segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O drama venezuelano

     A situação vivida hoje na Venezuela é o exemplo clássico do mal que o culto à personalidade provoca nas sociedades e, por consequência, nos países. A última notícia sobre o estado de saúde do presidente Hugo Chávez é desanimadora, como seria de se prever. Vítima de um câncer violentíssimo, o presidente certamente não terá condições de assumir o governo, agora, em janeiro. Talvez não consiga, sequer, voltar de Cuba, onde se submeteu à quarta cirurgia para tratar de doença.
     É, indiscutivelmente, um momento doloroso para a família e amigos do presidente. Mas ainda mais preocupante para as instituições venezuelanas, há muito tempo subjugadas e extremamente dependentes da presença física de Chávez. Ninguém pode prever, hoje, com absoluta certeza, o que vai acontecer no país com a possível morte do presidente que acaba de ser reeleito, embora a Constituição preveja todas as circunstâncias.
     O problema é que a vida na Venezuela é governada discricionariamente por Chávez, que se cercou de um grupo fiel para dominar todas as instâncias do poder e cultivar um ultrapassado personalismo, acima das leis e das instituições. A figura do homem Chávez é confundida com a Nação, subjugada.
     Aqui no Brasil, em circunstâncias até certo ponto semelhantes, vivemos recentemente (em termos históricos) um drama semelhante, com a morte do presidente eleito Tancredo Neves e a posse do vice, José Sarney. Embora recém-saído de um regime de exceção, o país conseguiu superar democraticamente o impasse. A morte de Tancredo foi muito sentida, não há dúvida. Mas as instituições deram sustentação ao novo governo.
     Na Venezuela, Chávez é o Governo, o grande aglutinador, o pai da Pátria, o Bolívar redivivo, imagem que ele claramente difundiu ao longo dos últimos 10 anos. Não há identificação com plataformas, com determinações políticas, até mesmo porque o venezuelano, em geral, vive um estágio cultural inferior a países como Chile, Colômbia, Brasil e até mesmo Argentina, que vem caminhando celeremente para o mais profundo atraso.
     É natural que os povos se identifiquem com líderes, especialmente carismáticos, como Hugo Cháverz e, no caso brasileiro Lula. Mas é uma situação extremamente perigosa, pois submete a consciência das Nações aos desígnios e personagens que acreditam estar imbuídos de missões divinas. E que alimentam essa distorção para se manter - e aos seus - no poder.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Eles são incorrigíveis

     Nossa 'alienígena' presidente (a cada dia mais eu me convenço que ela mora em uma galáxia distante) encerrou o ano exatamente como começou: dizendo bobagens, fantasiando, escamoteando, mestre no diversionismo. Em artigo publicado na Folha de São Paulo, Dilma Rousseff não se acanhou em destacar a prioridade que ela e seu antecessor deram à saúde, à habitação e aos investimentos em infraestrutura. Um texto que cairia muito bem no sábado de carnaval ou no dia 1ª de abril, tradicionalmente dedicado à mentira.
     Nossa saúde - a prestada na rede pública - é um desastre absoluto. Pacientes de todas as idades vivem amontoados por corredores de hospitais desequipados e sem profissionais em número suficiente para atender à demanda. Chega ser lastimável que alguém, com a responsabilidade do mais alto cargo da Nação, ouse elogiar avanços em uma área que claramente não atende às necessidades mínimas da população.
     O desempenho oficial no setor de habitação é outra bazófia. Os números anunciados pelo Governo, ano após ano, referem-se tão-somente a projetos e são renovados e reanunciados sem que as metas mínimas tenham sido cumpridas. Aumentar o volume de financiamentos para casa própria é algo totalmente diferente de investimentos em habitação, assim compreendida a política destinada a proporcionar moradia digna a legiões de desvalidos.
     Basta, aqui no Rio, em especial, olhar para os morros, margens de valões que já foram rios, vãos de viadutos e pontes para ter a certeza de que não há um projeto eficiente destinado à habitação. É mais uma parvoíce oficial.
     Deixei para o fim o comentário sobre investimentos em infraestrutura. É inacreditável que o governo (assim mesmo, com letra minúscula) afronte a população com afirmações tão desastradas. Se há algo que causa vergonha nesse país é exatamente a mais absoluta falta de infreaestrutura. Nossos portos estão entre os mais caros e despreparados do mundo ( do mundo relativamente civilizado).
     As estradas - com as exceções paulistas e uma ou outra de outro estado - são o exemplo mais acabado do caos. Estreitas, mal-conservadas, despoliciadas, representam uma parte substancial do 'custo Brasil', que afunda recorrentemente nossa produção.
     E os aeroportos? Os últimos acontecimentos registrados no Rio de Janeiro deveriam servir para proibir qualquer funcionário público - principalmente a chefe de todos - de abrir a boca para falar em investimentos em infraestrutura.
     Mas nossa gerente-mor não se avexa e dispara essas ligeirezas com a certeza da impunidade. Afinal, não é qualquer um que consegue passar dois anos na presidência de um país sem apresentar um resultado digno sequer; ter sete ministros demitidos por corrupção; assistir aos seus parceiros serem condenações por formação de quadrilha, entre outros delitos; e ser aprovado pela maioria absolutíssima da população.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

PT ameaça a dignidade do País, outra vez

     O Congresso Brasileiro está a poucos dias de cometer mais um suicídio moral, caso prevaleça a ideia de empossar o quadrilheiro José Genoíno, suplente de deputado federal do PT de São Paulo. Pela ordem natural, ele herdaria a vaga deixada por Carlinhos Almeida, que vai assumir a prefeitura de São José dos Campos.
     A tese defendida pela companheirada é daquelas com marca desses novos tempos estampada no focinho: a condenação de Genoíno, pelo Supremo Tribunal Federal, a seis anos e onze meses de prisão ainda não transitou em julgado. Essa gente sabe que é um argumento vazio, pois cabem, apenas e tão-somente, recursos regimentais, que não mudarão a decisão, pois o STF é a última instância da Justiça Brasileira.
     Outro argumento desprovido de qualquer conteúdo teria partido do próprio condenado, segundo nossos jornais: como cumprirá a pena em regine semiaberto, poderia trabalhar na Câmara durante o dia e dormir na cadeia. Essa gente ...
     Regine semiaberto, no caso, prevê que o preso tenha direito a trabalhar durante o dia, sim, mas em colônias penais, a maioria agrícolas. Isso quer dizer o seguinte: o presidiário toma seu café da manhã e vai plantar batatas - ou cana-de-açúcar, que deve ser a cultura de preferência de Genoíno - durante o dia. E volta para a cela. Trabalho 'comum', só mesmo no sistema aberto, no qual o preso sai da cadeia de dia e retorna, para dormir.
     Em qualquer dos casos, no entanto, seria uma agressão à dignidade nacional se um quadrilheiro condenado assumisse um mandato. Os demais deputados condenados - entre os quais João Paulo Cunha, um dos comparsas de Genoíno - que estão na Câmara já foram condenados à perda do mandato, por decisão do Supremo. Basta apenas um 'ato de ofício'.
     Empossar um criminoso condenado apenas serviria para enxovalhar ainda mais uma Casa que há muito tempo perdeu o respeito da população.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O apagão retórico

     Bastou um ano extremamente seco para derrubar a vigarice retórica petista, que absolvia a natureza de qualquer responsabilidade pelos apagões ocorridos no segundo governo de Fernando Henrique Cardoso. A culpa, na época, foi atribuída - com uma enorme dose de acerto - apenas à incúria dos poderosos de então, que não realizaram os investimentos necessários.
     Dez anos depois de nada fazerem e de sucatearem o que pouco que existia, os novos donos do poder fingem que o desastre na geração de energia é provocado por uma chave mal ligada por um operário qualquer, somada à - agora, sim! - falta de chuvas que compromete o nível dos reservatórios.
     Há sempre alguma desculpa, alguma acusação sugerida, uma transferência de responsabilidades. A alusão à 'herança maldita', com o passar dos anos - perdeu força e ficaria ainda mais indigna do que sempre foi. O jeito é empurrar com a barriga, fazer cara de inconformado, franzir a testa e alterar a voz, de modo a torná-la incisiva.
     É a receita para tentar encobrir as próprias falhas, a incompetência assustadora na gerência do país, que viveu atrelado aos anos dourados de uma conjunção externa favorabilíssima, dependent do crescimento chinês. A crise externa está expondo a mediocridade dos nossos dirigentes, que vivem - como todo e qualquer demagogo de plantão - à base da distribuição de benesses.

Verdadeiros 'hermanos'

     Não resta a menor dúvida: eles (os governos) se parecem em muita coisa; elas, as presidentes, têm lá suas similitudes. Estou me referindo ao Brasil dessa lamentável Era Lula e à Argentina da não menos deplorável Era Kirchner. E as semelhanças foram ressaltadas hoje, com a condenação à cadeia, por quatro anos, de uma ex-ministra da Fazenda, ou algo semelhante.
     Ela foi flagrada, há alguns anos, com uma mala repleta de dólares - uma fortuna em qualquer lugar do mundo -, e, candidamente, como uma réplica portenha do ex-presidente Lula, disse que era tudo muito natural. Até mesmo o fato de guardar a dinheirama, surgida não se sabe de onde, em malas: "Não tenho cofre".
     Lá, por falta de 'lugar seguro', o dinheiro da companheirada vai para malas, maletas, sacolas e outros recipientes. Por aqui, a grana sai de um lugar teoricamente seguro - o cofre público - para os bolsos amigos, campanhas eleitorais de petistas e seus asseclas e, eventualmente, para bancar o salário e as viagens de namoradas.
     No nosso falido vizinho e no nosso promíscuo país, os escândalos são atirados na conta dos neoliberais, das elites e da banca internacional, unidos e coesos unicamente com o propósito de derrubar 'governos-de-esquerda' progressistas. A conversa fiada e bolorenta é a mesma e pretende apresentar meros ladrões como defensores dos pobres e oprimidos. Ladrões vagabundos, mas não de 'galinha'.
     É roubalheira para ninguém botar defeito, profissional, tendo como escudo uma luta de classes que foi soterrada pelos escombros do muro de Berlim, mas que permanece no discurso dos quadrilheiros de diversos matizes.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Uma tragédia mais do que anunciada

     Os números divulgados pela Polícia Federal me levam a quebrar esse 'eloquente silêncio' ao qual me obriguei: 222 mortos e 1.942 feridos durante os festejos de Natal, nas nossas estradas. São totais capazes de envergonhar qualquer país, especialmente no estágio em que deveríamos nos encontrar. Não há desculpas, explicações, teorizações. É, simplesmente, uma catástrofe inadmissível.
     Não é possível que convivamos naturalmente com essas estatísticas. Os motivos são conhecidos de todos. Não é preciso ser um grande especialista para apontar o dedo na direção de estradas mal-sinalizadas, mal-conservadas e despoliciadas. A essas características, devemos somar a inconsequência do nosso motorista, de todas as categorias, incapaz de respéitar as mais rudimentares normas.
     A velocidade é controlada apenas nas proximidades da fiscalização. Superado o radar, pé no fundo, em uma constante disputa com os demais motoristas. A legislação que proíbe a venda de bebidas alcoólicas às margens das estradas é solenemente ignorada. A limitação do horário de trabalho de caminhoneiros (em especial) e motoristas de ônibus é mais uma das leis que não pegaram nesse nosso Brasil varonil.
     Lamentamos e nos solidarizamos com as vítimas inocentes do flagelo das armas, notadamente nos Estados Unidos. Mas passamos de passagem pelas tragédias com dia e hora marcados que aqui acontecem recorrentemente. Ou alguém tem dúvida de que nossa morticínio será registrado nos festejos de fim de ano? Ou no próximo carnaval?

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Recesso nos escândalos

     Vou me poupar e poupar vocês - nos próximos dias - de apontar as enormes contradições dessa inacreditável Era Lula. Exceto se algo rocambolesco acontecer, como de hábito. Uma nova Rosemary Nóvoa; outro ministro pego com as duas mãos nos cofres públicos. Enfim, essas coisas que, embora assustadoras, se repetem com certa assiduidade nas hostes governamentais e/ou petistas.
     Creiam que o 'espírito natalino' nada tem a ver com essa minha retração nas observações que venho fazendo ao longo dos últimos dois anos. É que a turma recalcitrante desaparece de cena por alguns dias, nesse recesso que toma conta de praticamente meio mundo. As pilantragens são suspensas. Somos menos roubados. É tempo de essa turma que vive pendurada no poder gastar parte do que foi afanado.
     Talvez resida aí - no fato de até mesmo os cofres da Nação estarem fechados para 'balanço' - o grande motivo de comemoração do país. Recolhidos, os personagens mais deploráveis dessa página da nossa história recente dão um descanso ao país, que agradece, aliviado.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Nada a comemorar, exceto o julgamento do Mensalão

     Nossa presidente, lá daquele mundo de fantasias em que ela vive, alimentado por marqueteiros de todos os calibres, não se acanhou e lascou a seguinte frase em seu 'pronunciamento' de fim de ano à Nação: "Mesmo com o mundo cheio de incertezas, tivemos um ano bom e plantamos as bases para que o próximo seja ainda melhor".
     O primeiro - vá lá - 'pensamento' até que esteve próximo da realidade. O ano foi muito ruim para o mundo como um todo. A crise econômica destroçou o frágil equilibrio social de diversas nações, em especial Espanha e Grécia. Portugal e Itália frertaram o tempo todo com a catástrofe. Na Síria, a vida humana perdeu de vez o valor. Houve tragédias em todas as partes, a última delas - recorrente - nos Estados Unidos.
     Até aí, a frase da presidente ainda se sustentou. Daí em diante, nada mais do que palavras absolutamente desassociadas da realidade. Não tivemos um ano bom, presidente. Aliás, foi péssimo. Inflação acima da meta (apesar dass manobras) e um PIB ridículo não podem ser considerados bons indícios. Sem falar na recorrência de escândalos envolvendo a turma dos principais escalões do governo.
     De bom, mesmo, só o resultado do julgamento do Mensalão, que terminou com a condenação à cadeia de diversos quadrilheiros que assaltaram os cofres públicos. Essa foi, sem dúvida, a grande notícias do ano, o sinal mais claro de que, apesar de tudo, podemos ter um mínimo de dignidade. E, convenhamos, não foi algo que o governo pudesse comemorar. Ao contrário.
     Pior do que 2012 é difícil, mas não impossível, é verdade. Nunca é demais lembrar que o governo conseguiu não funcionar em 2011, um ano inteiramente perdido para os escândalos que culminaram com a demissão de sete ministros - recorde absoluto na história republicana.
     Há uma grande chance de o ano que vem sem melhor, sim. Mas não dependerá do Poder Executivo. E sim de a Justiça - leia-se STF - colocar os bandoleiros do Mensalão atrás das grades.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Cala a boca, Dilma ...

     A presidente Dilma Rousseff mostrou ontem, na inauguração do 'novo' Mineirão, que ainda terá que comer muito tutu com arroz e torresmo para chegar perto do seu antecessor e guru, pelo menos em aparições eletrônicas. A cena em que ela tenta estilizar um canto de guerra comum aos torcedores - "O Mineirão voltou ... " - foi uma das mais lamentáveis já protagonizadas por ela nesses dois anos. Como soou falso, mal ensaiado, totalmente em desacordo com a expressão de paisagem tão comum à nossa mandatária.
      A turma do marketing palaciano deveria 'se mancar' e não produzir peças tão deprimentes, que expõem a presidente. Dilma não leva o menor jeito, não tem o menor carisma, ao contrário de seu mentor (é inegável que Lula tem esse dom, embora exercido da forma mais canhestra e desavergonhada). Suas aparições são absolutamente desprovidas de emoção, exceto pela sobrancelha arqueada, para dar a impressão de indignação, de determinação.
     Esses papéis davam certo com Lula, mestre em vigarices eletrônicas, copiadas dos pastores do que chamávamos de telinha. Como não tem qualquer resquício de coerência e de senso crítico, o ex-presidente é capaz de se superar a cada apresentação. É um profissional da engabelação, da estroinice. Alguém de quem eu não compraria um carrinho de mão usado, mas que é um sucesso de 'audiência'.
     Dilma não. Ela é, de fato, um poste sem luz própria, incapaz de um improviso, de entoar algumas frases com algum nexo. Suas orações nunca têm começo, meio e fim. O sujeito está sempre em desacordo com o predicado e com o verbo. É visível seu desconforto quando está em qualquer solenidade. Não sabe de sorri; não sabe se deve cumprimentar (na dúvida, sempre reclina a cabeça, como faria um súdito de qualquer reino); não sabe o que dizer.
     Obrigar esse personagem amorfo a se passar por torcedor de futebol é um castigo. Obrigá-la a cantar um refrão de torcedor vai além de uma simples provação. Como disse Romário, em relação a Pelé: Dilma, calada, é um gênio.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A Justiça vence outra vez

     Confesso que gostaria de ver esses quadrilheiros que assaltaram os cofres do país atrás das grades, desde já. Mas admito que seria uma decisão extremamente dura, tendo em vista que, de fato, não há a hipótese de eles fugirem. Pode ser, até, que um desses celerados pegue um avião para Recife e obrigue o piloto a desviar a rota para Havana, ou Caracas. Mas é bastante improvável.
     É melhor que continuem por aqui, gozando os últimos meses de liberdade, como testemunhas de que houve, há e haverá Justiça ne caso que envolve bandoleiros de vários matizes. Pode ser que algum idiota entenda a decisão do ministro Joaquim Barbosa como uma vitória da reação protagonizada por esse lastimável ainda presidente da Câmara, o petista gaúcho Marco Maia.
     Não foi. A Justiça, através do presidente do STF, deu mais um exemplo de independência e coerência. Mostrou a um bando de vigaristas ideológicos que não houve qualquer perseguição aos petistas bandoleiros. Durante o julgamento, cumpriu-se a Lei, num processo absolutamente transparente, largamente estudado e discutido pela mais alta Corte do País. Ao fim, são respeitados os trâmites legais.
     Assim como festejamos (nós, os decentes) a condenação dos assaltantes do PT e de seus asseclas, devemos respeitar a recentíssima decisão do presidente do STF, mesmo que ela não nos agrade emocionalmente. É assim que a democracia funciona.
     O Supremo, ao fim de um ano difícil, sai engrandecido. O Congresso, mais uma vez, como vem acontecendo recorrentemente, surge como uma das instituições menos respeitadas pela população. Joaquim Barbosa fica como um exemplo de dignidade. Marco Maia só será lembrado por sua mediocridade. Como um dos símbolos de uma era de permissividade como jamais houve na nossa história.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Goleada da demagogia

     Tenho escrito há algum tempo que uma das marcas desses tempos lamentáveis é a mais vagabunda demagogia. Tive hoje mais uma confirmação dessa certeza. A partir de janeiro, os jogadores (ou seus familiares, no caso de morte) que conquistaram os mundiais de 1958, 1962 e 1970 passarão a receber, mensalmente o valor máximo da aposentadoria paga hoje pelo Ministério da Previdência Social: R$ 3. 916,20, além de um 'prêmio' de R$ 100 mil.
     Os argumentos são os mais canhestros e apelam ao mais boçal sentimentalismo, destacando que o "povo brasileiro reconhece essa 'dívida'" e que "o Brasil não pode conceber que aqueles que elevaram o nome do país passem por dificuldades". Pura vigarice retórica. O Brasil não pode conceber - isso, sim! - que qualquer um que tenha trabalhado dignamente por cerca de 40 anos receba uma aposentaria indigna e mal consiga sobreviver. Não apenas ex-atletas.
     Não tenho cada contra nossos campeões. Ao contrário. Quase todos os atingidos pela benesse com o bolso alheio - o de todos nós! - foram meus ídolos, em maior ou menor escala. Mas não existe a menor justificativa legal para que sejam tratados de forma especial. Jogavam futebol, e muito bem, como milhões de trabalhadores executavam suas tarefas de forma irretocável. Em algum momento, tiveram muito mais do que qualquer um nas mesmas condições.
     É verdade que os salários de então não se comparam aos pagos atualmente a jogadores de menor evidência. E daí? Nenhum operário daquela época ganhava o que é pago aos atuais. É a típica decisão tomada de olho na repercussão nas colunas de jornais, com a certeza dos aplausos, como determinados e esperados textos de alguns luminares da comunicação. Afinal, somos o país do futebol e, cada vez mais, da demagogia.

Lixo político

     A notícia é manchete em todos os jornais e revistas. Esse indefectível presidente da Câmara, o petista gaúcho Marco Maia, admite a possibilidade de dar 'asilo' aos deputados que faziam parte da quadrilha do Mensalão do Governo Lula que, por ventura, tenham sua prisão decretada pelo ministro Joaquim Barbosa. Esse insensato e desqualificado 'representante popular', ao que parece, voltou a entrar no jogo imundo que seu partido e asseclas, que apostam num confronto entre os poderes da República para livrar bandoleiros da cadeia, que é o lugar indicado para esse tipo de gente.
     Como a Câmara é inviolável, a Polícia não poderia cumprir o eventual mandado de prisão. É tudo o que esses criminosos poderiam almejar. Apareceriam em todas as cadeias de tevê (dessas, eles gostam), posando como mártires de uma causa, perseguidos políticos, quando nada mais são do que bandidos condenados por crimes que vão da formação de quadrilha à mais deslavada corrupção.
     Fica evidente que esse quase-ex-presidente (seu desastrado mandato acaba agora) segue uma cartilha moldada pela liderança do seu partido, em especial. Não por acaso, o lastimável ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, deu o sinal para a 'resistência', há dois dias. Ele mesmo, Maia, só abre a boca para balbuciar o que Lula e Dirceu mandam, com a aquiescência da presidente Dilma Rousseff, que é conivente com os bandoleiros, no mínimo, por omissão.
     Ele esquece - ou finge esquecer - que o crime de desobediência a uma determinação da mais alta Corte do País pode resultar na sua prisão. Talvez seja isso que ele esteja querendo. Provocar o conflito, em mais uma tentativa canalha de desacreditar a Justiça.
     Já tivemos, ao longo da vida Republicana, uma penca de personagens desprezíveis à frente das casas do Congresso. Mas nada se compara a esse lixo político que vem se revezando em Brasília há dez anos.

