terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Não há paz no Oriente

     Três notícias vindas da mesma parte do mundo - o Oriente Médio - exibem à perfeição o perfil de uma região ainda submetida à mediocridade política, à ignorância, ao sectarismo religioso e à barbárie, alimentados por governos ditatoriais, que se sustentam à base da ignorância total dos direitos humanos.
     Na infelicitada Síria do misto de genocida e ditador Bashar al-Assad, o governo decidiu executar, como se terroristas fossem, os dissidentes que insistem em enfrentar, nas ruas, a opressão de um sistema que já não mais se sustenta. Isso, depois de matar e prender milhares de civis que ousaram pedir liberdade e eleições livres, algo inimaginável para todos os ditadores de plantão.
     No Egito, a primavera árabe, que arrancou o ex-ditador Hosni Mubarak do poder, no início do ano, transformou-se, rapidamente, numa tempestade. A junta militar que de fato manda no país - e que sustentava o ex-presidente - mostra que não tem o menor constrangimento em assassinar manifestantes, na Praça Tahir, a mesma que virou o símbolo de um movimento pacífico e vitorioso.
     No Iraque, livre, afinal, da presença de tropas americanas, a primeira medida oficial foi determinar a prisão de um dos dois vice-presidentes, o sunita Tareq al-Hashemi, acusado de terrorismo. O resultado dessa decisão é fácil de imaginar: o recrudescimento das lutas fratricidas entre as duas correntes do islamismo, os xiitas (maioria no país) e os sunitas.
     Esses embates - é bom frisar, sempre - foram os responsáveis pelo maior número de mortes entre civis (mais de 100 mil), e não o enfrentamento com as tropas americanas - que derrubaram o assassino Sadan Hussein do poder -, como pretende deixar a entender o noticiário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário