terça-feira, 30 de abril de 2013

Os inimigos do palácio

     Em tese - e apenas em tese -, o Governo tem agido bem em relação à crise institucional degflagrada pelo Congresso, ao desafiar o Supremo Tribunal Federal, última instância da nossa Justiça e, por definição, guardião da Constituição. São poderes autônomos - Executivo, Legislativo e Judiciário -, que devem zelar pelos limites do respeito exigidos em uma democracia.
     Mas é evidente a sua satisfação - dele, Governo - e das forças que o bajulam, inconformados com a autonomia dos nossos principais magistrados. Todas as inicitivas para desestabilizar o Judiciário - incluindo chantagens expressas - partiram, no primeiro momento, de representantes petistas. O Mensalão e seus desdobramentos estão atravessados no fígado da companheirada, que já não contabiliza, apenas, a condenação de alguns de seus próceres.
     O julgamento do Mensalão teve o grande mérito de ir além da exposição das entranhas purulentas do poder. Encorajou delegados e promotores, que se sentiram respaldados para aprofundar investigações. A partir de determinado momento, os agentes da Justiça sentiram-se libertos para denunciar, prender. E os casos escandalosos foram surgindo, em ritmo acelerado, quase todos envolvendo palacianos.
     Ousadia maior: investigar o ex-presidente Lula, acusado formalmente de se locupletar durante o exercício do cargo. Já não eram, 'apenas', os aloprados ou cuequeiros, apontados genericamente. Ou ministros e ex-ministros indecorosos (alguns continuam bem ativos, como o condenado José Dirceu e Erenice Guerra, para ficar apenas em dois exemplos). O país assiste a um choque de moralidade, originado - e disso não tenho a menor dúvida - da coragem e determinação do STF, destacadas pelos jornais e revistas que provocam tanto ódio ao ousarem noticiar fatos desabonadores.
     À mídia, o Governo (petistas e quetais) adicionou mais um inimigo: o Judiciário independente. E usa todos os meios, incluindo as manifestações de seus aliados mais diretos, do lastimável PMDB, relegado a uma posição menor, bastarda.


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Bola fora

     As opiniões que li e/ou ouvi são quase unânimes: o Maracanã ficou muito bonito e confortável. Uma crítica ou outra, como as levantadas pelo O Globo, quanto ao excesso de pessoas dentro de campo, o que dificultaria a visibilidade de determinadas jogadas. Por cerca e R$ 1 bilhão, seria um acinte caso a obra não ficasse apresentável. Na Inglaterra, com esse dinheiro, seriam construidos dois ou três estádios.
     A questão central, no entanto, não é essa. Pelo menos para mim. Já discutia e continuo discutindo a real necessidade de o país gastar tanto dinheiro para sediar uma competição esportiva e não atender às necessidades básicas da - por exemplo - rede de saúde. Hoje, no mesmo jornal que destaca o Maracanã, há uma notícia lamentável: a unidade pediátrica do hospital da UFRJ fechou por falta de equipamentos e pessoal.
     Temos bilhões para reformar estádios - alguns deles permanecerão praticamente sem utilização -, mas não temos alguns mihões para equipar hospitais, escolas, ampliar a segurança pública e investir decentemente em saneamento.
     Aqui, bem ao lado do estádio festejado pelo Rio dos contos de carochinha, passa uma torrente de esgotos, a caminho da Baía de Guanabara. Nas calçadas - destacou o próprio O Globo, há alguns dias, mendigos passam o dia, dormem, defecam e fazem sexo. Do outro lado da linha do trem, quase em frente, funciona um dos maiores entrepostos de drogas da cidade, no Morro da Mangueira.
     O crack, que até já andou na moda do noticiário, espalha-se vertiginosamente por toda a cidade. Há dinheiro para reformar o Maracanã - pela terceira vez, em pouco tempo!!! -, mas não há recursos para programas mais vigorosos no campo da saúde.
     Sou apaixonado por futebol. Mas não há arrgumentos decentes que me convençam que estádios têm prioridade sobre escolas e hospitais. Eles são importantes, sim, pois acolhem paixões e expressões culturais, mas absolutamente complementares.
     Gastos exorbitantes, como os que vêm sendo realizados - sem a necessária auditoria fiscal, pois são regidos por um regime injustificadamente excepcional -, não são cabíveis em um país com tanto por fazer. Extrapolam oa parâmetros da lógica administrativa e só atendem a interesses político-partidários. Não por acaso, nossa presidente vem batendo ponto em cada reinauguração, carregando, na bagagem, seu mentor e guru, o ex-presidente Lula.
     E o vale-tudo ainda está começando.

domingo, 28 de abril de 2013

Minha frase da semana


"Os poderosos de hoje não perdoam os que exibem dignidade e distanciamento crítico". (Extraída do texto 'Inimigos da liberdade', de sexta-feira, 26 de abril, no 'O Marco no Blog': www.marcoantoniogribeiro.blogspot.com)

sábado, 27 de abril de 2013

Jogo sujo

     Algum maldoso já está espalhando que a presidente Dilma Rousseff, como se fosse um personagem 'rodriguiano', perguntou 'quem era a bola', aos seus acompanhantes na reinauguração do Maracanã. Pouco importa. Fonte Nova, Mineirão, Maracanã e similares são uma oportunidade imperdível de tocar a campanha pela reeleição e fingir que está, apenas, cumprindo a agenda.
     Ela e seus time sabem que é disso que o povo gosta, como gritava um locutor, ao narrar um gol. E gosta desde sempre. A combinação de pão e circo acompanha a história dos governantes, sejam eles gregos ou romanos. E isso explica a determinação brasileira em sediar a Copa de 2014, de qualquer maneira. Uma vitória da Seleção seria fundamental na reeleição.
     Portanto, vamos gastando fábulas em enormes estádios que tenderão a ficar ociosos num futuro bem próximo - com as exceções previsíveis. As empreiteiras agradecerão comovidas, e certamente expressarão sua 'felicidade' nas doações vindouras. E se é preciso atropelar as leis para atender às exigências comerciais da Fifa - uma entidade particular cercada de escândalos por todos os lados -, que assim seja.
     Maracanãs e quetais estão incluídos no tal 'vale-tudo' admitido pela presidente, quando deu partida à campanha, ao lançar-se à reeleição quase dois anos antes das eleições. Lastimo, entetanto, que a sofreguidão pela manutenção do poder não se limite a esses tropeções administrativos.
     Muito mais graves e danosas são as investidas contra a dignidada de Nação, claramente coordenadas de cima, mas executadas por uma equipe de pernas-de-pau-mandados. Não há limites na guerra suja declarada contra políticos que podem ameaçar a unção da presidente e a consolidação da ocupação de todos os segmentos de poder. Tudo dentro da lei, é verdade.
     Mas é assim que governos - digamos - 'bolivarianos' agem. Usam e abusam das liberdades e possibilidades democráticas para atropelar direitos e calar o contraditório. No nosso caso, atropelam a Constituição sem remorso algum. Afinal, a turma que está no poder (leia-se PT) recusou-se a assinar a Carta de 1988. O jogo é sujo, não tenhamos dúvidas.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Inimigos da liberdade


     Tenho dito e escrito isso há muito tempo: nada - mas nada, mesmo! - acontece de fato no Congresso sem o aval completo, apoio disfarçado ou estímulo velado do Governo. O resto - essas declarações vigaristas que permeiam algumas crises político-institucionais, como a atual - é puro exercício de diversionismo retórico.
     Quando a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara - dominada pelo PT e pelo PMDB, como todo o Congresso - decide retaliar o Supremo Tribunal Federal, está apenas dando voz ao Governo, aos donos do poder, que não conformam com a independência dos magistrados, principalmente daqueles que foram indicados durante essa nebulosa Era Lula.
     O julgamento do Mensalão - com a condenação não apenas de duas dúzias de quadrilheiros corruptos, mas de todo um modo de fazer política - ainda está atravessado na garganta dos  petistas mais graduados, em especial. O STF, ao decidir por mandar para a cadeia o ex-ministro e chefão petista José Dirceu e os atuais deputados federais José Genoíno e João Paulo Cunha, atingiu diretamente o projeto de poder que vem sendo desenvolvido no nosso país.
     A  lama continua escorrendo do processo. O ex-presidente Lula, por exemplo, está sendo investigado formalmente, graças a acusações feitas pelo publicitário mineiro Marcos Valério, um dos responsáveis pelo esquema, condenado a mais de 40 anos de prisão.
     O julgamento do Mensalão de Lula abriu as porteiras para a divulgação de uma centena de casos de corrupção, enriquecimento ilícito, tráfico de influência, financiamentos ilegais de campanhas eleitorais e de amantes, empréstimo de aviões, fabricação de dossiês e prosaicos roubos. Em 90 por cento desses episódios há a digital petista. Algo que só aflorou graças à eclosão do Mensalão, que exibiu a face deletéria de uma agremiação que se apresentava como decente.
     E o STF foi determinante nesse processo de exposição visceral da sujeira institucional. O Supremo e a imprensa, como um todo. Por isso jamais serão perdoados. O Congresso atual, dominado pelo PT e pela subserviência do PMDB, apenas reflete o inconformismo governamental com a liberdade. Os poderosos de hoje não perdoam os que exibem dignidade e distanciamento crítico.
     Os ataques ao Supremo são frutos do mesmo rancor que mantém viva a esperança petista (governamental, talvez fosse mais indicado) de exercer o 'controle social da mídia', um mero eufemismo para censura. O sonho da companheirada passa inexoravelmente pelo modelo cubano, já seguido de muito perto por venezuelanos e argentinos, para ficarmos restritos aos regimes geograficamente mais próximos.
     Essa gente odeia a liberdade de expressão e o Judiciário independente.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Desperta, América!

