sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mortes sem fim

     Quando não é o governo, que mata e prende quem se atreve a pedir liberdade, são os grupos mais radicais, que querem não a paz, mas o poder para consumar a guerra santa contra o mundo ocidental. Esse é o retrato da Síria do ditador Bashar al-Saad, que vem enfentanto manifestações de dissidentes desde março, em um confronto desigual e genocida que provocou a morte de mais de cinco mil pessoas.
     Hoje, o noticiário internacional destaca não apenas as duas dezenas de assassinatos de adversários do poder, mas de quarenta pessoas atingidas por atentados terroristas promovidos, a ser verdadeira a informação síria, pela famigerada Al Qaeda, ainda viva, mesmo depois da execução do seu líder, o assassino Osama Bin Laden
     Islâmicos matando islâmicos, numa negação ainda mais acentuada dos mandamentos do Corão, interpretado de maneira distorcida pelos fanáticos religiosos e ignorantes que militam na região e infelicitam o Oriente Médio.
     Repete-se, na Síria, algo semelhante - guardadas as proporções - do que ocorreu no Iraque pós-Sadan, onde atentados terroristas divididos entre xiitas (maioria) e sunitas (braço religioso al qual pertencia o ditador) provocaram a maioria absoluta das 100 mil mortes desde a invasão norte-americana.
     E é o que acontece por toda a região, conflagrada historicamente e vítima da mais atrasada e estúpida intolerância que explora a religião.
     É um mundo dilacerado por atentados diários, pelo desrespeito aos direitos humanos, pela truculência de lideranças estabelecidas com base na força das armas e na mantenção da extrema ignorância da população. Um produto mal-acabado que continua pagando o preço por séculos de dominação estrangeira (destaque para Inglaterra, França e Itália) voltada apenas para a exploração.

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