quinta-feira, 31 de julho de 2014

O perueiro do Lula

     Soterrado pela perspectiva de sofrer uma derrota histórica em São Paulo – seu candidato a governador, Alexander Padilha, não passa de desprezíveis 5/6% -, o PT decidiu expulsar o tal deputado que foi flagrado em reuniões ‘ideológicas’ com o PCC, articulando ‘manifestações’ e arrecadações para a campanha. Na verdade, onde está escrito PT, leia-se Lula, aquele que decide tudo, de fato.
     É, temos que admitir, uma decisão bem pragmática, embora contrarie a prática partidária, especialmente no caso do Mensalão. O tal deputado, líder dos ‘perueiros’, promete recorrer da decisão, segundo nos revela o Estadão, alegando que sequer houve julgamento, nem mesmo interno.
     Não deixa de ter razão. Afinal, o PT vem dando sustentação política a criminosos condenados pela nossa mais alta Corte. José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e outros menos votados têm merecido bem mais do que simbólicos tapinhas nas costas. Se comparado a esses figurões, o deputado perueiro seria algo como um mero ladrão de galinhas.

     Mas nada do que o PT, em geral, e sua facção paulista, em especial, façam surpreende. Basta lembrarmos dos ‘abraços apertados, assim, colados’, trocados entre Lula e o deputado Paulo Maluf e repetidos, agora, por Padilha. 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Histórias de vizinhos

     Pensamentos soltos.
     Sabe aquele vizinho marrento, que ostenta, troca de carro de seis em seis meses e só veste a família com roupas de grife? Pois é. Gastou o que tinha e, principalmente, o que não tinha. Na hora de pagar as contas, estava pendurado até o pescoço e ameaçado de ter que devolver tudo o que comprara sem ter recursos e, para piorar, vender a casa que recebera de herança.
     Desesperado saiu batendo de porta em porta, pedindo dinheiro emprestado. Para convencer que tinha tomado jeito e que iria pagar tudo, dentro de um tempo combinado, acenou com a assinatura de promissórias. Conseguiu o dinheiro, quitou algumas dívidas, mas não se emendou: voltou à vida de esbórnia.
     Até que chegou o dia combinado para o pagamento. Os vizinhos que fizeram o empréstimo e o salvaram da falência apresentaram as notas. Com a desfaçatez que se imaginava superada, o sujeito disse que não tinha como honrar o compromisso. No máximo, pagaria uma parte: era pegar ou largar. Alguns pegaram, para evitar o prejuízo total. Outros, que não eram tão amigos (na verdade, eram conhecidos dos amigos), botaram pé firme e exigiram tudo o que havia sido combinado.
     Foi uma gritaria. O vigarista começou a gritar para toda a vizinhança que estava sendo explorado, na expectativa de conseguir apoio. Afinal, sabia que morava perto de outros golpistas. O apoio chegou, como era imaginado, mas não atemorizou os cobradores. O vigarista estava desmascarado. Vai ter que rebolar para não ficar até sem a roupa do corpo.

     Outra história de vizinhos.
     Seu Macieira já não aguentava mais aquela situação. Estava cansado de pedir ao vizinho que tomasse conta dos gatos, que pulavam o muro, invadiam sua casa e causavam enormes problemas. O quintal amanhecia cheio de cocô e seus canários belgas já não podiam mais ficar na varada, para evitar as investidas dos felinos.
     A situação, ao invés de melhorar, só piorava. Certo dia, bastou uma ligeira distração e um dos gatos roubou a carne que ele havia separado para o almoço. Novas ponderações, reclamações.
     Até que a paciência de Seu Macieira se esgotou: um dos gatos, o mais abusado de todos, conseguiu driblar sua atenção, atacou as gaiolas e matou justamente o canário de canto mais melodioso.
     Dessa vez ele não bateu na porta para ponderar. Foi na quitanda da esquina, comprou dois pacotes de chumbinho e preparou uma lauta refeição para os invasores. Não sobrou um para contar a história. O vizinho esperneou, fotografou os gatos agonizantes e pediu o apoio de grupos militantes.

     Seu Macieira limitou-se a um “eu avisei que não iria suportar mais as invasões, roubos e mortes”.

terça-feira, 29 de julho de 2014

'Antissionismo e antissemitismo', um artigo para reflexão


     Vou me permitir reproduzir, abaixo, um artigo do presidente da Confederação Israelita do Brasil, Cláudio Lottemberg, sobre o momento conturbado que marca a vida em Israel e na Faixa de Gaza. O texto, publicado na Folha de São Paulo, em linhas gerais, expressa meu pensamento sobre essa questão, tão dolorosa e explorada de maneira superficial e maniqueísta. 


"Antissionismo é antissemitismo

Após o Holocausto, o antigo antissemitismo foi substituído pelo antissionismo. A máscara é nova, mas a alma horrenda é velha conhecida

O debate sobre o Oriente Médio parece atualmente querer regredir ao pré-1947, quando a ONU decidiu dividir a Palestina em dois países, um árabe e um judeu. Aqui e ali, volta-se a negar o direito à autodeterminação nacional do povo judeu em sua terra ancestral.
A tentativa de demonização do sionismo é apenas isto: a negação do direito de um povo à autodeterminação. Nenhum outro movimento nacional sofreu ou sofre essa campanha contrária avassaladora.
É moda dizer que o sionismo e Israel são entidades coloniais. Nem como piada serve. Os falsificadores da história precisariam explicar por que a URSS votou na ONU em 1947 a favor de um "empreendimento colonial". Votação em que o maior colonizador da época, o Reino Unido, absteve-se. Aliás, a URSS foi o primeiro país a reconhecer Israel.
Nós mesmos somos cidadãos de um país cuja independência foi apoiada pelo Império Britânico. E daí? E daí nada. É comum que nações em busca da autodeterminação explorem as contradições intercolonialistas e interimperialistas.
A divisão de um país em dois aconteceu também em outra descolonização, na mesma época da partilha da Palestina, na joia da coroa britânica, quando Índia e Paquistão viraram dois países. E o critério para a delimitação também foi étnico-demográfico. Incluindo transferências de populações --que hoje viraram sinônimo de limpeza étnica.
O direito à separação de povos e nacionalidades que não desejam viver juntos foi também assegurado, mais recentemente, no desmembramento da ex-Iugoslávia e na extinção da Tchecoslováquia.
Os argumentos deslegitimadores do sionismo mal disfarçam o preconceito e a discriminação.
Guerras têm vencedores e perdedores. O final da Segunda Guerra Mundial assistiu a dramáticos e trágicos deslocamentos populacionais, consequências de realidades produzidas no campo de batalha.
Um caso bastante conhecido é o palestino. Infelizmente, até hoje os palestinos pagam a dívida que seus líderes de então contraíram, ao aliarem-se à Alemanha nazista. Países árabes também invadiram o nascente Estado judeu logo após sua independência, em 1948.
Outro argumento contra o sionismo é que os judeus não seriam um povo, mas apenas uma religião.
Cada nação deve definir sua identidade. Se judeus definem-se por uma religião (o judaísmo), uma língua (o hebraico) e uma terra (Israel), ninguém tem nada a ver com isso.
Imagine-se o escândalo se Israel mudasse de nome, para "Estado Judeu de Israel". Mas não ouvimos reclamações contra, por exemplo, o "Islâmica" em "República Islâmica do Irã" ou "Árabe" em República Árabe do Egito.
O sionismo foi e é apenas isto: a expressão moderna da autodeterminação nacional judaica. E Israel surgiu na descolonização no pós-guerra, beneficiado pelas alianças corretas na vitória sobre o nazismo. Essa é a verdade histórica.
O único caminho para a paz é o reconhecimento das realidades históricas e a divisão em dois países por critérios demográficos. Dois Estados para dois povos.
O antigo antissemitismo saiu de moda após o mundo ter descoberto o Holocausto. Foi substituído por uma nova forma de discriminação: o antissionismo. A máscara é nova, mas a alma horrenda é velha conhecida. Uma verdadeira aberração."