Os 'dez mais' desprezíveis

     Paulo Sérgio Carvalho, um grande amigo - o mais antigo de todos, remanescente dos tempos da velha escola pública, risonha e franca - lançou, na rede social, sua lista dos piores do ano. Não conseguiu limitá-la a dez nomes. Chegou a quinze, mas reconheceu que ainda existiria um bom par de dezenas de concorrentes fortíssimos. Limitou-se aos nossos valorosos representantes, embora também tenha admitido que é uma tarefa hecúlea relacionar pesonagens deploráveis sem incluir, entre eles, no mínimo, os bananeiros Hugo Chavez e Cristina Kirchner.
     Lembrei que há algum tempo eu também fiz minha relação. Uma relação das dez mais desprezíveis personalidades políticas nacionais. Em homenagem aos novos e infindáveis escândalos produzidos nessa lastimável Era Lula, vou acompanhar meu velho amigo e atualizar meu rol de pessoas abaixo da linha da iniquidade.
     É claro que o ex-presidente mais medíocre e ignorante que esse país já teve, em todos os tempos, está no topo da lista. Para agir com justiça, acho até que Lula deveria participar de uma categoria extra, como 'hors concours', uma espécie de Clóvis Bornay da política. É praticamente impossível compará-lo a qualquer outro personagem. Talvez a Hugo Chavez, mas num plano internacional. De qualquer modo, resistindo à tentação de abrir uma categoria só para ele, mantenho o chefe da chefe de gabinete da Presidência em São Paulo no primeiríssimo lugar. Está para nascer alguém que consiga ser tão desprezível quanto Lula. É como voto.
     Abaixo dele, há um mar de candidatos, todos com seus inegáveis méritos. Há seres abomináveis em todas as atividades, principalmente em Brasília. Como o julgamento do Mensalão deu a tônica do ano, alguns se sobressaíram e conquistaram pontos extras na corrida pelo pódio da sordidez. O primeiro nome que me surgiu, naturalmente, para o segundo lugar, foi o do ex-ministro José Dirceu, o chefão da quadrilha de assaltantes dos cofres públicos.
     Mas ele - apesar de todos os antecedentes (basicamente criminais) - não resistiu às marcas das emoções deixadas pelo julgamento. Cedi, então, ao meu coração e concluí que o segundo personagem mais desprezível do Brasil em 2012 foi o ministro Ricardo Lewandowski, o defensor dos bandoleiros, o homem que lutou para desmoralizar o Supremo Tribunal Federal e, em consequência, a Justiça.
     Dedico o honroso terceiro lugar a uma figura que também constrange a história da nossa Justiça: o ministro José Eduardo Cardozo, o descobridor das péssimas condições dos nossos presídios. Certamente nunca houve alguém mais despreparado para o cargo, em todos os tempos. Pode-se destrinchar a relação de ministros da Justiça desde tempos imemoriais. Não haverá quem dele se aproxime, por medíocre.
     Logo abaixo, num quarto lugar muito disputado, emergiu o ministro Dias Toffoli, o parceiro de Lewandowski na tentativa desesperada de livrar a quadrilha petista das grades. Sem a presença do seu líder, Toffoli justificou plenamente as dúvidas sobre sua capacitação para o cargo, que só conseguiu graças à militância partidária. Não podemos esquecer que seu grande trunfo jurídico foi ter sido empregado do PT e assessor de José Dirceu.
     O quinto lugar na minha lista de os mais desprezíveis personagens públicos desse país fica com o inacreditável 'ministro' da Secretaria- Geral da Presidência, o ex-seminarista Gilberto Carvalho, aquele que trocou Deus por Lula, por quem daria a vida. Não houve uma demonstração de vigarice retórica sem a sua presença deplorável. Foi a voz da maledicência, da defesa intransigente de canalhices, das mentiras, das insinuações. Vive seu melhor momento.
     A sexta colocação foi conquistada sem esforço pelo presidente das Câmara, o petista gaúcho Marco Maia, outro a desmoralizar ainda mais uma das casas do nosso já vilipendiado Congresso. Esteve, sempre, ao lado do que há de mais desprezível na política atual, posando de valentão, mas incapaz de uma atitude sequer de independência. Foi um mero executor das determinações palacianas, sujeitando-se às atitudes mais degradantes ao longo do ano. A conquista dessa marca significativa no pódio foi consolidada nos últimos momentos, quando tentou desafiar o STF. Foi escorraçado pelo ministro Celso de Mello.
     O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), aquele que mandou a mulher sacar na boca do cofre R$ 50 mil da propina paga por Marcos Valério e inventou diversas versões para o fato, superou até mesmo seu líder José Dirceu em atitudes lastimáveis, ao longo do ano. Condenado à cadeia, continua tentando livrar-se da punição, agarrado às barras das calças de petistas mais influentes. O sétimo lugar é dele.
     Lista dos dez mais desprezíveis personagens públicos brasileiros que se preze não poderia deixar de contar com a presença de José Dirceu, injustamente condenado como o chefe da quadrilha que assaltou os cofres públicos, no episódio que ficou conhecido como Mensalão. Ele, como afirma seu assecla Marcos Valério, era o subchefe. Seu comportamento ao longo dos últimos doze meses garantiu sua permanência entre os piores, em oitavo lugar. Essa colocação é um sintoma claro de como o Brasil piorou nos últimos meses. Dirceu, quando o ano ainda engantinhava, estaria ao lado de Lula em qualquer relação que eu me propusesse a montar.
     A nona e respeitável colocação da minha lista dos dez piores ficou com o inesgotável presidente do Senado, José Sarney, um exemplo de sobrevivente. Ele foi o esteio político dessa continuação da lastimável Era Lula que completa dez anos. Esteve sempre a postos para compor, ajustar, negociar. Foi um dos maiores baluartes do Poder, que ajudou a sustentar, apesar da suquência assustadora de escândalos e pilantragens.
     Por último, em décimo lugar nessa escala de figuras políticas desprezíveis, o presidente do PT, um tal de Rui Falcão, autor das mais nauseabundas notas oficiais e declarações de apoio aos quadrilheiros e ao ex-presidente Lula. Sua ascensão deve-se à sua extraordinária atuação degradante, subserviente, superando concorrentes com enorme potencial e mais visibilidade.
     Seria injusto, no entanto, que deixasse de nomear alguns personagens que, por falta de consistência e extrema vigarice retórica, mereceriam constar em uma relação de 'mensões honrosas', como os ministros Fernando Pimentel e Ideli Salvatti e - não seria possível deixá-la de fora - a presidente Dilma Rousseff, a líder do governo mais assaltado por escândalos em toda a nossa pobre vida republicana.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A retórica vagabunda

     "Só existe uma possibilidade de eles me derrotarem: trabalhar mais do que eu. Mas se ficar um vagabundo numa sala com ar-condicionado, falando mal de mim, vai perder"
     Essa frase - pelo tom abjeto, asqueroso, mesmo - só poderia ter sido cuspida pelo ex-presidente Lula, o mais medíocre, ignorante e despreparado ocupante do mais alto cargo do país em todos os tempos. É inacreditável como esse personagem deletério continua agredindo a dignidade com seus discursos vazios, arrogância e vigarices retóricas.
     Para alguém que praticamente não trabalhou - passou a maior parte da vida 'ativa' de operário em postos sindicais e aposentou-se bem cedo, graças à providencial 'perda' de um pedaço de um dos dedos mínimos -, chega ser degradante que tenha a coragem de chamar qualquer um de vagabundo.
     Depois de ter feito o possível para escapar da repercussão de seu envolvimento institucional (não me refriro ao que eventualmente tenha se passado nas alcovas presidenciais) com a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha, Lula reapareceu durante a solenidade de posse do novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que ele também presidiu. Cercado por uma plateia amestrada, disparou mesmices durante 42 minutos, segundo a Folha.
     Como sempre, não abriu mão de uma fanfarronice, ao dizer que seus adversários terão que trabalhar mais do que ele para derrotá-lo, numa alusão às últimas denúncias de que teria se beneficiado de dinheiro do Mensalão. Não teve coragem, entretanto, de apontar o dedo diretamente para o publicitário Marcos Valério, responsável pelas acusações.
     Ficou no discurso vago e barato, repleto de frases que têm efeito em determinado público. É claro que ele não quer comprar uma briga direta com seu principal algoz. Poderia, simplesmente, processá-lo por calúnia e difamação. Mas ele, Lula, sabe que seria um risco. É preferível sair atirando em uma etérea conspiração contra ele, toecendo para que sua antiga companheira de viagens pelo mundo, Rosemary Nóvoa, e Marcos Valério fiquem de boca fechada.

Uma presidência lastimável

     O boquirroto e serelepe presidente da Câmara, o petista gaúcho Marco Maia, embora tenha baixado o tom e praticamente enfiado o rabo entre as pernas, insiste na postura teatral, politiqueira e ridícula de mostrar 'independência' em relação à mais recente e emblemática decisão do Supremo Tribunal Federal. É o meio que ele encontra de se solidarizar com os quadrilheiros de seu partido, condenados à cadeia pelo assalto que praticaram aos cofres públicos, no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula e que poderia ser chamado, sem erro, de roubalheira, pura e simplesmente.
     Esse personagem menor da história brasileira não se manifestou para comentar o lamentável resultado da CPI do Cachoeira, criada, comandada e finalizada pelo PT, atendendo a determinação do ex-presidente Lula, com o objetivo de se vingar do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e, ao mesmo tempo, desviar o foco do julgamento do Mensalão. A CPI acabou de forma melancólica, sob a batuta de outro petista do baixíssimo 'clero'. Já o julgamento ...
     Marco Maia sequer comentou o resultado pífio, vigarista, dos seus parceiros congressistas, cuja independência ele finge defender, quando está de olho, de fato, no suporte ao deputado federal João Paulo Cunha, petista como ele, prestes a ser cassado e preso. Sem falar no suplente e futuro presidiário José Genoíno, que estudava a possibilidade de voltar à Câmara, em janeiro, em mais uma afronta à dignidade nacional.
     Gostaria de ver o ainda presidente da Câmara - vai ficar mais alguns dias, infelizmente - exigir que seus comandados mergulhassem fundo nas denúncias de envolvimento da companheirada petista, assemelhados e empresários nos escândalos que brotaram nas investigações sobre a influência do contraventor Carlos Cachoeira nos governos federal, estaduais e muncipais.
     Queria ver sua coragem ao exigir que o indecoroso comportamento do governador Marconi Perillo fosse investigado rigorosamente, tanto quando a atuação dos governadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Agnelo Queiroz (PT-DF); e a presença da empreiteira Delta nos empreendimentos do tal do PAC. Marco Maia prestaria um enorme serviço à Nação. Tão grande que talvez superasse os efeitos nefastos de sua lamentável presença à frente de uma casa do Poder Legislativo.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Bandoleiros temem decisão de Joaqum Barbosa

     Eles estão tremendo de medo, de pavor. A perspectiva de o pedido de prisão imediata dos quadrilheiros condenados pelo assalto aos cofres públicos durante o Governo Lula ser avaliado, apenas, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, durante o recesso da Justiça, mobilizou e reuniu novamente os bandoleiros. Em uníssono, querem que o caso seja julgado amanhã, pelo plenário, contano com os votos certeiros dos ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli e com a benevolência que vem sendo expressa pelas ministras Carmem Lúcia e Rosa Weber, em especial.
     Seriam quatro votos que garantiriam, no mínimo o empate - e o empate beneficiaria os réus - , pois o ministro Gilmar Mendes está fora do país, em missão oficial. Isso, levando-se em conta que o ministro Teori Zavascki optou por não se manifestar no julgamento.
     Essa gente sabe que Joaquim Barbosa tende a ser inflexível. Sabe que uma decisão favorável á prisão imediata é mais o que uma mera possibilidade. E já se manifesta com argumentos que beiram o ridículo. A decisão monocrática do presidente do STF é uma das hipóteses legais e indiscutíveis. Não está escrito em lugar algum que o procurador-geral da República tem que oficializar o pedido no prazo que os condenados acham mais prudente.
     É verdade que a decisão do Roberto Gurgel, de postergar a formalização do pedido, me parece mais um golpe de mestre praticado por ele e por Joaquim Barbosa. Foi graças a uma jogada perfeita que a quadrilha petista foi condenada à cadeia. Pode ser que essa outra grande cartada acabe por lavar a alma da Nação decente.
     E, antes que eu me esqueça: a Justiça não se pauta pelos bandidos.

O apóstolo da indignidade

     Um ministro, pago com o dinheiro dos nossos impostos, não pode agir como um panfletário e convocar militantes para as ruas para 'defender' alguém, seja lá quem for. O cargo que ele exerce, por sua dimensão suprapartidária, exige compostura, um ritual de seriedade e dignidade. Mas seria esperar muito - muito, mesmo! - de um personagem como o lastimável ministro da Secretaria da Presidência, Gilberto Carvalho.
     Especialmente quando sabemos que o alvo de sua defesa é o ex-presidente Lula, por quem ele jurou, certa vez, que daria a própria vida. Gilberto Carvalho, ao longo dos anos, vem justificando a escolha que fez, ao abandonar o seminário para se dedicar a outro 'deus'. Vem sendo a voz sempre disponível para as performances papéis mais sujas, para transmitir os recados que seus chefes não têm a coragem de assumir. É o obreiro da causa lulista.
     Para entendermos bem o papel desse figurante da seita que surgiu do culto a Lula, nunca é demais lembrar que ele foi acusado pelos irmãos do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel, de ser o carregador da propina que o PT extorquia nas empresas de ônibus do interior paulista e que foi destinada à campanha vitoriosa do então canditado Luís Inácio Lula da Silva, em 2002.
     Era - para usar uma expressão bem de acordo com seu passado, e de acordo com a acusação dos irmãos do prefeito morto - o encarregado de encher as a sacolas com o dinheiro sujo advindo da corrupção. Se tivesse vivido há dois mil anos, seria açoitado por Cristo, como o foram os vendilhões do templo.
     Assim como seu 'mestre' e os discípulos mais relevantes, Glberto Carvalho nega as evidências, desmerece os que se atrevem a desafiar seu paradigma e vocifera contra a imprensa. Certamente na igreja que abraçou - a Lulista de Todos os Dias - não há pecados a evitar nem infernos a temer.

Em defesa da democracia

     O chefe da quadrilha que assaltou os cofres públicos durante o primeiro governo Lula, o ex-ministro José Dirceu, continua afrontando a Justiça e a história, com o apoio de personagens deletérios da vida pública. Condenado a dez anos e dez meses de cadeia, insiste em posar de vítima e em apregoar sua suposta vocação de defensor da liberdade e da democracia, algo que jamais foi.
     José Dirceu e uma considerável parte da oposição à ditadura militar instalada no Brasil em 1964 não lutavam pelo primado das liberdades individuais, do respeito aos preceitos democráticos. Lutavam, sim, pela derrubada de um regime de exceção que se mostrou violento e arbitrário e sua substituição por outro tão ou mais deplorável, como os fatos como a queda do Muro de Berlim e o posterior desaparecimento da União Sociética nos provaram.
     A democracia - tão invocada de maneira ignominiosa por elementos que tentavam, por sua vez, solapá-la - não estava nos planos de Dirceu, Genoíno e outros que se filiaram à doutrina comunista. Seu sonho passava pela implantação, no país, de um regime nos moldes do soviético, representado, nas Américas, pela Cuba de Fidel. Com os olhos da época, é até possível entender a adesão ao ideário 'socialista', até por ingenuidade. Na perspectiva atual, é imposível.
     Felizmente para nosso país, os dois lados extremados foram derrotados pela maioria da população, que exigiu e conquistou o direito à democracia, à liberdade, ao primado da Justiça. Embora fruto de um inquestionável movimento popular - o que o explica, mas não justifica, de maneira alguma -, o golpe de estado de 64 rapidamente perdeu o rumo e mergulhou na mais absoluta treva.
     O Brasil viu-se oprimido por um mundo extremamente dividido, maniqueísta. Com muita determinação política e uma madura participação popular, conseguiu reverter um quadro sombrio, de atos de terrorismo, assassinatos, tortura. Essa vitória da consciência nacional não pode ser manipulada por quem vilipendiou a Nação que renasceu com a reconquista da democracia.
     A liberdade que usufruímos hoje não é devida a indívíduos. Ao contrário. É o resultado da afirmação da sociedade como um todo. Uma liberdade que José Dirceu e seus asseclas agrediram, ao investir contra os preceitos mais caros à democracia e à República.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Vasco acelera para o passado

    No futebol, especialmente o brasileiro, técnico de time grande normalmente não resiste a quatro ou cinco derrotas seguidas, com as exceções que confirmam a regra. Regra que vale tanto para os Gaúchos quanto para os Scolaris. Até mesmo o insuportávelmente arrogante José Mourinho o mais bem pago do mundo, pelo que se comenta, está balançando no Real Madrid.
     Não sou intransigentemente favorável a essa cultura. Ninguém faz milagres com uma equipe limitada e com salários atrasados, como, por exemplo, o meu Vasco dos últimos tempos. Mas não posso ser radicalmente contra a mudanças na direção técnica, ao menos para tentar provocar uma mexida no time. Minha lucidez de antigo cronista é facilmente atropelada pela paixão. Perdeu quatro, cinco, seis, pode ir à luta. E normalmente já vai tarde
     Partindo dessa admissão, fico me perguntando por que essa máxima - 'perdeu, está fora' - não vale, também e principalmente, para dirigentes medíocres, responsáveis pelo colapso dos seus clubes? Se valesse - e fico tentado a achar que deveria valer -, Roberto já teria sido defenestrado há um bom tempo da presidência do Vasco, onde acumula desacertos administrativos inimagináveis nos tempos modernos.
     O esperado e temido desmonte da equipe, que já estava enfraquecida, é uma realidade. Dois dos mais importantes nomes da equipe - Fenando Prass e Juninho - já foram. Outros seguirão o mesmo caminho. O clube não paga salários, perdeu todas as receitas, por inadimplência em acordos judiciais, e sucateou a diretoria.
     A única esperança que resta ao torcedor é a presença de alguns nomes respeitabilíssimos no comando do futebol, como Ricardo Gomes e Mauro Galvão, personagens acima de qualquer suspeita e identificados com o clube, e o correto e eficiente Renê Simõe, o novo diretor-executivo. Mas essa turma - especialmente Ricardo e Mauro - não entra em campo há um bom par de anos.
     Os disparates de Roberto - ao contrário dos chutes certeiros que disparava - já alimentam, até, o movimento pela ressureição de Eurico Miranda. Pelo que se vê, o Vasco caminha celeremente para o passado. E não podemos esquecer que 2009 faz parte desse passado bem recente.

Histórias de Júlia e Pedro (53)


Pedro, ao estilo aventura, com Cléo, ao fundo, sua companheira inseparável


     O menino aventureiro

     Natal também é sinônimo da brincadeira de 'amigo oculto'. Júlia já participa ativamente há alguns anos. Pedro está fazendo sua estreia, de fato. E não teve dúvidas em escolher o presente que gostaria de ganhar: um cantil. Isso mesmo, um cantil, daqueles de aventureiros, de verdade, com capa verde e passadeira para o cinto. Igual ao que eu e o 'tio Gui' (marido de Fabiana, irmã de Flávia) usamos nas nossas muitas incursões ao Pantanal, Chapadas e Jalapão. Incursões que ele sonha fazer conosco. O cantil que está usando, na foto da nossa penúltima 'aventura', é o meu, que dei para ele. Mas o moleque quer um dele, de fato e de direito.

A afirmação da Justiça

     Como todas as pessoas decentes desse país esperavam, o ministro Celso de Mello decidiu pela perda dos mandatos dos três deputados condenados no julgamento do Mensalão do Governo Lula, destaque para o ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, do PT de São Paulo. E foi além, ao repudiar vigorosamente a ameaça do presidente da Câmara, o também e não por acaso petista gaúcho Marco Maia, de não cumprir a decisão emanada do Supremo Tribunal Federal.
     O recado foi direto e inflexíval: "Solidariedade não pode justificar declarações inaceitáveis de que não se cumprirá decisão do STF", disse o ministro. E completou: "É inadmissivel o comportamento de quem, demonstrando não possuir o senso de institucionalidade, proclama que não cumprirá decisão transitada em julgado pela Supremo, que tem o monopólio da última palavra em matéria da interpetação da Constituição. Decisão transitada em jugado não se discute".
     Foi um brado retumbante de afirmação do primado da Justiça, do conteúdo da Constituição: "A insubordinação legislativa ou executiva à decisão judicial transitada em julgado revela-se comportamento intolerável. Qualquer autoridade que descumpra decisão judicial, expõe-se a uma dupla e inafastável responsabilidade penal, político-administrativa e civil".
     Vale lembrar que João Paulo Cunha (PT-SP) foi condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro a nove anos e quatro meses de prisão; Valdemar Costa Neto (PR-SP), a sete anos e dez meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e Pedro Henry (PP-MT), a sete anos e dois meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. E essa gente quer continuar no Congresso.

A lama continua escorrendo

     Eles insistem nessa ladainha rota e esfarrada de que 'querem' destruir as imagens do ex-presidente Lula e do Governo. O sujeito dessa fantasia retórica é quase sempre indefinido, método simples e fácil para assumir a posição de vítimas de um complô das elites (incluindo, nesse pacote, a imprensa). Eles são pegos com as mãos dentro do cofre e afirmam que estavam apenas tirando a poeira, mesmo que as cédulas escorram de seus bolsos e cuecas.
     Vem sendo assim em toda essa Era Lula. Todas as pilantragens, desvios de verbas, roubos, acordos espúrios e negociatas são creditadas - quando denunciadas - a uma campanha do que eles chamam de direita, palavra que incorpora todos os males do mundo. Mesmo que estejam de mão dadas, aos beijos e abraços, com o que poderia ser tachado de representação máxima do atraso, do preconceito, do comportamente vil.
     É assim que o PT reage às denúncias, à exposição de suas inconsistências, aos escândalos protagonizadas por todos os seus escalões, sem exceção. Já escrevi aqui mesmo, no Blog, que há alguns anos o Brasil vem sendo administrado por ladrões. A cada dia mais me convenço que nunca estive tão certo.
     Entrevista com o ex-diretor da Agância Nacional de Águas, Paulo Vieira, apontado com o chefe de mais uma quadrilha oficial, vem corrobar minha convicção. Uma das suas frases, literais, não deixa dúvidas: "A ANA é um dos maiores cabides de emprego e cargos comissionados do governo, um orçamento milionário, gasto com ONG, a maioria sem licitação".
     Assim como a Agêncioa de Águas, toda a estrutura governamental foi loteada entre petistas, em especial, e apaniguados. Houve um aparelhamento jamais visto, em todos os níveis, com os resultados que o Brasil vem acompanhando. Nunca se roubou tanto nesse e desse país. A corrupção se alastrou em todos os segmentos, a partir do exemplo - comprovado!!! - do ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
     A entrevista de Vieira, que merece ser lida com atenção, envolve diretamente mais dois ministros dessa lamentável administração Dilma Rousseff, a mais envolvida em corrupção em todos os tempos. O pupilo da ex-chefe de gabinete da Presidência, Rosemary Nóvoa Noronha, aponta o dedo certeiro para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e para o chefe da Advocacia Geral da União, Luís Adans.
     Sem subterfúgios, Paulo Vieira afirma que os dois ministros citados estão diretamente envolvidos na adulteração de pareceres para beneficiar, no caso específico, o ex- senador Gilberto Miranda na sua ocupação ilegal de uma ilha. Garante que os dois influíram, pressionaram e conseguiram mudanças em relatórios contrários aos projetos do ex-senador.
     A essa altura, já deveriam ter sido demitidos.Certamente serão, a pedido, como todos os anteriores, para que "possam-provar-na-justiça-que-são-íntegros-blá-blá-blá-blá-blá-blá".
     Mais uma denúncia - como TODAS as demais ao longo desses últimos anos - partida de dentro do esquema, de alguém do bando, ou quadriha. Essa é a grande verdade, a única. Mais do nunca, prevalece a máxima popular: quem anda com porcos, come farelos. E ela vale para os dois lados da questão, pois o chiqueiro é um só.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Minha frase da semana