     Esse melancólico desgoverno da argentina Cristina Kirchner - uma espécie de Evita de comédia pastelão - continua avançando despudoradamente sobre os princípios mais caros de uma democracia. O mais recente assalto à dignidade acaba de acontecer na Câmara dos deputados, ainda dominada por maioria governista. Por pequena diferença (apenas sete votos), foi aprovada uma medida que - segundo nos conta O Globo - foi analisada como prejudicial à independência do Poder Judiciário.
     Lá, como cá, o sonho dessa gente que está no poder é suprimir qualquer entrave às suas decisões. E um Judiciário livre e independente incomoda. Nós também estamos vivenciando um momento parecido, com a arrogante e descabida intenção de o Congresso legislar sobre decisões judiciais, num atropelo inaceitável. Na base de tudo, temos Governos inconformados com a liberdade e dispostos a tudo para se manter no poder.
     No Brasil, graças às suas instituições mais fortes, a reação às investidas governamentais contra a democracia - o 'controle social da mídia' é um dos sonhos petistas - é mais vigorosa e vem conseguindo frear o ímpeto totalitário de grande parte da companheirada.
     Infelizmente, não é o que acontece nas vizinhas Argentina e Venezuela, para citar apenas dois exemplos bem próximos, onde as instituições estão sob constante ameaça. O fato de os governos e governantes serem legítimos (frutos de eleições teoricamente livres) não os absolve por atos e palavras indignos. E, nesse aspecto, não são muito diferentes dos nossos representantes. O que explica a extrema afinidade entre eles.
     Não tenho dúvidas que a América do Sul, em especial, precisa urgentemente de um novo despertar.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Uma agressão à dignidade


     Não vou discutir o mérito, nem as minúcias, da decisão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que admitiu a votação de uma Proposta de Emenda Constitucional revogando e/ou rediscutindo algumas prerrogativas do Supremo Tribunal Federal. A função do Congresso, como um todo, é justamente legislar, formatar as amarras constitucionais que disciplinam nosso dia a dia. É para isso, também, que elegemos nossos representantes.
     Mas é inadmissível que qualquer decisão que envolva o STF seja chancelada, proposta, discutida ou analisada por bandoleiros e corruptos condenados justamento pelo Supremo, como os deputados petistas João Paulo Cunha e José Genoíno. É um acinte, uma agressão à dignidade da Nação. Criminosos, em países decentes, vão para a cadeia, jamais legislam.
     Os dois, que contam com a honrosa companhia do 'amigo' e também deputado paulista Paulo Maluf (PP), entretanto, fazem parte do esquema de poder vigente. Assim, podem entrar e sair à vontade do Congresso, sabendo que não serão alvos de algum 'movimento social', de alguma manifestação. Ao contrário: a companheirada está sempre disposta a apoiá-los, como vem fazendo desde a eclosão do escândalo do Mensalão do então presidente Lula, o maior assalto institucional aos cofres públicos já realizado no país.
     Ambos têm, até, fortes defensores entre os membros do STF. Basta lembrar a lastimável e vergonhosa atuação do ministro Ricardo Lewandowski durante todo o julgamento, muito bem secundado pelo ex-empregado do PT, Dias Toffoli. Ambos - Toffoli e Lewandowski -, a julgar pelo noticiário que emana de Brasília, continuam lutando bravamente para livrar seus companheiros da cadeia.

Em nome da 'causa'

 

     A fiel seguidora do novo colunista mundial Luís Inácio Lula da Silva entrou de sola no mundo da tergiversação. Sem ficar ruborizada, mas tropeçando como sempre nas palavras, teve a coragem de afirmar que não está em campanha pela reeleição. Logo ela, que se lançou formalmente na disputa, há alguns meses, para preencher o espaço que, temia, poderia ser ocupado pelo seu mentor e antecessor.
     Desde então, adotou claramente o 'vale-tudo' que justificara. O país vem sendo governado de olho nas eleições do ano que vem. Não há um projeto, propostas, mas remendos, especialmente no setor econômico, administrado aos trambolhões.
     Adotando o velho e vigarista bordão explorado por Lula, também não se acanhou de atacar os "pessimistas" que torceriam contra o Brasil. Não citou qualquer um em especial, pois sabe - no fundo - que esse tipo de discurso falacioso independe de fatos. É puro contorcionismo retórico. Aponta a arma para um lugar incerto e sai atirando bobagens ao vento, tentando atingir adversários com os quais ela finge não se preocupar.
     A máquina governista de destruir reputações e aspirações está em plena atividade, sob seu comando, é evidente. Não há ninguém nesse país que esteja mais interessado nas eleições do ano que vem do que a presidente Dilma Rousseff. O problema não está aí, e sim nos meios que vem utilizando para destroçar qualquer ameaça ao seu reinado.
     A ignomínia que vem sendo praticada contra a ex-senadora Marina Silva é um exemplo claro do arsenal governista. O PT, com os aliados e/ou alugados de sempre, trabalha minuto a minuto para destruir as chances eleitorais do novo partido que Marina está estruturando. O Globo de hoje revela alguns episódios, nos quais personagens de peso entre os petistas têm sido pressionados duramente a votar contra os interesses do Rede, alijando-o do horário eleitoral e ceifando seu direito a uma eventual cota partidária.
     O rolo compressor é indecoroso. Mas a presidente não suja as mãos diretamente. O PT tem uma enorme legião de servidores sempre dispostos a realizar os trabalhos imundos, com denodo. Foi assim no episódio do assassinato do prefeito Celso Daniel. Foi assim no Mensalão. Foi assim no escândalo dos Aloprados. Não foi diferente quando eclodiu o vergonhoso momento 'dólares na cueca'. Há sempre um Delúbio Soares a postos.
     Em nome da 'causa' - a ocupação deletéria de todos os espaços e mentes -, produzem-se atos de uma indignidade única.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Diplomacia hipócrita

     O Brasil dessa Era Lula é, de fato, um exemplo de anacronismo ideológico. Até agora, ainda não havia reconhecido o novo presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes. Não pensem, entretanto, que as eventuais restrições digam respeito às acusações que pairam sobre o novo presidente do país vizinho, que incluem, inclusive, ligações com a máfia. É claro que quem tem as lideranças que ostenta, não teria qualquer impedimento moral. Confraternizaria até com um retórico Fernandinho Beira-Mar, se vislumbrasse vantagens.
     Nosso caso é patológico: o Brasil de Lula e Dilma Rousseff ainda faz beicinho quando o assunto é o Paraguai porque não aceitou a deposição legítima e constitucional imposta ao priápico bispo Fernando Lugo. Até mesmo o filhote de Hugo Chávez, o presidente venezuelano Nicolás Maduro, ligou para Horacio Cartes. E todos nós sabemos que o Paraguai era o único entrave à entrada formal da Venezuela no Mercosul.
     Mas nós - na verdade, essas pessoas que estão no poder - não nos conformamos. Queremos manter o vizinho sob nosso jugo, fazendo-o sangrar. Um verdadeiro leão. Mas quando o assunto é Venezuela, Argentina e Bolívia, no entanto, viramos uns gatinhos angorás. Não importa que esses três países tenham espoliado bens nacionais. O que importa é a 'afinidade ideológica' que nos une a esses três exemplos de mediocridade.
     Exigimos 'democracia', esquecidos convenientemente que apoiamos regimes e governos que ignoram os mais rudimentares direitos humanos, como Cuba e Irã, meras ditaduras ignorantes. E não abrimos o bico para dizer uma palavra de reprimenda - um 'ai-ai-ai' que seja - ao estúpido regime coreano do norte. Quando interessa, nossa diplomacia nos brinda com um vigarista "isso é um assunto interno".
     Não à toa, recentemente, o jornal paraguaio ABC Color, em editorial, chamou o nosso ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, de "canalha intelectual" e classificou nossa diplomacia de hipócrita ("a hipocrisia é um elemento indissolúvel da diplomacia brasileira").

sábado, 20 de abril de 2013

Mais um petista graúdo no 'bloco dos inocentes'

     O bloco do "eu não sabia", comandado pelo inimputável ex-presidente Lula, ganhou mais um reforço de peso. Como nos conta o Estadão, o deputado Cândido Vacarezza (do PT paulista, é claro!), que liderava a bancada do Governo Dilma na Câmara, viajava pelo interior de São Paulo a bordo de um avião cedido - a pedidos!!! - por um empresário que está preso, acusado de chefiar uma quadrilha (essa gente gosta de se juntar em bandos) que fraudava licitações aproveitado verbas liberadas para municípios, por determinados parlamentares.
     O nobre líder petista admite que usou o avião, mas não tem certeza de quem era. Coitado. Querer que ele saiba quem fez o empréstimo seria um exagero. Um aviãozinho aqui, outro acolá, bobagem. Assim como deve ser outra bobagem o fato de a então assessora parlamentar de Vacarezza (a que intermediava os pedidos) ter conversado com o mesmo 'empresário' para saber se ele estava interessado em uma verba que o deputado teria para ser usada no aterro da cidade de Olímpia.
     Intriga da oposição? Se ela existisse aqui no Brasil, a hipótese poderia até ser levantada. Afinal, estamos em clima de eleição, deflagrado pela presidente que só pensa nisso. Mas está tudo gravado. Todos os telefonemas. Esse escândalo - mais um, na interminável coleção de vigarices protagonizadas pela turma que está no poder - foram gravados pela Polícia Federal, na tal Operação Fratelli, destinada a investigar fraudes em administrações do interior paulista, governadas pelo PT e assemelhados.
     Vacarezza é o segundo petista com pedigree descoberto nas investigações. Há dois dias, ficamos sabendo do envolvimento do também deputado federal Arlindo Chinaglia. É evidente que ele também negou.
     A assessora que fazia o meio-campo saiu do gabinete de Vacarezza em 2010, mas voltou à ter um lugar sob os raios da estrela vermelha em janeiro, na prefeitura de São Paulo, reconquistada pelo PT.
     O procurador de Justiça Luiz Otávio Roque, que está à frente do inquérito, não tem dúvida: "É certo que a investigação indicou a existência de indícios de que os esquemas fraudulentos investigados contariam com eventuais liberações ilícitas de verbas públicas parlamentares e ministeriais", disse, e o Estadão reproduziu.

     Em bom português: deputados e ministros liberavam verbas de comum acordo com os outros participantes da quadrilha. Em troca, o que já sabemos: comissões e apoio nas campanhas eleitorais, sem desprezar as caronas de avião, que eles não são de ferro.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A revolta de Marina com a 'ética da circunstância'

     A ex-senadora Marina Silva está inconformada, com toda a razão, com o rolo compressor oficial destinado a eliminá-la formalmente da disputa presidencial do ano quem, votando uma lei que impediria o nascimento real do seu partido, o Rede Sustentabilidade. A turma que está no poder sabe que a presença, no pleito, de Marina e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), representa uma quase certeza de segundo turno, com consequências imprevisíveis.
     Em 2010 foi assim. Então candidata pelo PV, Marina arrastou vinte milhões de votos e por pouco não superou Jose Serra (PSDB) e foi para a disputa final com Dilma Rousseff. Na ocasião, em virtude das suas características, teria mais chances de vitória do que Serra. Não tenho a menor dúvida. A diferença de 12 milhões de votos (55,7 milhões contra 43,7 milhões, em número redondos) a favor de Dilma talvez não se concretizasse.
     Eu também acho que o Brasil tem um número indecoroso de partidos políticos - algo em torno de 32. Na verdade, e na prática, essas agremiações se transformam em moeda de negociação, graças ao tempo de televisão, em especial. Mas isso jamais incomodou o PT e o Governo, que usam e abusam dos conchavos. Não por acaso, o ex-presidente Lula e o deputado Paulo Maluf trocaram beijos e abraços públicos no ano passado.
     Não é o caso, entretanto, do Rede, que tem - podemos gostar, ou não, dos seus líderes - propostas claras e um grande potencial eleitoral. O grande problema, para a turma que só pensa na reeleição, é o risco que Marina, Eduardo Campos e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) representam para o projeto de continuidade. Eventualmente, num possível segundo turno, os três poderiam formatar uma união potencialmente danosa para Dilma Rousseff.
     E, aí, com essa pressão dessa hipótese, vale tudo, como confessou nossa presidente recentemente. Justifica-se, portanto, o desabafo da ex-senadora, reproduzido pela Folha: "Eles anteciparam as eleições e estão fazendo como uma prevenção contra qualquer coisa que possa sair do roteiro. E a forma de continuar no poder é sufocando qualquer ideia nova. Querendo prejudicar uma nova forma de expressão política, aí se comete esse tipo de atrocidade. É a ética de circunstância."
 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A máquina não para de inchar

     É claro que há quem trabalhe com seriedade. Docentes, em geral, são a maior prova de que não há incompatibilidade em ser funcionário público e participar de desenvolvimento do país. Mas todos nós estamos fartos de saber que há gente de sobra gravitando no universo oficial. No mínimo, há um péssimo aproveitamento do pessoal, que é qualificado, sim, pelo caráter seletivo do acesso às vagas.
     Essa fato, aliado ao absolutamente necessário enxugamento da máquina federal, por si só, já desabonaria a decisão de criar mais sete mil cargos públicos, a um custo estimado - segundo nos conta O Globo - de R$ 480 milhões por ano. Para agravar, o inchaço - que depende, ainda, de aprovação do Senado - foi decidido em uma reunião "esvaziada" da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, segundo o jornal, ou "sorrateira", de acordo com o senador oposicionista Álvaro Dias, do PSDB do Paraná.
     A turma da 'base do governo' teria aproveitado que nossos preclaros congressistas já estão se preparando para o fim de semana - afinal, já estamos na quinta-feira ... - e sapecou a votação. Tudo foi feito em regime de urgência, a pedido do senador José Pimentel, do PT cearense, para quem o tema é "fundamental para estruturar a máquina pública federal".
     Se aprovada, a ampliação do número de funcionários públicos será paga por todos nós, contribuintes, que já arcamos com a inacreditável carga tributária que ultrapassou a barreira dos 36% do PIB no ano passado. Uma das maiores do mundo, com o agravante da precariedade dos serviços oferecidos pelo Governo.
     Não é de estranhar, então, que tudo tenha sido decidido na Comissão de Constituição e Justiça. É por lá que transitam os deputados petistas José Genoíno e João Paulo Cunha, já condenados por corrupção e formação de quadrilha. Sem falar no deputado Paulo Maluf (PP-SP), amigo, parceiro e camarada do petismo.
     A máquina pública - na contramão do mundo civilizado e decente - cresce, para alimentar as ambições eleitoreiras dos detentores do poder.

Mais um que não sabia ...

     Mais um que não sabia de nada. É a rotina de petistas e de seus parceiros ao longo dessa lastimável Era Lula, que já nos atinge há dez anos. O 'inocente' da vez - nos conta Veja - é o deputado federal paulista e petista de carteirinha Arlindo Chinaglia, líder do governo Dilma na Câmara, citado em conversas gravadas pela Polícia Federal, durante investigação sobre fraudes em licitações em prefeituras companheiras da região noroeste de São Paulo.
     O inconfidente grampeado foi um tal de Gilberto da Silva, 'vulgo' Formiga, conhecido como 'lobista do PT'. Pois esse sujeito foi flagrado contando a um parceiro que se reuniu com Toninho do PT, ex-assessor de Chinaglia e eleito vereador de Ilha Solteira. A conversa girou, é óbvio, em torno de desvio de dinheiro.
     Chega a ser recorrente. Os escândalos envolvendo todos os escalões petistas e aliados (a turma que faz parte da 'base governamental', que eu costumo chamar de 'saco de gatos ideológico) estouram com uma frequência assustadora, desde a eclosão do maior de todos, o Mensalão do Governo Lula.
     Esse mais recente me remete inexoravelmente ao assassinato do prefeito de São Bernardo (ABC paulista), Celso Daniel, resultado de um esquema de extorsão de empresas de ônibus em cidades comandadas pelo PT, no início dos anos 2000. Daniel foi morto em 2002, após ter sido sequestrado e torturado.
     Segundo conclusão do inquérito reaberto em 2005, o crime foi motivado pela decisão do então prefeito de denunciar o esquema, a partir do momento em que soube do enriquecimento pessoal de vários 'companheiros'. Até então, aceitava, pois o objetivo era financiar as campanhas petistas, em especial a do candidato Luís Inácio Lula da Silva à presidência.
     Os irmãos do prefeito chegaram a acusar formalmente o atual ministro Gilberto Carvalho de ser o encarregado de transportar a propina. Carvalho era, na época, o principal assessor de Celso Daniel. Ano passado, o quadrilheiro Marcos Valério, um dos chefes do Mensalão, afirmou que fora procurado para ajudar a pagar propina a criminosos, que estariam extorquindo o ex-presidente Lula e Gilberto Carvalho, sob a ameaça de revelar o envolvimento dos dois no crime.
     E assim, de escândalo em escândalo, vive nosso país.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Feliciano e os mensaleiros


     Sabem qual foi a reação do deputado petista José Genoíno ao protesto realizado por – especula-se – religiosos em repúdio à sua – dele, Genoíno – presença na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara? Veja nos conta que ele saiu da sala e ‘disparou’ (esse termo andou muito em moda no noticiário): “Não respondo a provocações”.
     Pedir a saída de condenados por corrupção e formação de quadrilha da mais importante Comissão da Câmara, para a turma do Mensalão, é uma “provocação”. Mesmo que a manifestação seja feita apenas com cartazes e em silêncio.
     É evidente que os prováveis correligionários do pastor e deputado Marco Feliciano evitaram agressões e tumulto, para ‘marcar’ a diferença entre eles e o grupo que vem cercando Feliciano. Na verdade, tudo leva a crer que foi mais um ato de desagravo ao pastor, que condicionou sua eventual renúncia ao cargo à saída dos quadrilheiros.
     Prevalece, entretanto, a essência, independentemente das possíveis manipulações. É inconcebível que José Genoíno e João Paulo Cunha, condenados à cadeia pelo STF, continuem participando dos debates sobre Justiça e Constituição. Ambos solaparam as instituições, ao participar do mais repugnante esquema de assalto aos cofres públicos e à dignidade da Nação.
     Ao lado do “chefe da quadrilha”, José Dirceu, e dos demais corruptos, os deputados petistas merecem o repúdio da sociedade. O mesmo destinado às ações e pensamentos emanados de Marco Feliciano. Não deve haver condescendência. A insensatez não tem matiz ideológico.

terça-feira, 16 de abril de 2013

O Brasil e o terrorismo

     País algum está livre da bestialidade de atos terroristas, como o que abalou os Estados Unidos, ontem. Há, sempre, a possibilidade de um atentado isolado, de um desajustado. Necessariamente, um ato terrorista não precisa ser cometido por alguma corrente ou grupo político-ideológico. Assassinar estudantes inocentes em uma escola - por exemplo - é algo que provoca terror.      No caso de Boston, um dia depois, as autoridades americanas ainda não se sentiram confortáveis para apontar autor, autores ou motivação, embora haja uma predisposição para associar as explosões ocorridas ao fim da Maratona ao 11 de setembro. É cedo, ainda, para qualquer certeza.
     A oportunidade, entretanto, não foi perdida por esse lastimável ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota. Segundo ele, serão tomadas medidas para preservar a segurança nos grandes eventos que estão prestes a acontecer no Brasil: Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas.
     Até aí, nada. É evidente que deverá ser montado um grande esquema para garantir a paz nesses eventos. Mas as ameaças, no nosso caso, seriam todas internas. Os países e grupos terroristas que apavoram o mundo têm, há dez anos, ótimas relações com o governo brasileiro, sempre disposto a paparicar ditadores e/ou assassinos como o iraniano  Mahamoud Ahmadinejad.
   
     Mais bem faria o país se não apenas lastimasse - com inacreditáveis ressalvas retóricas (destaque para o fato de as vítimas serem "desportistas e pessoas que estavam acompanhando uma maratona") - atentados como o atual, mas repudiasse nações claramente terroristas. Mais bem, ainda, faria, caso se alinhasse aos que defendem intransigentemente a democracia como única forma de governo. 
   

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Faltou pouco, mas ...

     Foi por pouco, muito pouco. Nicolás Maduro, o filhote de Hugo Chávez (como ele mesmo se anuncia) venceu as eleições presidenciais na Venezuela - até prova em contrário, que não deve surgir - por apenas 1,6 por cento dos votos. Apesar da vitória de um dos mais medíocres políticos do mundo, as urnas mostram que o país ainda tem solução, apesar da herança desastrosa deixada pelo aprendiz de ditador bolivariano.
     A divisão da sociedade mostra que há espaço para o aprimoramento do debate. Exibe um lado saudável, que não se contenta apenas com ações populistas, vazias de conteúdo; com discursos desastrados; com a devastação na economia, pendurada única e exclusivamente na produção de petróleo. Se o mundo descobrisse, hoje, uma fonte alternativa de energia - os Estados Unidos, por exemplo, já estão curtindo a autossuficiência em gás, com a exploração do xisto - a Venezuela simplesmente implodiria.
     A vitória apertada de Maduro aconteceu apesar de todo o aparato oficial, do uso abusivo da estrutura oficial, dos crimes eleitorais que puniriam exemplarmente seu responsável, caso a Venezuela fosse, hoje, um país de instituições íntegras. Não é. Hugo Chávez estabeleceu, ao longo do seu reinado, entraves gravíssimos à democracia. Perseguiu juízes independentes, remendou a Constituição, atacou jornais e jornalistas e fez o possível para estabelecer uma fronteira de ódio na sociedade.
     Maduro e o esquema que o cerca estão se aproveitando desse processo deletério e dos efeitos ainda provocados pela morte de Chávez. A reduzida vantagem, no entanto, é um sério e agradável indicativo de que o país tem chances de está acordar. Ao mesmo tempo, deixa a perspectiva de novas investidas arbitrárias, destinadas a sufocar o esboço de reação que a totalização dos votos antecipa.
 