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Histórias de Júlia e Pedro (61)

Promessas

     É claro que Júlia e Pedro não perderam a criatividade e a capacidade de nos surpreender com perguntas, respostas e questionamentos especiais. Longe disso. Aos 11 e sete anos, respectivamente, estão cada vez mais aguçados, críticos e ... engraçados. Hoje, Flávia, a mãe desses dois moleques nos contou a mais recente história de Pedro, que eu passo a contar a seguir.
     Depois de um fim de semana absolutamente corrido, tentando colocar trabalhos em dia, minha filha se deu conta, pela manhã, pouco antes de Pedro ir para a escola, que esquecera de fazer o trabalho de casa com ele. Preocupada e sentindo-se culpada, escreveu um bilhete para a professora e disse a Pedro que se desculpara e garantira que isso nunca mais iria acontecer.
     Com seu jeito irônico de ser, Pedro não perdeu tempo em responder:

- Eu acho que ela não vai acreditar nisso, mamãe. Você prometeu a mesma coisa na outra vez que eu esqueci de fazer o trabalho.

sábado, 26 de julho de 2014

Um sindicalismo deletério

     Na já longínqua década de 1970, nós, jovens integrantes de uma nova geração de jornalistas, lutamos para reconquistar nosso sindicato, dirigido por um grupo que não representava os ideais de uma classe que enfrentava as limitações ... e perigos, sim, impostos por um regime autoritário. Eram tempos de sindicalistas profissionais, ligados ao poder de então, como eram todos, frutos de um modelo que estimulava e premiava o peleguismo – tenho que admitir.
     Lembro perfeitamente do processo de mobilização que desaguou na eleição de Carlos Alberto de Oliveira, o CAO, um excelente jornalista especializado em economia, a quem apreendera a respeitar na redação do velho O Jornal e que, mais tarde, elegeu-se deputado pelo PDT.
     Apesar de todas as restrições que fazíamos, o grupo que acabamos por destituir jamais ultrapassou determinados limites da dignidade. De uma maneira obtusa, é verdade, defendia os interesses da classe. Pessoalmente, nunca tive qualquer problema de relacionamento com a diretoria de então, que aceitou, democraticamente, a mudança.
     Ao longo das décadas seguintes, tivemos excelentes profissionais à frente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, entre eles José Carlos Monteiro, uma figura doce, intelectual, com uma passagem irretocável por redações.
     Por nossa culpa, pela omissão e comodismo – sou forçado a reconhecer -, deixamos de lado nosso sindicato, abrindo caminho para uma legião medíocre, subjugada ideologicamente, formada por elementos estúpidos, capazes de agressões físicas e morais. Por essa época – anos 2000 -, optei por me desligar do sindicato que ajudei a reconstruir desde o fim dos anos 1960 (associei-me em 1969).
     Suas lutas já não eram as minhas, nem as da classe como um todo. Passara a ser um mero braço dessa tentacular CUT. Não imaginava, entretanto, que o ‘nosso’ sindicato poderia ficar ainda pior, mais deletério. Os acontecimentos de ontem (estou escrevendo já na madrugada de sábado) provaram que eu estava enganado.
     Não satisfeitos em convidar um bando de arruaceiros para discutir a cobertura dos ‘movimentos sociais’ (um eufemismo para bandalheira, crimes, destruição de bens públicos e privados etc), dirigentes do sindicato que deveria ser dos jornalistas voltaram-se contra os profissionais que lá estavam, justamente para cobrir o acontecimento. Além de agredidos por esse bando de desajustados, repórteres de vários meios de comunicação foram expulsos do sindicato que deveria representá-los.