     "Se não estivesse desesperado, vingativo mesmo, certamente ficaria calado (Marcos Valério). Quadrilheiros agem assim. É só dar uma passada pelas histórias de grande mafiosos denunciados por comparsas que se sentiram traídos ou ameaçados, a partir de um determinado momento. Essa é a lei do submundo do crime". Extraída do texto 'Lula e a lei do submundo do crime,' de terça feira, 11 de dezembro"

A cultura do malfeito

     A constatação está no O Globo: a Proteste - Associação de Consumidores realizou uma pesquisa em bares e restaurantes do Rio e de São Paulo e constatou que 42% deles cobraram por chopes que não foram pedidos, além de erros na taxa de serviço constante da nota fiscal. Com absoluta certeza, posso garantir que não é uma novidade, a exceção que consolida a regra. Ao contrário. Essa é a regra, especialmente nessa nossa 'muy leal' cidade do Rio de Janeiro.
     Rouba-se tudo e em tudo, aqui na Cidade Maravilhosa. E não estou me referindo a grandes assaltos, aqueles de que incorporam violência física. Pois nesses nós somos quase imbatíveis. Estou me fixando nos crimes comportamentais, que fazem parte da 'cultura carioca'. Os taxistas assaltam viajantes incautos; garçãos acrescentam produtos na conta; desocupados loteiam as ruas; ladrões baratos carregam cabos telefônicos e bueiros; espertalhões instalam gatos nos cabos de tevê por assinatura.
     Multidões se aproveitam de acidentes de trânsito para saquear cargas e bolsos de feridos ou mortos. Nos mercados, os preços são ajustados para cobrir os roubos realizados por clientes. Uvas, pães, doces, nada escapa à sanha assaltante. Para ser justo, no entanto, devo admitir que essa não é uma característica só nossa. É coisa nacional, brasileira, como a jabuticaba e o guaraná.
     E talvez esteja nesse perfil a explicação para a quase conivência do nosso povo varonil com o malfeito e, em especial, com os malfeitores. Quando lê ou escuta que um desses quadrilheiros petistas assaltou os cofres públicos, muita gente - muita, mesmo! - não se abala, estranha, repudia. É a turma que, lá no íntimo, sabe que faria a mesma coisa, se tivesse chances.
     E esse raciocínio vale tanto para os coniventes com os roubos comuns, quanto para os sensíveis às - digamos - 'expropriações de cunho político', aquelas destinadas a pagar contas do partido, festas, comprar meia dúzia de deputados, garantir a eternização no poder.
     Não por acaso lideramos ou estamos bem colocados em todas as pesquisas sobre corrupção. A percepção que o mundo decente tem de nós e que somos naturalmente depravados, há muito tempo. Uma percepção que deve ter dado um salto, com a repercussão das notícias recentes sobre o envolvimento do ex-presidente Lula e seus assessores diretíssimos em escândalos inomináveis.
     E que deve explodir com a constatação de que ele - o inimputável - e sua sucessora (a presidente do maior número de escândalos de toda a história republicana) lideram, impávidos colossos, com folgas, qualquer corrida para o Palácio.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Planalto prepara novo pacote de mentiras

     "Dilma prepara discurso e PT 'acalma' revoltados para preservar Lula"
     Sinceramente, em que lugar do mundo - estou falando em lugar decente, portanto, não vale dizer Cuba, Venezuela, Argentina, Coreia do Norte, Irã e assemelhados - um jornal publica um título como o que reproduzi acima e a vida continua como se não houvesse amanhã? É verdade que algo assim jamais seria publicado nos países citados. Só mesmo aqui, nesse país especialíssimo, como destaquei em texto recente aqui mesmo, no Blog.
     O título é da versão on line do Estadão e sintetiza o esquema que está sendo desenvolvido no Palácio do Planalto e arredores, para contornar - jamais enfrentar! - a crise de moralidade que nos atinge e que, a cada dia, mais nos envergonha.
     A solução encontrada pelos marqueteiros do Planalto - destaca o jornal - é explorar a inacreditável aprovação da presidente Dilma Rousseff e colocá-la para falar de uma espécie de 'Brasil do B', um país de faz-de-conta, onde a economia vai muito bem, obrigado (PIB de ridículo 1,5%!!!); a educação está bombando (de fato, levou 'bomba' nas avaliações internacionais); a saúde está tinindo (basta lembrar os últimos incidentes no Into); e a segurança é exemplar, como podemos constatar nos ataques do crime organizado realizados em diversas cidades do Sul.
     Na pior das hipóteses, a presidente pode citar o tal trem-bala que vai custar (se virar realidade) quatro vezes mais do que as previsões mais otimistas. Ou desfiar promessas de transpor as águas do Rio São Francisco para acabar com a seca, como vem sendo feito há pelo menos cinco anos. O objetivo é manter o povão feliz e esperançoso, sem parar para pensar nas - digamos - 'estripulias' do ex-presidente Lula, bombardeado pelo que podemos chamar de 'fogo amigo', partido das trincheiras do seu partido e de alguns asseclas.
     Em outra frente - eles não têm a menor dignidade -, é tratar de manter a ex-chefe de gabinete da Presidência, Rosemary Nóvoa Noronha, e seus pupilos, os irmãos Vieira, de bocas fechadas, com promessas de apoio integral. Sem falar em Marcos Valério, o operador do Mensalão do Governo Lula, que já está espalhando aos ventos que vai contar mais um capítulo das suas relações com a turma do PT e do Poder.
     E, como ensinou o manual da vigarice, colocar a culpa de tudo numa vaga 'oposição', que estaria tentando "desconstruir" a imagem do Governo. Pode parecer brincadeira, para pessoas que conseguem raciocinar além dos 140 toques do tal twitter, mas essa estratégia vem funcionando há um bom tempo. É um aperfeiçoamento da baboseira da 'herança maldita. Com algumas vantagens, a saber: vêm aí o Natal, o Ano Novo e o carnaval.
     Só mesmo aqui. Afinal, há 500 anos nosso primeiro cronista já afiançava que "em se plantando, tudo dá".

Canalhice acumulada

     Eles sempre se encontram, se esbarram, trocam confidências, são grampeados, mentem, disfarçam, escamoteiam, são pegos roubando o país. Não há, na verdade - e os fatos vêm provando essa assertiva -, várias quadrilhas agindo nessa lastimável e corrupta Era Lula. O bando é um só, embora subdividido para operar em várias frentes. A recente Operação Porto Seguro - a que exibiu ao mundo a desenvoltura da chefe de gabinete da Presidência, Rosemary Nóvoa, nas salas, antessalas e outros cômodos mais íntimos do Poder - jogou tudo e a todos no mesmo ventilador.
     A vigarice já era imaginada, pelo surgimento de alguns nomes comuns a todos os crimes institucionais cometidos nesses últimos dez anos de miséria moral que estamos vivendo. A começar pelo principal, o chefe dos chefes, o ex-presidente Lula, responsável direto - entre outros delitos de maior importância - pela indicação e manutenção da superpoderosa Rosemary em uma cargo do primeiro escalão. Mensalão, 'aloprados' e esse caso mais recente têm as digitais de Lula, de alguma maneira, embora ele de nada saiba ou - dependendo da ocasião (e ela, a 'ocasião', provoca diversas 'consequências', como reza o ditado popular) - tenha sido apunhalado nas costas.
     Outra onipresença: o ex-chefe da Casa Civil de Lula, José Dirceu, condenado por ter chefiado a quadrilha do Mensalão que assaltou os cofres públicos. Ele está em todas, como nos revela, com detalhes, reportagem da revista Época que chegou hoje às bancas. Sua ex-secretária Rosemary (ele a repassou a Lula) foi grampeada falando sobre ele com outro quadrilheiro, sobre seus interesses comuns, sobre um feriadão que passariam juntos na Bahia.
     E, como um grampo puxa outro, ficamos sabendo do teor altamente comprometedor de conversas entre o petista e atual advogado geral da União, Luis Inácio Adans, e seu adjunto e correligionário José Weber. E esses caras são os nossos representantes legais, aqueles que, em tese, defendem a Nação. Se não bastasse, desponta altaneiro, nos conchavos, o nome do ministro Dias Toffoli, aquele mesmo que fez dobradinha com Ricardo Lewandowski na defesa dos quadriheiros petistas e que antecedeu - que coincidência! - o atual advogado geral no cargo.
     É inacreditável que esse esquema de poder consiga se sustentar com tanta canalhice acumulada.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A voz dos insensatos

     Confesso que não sei bem o que pode ser um 'twitaço'. Talvez seja um dos poucos a jamais ter postado uma mensagem nessa 'rede social' (eu acredito que seja uma). Aliás, sequer tenho twitter. Sei que é um instrumento em que as pessoas têm, no máximo, 140 toques para se expressar. Pelo sucesso de alguns temas, e que chegam ao meu conhecimento de alguma forma, imagino sejam necessários apenas uns 60 ou 70 pontos no QI para participar.
     A sensação de hoje no tal do twitter, segundo soube pelo O Globo, foi uma avalanche de mensagens de apoio ao ex-presidente Lula, a pedido do presidente do PT e com apoio entusiasta de uma tal de União da Juventude Socialista, ligada ao moderníssimo e extremamente democrático PCdoB. Vi que grande parte da companheirada aderiu ao desagravo, em espcial alguns luminares petistas, mas o 'destaque' vai para essa garotada.
   Para começar, é inacreditável que alguém que não cheire a naftalina morra de amores por qualquer partido comunista. É algo semelhante a aplaudir os genocídios praticados na e pela antiga União Soviética e na e pela China maoísta; a completa falta de liberdade que marca Cuba; a ignorância do regime da Coreia do Norte.
     Há 50 anos, essa ilusão ainda era aceitável, num mundo de comunicações limitadas e dividido. Hoje, com a história e os IPads nas mãos, é pura estupidez. Assim como apoiar cegamente um político deletério, que desonrou o mandato e a confiança de um país. O Lula que está nas manchetes não é o ilusório líder operário que chegou à Presidência carregado de esperanças.
     O Lula de hoje é o homem que conviveu com o maior escândalo da nossa história republicana; que - comprova-se agora - chafurdou na lama ao lado de seus mais diletos parceiros, como José Dirceu e José Genoíno. É o presidente que nomeou uma 'protegida' para chefiar um gabinete e brigou pela indicação de dois quadrilheiros. É o político mentiroso, despreparado, conivente com as maiores ignomínias. É o homem do "eu não sabia"; do "fui apunhalado".
     Tão medíocre e baixo que é alvo de denúncias de reles bandoleiros, com os quais conspurcou o cargo que ocupou.

Brasília freme

     A fila cresce e, com ela, as colossais dores de cabeça da turma do poder. Estou me referindo à relação de quadrilheiros dispostos a contar 'tudo' à Justiça, que acaba de ganhar mais um integrante de peso. Já não bastava o publicitário Marcos Valério - o operador do Mensalão, parceiro dos bandoleiros petistas também condenados - estar causando esse terremoto na já fragilíssima credibilidade do ex-presidente Lula. O 'mundo' não fala de outra coisa. O 'cara' andou em todas as manchetes, ligadas à palavra-chave desse Era que completa dez anos: corrupção.
     Hoje, ficamos sabendo, pelo Estadão, entre outros, que o ex-diretor da Agência Nacional de Águas, Paulo Rodrigues Vieira, o apaniguado de Rosemary Nóvoa, a secretária que fazia tudo por Lula (e por/com quem ele, Lula, fazia muitas coisas, com o dinheiro público), está decidido a contar o que sabe, para garantir a redução de uma futura e inexorável condenação à cadeia.
     Para evitar que aconteça com ele o que ocorreu com Marcos Valério (40 anos de cadeia, por acreditar na promessa de que seria protegido pelo esquema de poder), um dos irmãos Vieira já começou a espalhar por aí que vai contar o que sabe e envolver, segundo o jornal, "gente mais graúda" no escândalo de venda de pareceres e corrução descoberto pela Polícia Federal, na Operação Porto Seguro.
     Mais 'graúda' do que ele, só mesmo gente do primeiríssimo escalão dessa maltratada e vilipendiada República. É coisa para ministérios, Advocacia Geral da União e afins, no mínimo, tomo a liberdade de inferir. Deve estar provocando pânico geral nas instituições, febres malsãs, arrepios incontidos, dores de barriga generalizadas. Brasília freme.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O Planalto e a corrupção

     A frase da presidente Dilma Rousseff de - digamos - maior impacto, na entrevista que concedeu ao jornal francês Le Monde é daquelas que provocam, em mim, reações bem diversas. Da mais profunda 'admiração', pela extrema cara de pau, às gargalhadas. Disse nossa presidente: "Eu não tolero a corrupção, e o meu governo também não".
     Deve ser por isso que ela mantém, impávido colosso, seu amigo Fernando Pimentel no cargo de ministro do Desenvolvimento e muitas outras coisas, mesmo depois de ele ter recebido R$ 2 milhões por palestras que jamais foram feitas, logo depois de ter saído da prefeitura de Belo Horizonte e pouco antes de assumir a chefia de sua - dela, Dilma - campanha eleitoral. 'Palestras' que foram pagas - que coincidência!!! - por empresas interessadas em obras oficiais, através da sua entidade.
     Também deve-se a essa 'intolerância' a manutenção da ex-senadora Ideli Salvati no primeiríssimo escalão de seu governo (ministra de Relações Institucionais, seja lá o que isso a gente sabe que é), apesar de ela ter sido a responsável pela compra de uma flotilha de lanchas - embarcações jamais usadas, por proibição legal - quando ocupava o Ministério da Pesca.
     Por rígida em relação à corrupção, continua abrindo as portas do Palácio para a ex-chefe da Casa Civil e sua amiga fraterna, Erenice Guerra, cuja administração se distinguiu por distribuir facilidades. É, ainda, no seu governo que desponta o ex-senador Aloízio Mercadante, ministro da Educação. Ele mesmo, aquele que - a exemplo de Lula - não sabia que seu principal assessor estava comprando dossiês falsos para atacar políticos oposicionistas, no caso que ficou conhecido como dos 'aloprados'.
     "Mas ela demitiu sete ministros e afastou uma penca de diretores acusados de corrupção", poderia ponderar algum desavisado. Não demitiu, na verdade. Todos tiveram o pedido de demissão aprovado, para que pudessem se defender 'mais à vontade', fora do poder. E todos mantiveram-se calados e felizes, pois ficou o dito pelo não dito e os casos desapareceram no ralo do esquecimento. Não houve processo ou cobrança do que foi roubado. Nas transmissões de cargo, TODOS os 'demitidos' foram elogiados.
     E eu não me referi ao evidente e constrangedor apoio que nossa presidente deu aos quadrilheiros petistas condenados no julgamento do Mensalão do Governo Lula. E preferi passar ao largo do 'debate' público que mantém com o operador do Mensalão, o publicitário Marcos Valério, em defesa de seu antecessor. Dona Roosemary Nóvoa e seus indicados, os irmãos Vieira? Bem, em relação a esses casos a presidente manteve um obsequioso silêncio.

Mais uma grande sacada palaciana

     A pantomima engendrada pela marketing palaciano e encenada pela presidente Dilma Rousseff, na questão do veto à distribuição equânime dos royalties provenientes da exploração de petróleo, vai se desenhando uma verdadeira chanchada. É claro que as bancadas federais dos 24 estados não-produtores (deputados e senadores)iriam se mobilizar para derrubar o 'veto' da presidente. Se não agissem assim, estariam desprezando o voto dos seus eleitores e a defesa de suas origens. Portanto, a votação de ontem, no Congresso, com uma esmagadora decisão por examinar o veto presidencial, era sabida, anunciada.
     Sabida e prevista, em especial, pela própria presidente, que - ao contrário do que pregam alguns - foi a grande vencedora. Para que nossa mandatária não ficasse mal com os estados produtores - dois deles (Rio e São Paulo) fundamentais em qualquer projeto político, nem gritantemente contra os demais, criou-se uma fórmula mágica, que me permito expor, como se estivesse no cérebro da nossa principal dirigente: "Veto, mas destino o dinheiro futuro para a educação. Fico bem com uns e não posso ser acusada pelos outros. Mas se o Congresso decidir pela forma anterior, não tenho nada com isso ..."
     E o Congresso - por amplíssima maioria - fez o trabalho 'sujo' por ela, que já tirou o corpo da jogada, como nos contam nossos principais jornais e revistas, como a Veja: "A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que não pode fazer mais nenhum gesto para convencer o Congresso a manter os vetos ao projeto que altera as regras de divisão dos royalties do petróleo. "Não há gesto mais forte que o veto. Que todos votem de acordo com a sua consciência", declarou durante sua visita a Moscou."
    Foi o que os 348 deputados e 61 senadores fizeram, ao constestar seu veto, e vão fazer, ao manter, na semana que vem, a base da lei original. Até por que a 'consciência' dos políticos em geral é associada ao capital de votos que pode garantir.
     PS: Para não deixar passar sem referência, reafirmo minha convicção sobre o tema. Riquezas naturais de uma Nação devem ser distribuídas equanimemente por todos os entes federativos, sem prejuízo - é lógico - de uma compensação para sanar danos e financiar investimentos.

O arauto da indignidade

     O ex-presidente Lula, atolado na lama que continua escorrendo de seus governos, mais uma vez elegeu a imprensa como sua grande inimiga. Para o mais medíocre e ignorante ocupante do principal cargo da República, em todos os tempos, os jornais e revistas deveriam se calar diante dos crimes e desatinos cometidos por ele e seus companheiros. Na sua visão estreita e deturpada, o assalto aos cofres públicos cometidos pela quadrilha do Mensalão; a compra de dossiês falsificados; os dólares roubados que circularam pelas cuecas petistas; e sua relação ignóbil (por ser paga pelo Erário) com a chefe de gabinete da Presidência, entre outros delitos, deveriam ser mantidos em sigilo.
     A divulgação dessas mazelas, como deve ocorrer em qualquer democracia que se preze, é anunciada como parte de uma campanha destinada a desestabilizá-lo e ao Governo. O argumento não poderia ser mais canalha. Uma das atribuições da imprensa, inerente à sua própria existência, é a de fiscalizar o comportamento dos governantes, expondo-o à sociedade. Por isso, também e em especial, todas as constituições democráticas estabelecem o preceito da liberdade de expressão, a independência dos meios de comunicação.
     Uma imprensa que se respeite tem a obrigação de oferecer à população elementos que a ajudem a formar opinião, a julgar. O brasileiro tem o direito de saber que Lula tinha uma secretária especialíssima que era paga com o dinheiro do contribuinte e que usou seu 'prestígio' para montar um bando de criminosos; que seus principais assessores lideraram uma quadrilha de assaltantes e corruptos; que dinheiro roubado dos cofres públicos foi usado para quitar suas despesas, pessoais ou institucionais, não importa. É assim que as democracias funcionam, com ampla e irrestrita liberdade de informações.
     Mas é nesse ponto - o da liberdade - que reside a enorme divergência de Lula e seus seguidores com a democracia. Para essa gente, imprensa boa é a que só divulga os fatos positivos, os inegáveis avanços sociais, mesmo viciados. Em Paris, onde se esconde da obrigação de se explicar para a Nação, mais uma vez o ex-presidente usou o discurso mais vigarista, demagógico e populista para sair pela tangente e não encarar seus pecados: disse que jornais não denunciam "banqueiros" , pois são eles que garantem a publicidade.
     Ele sabe que isso não é verdade. Como sabe que os banqueiros - que ele e Dilma Rousseff costumam apontar como 'inimigos' - jamais tiveram momentos mais exitosos do que nessa Era lastimável que já dura dez anos. É o mesmo discurso deletério sobre as elites, que jamais estiveram tão ligadas ao PT como agora.
     A cada momento, esse personagem - o verdadeiro arauto da indignidade - se torma mais desprezível.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O porta-voz da iniquidade

     O Brasil é um país especial, mesmo. Só assim se justificaria o fato de um acusado formalmente de extorsão integrar o primeiríssimo escalão do Governo e, ainda, agir como o verdadeiro porta-voz do Palácio do Planalto. Estou me referindo ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que acaba de completar dez anos na intimidade do poder, irremovível.
     O ministro - é sempre bom lembrar - foi apontado diretamente pelos irmãos do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado em 2002, como o responsável pelo recolhimento da propina que as prefeituras comandadas pelo PT cobravam das empresas de ônibus. Nos autos - que são públicos -, há até a referência ao Fusca usado por Gilberto Carvalho, na sua rota.
     Celso Daniel, segundo entendimento do Ministério Público, foi morto por ter se insurgido contra o desvio de propósitos da extorsão: o dinheiro, que era totalmente repassado ao PT, passou a alimentar, também bolsos particulares. Seus irmãos garantem que ele decidiu revelar tudo e, por isso, foi morto.
     Esse caso ainda provoca dores de cabeça no PT, como agora. Marcos Valério, o operador do Mensalão do Governo Lula, afirma foi procurado para cobrir chantagem que estava sendo feita contra o ex-presidente e o ministro Gilberto Carvalho. E que o chantagista conseguiu seu intento.
     Tudo isso para destacar a desfaçatez dos agentes do governo ao escalarem justamente o indigitado Gilberto Carvalho para sair em defesa de Lula, desqualificando as acusações. E ele - que já se disse disposto a morrer por Lula - não se fez de rogado. Recitou, e todos os jornais e revistas (entre os quais Veja) registraram, a seguinte frase: "Quem teve algum tipo de relação com Marcos Valério e se contaminou e teve problema com isso já foi devidamente julgado no processo que está se encerrando no Supremo".
     Nessa altura do campeonato, para livrar o chefe supremo dessa Era lastimável da nossa história, vale até esquecer a defesa irrestrita que o PT faz dos bandoleiros José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, que teriam sido "contaminados" por Valério. O importante é livrar a cara do cara.
     E, antes de encerrar, uma questão: quem 'contaminou' quem? Eu não tenho dúvidas.

