Os ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, do Supremo
Tribunal Federal, a cada minuto em que desonram a Justiça brasileira, com sua
subserviência e postura profissional indigna, poderiam exigir, sem favor algum,
o título de ‘reservas imorais do país’, seguidos de perto por outros companheiros
de toga, pouco menos lastimáveis.
Os dois, levados à mais alta corte do país pela
promiscuidade com o PT e suas lideranças, em especial o ex-presidente Lula e
seu fiel escudeiro José Dirceu, cumprem à risca a tarefa partidária a que se
propuseram: defender a quadrilha que vem assaltando os cofres públicos há
vergonhosos 12 anos e dez meses.
São personagens nefastos de um dos momentos mais nebulosos da
nossa história, instrumentos do projeto de poder petista, que passa pelo
aparelhamento e controle do único poder que ainda dava mostras de relativa
independência e dignidade.
Um deles, o atual presidente da Corte, esmerou-se, durante o
julgamento do Mensalão do Governo Lula, na manipulação de fatos. Tanto fez, ao
vivo e a cores, que conquistou a repulsa da população e mal consegue, ainda hoje,
frequentar locais públicos. É visto, graças à sua conduta oblíqua, como nada
mais do que o indicado de Dona Marisa, a ex-primeira dama que sustentou sua
indicação. É isso mesmo: Lewandowski chegou ao STF pelas mãos de de Dona
Marisa.
O outro, o ex-carregador de pastas do PT (era o secretário
de José Dirceu e advogado encarregado de defender o partido, quando acusado de
maracutaias), é uma espécie de ‘ET do STF’, o único que sequer conseguiu ser
aprovado em um concurso para juiz (na verdade, foi reprovado em dois). Seus
votos, sob qualquer circunstância, seguem um roteiro absolutamente previsível e
deixam claro que ele está ali para cumprir uma tarefa, cumprir o que seus
mestres mandam. Com um agravante terrível: é, paralelamente, o presidente do
Superior Tribunal Eleitoral.
A ligeireza com que manipulam os processos contra seus
parceiros e correligionários ultrapassa qualquer parâmetro. Por uma infeliz e
perigosíssima conjunção, Lula e sua criatura têm tido a chance de montar o
Tribunal dos sonhos de qualquer grupo que almeja assaltar o poder por meios
teoricamente legais. Teóricos queridinhos da turba que assaltou a Petrobras e outras
empresas já traçaram esse roteiro há algum tempo.
Se há democracia, vamos usá-la para acabar com ela, parecem
nos dizer, a cada momento. Os exemplos recentes estão ao nosso lado. Essa gente
não contava, entretanto, com a determinação de um juiz e de um grupo de
procuradores, absolutamente íntegros e infensos às pressões palacianas.
Não
será fácil, dessa vez, mesmo usando todos os artifícios vagabundos à disposição, explicar
à sociedade que meros assaltantes, corruptos e corruptores, poderão sair
ilesos, mais uma vez.