 

Mentiras e espoliação

     Os tais 20 por cento de redução na tarifa de energia elétrica, anunciados nas vésperas da eleição passada, perderam força, aqui no Estado (excetuando a capital, que já havia sangrado por antecipação). A turma que mora em 73% do Rio de Janeiro vai pagar mais caro para ver a novela das nove e tomar banho quente no inverno que se aproxima. Exatos 12,02% para residências e 12,43 para a indústria. Confirma-se o estelionato eleitoral, a fantasia divulgada para ajudar a ganhar eleições e que venho discutindo, aqui, desde então.
     Na verdade, e isso passou praticamente sem destaque, o 'pacote de bondades' do Governo atendia a uma determinação da Justiça. O STF concluíra que as operadoras de energia vinham cobrando além do permitido, por um 'erro' contábil. Assim, a redução na tarifa não foi uma benesse, como anunciada de maneira vigarista, mas o cumprimento parcial de uma determinação judicial. Faltou a devolução do roubo, que jamais foi feita.
     No caso dos moradores da Cidade Maravilhosa, a redução judicial incidiu em preços já majorados pela Light, o que a reduziu drasticamente, driblando o direito do consumidor, que vinha sendo espoliado.
     Na época, nossa preclara presidente fez um pronunciamento em rede nacional, para mostrar que o esquema de governo que descobriu o Brasil há dez anos estava pensando na população, quando, de fato, olhava as urnas. Hoje, o anúncio do reajuste fica por conta exclusiva da Agência Nacional de Energia Elétrica. Minha mãe repetia uma expressão de seu tempo, que se aplica agora: filho feio não tem pai.

domingo, 14 de abril de 2013

A mediocrização da política

     Crítico do desastroso período de governo de Hugo Chávez, responsável desintegração da economia da Venezuela, imaginava que nada poderia ser pior. Lamentava a obstinada e bem-sucedida infantilização da população, mediocrizada por um caudilho popularesco e arbitrário, que apresentava evidentes surtos megalomaníacos. Aqueles discursos idiotizantes, a manipulação dos fatos, a intervenção no Judiciário, a perseguição de jornais e jornalistas. Enfim: todo esse caldo que transforma uma sociedade em uma massa estupidificada, incapaz de raciocinar.
     Ainda não sabemos o resultado das eleições realizadas hoje (terminam às 19h30, hora de Brasília), mas - por mais incrível que possa parecer - tudo leva a acreditar que o país ficará ainda pior, com a vitória de Nicolás Maduro, um político inexpressivo, ignorante e homofóbico. Maduro, que se apresenta ridiculamente como 'filho de Chávez' (uma versão muito piorada de 'poste'), não apresentou sequer um projeto de governo, uma ideia, algo construtivo capaz de sacudir o país e tirá-lo dessa perigosa dependência absoluta do petróleo.
     A única bandeira do provável presidente venezuelano é ser o herdeiro do aprendiz de ditador morto. Toda a campanha foi montada sobre o cadáver insepulto de Chávez, explorando ao extremo o sentimento de perda do 'pai da pátria', que é tão incontestável quanto lamentável.
     Infelizmente, essa capitulação das instituições ao populismo e à exploração de sentimentos 'nacionalistas' totalmente fora de moda não é um fenômeno venezuelano. As principais nações da América do Sul - com as louváveis exceções do Chile e da Colômbia - vêm regredindo ao estágio mais primário da política, aos 'ismos' que tanto mal causaram historicamente. Na Argentina, assistimos a esse lastimável governo de Cristina Kirchner, que se apresenta como a versão mais moderna do caquético peronismo. Por aqui, temos a sombra do lulismo pairando sobre o país, como uma ameaça eterna.
     Nações livres e independentes - e nós insistimos em não aprender essa lição - crescem com base em conceitos, em projetos, em propostas de vida. Os ocupantes do poder são apenas e tão-somente os representantes momentâneos de uma concertação. Não são e não podem ser o objeto, em si.

Sobre rotos e esfarrapados

     O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, sugeriu que o PT, no poder há dez anos, precisa "tirar férias" para se reencontrar com o passado, numa alusão velada ao mergulho do partido governista em atos indignos, como a institucionalização da corrupção e do aparelhamento deletério do estado. Tenho minhas dúvidas quanto à tal recuperação da conduta que teria norteado a criação da agremiação.
     Tenho certo orgulho de jamais ter acreditado no PT e na sua pregação. Sempre esteve claro, para mim, que havia uma evidente mistificação naquela discurseira politicamente correta, destinada a angariar apoios de desiludidos e facilmente iludíveis. Mesmo assim, cheguei a votar em Lula uma única e jamais repetida vez, no segundo turno das eleições vencidas por Fernando Collor.
     O tempo mostrou que bastou assumir o poder para que o PT adotasse todas as práticas que condenava. Em muitos casos, aprofundou a pilantragem, o estelionato ideológico, o assalto aos cofres públicos.
     Só não consigo enxergar em Aécio a pessoa indicada para recomendar compostura aos demais. Hoje mesmo, o Estadão (se a memória ainda está funcionando) destaca que o nobre ex-governador mineiro gastou mais em passagens para o Rio do que para sua terra de origem, consolidando a imagem de que ele - Aécio - não é lá muito chegado ao batente. Há algum tempo, para constrangimento geral da Nação, parado em uma operação da Lei Seca, recusou-se a fazer o teste do bafômetro.
     Nada a ver com seu comportamento pessoal, particular, que deve ser respeitado. Os exemplos citados referem-se a atividades públicas. Não podemos esquecer que pagamos as passagens aéreas dos nossos políticos, que - por óbvio - devem dar o exemplo como cidadãos no dia a dia.
     Apesar dessas restrições, sou forçado a admitir que Aécio é o melhor nome do PSDB, aquele que surge com mais potencial para enfrentar a máquina oficial. Entre os demais, continuo acreditando que Marina Silva, conseguindo se desligar do ar messiânico e dos 'dogmas' extremistas, é um nome respeitabilíssimo. No mínimo, pode ostentar com dignidade uma bandeira fundamental: a da defesa do meio ambiente.

sábado, 13 de abril de 2013

Que venha a nuvem!

     Leio em O Globo que "uma nuvem magnética vinda do sol deve chegar à atmosfera terrestre neste sábado", e que "a intensidade das perturbações sofridas pela magnetosfera terrestre depende da direção e intensidade do campo magnético". Não deve acontecer nada de mais, a ponto de provocar algum desastre nas comunicações, por exemplo. Mas - não custa sonhar! - poderia ter alguns efeitos colaterais que seriam muito bem-vindos.
     Fico imaginando uma forte irradiação de bom senso na Venezuela, capaz de provocar a reversão das expectativas eleitorais. Uma nuvem de luz que expusesse a estupidez e o atraso representados pelo homofóbico, racista e ignorante candidato Nicolás Maduro - um fiel seguidor das trevas chavistas - às eleições de amanhã.
     Aliás. América do Sul, como um todo, poderia ser contagiada e - quem sabe? - dar início a um processo destinado a expurgar da política e da nossa vida personagens como o cocaleiro Evo Morales, a caricata Cristina Kirchener, o aprendiz de ditador bananeiro Rafael Correa e - aleluia! - o guru de todos, ele, o inimputável Luís Inácio, com todo o seu séquito.
     Também poderia - a tal nuvem - debruçar-se sobre a Coreia do Norte e eliminar o deplorável e genocida esquema de poder que vem passando de pai para filho há três gerações. De quebra, infiltrar-se nos domínios do Mahamoud Ahamadinejad, o terrorista presidente iraniano, e na ilha dos irmãos Castro, a mais antiga ditadura do planeta.
     Os efeitos purificadores bem que poderiam chegar ao nosso Congresso e às nossas 'entidades da sociedade civil', sejam elas o que sabemos que são. Eventualmente - é esse é um desejo prosaico, eu sei - a nuvem solar poderia dar uma mãozinha lá em São Januário, necessitado de luz como nunca na sua história de conquistas.
     Que venha, então, a nuvem.

Contrapontos cariocas

": Nossa Senhora da Paz-Turiaçu".

"Tá ligado: Leblon-Cabuçu".

"Vâmo, vâmo: Jardim Botânico-Curral das 'Égua'"

     Augusto José e Domitila Alcântara alçaram seus brindes a Eduardinho (é assim que eles chamam o saltitante prefeito da cidade). Nunca mais teriam que trancar as janelas de seus 'apartamentos-com-vista-para-tudo' para driblar a poluição sonora que subia das ruas e avenidas da Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil. Aquele abominável sistema de transporte finalmente foi varrido dos seus domínios.
     A próxima meta é eliminar os ônibus. Vai ser mais difícil. O esquema dos magnatas do transporte é mais poderoso. Mas, quem sabe? No futuro - não custa sonhar... -, uma cancela na Princesa Isabel, outra na saída do Rebouças e um posto de triagem em frente Planetário. Carros, só de Corola e Civic para cima. No extremo, torcer para um terremoto, soterrar, de madrugada, para não causar "vítimas inocentes", esse buraco de tatu que está sendo cavado logo aqui, no 'coração do Brasil'.