O preço da canalhice

     Ao contrário do que petistas e afins estão bradando, a divulgação das novas denúncias sobre o envolvimento do ex-presidente Lula e dos quadrilheiros petistas em escândalos ainda mais profundos do que o Mensalão segue um ritmo já esperado. A fase da tentativa de interferir no julgamento já passou. Estamos vivendo, agora, o sabor da mais pura vingança, a retaliação de Marcos Valério por ter sido o atingido de forma mais dura, com os mais de 40 anos de cadeia e multa milionária.
     É uma atitude comum entre quadrilheiros. É como se o operador do Mensalão estivesse dizendo a todos os seus ex-asseclas, ao se deparar com algo irreversível: "Caio, mas vou levar vocês todos comigo". A divulgação do depoimento foi feita logo em seguida ao fracasso da última tentativa oficial de reduzir a pena imposta a Valério, liderada intrepidamente pelo ministro Ricardo Lewandowski. Se a iniciativa da dupla Lewandowski-Toffoli fosse bem-sucedida, haveria uma chance de o depoimento feito em setembro ser, até, desmentido, reformado, repaginado.
     O revisor, devemos lembrar, para nosso estupor, propôs dividir a pena por quatro. Isso mesmo: segundo seus 'critérios', o publicitário ficaria preso 10 anos, e não quarenta, além de pagar uma multa muito aquém da determinada. Se conseguisse sucesso na tarefa, Lewandowski daria ao comparsa de seus correligionários petistas a chance de estar na rua em pouco mais de três anos, com dinheiro no bolso para tocar a vida sem muitos problemas.
     Foi a última investida, a jogada derradeira. O último cartucho do PT para evitar a exposição de toda a canalhice. A arma engasgou e a bala acabou acertando o pé da companheirada. Ainda não foi no coração, mas ainda há chances. Desesperado, sim, o parceiro de todos os momentos da cúpula petista tenta, agora, um gesto derradeiro. Mais uma vez contou parte do que sabe. Uma parte aterradora, é verdade, mas incompleta. E deixa no ar a possibilidade de ampliar as denúncias. O que já é ignóbil pode ficar ainda pior. A não ser que renovem-se os compromissos, sejam estabelecidos novos acordos, novas garantias.
     Como vem acontecendo desde sempre, Marcos Valério vem sendo poupado pelos acusados. Há uma evidente preocupação em não exacerbar seus sentimentos. A turma palaciana faz um esforço enorme para transformar o acerto de contas entre bandoleiros em uma questão política. Ele, Valério, é sempre "esse senhor". Já os jornais e revistas que simplesmente publicam as pilantragens são acusados de conspirar contra o ínclito ex-presidente e contra o puro PT.
     Um desavisado poderia supor que as denúncias recorrentes contra a camarilha que se instalou no Poder há 10 anos partem de oposicionistas, da 'direita', da 'mídia golpista'. Nada mais enganoso. Todas - eu estou reafirmando que são TODAS - as denúncias nasceram nos intestinos do Poder, fruto da luta por interesses, pelo dinheiro que vem sendo roubado dos cofres da Nação para sustentar desqualificados.
     Essas 'divergências' nada mais são do que o preço que todo canalha paga por suas ações.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Palavras e atos indecorosos

     "Todos sabem do meu respeito e da minha amizade pelo presidente Lula. Então, eu repudio todas as tentativas, e essa não seria a primeira vez, de tentar destituí-lo da sua imensa carga de respeito que o povo brasileiro lhe tem". A frase é da presidente Dilma Rousseff e está em todos os jornais, com destaque para O Globo. Não é preciso muito esforço mental para ver que ela - a frase - é absolutamente vazia e vaga, exceto pela parte em que a presidente reafirma seus sentimentos em relação ao antecessor.
     Quem, cara presidente, quer destituir seu criador da sua "imensa carga de respeito etc etc etc?" É nesse ponto que deve residir o foco. As acusações, claras, diretas, foram feitas pelo principal assecla da quadrilha petista que acaba de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal. Como em TODAS - devo destacar - as ocasiões anteriores, as acusações, denúncias e afins partiram de um 'companheiro'.
     Quem 'denunciou' o Mensalão foi um dos deputados mais próximos do Poder. Roberto Jefferson privava da intimidade palaciana. Chegou, mesmo, a exibir seus dotes musicais, para deleite da plateia petista que o ouvia. O relacionamento entre o ex-presidente e sua chefe de gabinete chegou à Polícia Federal e, por conseguinte, ao noticiário, através de um funcionário público, vítima de tentativa de corrupção.
     As denúncias estampadas pelo Estadão foram feitas, integralmente, por um parceiro da companheirada. Não surgiram no PSDB, no DEM ou no PPS, para citar os três principais partidos de oposição. As pilantragens no ministério de Lula também explodiram por obra e graça da velha disputa de poder entre grupos dentro do governo.
     Essa ladainha não cola mais. Se Lula perdeu - ou está perdendo - o respeito que lhe devotava parte da população (na qual eu não me incluo, pois há muito tempo tenho por ele o mais objetivo desprezo), o único culpado é ele mesmo. Por palavras e atos literalmente indecorosos.

Uma era desprezível

     Posso afirmar, sem medo de estar tergiversando, que não sinto o menor prazer quando leio, discuto ou comento os gravíssimos desvios de conduta registrados, em especial, ao longo dos últimos dez anos. Talvez minha veemência e a recorrência nas críticas a essa lastimável Era Lula levem alguém a pensar que fico feliz em constatar que, no geral, tenho acertado bem mais do que errado, ao apontar o dedo na direção da imundície que vem se espalhando pelo País a partir do Palácio do Planalto e cercanias.
     Embora tenha votado no ex-presidente apenas uma vez, no embate com o atual senador Fernando Collor (eu ainda acreditava que havia diferenças entre os dois ...), posso garantir que jamais torci pelo caos, pela confirmação da ignomínia. Dentro de um limite aceitável, já tive a expectativa de que poderia haver algo de digno nesses governos liderados pelo Partido dos Trabalhadores, apesar da mediocridade intelectual e dialética do ex-presidente, nada mais do que um político desqualificado e ignorante.
     Os fatos se sobrepuseram à eventual esperança. O comportamento abjeto de Lula, o apelo barato à demagogia e ao populismo mais vagabundo, o desprezo pela população - claramente evidenciado ao tratar o povo como incapaz - e sua integração com o que há de mais nefasto na política brasileira destruíram rapidamente a boa vontade que sempre procuro ter com novos governantes.
     As evidências do seu comportamento (deletério) pessoal e institucional logo alçaram o ex-presidente ao topo da minha lista de personagens mais desprezíveis da nossa história. As últimas revelações da podridão que se instalou no Poder a partir de 2003 apenas corroboram o que a parcela pensante da população intuía. A promiscuidade passou a dar o tom do governo. Não havia mais limites para a indecência. A partir da premissa de que os fins justificavam os meios, o país foi mergulhado na lama.
     Os acertos com o publicitário Marcos Valério, operador do assalto aos cofres públicos conhecido como Mensalão, não surpreendem. São absolutamente condizentes com as parcerias formadas com o deputado federal Paulo Maluf e com o senador José Sarney. Em uns, a gazua estupra cofres da Nação. Nas outras, violenta-se qualquer sintoma de seriedade ideológica.
     Infelizmente, não posso simplesmente ignorar o vínculo entre os governos Lula e Dilma Rousseff. O último é consequência e fruto dos anteriores. Tem o DNA petista mais lastimável, a marca da corrupção que vem caracterizando os últimos anos da vida brasileira.

Lula e a lei do submundo do crime

     Vai ser difícil - mas não impossível - ele continuar dizendo que não sabia. O sujeito deu detalhes. Contou onde se reuniu com José Dirceu e Delúbio Soares, no interior do Palácio do Planalto. Relembrou a escadaria que subiu para encontrar com o então presidente; o tempo (exatos três minutos) que ficou na mais importante sala da República. Não teve dúvidas em afirmar que 'ele' deu o "ok", pessoalmente, ao esquema de assalto aos cofres públicos.
     E mais: revelou que parte do dinheiro roubado da Nação foi usado para pagar despesas pessoais do 'cara', duas vezes. Na primeira, algo em torno de R$ 100 mil, uma belíssima quantia, considerando-se a época, começo de 2003.
     
     Afirmou que os valores foram depositados na conta da empresa do ex-assessor da Presidência, Freud Godoy, personagem intimamente ligado a outro escândalo, o dos 'aloprados', a turma que tentou comprar dossiês falsos sobre oposicionistas. Tudo sacramentado, juramentado, em depoimento formal à Polícia Federal.
     Estou falando, é claro, das declarações do empresário mineiro Marcos Valério, que incriminam definitivamente o ex-presidente Lula, o grande beneficiário do maior escândalo da nossa história recente. Algo que se adivinhava, e que agora toma forma definitiva, revelada pelo jornal O Estado de São Paulo.
     E as acusações vão além, muito além. Revelam o lado ainda mais sombrio desse esquema de poder que assaltou a Nação. O publicitário condenado a 40 anos de prisão disse, com todas as letras, que foi ameaçado de morte por Paulo Okamoto, atual diretor do Instituto Lula e amigo do ex-presidente: "Se abrisse a boca, morreria".
     Marcos Valério vinha ameaçando contar tudo sobre o esquema montado por Lula e seus asseclas há algum tempo. Desde que começou a ver seus negócios desabarem. A condenação foi a gota d'água que faltava. É evidente que o operados do Mensalão é um 'pote de mágoas'. Se não estivesse desesperado, vingativo mesmo, certamente ficaria calado. Quadrilheiros agem assim. É só dar uma passada pelas histórias de grande mafiosos denunciados por comparsas que se sentiram traídos ou ameaçados, a partir de um determinado momento.
     Essa é a lei do submundo do crime, por onde vêm trafegando com desenvoltura as mais destacadas lideranças do PT.
     PS: Vejam o nível da 'defesa' esboçada por alguns luminares dessa Era Lula, ouvidos por O Globo. O deputado federal paulista Cândido Vaccarezza não se envergonhou de dizer que, se houvesse realmente uma denúncia contra o ex-presidente petista, Marcos Valério deveria tê-la feito antes da condenação. Outro deputado federal, Devanir Ribeiro (PT-SP), amigo pessoal do ex-presidente, segue a mesma toada: "Por que ele falou apenas agora? Por que ele não falou na época? Isso não procede e não nos atinge em nada. É desespero". Como se eles não soubessem as razões do silêncio. O ex-presidente, refugiado em Paris, para escapar da repercussão do indiciamento de sua ex-chefe de Gabinete e companheira de viagens, Rosemary Nóvoa, preferiu não falar.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Na cadeia e cassados

     O ministro Marco Aurélio Melo, ao que tudo indica, sepultou as esperanças dos deputados quadrilheiros João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) de - quem sabe? - serem perdoados pelos colegas. Votou pelo direito de o Supremo Tribunal Federal decidir pelo impedimento dos três, já com condenação transitada em julgado pelo colegiado.
     Por enquanto, há um empate em quatro a quatro. Como sempre, o revisor Ricardo Lewandowski e seu fiel escudeiro Dias Toffoli votaram a favor dos bandidos. Tiveram, como quase sempre, o apoio emocional da ministra Rosa Webber e o acompanhamento meio envergonhado de Carmem Lúcia. Falta apenas o voto do ministro Celso de Mello, que deve ser ainda mais rígido e incisivo do que o foram Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Marco Aurélio.
     Nas intervenções realizadas ao longo do dia, o decano do STF mostrou que está plenamente convencido do papel da nossa mais alta Corte. Ainda bem. Deixar uma decisão desse porte nas mãos da Câmara presidida pelo petista gaúcho Marco Maia seria uma temeridade.
     O PT, e isso não é novidade alguma, defende a tese de que o julgamento dos quadriheiros que assaltaram os cofres públicos durante o Governo Lula - no episódio que ficou conhecido como Mensalão - é fruto de perseguição das elites e da imprensa. Como a base governamental - formada por petistas e seus comparsas - é maioria, não seria de estranhar que votasse a favor dos bandoleiros, criando um impasse institucional.
     Poderíamos ter a excrescência de conviver com criminosos condenados à cadeia exercendo seus mandatos. Não é exagero pensar nessa hipótese. Aberrações semelhantes ocorrem no primeiríssimo escalão, que abriga acusados de comportamento, no mínimo, discutível, como o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, aquele que recebeu R$ 2 milhões por palestras que jamais proferiu.

