quanto
arrecadaram os partidos da tal ‘base aliada’, um deplorável saco de gatos ‘ideológico’,
sacudido a cifras e cifrões. Paulo Roberto, já se sabe, afirmou que a campanha
da então candidata Dilma Rousseff solicitou um ‘aporte’ de R$ 2 milhões, em
2010.
Trocando em miúdos: a presidente brasileira teria
sido ajudada, na sua corrida pelo Palácio, por dinheiro roubado, algo
suficiente para decretar seu afastamento do cargo, a qualquer momento. Não podemos
esquecer que o atual aliado petista, Fernando Collor, foi destituído por algo ‘insignificante’,
se comparado ao esquema de devassidão que está sendo revelado.
A tempestade que se aproxima pode estar decretando o
fim de uma era lamentável na nossa vida pública. Uma era que submeteu as instituições
à ganância de um projeto de poder e que apostou na letargia da justiça, nas
composições escusas. O juiz Sérgio Moro, com a coragem que podemos inferir,
está provando que ninguém está acima do bem, da decência.
Torço para que não
tenha o mesmo fim do seu colega italiano, assassinado pelos remanescentes dos
quadrilheiros que colocara na cadeia. Há antecedentes na nossa história recente.