"Aha, uhu, as van agora é tudo nossa"

     Clarivando e Marylynn festejaram a decisão do 'Eduardo da Paz'. As vans banidas "lá do Rio" com certeza serão distribuídas pelas zonas norte e oeste, aumentando a oferta. Com sorte, algumas vão poder usar o corredor expresso dos BRTs, inacreditavelmente lotados e transbordando passageiros na maior parte do dia. Outras - imaginam - podem ser colocadas nas estações da Central espalhadas pelos subúrbios, para receber os passageiros que os trens não conseguem atender.
     O problema vai ser no verão. As vans facilitavam o acesso às maravilhas cantadas em prosa e verso. Era só escolher o lugar, saltar e armar a barraca na areia. Os ônibus param mais longe. Vai dar trabalho carregar a tralha toda por dois ou três quarteirões.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Canalhice não tem matiz

     A cena e as declarações são repugnantes. Imaginei que haveria uma comoção, especialmente - mas não necessariamente - entre as mulheres. Até esbarrei em alguns comentários nas redes sociais. Mas nada muito relevante. Uma leve indignação aqui, uma reação anódina ali. Não estou falando, por óbvio, das cenas de racismo e homofobia explícitas do deputado Marco Feliciano, o inimigo número um da vez.
     O momento canalha ao qual estou me referindo tem como personagem o diretor de teatro Gerald Thomas, que "meteu a mão na menina" que foi entrevistá-lo no lançamento de um livro. Mas o personagem é um daqueles eleitos, acima do bem e do mal, pela 'vanguarda' que - dizem - representaria.
     Há, claramente, uma 'expectativa'. "O cara é de 'esquerda'", imagino que estejam pensando alguns dos nossos determinados manifestantes de causas marcadas. "Ela mereceu", começam a a arriscar alguns segmentos da modernidade intelectual nacional, ainda tímidos, mas com a mesma desfaçatez dos que se omitem quando o assunto é a devastadora corrupção que emana dos poderosos de plantão.
     Como de hábito, estou fora dessa vigarice, desse estelionato que divide os alvos da indignação pela filiação político-partidária. Atos espúrios, degradantes em si, não têm matiz. Canalhas de carteirinha não são menos deploráveis por se circunscreverem no espectro político que mais nos agrada.
     Costumo escrever, quando me refiro a ditadores sanguinários, que assassinos e genocidas são iguais perante a dignidade humana, independentemente do verniz 'ideológico'. Essa máxima também vale para os queridinhos em geral.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Janelas abertas

     Eu não quero dicas ou sugestões para normalizar o acesso ao Windows e, em consequência, a uma parte considerável da minha vida. Obrigado. Agradeço, comovido, a todos os que postaram ou ainda venham a postar caminhos que facilitem a vida de todos nós, escravos do computador. É bom saber que há sempre um jeito, um modo qualquer, para evitar aquelas mensagens estranhíssimas que insistem em aparecer desde ontem, quando ligo o computador.
     De algum modo incerto e absolutamente ocasional, consegui me livrar das atualizações que surgiam compulsivamente à minha frente. Nos dois primeiros momentos, pego de surpresa, fiqui estático em frente à máquina, enquanto ela realizava investidas em todos os meus arquivos. Imaginei, no início, que a culpa fosse minha. Eu certamente deveria ter feito alguma bobagem virtual.
     Só hoje, durante o da, fiquei sabendo que a culpa não era minha. Menos temeroso, decidi interromper as atualizações e quetais que continuavam aparecendo. "Seja o que Deus quiser", admitindo o risco de ser deletado para sempre, ou - quem sabe? - ter minhas entranhas expostas à curiosidade pública.
     Ainda estou na dúvida se agi corretamente, ao apertar teclas a esmo. É verdade que consegui me conectar. Mas temo ser novamente envolvido por aquele emaranhado de atualizações. Tremo só de pensar em seguir as recomendações que pipocam por toda a parte. Quero de volta a simplicidade de apertar um botão e não pensar no amanhã.
     O problema é da Microsoft. Quem o pariu que o embale.

A 'marcha dos manifestantes doidos'

     O Estadão, talvez sem se dar conta, exatamente, da dimensão do trecho que mais me chamou a atenção, exibe na sua página virtual de hoje um exemplo pronto e acabado da vigarice ideológica que transforma nosso dia a dia político em um bordel. Estou me referindo à reportagem sobre a manifestação que ainda está sendo realizada em frente ao belo Palácio Guanabara, na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, ao lado da sede do Fluminense, contra a privatização da administração do recém-refeito Maracanã.
     Não vou, sequer, entrar no mérito da privatização. Particularmente, acredito que o Estado - qualquer Estado - não tem competência nem vocação para cuidar de campos de futebol, entre muitas outras coisas. O que se pode discutir - e esse é um ponto importante - é o fato de a população, mediante seus impostos, ter pago uma fortuna para realizar uma obra que será entregue a particulares e a necessária contrapartida.
     É evidente que seria muito mais digno e decente que houvesse uma licitação anterior. Quem ganhasse o direito à exploração, faria as obras. Simples assim. Mas esse tipo de pilantragem é comum por aqui. Nós, cariocas, construímos a Linha Amarela, por exemplo (o caminho mais rápido e caro entre dois engarrafamentos monumentais), e somos obrigados a pagar R$ 10 reais por dia para usá-la. Um acinte, um escândalo contra o qual pouquíssimos se levantam.
     Mas voltemos à manifestação, que inferniza não apenas ocupante do Palácio Guanabara, esse lamentável governador Sérgio Cabral, mas todos os que são obrigados a passar pela região, que vive horas de caos absoluto no trânsito. Além das duas centenas de representantes da 'sociedade civil organizada' (a turma que nós já conhecemos) e dos deputados Marcelo Freixo e Janira Rocha (ambos do PSOL e sempre dispostos a tirar algum proveito pessoal de qualquer coisa), surgiu, para dar entrevistas um advogado que se apresentou como representante de uma inusitada Federação Internacionalista dos Sem-Teto (Fist). É isso mesmo. Bem, pelo menos é o que nos informa o Estadão.
     Pois o tal representante dessa tal Federação disparou a metralhadora de obviedades e bobagens que se esperaria. Em um parágrafo apenas, juntos interesse das elites, a 'expulsão' dos índios que invadiram um prédio público e as obras no entorno do Maracanã. Aquelas baboseiras 'politicamente corretas que fazem sucesso com a companheirada, mas que não passam de discurso vazio. Mesmo quando há algum fundo de verdade nas contestações. Como é que alguém pode encarar com seriedade a luta por um teto e a privatização do Maracanã. Parodiando o jornalista Sérgio Porto, é algo como a 'Marcha do manifestante doido'.
     A lamentar, mais uma vez, a omissão dessa turma na desmoralização da Comissão de Constituição e Justiça e da Cidadania da Câmara, cuja dignidade vem sendo solapada pela presença dos petistas quadrilheiros e corruptos José Genoíno e João Paulo Cunha e do companheiro de fé, irmão e camarada Paulo Maluf, aquele que é procurado pela Interpol mas vive de abraços e beijos com o ex-presidente Lula. Já pararam para pensar: esses três fazem parte de um grupo que debate cidadania, justiça e a nossa Constituição.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Eu quero saber tudo ...

     Essa gente que está no poder há 10 anos é incorrigível, mesmo. A cada dia, um escândalo novo, uma suspeita apimentada, uma impressão de vigarice no ar. Essa decisão de cercar de mistérios e segredos os documentos sobre financiamentos aos governos de Cuba e Angola é mais uma daquelas que merecem o mais absoluto repúdio. Afinal, o dinheiro que está sendo despejado nessas duas nações companheiras é de todos nós. Eu, por exemplo, faço questão de saber por que, como e o que fizeram com a parte que me toca nessa grana: quase US$ 1 bilhão só no ano passado.
     E a 'coincidência' da nefasta presença do ex-presidente Lula nas negociações? Em qualquer país mais decente, seria caso de uma investigação profunda. Embora não esteja exercendo o poder formal, é mais do que evidente que Lula age como se ainda estivesse sentado no gabinete principal do Palácio Alvorada. Na verdade, está ...
     Suas viagens pelo mundo, como uma espécie de garoto-propaganda das principais empreiteiras brasileiras, exalam um cheiro estranho, principalmente quando olhamos para as doações feitas a campanhas oficiais.
     Fico imaginando o que fariam as nossas 'entidades representativas da sociedade civil organizada' caso os governantes envolvidos nessa e em outras malandragens não fossem petistas de carteirinha. A baiana Odebrecht, por exemplo, seria invadida por índios, sem-terra e 'estudantes' filiados à UNE, todos em busca da verdade por trás das capas dos contratos.
     A registrar: o responsável pela decisão de impedir o acesso aos termos e quetais dos contratos foi, oficialmente, o ministro do Desenvolvimento e muitas outras coisas, Fernando Pimentel. O mesmo que, pouco antes de assumir a coordenação da campanha da então candidata Dilma Rousseff, recebeu - de empresários mineiros - algo em torno de R$ 2 milhões por palestras jamais proferidas.

O futebol é quase alemão

     O futebol mundial estará muitíssimo bem representado nas semifinais da Copa dos Campeões da Europa, com os espanhóis Barcelona e Real Madri e com os alemães Bayern de Munique e Borússia Dortmund. Também estaria com o inglês Manchester. De todos, os que mais me encantam, hoje, são os alemães, que conseguem aliar tática e técnica refinadas.     
     Fico imaginando o que seria dito, por aqui, sobre um jogador que fizesse o gol que Bastian Schweinsteiger marcou domingo passado e que garantiu o título para o Bayern, com seis rodadas de antecedência. Definitivamente - até a aguardada prova em contrário, é claro! -, o futebol brasileiro não está sequer entre os cinco melhores do mundo.
     Além de Alemanha, Espanha e Inglaterra, temos a França (apesar da inconstância) e a Itália em estágio superior. Sem falar na Argentina, principalmente graças a esse incrível Messi e a um time de coadjuvantes de primeira categoria.

José Dirceu estrebucha

     O ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, condenado à cadeia pelo Supremo Tribunal Federal, estrebuchou em entrevista à Folha de São Paulo. Desesperado, vendo que está chegando o dia em que trocará os tapetes palacianos que ainda frequenta pelo piso frio de uma cela, voltou a acusar o ministro Luiz Fux de ter negociado sua indicação para o STF e garantiu que vai recorrer a cortes internacionais para rever a condenação. Dessa vez, não acusou a 'mídia' pelo seu futuro próximo, mas requentou críticas ao andamento do julgamento do Mensalão e à sua transmissão ao vivo.
     Inacreditavelmente, afirma que tudo o que foi amplamente discutido e investigado ao longo de sete anos não existiu. Ele e seus comandados não criaram o maior esquema de corrupção e ladroagem de todos os tempos - como ficou amplamente demonstrado. No máximo - ele insiste nesse toada já desmoralizada -, houve o tal do caixa 2, um delitozinho menor e que já estaria prescrito. E mais: a culpa - é evidente! - seria do PSDB.
     A entrevista de Dirceu é um exemplo acabado de diversionismo e manipulação de fatos, com toques da mais absoluta falta de coerência. Falta a Dirceu a dignidade que existe até mesmo em criminosos mais comuns. Suas respostas incoerentes nada mais são do que uma tentativa coordenada para influir na decisão do plenário do STF quanto aos recursos que sua defesa vai apresentar assim que for divulgado o acórdão com a sentença que soterrou o projeto da quadrilha petista que assaltou os cofres públicos e a dignidade da Nação.

Limpeza rima com educação

     Eu sei que é mais uma 'decisão' (já existia a legislação) para não ser cumprida, como dezenas de outras. Mas reconheço que a ideia é boa: multar severamente quem sujar as ruas da nossa cidade, o Rio, no meu caso. Sujeira é um dos indicadores de subdesenvolvimento, de ignorância, de falta de respeito com os demais. Mas é apenas um. Convivemos com dezenas de outros, praticados a todo momento, sem que os responsáveis pela manutenção da ordem cumpram com suas obrigações.
     O primeiro complicador é a necessidade de uma ação conjunta. Segundo o prefeito Eduardo Paes, as multas serão aplicadas, a partir de julho, por uma equipe formada por um fiscal da Comlurb, um guarda municipal e um policial militar. O problema começa aí. A Prefeitura não tem qualquer ascendência sobre a PM, que é estadual. A medida exigiria um entrosamento perfeito, quando sabemos, pela prática, que ele não existe.
     Como não tem poder de polícia - embora muitos integrantes pensem que têm -, a Guarda Municipal não pode exigir a documentação do eventual infrator, para emissão da multa. A PM seria, então, fundamental. Mas qual PM? Essa, que não consegue, sequer, dar conta da sua função primordial, que é garantir a segurança?
     Imaginem quantos policiais militares seriam necessários para que esse projeto dê algum resultado prático. E que não se argumente que, enquanto fiscalizam sujismundos, também estariam zelando pela segurança. Não é assim, infelizmente, que tudo funciona. Nossos policiais, por deformação da interpretação de seu papel, selecionam atribuições. Não se submetem a coibir infrações que consideram menores. Até por que têm uma enorme carga de exigências mais prementes.
     Lixo nas ruas - e essa é uma constatação acima de contestações - é consequência (mais uma) da extrema falta de educação do nosso povo varonil. Jogamos lixo nas ruas assim como avançamos sinais, trafegamos nos acostamentos, furamos filas, roubamos frutas e doces em supermercados, ligamos o som no volume mais alto, falamos aos berros ao celular e tentamos tirar vantagem em tudo, em todas as circunstâncias.
     Só há um meio de nos transformarmos, também, em um povo limpo, que respeite as normas mínimas convivência e respeito ao próximo: educação. Ampla, geral e irrestrita. Com a vantagem de nos ajudar a escolher melhor nossos representantes.

terça-feira, 9 de abril de 2013

E agora, companheirada?

     Afinal, uma grande oportunidade para a renovação da decência e da dignidade no nosso Congresso - Câmara, em especial. Segundo nos conta O Globo, o deputado racista e homofóbico Marco Feliciano, do PSC paulista, antigo aliado e cabo eleitoral da presidente Dilma Rousseff, admite largar a presidência da Comissão de Direitos Humanos, onde mal se sustenta. Isso, depois de afirmar e reafirmar que não sairia do posto, para o qual foi eleito por omissão da maioria dos partidos que se dizem sérios, entre eles o PT e o PSDB.
     Só impõe uma condição - mais do que plenamente aceitável, fundamental: que seus colegas petistas João Paulo Cunha e José Genoíno, os quadrilheiros e corruptos condenados pela Supremo Tribunal Federal, sejam excluídos da Comissão de Constituição e Justiça.
     Nada mais justo. Se ele, por racista e homofóbico, deve ser expurgado de um grupo que se debruça nos direitos e liberdade do homem, não é concebível que os petistas - por bandoleiros condenados - tenham o direito de discutir temas de interesse da Justiça que eles solaparam.
     Na verdade, essa 'decisão' de Marco Feliciano me parece mais uma grande sacada. Ele provavelmente não tem a menor vontade de largar a Comissão. O condicionante é, claramente, uma provocação ao PT, em especial, que posa de íntegro e defensor das boas causas, quando - e isso é uma opinião minha - tem uma prática deletéria, conspurcada por atos indignos ao longo da sua história, especialmente a mais recente.
     Um partido marcado pela mais depravada roubalheira da nossa República - como o PT - não pode se dar ao direito de contestar as práticas deletérias de outros, sem que dê o exemplo. Mas, cá para nós: a saída dos três cairia muito bem.
     E agora, companheirada?

A fragilidade da vida

     Há trinta anos, passei por um momento muito complicado, quase fatal. Era um domingo e eu saíra de casa, logo após o almoço, para mais um plantão no Jornal do Brasil. Nessa época, eu tinha o prazer de trabalhar na Editoria de Esportes comandada por Oldemário Touguinhó e João Areosa, dois amigos que já não estão entre nós.
     Como morava na Taquara, optava por usar a Avenida Brasil, passando pelos subúrbios de Marechal Hermes e Deodoro. Estava tranquilo, nesse dia. Como fazia normalmente, saí com antecedência e o trânsito estava ótimo - algo raro atualmente. Seguia pela Rua Xavier Curado, no trecho praticamente reto que acompanha a lateral da Base Aérea dos Afonsos quando meu mundo foi sacudido e jogado violentamente de encontro a um muro.
     Sequer pressenti a colisão. Foi uma batida seca, sem freadas. Um motorista que vinha no sentido contrário simplesmente dobrou à esquerda e bateu no meu carro, de frente. Para ser sincero, só soube que o acidente aconteceu assim algum tempo depois, já no Hospital Carlos Chagas, para onde fui levado por socorristas. Eu desmaiara com o impacto e havia um corte muito grande na cabeça, além de sérias contusões nas pernas, que ficaram presas no emaranhado de ferro. Meu Chevette não sobreviveu.
     O motorista que causara o acidente e que por pouco não provocara minha morte estava alcoolizado. Acabara de sair de um churrasco domingueiro. Fomos atendidos quase ao mesmo tempo. Chegamos a ficar lado a lado, na emergência. Um acidente estúpido que poderia ter me privado da vida.
     A memória desse acontecimento voltou com muita força ontem, após eu ter sobrevivido a um acidente ainda mais estúpido, dessa vez por minha culpa. Ainda estou meio abalado. É assustador sentir que o limite entre vida e a morte é tão tênue. Uma bobagem, uma desatenção.
     Costumo fazer pequenos reparos em casa. Instalações hidráulicas e elétricas mais simples; uma troca de piso quebrado etc etc. Recentemente, reinstalei uma bomba que tem a função de escoar a água que insiste em brotar no meu terreno quando há chuvas constantes, como agora.
     A água é captada em um poço e automaticamente despejada, quando atinge determinado volume. Eventualmente é necessário bombear manualmente a água, para expulsar o ar e facilitar o funcionamento do sistema. Algo simples, bobo, rotineiro. Normalmente uso botas de borracha, de cano alto, que servem como isolantes. Ontem, como não mexeria na parte elétrica, não me preocupei.
     Empunhei o cano ligado à bomba e fui atingido por uma descarga elétrica fortíssima, ampliada pelo fato de eu estar de chinelos, com os pés na água. Por algum motivo, ao empunhar a tubulação, segurei, também, uma parte da fiação, inexplicavelmente exposta., sem isolamento. Foi um longo e doloroso choque. Não conseguia abrir a mão (nesses casos, os músculos se contraem e a pessoa fica presa).
     A corrente foi tão intensa, no entanto, que, para minha sorte, caí para trás, carregando comigo a bomba, que foi arrancada da fiação, interrompendo a descarga. Consegui escapar por um gratíssimo acaso. As emendas dos fios - feitas através de um conector - romperam com o peso da bomba.
     O braço por onde correu a descarga ainda está muito dolorido. Da queda - providencial! -, resultaram várias escoriações. Mas ainda acho que a sequela maior é emocional.
     Nossa vida é muito frágil.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Veneramos a mediocridade

     A morte da ex-premiê britânica, a baronesa Margaret Thatcher, repercutiu em todas as partes. Os líderes das nações mais importantes, incluindo o americano Barack Obama e a chanceler alemã Angela Merkel, fizeram considerações ponderadas e respeitosas, uma espécie de tributo ao papel fundamental exercido por Thatcher durante os onze anos em que renovou seu país e ajudou a reconfigurar o mundo.
     Não li ou ouvi qualquer comentário partido da nossa presidente. Posso estar cometendo uma injustiça, mas já esperava esse eloquente silêncio, exatamente o oposto do que aconteceu há um mês, quando da morte de Hugo Chávez, um aprendiz de ditador medíocre e populista, que arruinou a economia (o país depende quase que exclusivamente da produção de petróleo para sobreviver) e inaugurou uma época de trevas na Venezuela.
     Não poderia ser diferente. A austeridade da 'Dama de Ferro' (era assim que os soviéticos a chamavam) e sua determinação em reduzir o peso do estado se contrapõem à cartilha falaciosa da maioria dos limitados líderes dessa pobre América do Sul, brasileiros em especial. E não podemos esquecer a vergonhosa surra que infligiu aos ditadores argentinos, quando decidiu colocá-los para correr das ilhas Falklands. Elogiar Thatcher certamente desagradaria Cristina Kirchner e aos nossos vizinhos, que destilaram seu rancor, hoje.
      Eventualmente haverá uma nota formal, do Itamaraty. Jamais o reconhecimento da dimensão que a ex-premiê ostentou no mundo. Essa é uma das características da Era Lula: estar sempre ao lado do que há de pior no planeta; reverenciar terroristas e criminosos vulgares.

domingo, 7 de abril de 2013

Ruim com eles; muito pior sem eles

     A pergunta não foi dirigida a mim, e sim aos três participantes do programa Painel, apresentado no fim da noite de sábados, na GloboNews. O assunto era a atual crise envolvendo a Coreia do Norte, esse exemplo mundial de estupidez, ignorância e despotismo, entre outras características que vocês podem ficar à vontade para acrescentar.
     Em determinado momento, os três convidados foram instados a responder se tinham medo do poderio bélico americano e das consequências de seu eventual uso em represália a um ataque coreano, por exemplo. O politicamente correto surgiu a galope. Todos admitiram que sim, que esse poderio pode ser uma risco para o mundo etc etc etc.
     Como esse espaço, aqui do Blog, é meu - e dos que me estimulam a completá-lo diariamente, com seus acessos (cerca de 28 mil, de lugares tão diferentes quanto o Canadá e a Rússia) -, tomo a liberdade de afirmar que não tenho o menor medo do poderio militar americano. Ao contrário. Sempre que temas assim voltam à discussão, comemoro o fato de os Estados Unidos serem o país hegemônico no mundo, e não o Irã, por exemplo.
     Já imaginaram nosso planeta sob o jugo dos aiatolás? Ou de outros terroristas, como esse lastimável ditadorzinho coreano do norte? Olhando para o mundo imperfeito onde vivemos, fico pensando o que poderia ter acontecido caso os genocidas soviéticos e chineses tivessem generalizado sua expansão.
     E não estou me referindo, sequer, ao mundo que poderia ter nascido sob o domínio de nazistas e fascistas, caso o horror protagonizado por Hitler e Mussolini não fosse derrotado após a entrada dos americanos no conflito. Estou olhando para hoje, um hoje histórico, que compreendo algumas décadas.
     Por mais deplorável que tenha sido a interferência americana em diversas nações, quando da Guerra Fria que quase dividiu o mundo entre capitalistas e comunistas, não pode ser comparável à barbárie de soviéticos e chineses, que massacraram povos e consciências ao longo de quase cinco décadas.
     Não tenho a menor dúvida em afirmar que o nosso mundo é muito melhor sob a influência americana. Uma influência que não é gratuita, é claro. Há uma dessas frases bobas que explicam bem essa realidade: não há almoços de graça. Pagamos, sim, o preço da dependência tecnológica, de uma certa subserviência ao Império.
     Mas esse pagamento é uma espécie de 'troco', se comparado ao custo em vidas, consciência e liberdade que seria imposto por nações terroristas e delinquentes como a coreana do norte, para ficar, apenas, no exemplo que motivou essas linhas.

Histórias de Júlia e Pedro (57)

Caretas e aventuras

     Flávia acabou de contar, para 'todos' os seus amigos, o mais recente episódio envolvendo a criatividade de Pedro. Vou me permitir repetir a história, aqui nesse pedaço do Blog que é dedicado a ele e a Júlia.
     Depois de ter pedido, no ano passado, um cantil de presente de Natal, ele está se superando. Já sabe o que vai querer no fim do ano: um GPS, para não se perder nas aventuras que sonha fazer, entre elas uma incursão ao Jalapão, lugar que já 'conhece', por tanto ouvir falar das viagens que eu e o tio Gui (Guilherme, marido da tia Fabiana) fizemos nos últimos anos.
     Aos cinco anos e meio, o moleque está muito engraçado (eu sei que isso é coisa de avô ...). Hoje, por exemplo, aprontou, na ida ao posto da Polícia Federal, para tirar passaporte. Ao ser chamado para a fotografia, saiu-se com essa:
     - Não quero, muito obrigado!
     Não satisfeito, já sentado para a tal foto, quando solicitado, pela mãe e pelo pai, a fazer "uma cara bonita", enfiou os indicadores na boca, puxou os lábios e colocou a língua para fora.

sábado, 6 de abril de 2013

O pensamento vido da 'nossa' esquerda

      Costumo dizer, em tom de brincadeira, mas com um enorme fundo de verdade, que basta ler e/ou escutar alguns dos representantes do que se convencionou chamar de 'esquerda brasileira' para decidir exatamente o contrário, em relação a tudo, especialmente no que tange à visão do mundo. Para não argumentarem que ando exagerando - eu reconheço que exagero, sim, eventualmente, para reforçar imagens -, basta dar uma passada na página desse jurássico PcdoB. Não restarão dúvidas, tenho certeza.
     A mais recente investida 'pecedobeniana' no terreno da política internacional foi cometida dia 3 de abril, em forma de nota oficial assinada, também, pelos risíveis PT, PSB, Cebrapaz, CUT, MST, MDD, UJS, UNE, Unegro, Unipop, CDRI, CDR/DF, MPS, CMP, CPB, Telesur, TV Comunitária de Brasília e Jornal Revolução Socialista. É uma declaração conjuntas de 'forças progressistas' nacionais sobre a escalada da tensão mundial provocada por uma das mais lamentáveis e abjetas ditaduras do mundo, a da Coreia do Norte.
     É isso mesmo. Essa turma citada acima se uniu para produzir (eu quase escrevi defecar) um manifesto de apoio ao governo genocida dirigido, hoje, por um tal de Kim Jong-Um, digno representante da terceira geração de assassinos à frente do país.
     Para facilitar, estou reproduzindo, abaixo, alguns trechos da - digamos - justificativa do apoio e a íntegra da carta dirigida ao embaixador coreano. Merecem ser lidos. Lembro, entretanto, aos que têm estômago frágil, que determinadas linhas podem provocar de ânsias, a incontroláveis jorros de vômito; dores de cabeça e diarreia.
     Vamos a elas, justificativas e declaração, mantida a grafia original, sem crases, com acentos já não existentes etc. Repito, estejam preparados.

     "A escalada da tensão na Península Coreana, com a participação direta dos Estados Unidos, tem aumentado a pressão e a preocupação com um possível conflito internacional, apesar dos pedidos reiterados por diálogo enquanto a Coreia do Sul, apoiada pelos EUA, toma medidas belicistas.
     Neste contexto, movimentos e partidos brasileiros que lutam contra o imperialismo belicista e pela manutenção da paz e da soberania das nações enviaram a seguinte declaração à embaixada da Coreia Popular:

     "Senhor Embaixador da República Popular e Democrática da Coreia;
      A campanha de uma guerra nuclear desenvolvida pelos Estados Unidos contra a República Democrática Popular da Coreia passou dos limites e chegou à perigosa fase de combate real.
     Apesar de repetidos avisos da RDP da Coréia, os Estados Unidos tem enviado para a Coréia do Sul os bombardeios nucleares estratégicos B-52 e, em seguida, outros meios sofisticados como aeronaves Stealth B-2, dentre outras armas.
     Os exercícios com esses bombardeios contra a RDP da Coréia são ações que servem para desafiar e provocar uma reação nunca antes vista e torna a situação intolerável.
     As atuais situações criadas na península coreana e as maquinações de guerra nuclear dos EUA e sua fantoche aliada Coréia do Sul além de seus parceiros que ameaçam a paz no mundo e da região, nos levam a afirmar:
     1. Nosso total, irrestrito e absoluto apoio e solidariedade à luta do povo coreano para defender a soberania e a dignidade nacional do país;
     2. Lutaremos para que o mundo se mobilize para que os Estados Unidos e Coréia do Sul devem cessar imediatamente os exercícios de guerra nuclear contra a RDP da Coréia;
     3. Incentivaremos a humanidade e os povos progressistas de todo o mundo e que se opõem a guerra, que se manifestem com o objetivo de manter a Paz contra a coerção e as arbitrariedades do terrorismo dos EUA.
     Conscientes de estarmos contribuindo e promovendo um ato de fé revolucionária pela paz mundial, as entidades abaixo manifestam esse apoio e solidariedade.
     Brasília, 02 de abril de 2013."

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A ameaça vem da Coreia do Norte

     Em 1945, o governo americano decidiu que a II Grande Guerra já havia passado do limite e que não iria admitir a morte de mais alguns milhares de soldados. O Japão insistia em recusar a rendição, mesmo depois de seus aliados (Alemanha e Itália) terem sido derrotados. A luta no Pacífico - cada vez mais sangrenta - continuava, ilha a ilha.
     Pesadas as consequências, optou-se para solução final: duas bombas atômicas foram lançadas sobre Iroshima e Nagasaki, matando centenas de milhares de japoneses e, afinal, convencendo o Japão a se render.
     Não imagino algo semelhante em relação à Coreia do Norte, mas alguma medida dura, definitiva, terá que ser feita, sim, para barrar a estupidez que emana do governo desse lastimável e ridículo ditadorzinho Kim Jong-Um, especialmente em caso de ataque. Kim é uma verdadeira excrescência no mundo moderno, mesmo quando comparado ao lixo político representado pelo iraniano Mahamoud Ahmadinejad; pelo motorista de ônibus racista e homofóbico venezuelano, Nicolás Maduro; pelos caquéticos irmãos Castro; e pelos governos 'democráticos' da Rússia e da China, entre outros menos votados e relevantes.
     A Coreia do Norte é, hoje, a maior ameaça à paz mundial. Liderada por um degenerado que se cerca de trogloditas genocidas, usa um poder ainda não muito bem mensurado para chantagear o mundo. Como não existe liberdade alguma no país, a população vive alijada de qualquer realidade, incapaz de tentar se impor, criar fatos que levem ao abrandamento do regime. Afinal, o coreano do norte simplesmente desconhece o que se passa além de suas fronteiras.
     Um eventual - e bem possível - ataque coreano à Coreia do Sul e aos Estados Unidos poderá resultar num massacre da já miserável Coreia do Norte, o que será lamentável, pela perda de centenas de milhares de vidas de inocentes. Mas nem mesmo esse risco parace sensibilizar um dos regimes mais cafajestes do todo o planeta. Essa gente cansa de matar seus próprios cidadãos de fome. Os exemplos recentes - em termos históricos - ainda marcam a vida da China e da extinta União Soviética, exemplos de nações genocidas.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Cassetete neles!!!

     Por mais imbecil que PM de Minas Gerais tenha sido, ao autorizar a entrada em campo de policiais armados com escopetas, nada se compara ao comportamento dos vândalos argentinos do tal Arsenal de Sarandi. Esses vagabundos estavam claramente decididos a criar confusão, como fazem recorrentemente os 'atletas' de quase todos os clubes que disputam as desastrosas competições sul-americanas.
     Praticamente não há um jogo sequer sem agressões, provocações, cotoveladas e quetais, principalmente quando nossos 'hermanos' estão sendo derrotados. Fazem o que querem em campo, normalmente com a complacência de arbitragens omissas, como a de ontem, em Belo Horizonte (Atlético Mineiro 5 a 2). São covardes e se escondem na 'inviolabilidade' do campo de futebol.
     Batem, xingam, cospem, ameaçam e exigem tratamento especial. Excetuando o uso de armas - realmente desnecessário, além de dar margem a 'revoltas' ensaiadas -, sou absolutamente favorável a uma atuação determinada dos policiais encarregados da segurança de árbitros e atletas decentes. Em bom português: cassetete e cadeia neles!
    
     O resto é demagogia e bom-mocismo para a galera.