Câmara defende seus bandoleiros

     É inaceitável que nossos representantes no Congresso lutem para preservar o mandato de um grupo de bandoleiros condenados por uma penca de crimes. E não entro, sequer, no mérito, na discussão acadêmica sobre a essência de artigos da Constituição. Em primeiro lugar, porque a interpretação e defesa legal da Carta Magna cabe ao Supremo Tribunal Federal.
     Ficamos sabendo, hoje, que a Câmara, em especial, está determinada a enfrentar o STF e desrespeitar não apenas a provável decisão de cassar os mandatos dos três quadrilheiros ainda em exercício - João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) - e evitar que o ex-presidente do PT José Genoino (SP), asuma o mandato em janeiro, como primeiro suplente da legenda. A direção dessa Casa que envergonha o país seguidamente - pela maioria absoluta de seus membros -, também pretende evitar que esses criminosos sejam presos.
     Contumaz na promoção de escândalos, de defesa intransigente de benefícios pessoais, de conivência com personagens deletérios e acobertamento de pilantragens, a Câmara ameaça desmoralizar-se e desmoralizar o Poder Legislativo ainda mais. Ou nossos deputados acreditam que têm mais credibilidade que o STF? Não têm. Políticos em geral são vistos com enormes reservas pela população, que os vincula a vigarices, vagabundagem, enriquecimento despropositado.
     Por trás da alegada 'defesa da Constituição', no entanto, existe a determinação do partido hegemônico e de seus satélites mais ou menos brilhantes confrontarem o Supremo, em retaliação à condenação, principalmente, dos quadrilheiros petistas. Além, é claro, de legislarem em causa própria.
     Mandatos populares não podem ser usados como gazuas para abrir portas de cadeia. Ao contrário. As punições a congressistas degenerados deveriam ser exarcebadas, em função da relevância da função que exercem. A presença de bandoleiros num espaço fundamental à Democracia deveria ser repudiada, no primeiro minuto, pelos próprios congressistas.
     Tivemos, recentemente, um exemplo digno de aplausos: a cassação do ex-senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás. Sua presença no Senado seria inconcebível, um atentado à honra da Nação.

domingo, 9 de dezembro de 2012

A morte como bênção

     O mais recente escândalo dessa lamentável Era Lula serviu para, entre outras coisas, reafirmar o alto grau de solidariedade com corruptos e corruptores que existe e prevalece no 'seio' do governo, especialmente quando eles fazem parte do círculo íntimo do poder. Vocês já se deram conta que não houve uma voz, sequer, que ousasse condenar, de fato, o comportamento da ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, indiciada, também, por formação de quadrilha?
     Nada aconteceu, além do afastamento do cargo, medida que se impunha inexoravelmente. Seria impossível, mesmo nesse governo, que a ex-secretária do ex-presidente Lula, Rosemary Nóvoa, fosse mantida no cargo. Oficialmente, não há críticas, ressalvas. Os porta-vozes oficiais limitaram-se a minimizar o papel não só de Rosemary, mas dos demais quadrilheiros, classificados como de terceiro escalão. Foi assim com os sete ministros da presidente Dilma que caíram, acusados de corrupção.  
     O PT, que esteve reunido em Brasília, sobrevoou o assunto. O ex-presidente, responsável pela projeção da ex-secretária e dos demais envolvidos, não abriu a boca para tratar do assunto, exceto quando acusou a tal nova punhalada nas costas, como de hábito. Providencialmente, mantém-se longe do país, cercado de aparatos de segurança que impedem a aproximação de repórteres. Como se fosse uma girafa, ele não fala. Logo ele, tão loquaz, língua solta para atacar reputações e histórias.
     Soterrada por mais essa demonstração de desastre moral, a companheirada se agarra a qualquer fato que possa desviar as atenções da sordidez que envolve o comando do país nesses últimos dez anos. A morte de Oscar Niemeyer - nesse sentido - foi uma bênção. Durante alguns dias não se falou de outro fato. Bandoleiros de todos os níveis lançaram-se nas alças do caixão, tantando pegar carona no sentimento popular. Foi como se bradassem: "Estão vendo? Ele era um dos nossos!".
     O problema é essa 'imprensa golpista', que, passado o luto, voltou suas lentes novamente para as pilantragens oficiais. O Globo, por exemplo, publicou foto de Rosemary ao lado de José Dirceu e da namorada, em uma praia baiana. Foto recentíssima, obtida alguns dias antes de o escândalo explodir. E outras fotos e histórias surgirão, como surgiram no caso do Mensalão do Governo Lula.
     A própria Rosemary é uma bomba que pode estourar a qualquer momento. Basta, eventualmente, que ela se dê conta do tempo que seu ex-chefe José Dirceu vai passar na cadeia. Basta que ela se imagine de uniforme laranja, com direito a uma hora de sol por dia.

sábado, 8 de dezembro de 2012

PT quer ajudar nas multas dos mensaleiros. Cuidado com o seu bolso!

     Fiquei extremamente preocupado com a notícia que li, há uns 15 minutos, no Estadão. Segundo o presidente do Partido dos Trabalhadores, o naftalínico Rui Falcão, a companheirada (ele não usou esse expressão) deve se organizar para ajudar os quadrilheiros (também não usou esse adjetivo) condenados no processo do Mensalão a pagar as multas aplicadas pelo plenário do Supremo Tribunal Federal.
     Aí vem coisa. Se até agora, sem estímulos tão diretos, a roubalheira correu solta (os assaltantes dos cofres públicos ainda não estão na cadeia), podemos imaginar o que virá, com a desculpa de arrecadar algum em nome da nova causa. Ouso prever - e os fatos registrados nos últimos dez anos me autorizam a isso - uma corrida desenfreada às contas da União, ajustes de contratos, aditivos, financiamento de ONGs amigas. Enfim: tudo aquilo que vem acontecendo nessa inacreditável Era Lula.
     Basta lembrar a desfaçatez dos mensaleiros, aloprados, cuequeiros e afilhados da ex-chefe de gabinete da Presidência da República na ataque à bolsa da 'viúva'. Com a exortação de 'ajudar' os pobres bandoleiros espoliados por esse 'tribunal direitista', manipulado por uma imprensa 'marronzista', podemos prever um tsunami de investidas contra o erário público. Temo que não haja um número suficiente de empreiteiros de obras públicas para achacar.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Histórias de Júlia e Pedro


A bisa Dalva, Júlia e Pedro, molequinho ainda.

Júlia, a bisa e as estrelas

'Do nada', como ela costuma dizer, lembrei de mais uma passagem de Júlia. Talvez em função do noticiário sobre Oscar Niemeyer. Ela e minha mãe - a sua "bisa" - tiveram a grande oportunidade de conviver por pouco mais de cinco anos. Lembrando das duas, brincando, não tenho dúvidas quanto ao encantamento da relação entre um bisneto e sua bisavó.

A 'bisa' tinha nos deixado há pouco tempo quando aconteceu o que me proponho, agora, a contar. Júlia ainda estava na pré-escola quando, por algum motivo, no grupo de crianças, a morte - algo abstrato para a garotada - apareceu na conversa. De modo didático, a professora apenas intermediou a troca de ideias, relatos.

Em determinado momento, alguém perguntou o que acontecia com as pessoas que morriam. Júlia levantou o dedinho e, lembrando da Bisa Dalva, afirmou:

- Eu sei: vira uma estrela.

Foi aplaudida por todos os amiguinhos.

PT abraça Maluf e ataca a 'direita'

     Vou analisar, apenas, uma das frases da nota oficial distribuída pelo Diretório Nacional do PT, ao fim de reunião em Brasília. Entre outra sandices, segundo a nota, houve uma "feroz companha movida pela oposição de direita e por seus aliados na mídia, que tinha como objetivo criminalizar a legenda".
     Tomo a liberdade de afirmar que os petistas, mais uma vez, como fazem recorrentemente, mentem. E mentem de maneira escandalosa, abjeta. A extrema direita desse país jamais esteve tão ao unida ao PT em toda a sua história. Houve uma simbiose, um aprofundamento de sentimentos, cujo maior símbolo foi o abraço trocado entre o ex-presidente Lula - aquele que nunca sabe de nada - e o deputado Paulo Salin Maluf, aquele que, foragido da Interpol, não pode sair do país.
     A direita - se é que esse conceito tem algum valor, em si, nos dias atuais - e o PT se lambuzaram nos últimos anos, chafurdaram na mesma lama. Não por acaso, andaram de braços dados durante todo o julgamento do assalto que fizeram aos cofres públicos, o tal do Mensalão do Governo Lula.
     Estavam lá, juntinhos, os quadrilheiros petistas e os bandoleiros disso que convencionaram chamar de base governamental, uma reunião de desqualificados. E vários de seus líderes vão continuar lado a lado, na cadeia, que é o lugar mais indicado para os que atentam contra a dignidade da Nação.
     E não estou sequer me referindo às parcerias irmãs camaradas com os senadores vanguardistas José Sarney e Crivela, baluartes do que o PT considera - pelo que se deduz nas imbecilidades contidas na tal nota - a novíssima esquerda brasileira. Esses, pelo menos, não são considerados foragidos pela polícia internacional.
     Outra vagabundagem retórica: a oposição e a 'midia' tentaram criminalizar a legenda. Eles roubam, corrompem, formam quadrilhas, subornam, são subornados, lavam dinheiro e incorrem em peculato e os oposicionistas é que querem criminalizá-los. Quem 'criminalizou' o PT, através dos anos, foram - em especial, mas não apenas - seus dirigentes, seus líderes, seu guru, aquele que deve estar com as costas varadas de punhaladas.
     Foi essa gente - condenada por uma profusão de crimes - que levou o PT definitivamente para o noticiário policial mais ignóbil. A 'mídia'? Costumo lembrar, sempre que tenho a oportunidade, que mídia boa, para esses bandoleiros, é a existente em Cuba e na Coreia do Norte, semlhante à que existia na extinta União Soviética, por exemplo. Para esse lixo ideológico - repito - o paradigma é o 'Granma', o jornal que os infelizes habitantes da ilha dos irmãos Castro usam em sua higiene pessoal, à falta do papel mais adequado.
     PS: Só para não deixar sem referência: José Dirceu. o chefe da quadriha de assaltantes condenado a 10 anos e 10 meses de cadeia, defendeu, hoje, mais uma vez, o que ele e seus comparsas chamam de "controle social da mídia". Fato que foi devidamente registrado nessa mídia 'descontrolada'.