Embora ofuscado pelas notícias que transbordam do Governo Federal, o escândalo envolvendo o governador do Distrito Federal e ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz (PT, é claro) promete abrir caminho nas manchetes. Ele bem que vem tentando fugir dos holofotes, desde o início do caso que culminou com a demissão de Orlando Silva, seu sucessor na pasta.
Minimiza, omite, libera uma ou outra nota oficial e vai levando a vida, sustentado por uma 'base de apoio' (olha ela aí ...) que lhe dá folgadíssima margem entre os deputados distritais da capital. Mas o ainda governador (ele entrou definitivamente no corredor da morte política) certamente não esperava que seu antigo parceiro em falcatruas, o PM João Dias, dono de algumas ONGs que já foram amigas, 'aloprasse' (não encontro um termo mais apropriado às últimas performances do tal policial).
Pois o ongueiro 'aloprou'. Invadiu o palácio do governo, atirou quase R$ 160 mil na mesa de funcionários (estaria devolvendo uma tentativa de suborno), brigou com seguranças, quebrou dedo de um sargento e foi preso. Com isso, no entanto, conquistou um espaço absolutamente incômodo nas tevês, jornais e revistas.
E não pretende parar por aí. Segundo Veja, ele já marcou um depoimento formal à Comissão de Ética da Câmara Legislativa do Distrito Federal, segunda-feira. De acordo com presidente da Comissão, Celina Leão (PDS), ele vai falar tudo o que sabe do esquema de corrupção que envolve o governo de Agnelo. Celina é uma das raras opositoras do governador e manteve o depoimento por ser a presidente da Comissão.
Garante que vai ouvi-lo, nem que seja sozinha. Ela sabe que não pode contar com seu - digamos - 'pares'. Hoje, por exemplo, não havia um sequer para trabalhar na Comissão. Todos aproveitaram a sexta-feira para boicotar o pedido de oitiva do ongueiro e desapareceram do trabalho para o qual foram eleitos e pelo qual recebem muito bem.
Ética? No Brasil de hoje?
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