A baderna argentina

     Enquanto a baderna historicamente provocada por jogadores argentinos não for tratada como deve - prisão para os vagabundos, como em qualquer caso de agressão e desacato -, vamos continuar assistindo a cenas como as protagonizadas ontem à noite, em Belo Horizonte, pelos 'atletas' do Arsenal de Sarandi. Com a boçalidade que marcou a atuação do time no jogo todo, os jogadores e comissão técnica apresentaram as armas que fazem parte do seu repertório.
     Além das agressões dentro de campo - cotoveladas, pisões e provocações -, imprensaram o juiz, mais um desses sopradores de apito que temos por aqui na América do Sul, e, não satisfeitos, iniciaram uma série de agressões contra os policiais que tentavam proteger árbitro e auxiliares.
     Fiz questão de ver o jogo até o fim, pois tinha certeza de que algo semelhante aconteceria, a exemplo do que houve há algum tempo, em partida com o São Paulo, no Morumbi. A arrogância, a estupidez e a prepotência do jogador argentino são recorrentes. Quando perdem no campo - foram massacrados pelo Atlético -, optam pela mais pura violência. Se me fosse dado o poder de decidir, todos aqueles desajustados estariam na cadeia.
     Como, infelizmente, sempre acontece, há um arranjo e fica tudo resolvido. No caso de ontem, mediante o pagamento de uma multa irrisória e a liberação dos desajustados. Eu gostaria, muito, de saber o que aconteceria com alguém que não fosse 'atleta' e saísse por aí distribuindo pancadas em policiais.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

OAB deveria copiar a Educafro

      O Globo nos conta que o diretor-presidente da Educafro, frei David, recusou-se a participar de uma audiência sobre racismo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Foi uma maneira forte e incisiva de exibir repúdio às declarações e comportamento do antigo e entusiasmado militante da candidatura da presidente Dilma Rousseff.
     Certamente, terá mais repercussão favorável do que a baderna feita até agora por grupos de manifestantes. A intolerância - e muitos parecem esquecer disso! - é uma via de mão dupla. É complicado exigir respeito e dignidade atirando ovos, chutando cadeiras, gritando palavrões.
     Espero que o exemplo da Educafro seja seguido por outras instituições, como a Ordem dos Advogados do Brasil, que deveria boicotar oficialmente todas as reuniões da Comissão de Constituição e Justiça, enquanto dela fizerem parte os quadrilheiros e corruptos deputados petistas José Genoíno e João Paulo Cunha.
     Indo além: todas e quaisquer entidades, associações, clubes recreativos e quetais deveriam demonstrar, pacificamente, seu repúdio ao PT, por prestigiar criminosos condenados por uma penca de crimes.

O 'ontem' não existe para a presidente

     Vou começar pelo meio. Nossa preclara presidente Dilma Rousseff, ao 'discursar' na posse de seu novo ministro dos Transportes, César Borges (PR-BA), criticou "governos anteriores " - segundo Veja e outros jornais e revistas - pela falta de investimento em logística. Será que ela esqueceu que seu guru e mestre, Luís Inácio Lula da Silva, passou oito anos na presidência da República? Ou os oito primeiros anos da Era Lula não contam nessa história?
     Essa desfaçatez é inacreditável. No poder há 10 anos, a companheirada fala no passado como se o 'ontem' não tivesse existido, só o anteontem. Tudo de bom que existe no país começou em 2003, com a posse do 'iluminado', e prosseguiu com sua - dela, Dilma - entronização, em 2011. Apagões, falta de estrutura nos portos, aeroportos, rodoviárias e pontos de ônibus; sucateamento da saúde; caos na educação; afundamento da Petrobras; e o aumento da violência em toda a parte - entre outros 'detalhes' - ficam por conta dos governos neoliberais anteriores. É a simplificação da mistificação, da vigarice retórica.
     E tudo isso foi dito e repercutido durante a posse de um dos mais significativos representantes das 'elites reacionárias' que Dilma, Lula, o PT e seus asseclas continuam apontando como responsáveis pelo atraso. Será que a turmas esqueceu que o ex-governador baiano e senador César Borges foi do antigo PFL e um carlista (seguidor de Antônio Carlos Magalhães) de corpo e alma? Que poucos na política brasileira representam os poderosos como ele?
     Essa promiscuidade não é de se estranhar. 'Vale tudo' para ganhar eleições, já nos ensinou a presidente, seguindo a cartilha lulista, responsável pelo maior escândalo institucional da vida brasileira, o Mensalão. O afago que a presidente dá em um dos partidos da sua base (esse lastimável e indecoroso balaio onde cabem indecências de todos os matizes) é apenas mais uma constatação do vale-tudo que ela mesma preconizou.
     Confiante na falta de memória e no desinteresse em política da maior parte da população (seus índices no Ibope demonstram essa realidade), Dilma vai restabelecendo a verdadeira face de seu governo, aquela marcada pelo envolvimento de sete de seus ministros em casos de corrupção. Certamente, a segunda maior crise de dignidade em todos os tempos. E que só não foi maior ainda porque, entre mortos e feridos, salvaram-se alguns luminares de seu governo, como esse inacreditável ministro do Desenvolvimento e muitas outras coisas, Fernando Pimentel.

 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Irresponsabilidade em duas rodas

     A morte da funcionária da TV Globo Gisela Matta, atropelada enquanto passeava de bicicleta no Leblon, apenas evidencia o despreparo da cidade, o enorme risco a que se expõem todos os que ousam enfrentar as ruas em veículos singelos, como o dela. Há algum tempo virou cult e moderno estimular o uso de bicicletas no dia a dia, como se vivêssemos em uma metrópole educada e provida de uma rede de ciclovias decente.
     Não é o que a realidade mostra. As redes de ciclovias são limitadíssimas e quase sempre se misturam às calçadas, destinadas claramente aos pedestres. O compartilhamento da mesma via é criminoso. O uso das ruas perigosíssimo.
     Nossos motoristas, em geral, não respeitam as mínimas normas de convivência urbana. Disputam ralis em ruas estreitas, param em calçadas, estacionam onde bem entendem, invadem acostamentos, dão fechadas e solenemente ignoram faixas. Colocar ciclistas no mesmo caminho beira à irresponsabilidade. Assim como obrigar crianças e idosos a dividir faixas 'compartilhadas' é indecente.
     Andar de bicicleta é saudável, é evidente. Mas jamais nos mesmos locais por onde trafegam ônibus, caminhões, táxis, carros particulares e ... pedestres. Essa morte estúpida deve ser colocada na conta da demagogia e da vigarice que assolam nossos dias.

Vale tudo nessas horas

     Empenhadíssima na campanha pela reeleição - admitiu recentemente que 'vale tudo' nesses momentos -, a presidente Dilma Rousseff não se acanha em dizer ou fazer o que o 'povo gosta'. Não satisfeita em reabilitar politicamente todos os atingidos pela tal faxina que jamais existiu de fato, tem a ousadia de dizer que não tem nada a ver com fixação do seu partido, o PT, em reeditar a censura, através do que a companheirada chama de 'controle social da mídia'.
     Algo como um "me incluam fora dessa", fico imaginando, com base no obscurantismo dos - vá lá ... - pensamentos que emanam dos seus pronunciamentos, especialmente os improvisados. Na verdade, 'controlar a mídia' é um dos sonhos da turma que está no poder. A liberdade de informação ainda é o grande complicador no projeto de permanência definitiva nos píncaros.
     Os inacreditáveios 70% de aprovação da presidente e de seu governo não parecem suficientes. A turma quer mais, quem sabe chegar aos quase 100% dos governos chinês e cubano, dois exemplos acabados de atropelo das liberdades. E quando falo 'turma', ou companheirada, é evidente que incluo a presidente, embora ela tente fazer de conta que está acima dessas pequenas coisas.
     Não está. Jamais esteve. Dilma Rousseff é do PT, sua segunda maior representante, atrás, apenas, do seu antecessor e mentor, o ex-presidente Lula. É muito cômodo apregoar, para consumo geral, um cômodo distanciamento das tendências totalitárias de seus companheiros. Assim como tem sido relativamente fácil disfarçar o apoio às teses e personagens nefastos de seu partido.
     E esse raciocínio vale tanto para as questões internas - o prestígio inabalável dos quadrilheiros condenados pelo STF é uma delas -, quanto para as externas. O silêncio nauseabundo do governo brasileiro em relação às agressões à democracia e às leis praticadas pelos governos venezuelano e argentino (para ficarmos apenas nas vizinhanças) é constrangedor.
     Embora defenda a liberdade de expressão, para consumo eleitoreiro, nossa governante faz parte, sim, dos que tentam encontrar um meio de calar as poucas vozes que ainda ousam exibir os conchavos sombrios, os acertos deletérios, as incoerências, os discursos vazios e popularescos. Não tenham dúvida, nossa presidente é uma fervorosa adepta do vale tudo.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Publicidade e governos

     Uma das leis que eu gostaria de ver promulgada é - na minha interpretação - simples, objetiva e de enorme efeito para o País: "Governos - nas três esferas - e empresas estatais estão proibidos de gastar dinheiro público em publicidade". Só em São Paulo - como nos conta Veja -, em dez anos seriam economizados cerca de R$ 2,5 bilhões, dinheiro gasto, quase sempre, para exaltar dirigentes, seus feitos, e ajudar a reelegê-los e/ou a correligionários.
     Governos e governantes têm, sim, obrigação de prestar conta de seus atos, pois agem em nome da população. Mas há uma penca de caminhos para cumprir essa obrigação, sem a necessidade de recorrer a peças publicitárias caríssimas. Quando fabrica centenas de anúncios, essa gente está, na verdade, construindo altares para seus egos, vaidades, interesses políticos.
     Presidentes, em especial, têm a seu favor a possibilidade de convocar redes nacionais, que deveriam ser usadas justamente para prestar contas de seus atos. Além disso, temas relevantes, de real interesse público, são repercutidos nos nossos jornais, revistas e tevês. É importante, vira notícia, grátis. Há repórteres cobrindo todas as áreas, ávidos por matérias.
     A grande verdade é que, com a desculpa de estar dando uma satisfação ao público, nossos governantes atiram pela janela (diretamente nos bolsos das grandes agências, especialmente as camaradas) quantias fabulosas, que poderiam ter destinação mais digna. Sem essa vigarice, entretanto, ficaria mais difícil alicerçar candidaturas e irrigar carteiras, com as comissões oficiais e aquelas que escorrem por trás das portas, como ocorreu, entre outros casos, no Mensalão do Governo Lula, o maior escândalo da história brasileira.