quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Um pouco de fantasia

     Mais importante do que saber que o 'farol da revolução' norte-coreana, o imberbe Kin Jong-un, foi à versão japonesa da Disney, quando criança, com um inexplicável passaporte brasileiro, é constatar que nesse estranho país oriental é possível passar o poder de pai para filho, sem interferência do povo, com base apenas em manobras de bastidores, em acordos que perpetuam a ignorância, a estupidez, a exploração e a miséria.
     Passada a primeira década do século 21, constatamos que há lugares no mundo - como a Coreia do Norte - onde predominam a mais absoluta obscuridade, a mais completa espoliação e o mais descarado aviltamento dos direitos humanos. É inimaginável, mesmo para os limitados padrões culturais brasileiros, aceitar que um grupo manipule a vida de milhões de pessoas, mantidas sob condições medievais.
     Não há acesso a qualquer informação que não saia das entranhas do bolorento Partido Comunista. Não há pedaço de terra mais isolado. Alguns exemplos desse manicômio em que foi transformado o país dos 'Kins' foram lembrados esta semana em programas de debate nas nossas televisões. Alguns foram apresentados como exóticos, mas não passam de melancólicos, como a certeza que os norte-coreanos têm de que o mundo gira em torno do seu miserável país.
     Um país que detém o poder atômico e que mata de fome uma enorme parcela da população. Que vive pela guerra, sustentado basicamente por um anacronismo, a China, recém-convertida ao 'capitalismo' mais selvagem (Japão, Estados Unidos e até mesmo a Coreia do Sul são as outras principais fontes de recursos).
     Espero que o mais novo iluminado tenha levado da Disney - mesmo a japonesa - um pouco de fantasia e alegria, sentimentos roubados de um povo alijado das conquistas mais elementares do ser humano.

Um comentário:

  1. Recebi dePaulo Sérgio, um amigo de longuíssima data(dos tempos dos bancos escolares da querida Escola Evangelina Duarte Baptista. Transcrevo porque dou aos seus comentários a maios importância. Eventualmente, como hoje, são elogiosos.

    "Texto verdadeiramente brilhante, meu caro amigo! Parabéns."

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