     Se já não tivesse abandonado essa entidade corrompida pelo delírio ideológico (seus dirigentes têm ligações estreitas com o PSOL!!!), eu não teria dúvida, hoje, em jogar na latrina a carteira que porventura fosse assinada por essa gente.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O direito à paz

     Não há análise, ponderação, equanimidade.  Assistimos, sim, ao massacre de Israel, condenado a ser devastado por foguetes lançados por terroristas e atingido por fanatizados homens-bomba, sem que tenha o direito de se defender. É evidente que prevalece, em qualquer pessoa com um mínimo de sentimento, uma enorme dor ao deparar com cenas chocantes de crianças mortas na Faixa de Gaza.
     Lamento, profundamente, no entanto, que essa emoção não seja compartilhada justamente por aqueles que usam inocentes não apenas com escudos humanos – como fazem sistematicamente os terroristas do Hamas -, mas como peças de propaganda. Quanto mais cadáveres, melhor para sua pregação, para sua obsessiva luta para destruir Israel, em especial, e os demais infiéis, em geral.
     A argumentação do uso excessivo de força por parte dos israelenses não se sustenta. Ao contrário do que afirmam seus detratores, a resposta é razoavelmente proporcional à sua força. Na verdade, é inferior. Gaza poderia ser simplesmente varrida do mapa, se assim Israel desejasse. Não tenho dúvida alguma em afirmar que, se tivessem a oportunidade de usar armas mais destrutivas, os terroristas do Hamas certamente já teriam eliminado Israel por completo.
     Os recentes incidentes, que já provocaram a morte de centenas de pessoas – grande parte civis -, foram uma resposta ao ataque sistemático proveniente de Gaza. É impossível exigir-se de uma nação que aceite resignadamente ser atingida por dezenas de foguetes, diariamente. Há um limite, e esse limite chegou, infelizmente.
     Os terroristas do Hamas tiveram a oportunidade, há alguns dias, de interromper a mortandade, mas não atenderam ao cessar-fogo proposto por nações negociadoras e aceito por Israel. Mantiveram os ataques, apostando no acirramento do conflito e no aumento do número de mortes de ‘civis inocentes’, sua grande arma de propaganda.
     Açodadamente, como sempre, nosso governo tomou partido de um dos lados, convocando o embaixador brasileiro. A resposta israelense foi rápida: um dos funcionários do Ministério do Exterior classificou o Brasil de “anão diplomático”, exatamente no que fomos transformados nos últimos doze anos, ao longo dos quais nos aliamos sistematicamente o que há de mais deletério no mundo (Venezuela, Cuba, Irã, Coreia do Norte, ditaduras assassinas africanas e assemelhados).
     Ignora-se, por conveniência - e por um assustador antissemitismo!!! -, que os terroristas do Hamas não contam, sequer, com o apoio formal de seus vizinhos egípcios e jordanianos, que vêm mantendo uma trégua respeitosa com Israel.

     O que está em jogo, nessa região tão conturbada, não é o direito inalienável à autodeterminação de um povo, o palestino. Mas o direito de outros povos sobreviverem sem o medo de que um foguete caia sobre suas cabeças.

terça-feira, 22 de julho de 2014

O exemplo mexicano

     Uma das notícias mais lidas hoje, na edição on line de O Globo, tem, para mim, um irresistível cheiro do Brasil dessa lastimável era iniciada há doze anos. É a história de um político mexicano que acaba de ser eleito prefeito de uma cidade da costa do Pacífico depois de ter assumido, publicamente, que roubara, sim, quando exercia um mandato anterior.
     Mas roubara “só um pouquinho”, como explicou aos eleitores que ouviam seu discurso, que foi gravado, tornou-se viral nas redes sociais e transformou-se rapidamente em um escândalo, por escancarar um fato que, segundo o tal candidato, era comum: “Criticaram porque gosto muito de dinheiro. E quem não gosta?”, questionou, desafiadoramente.
     As declarações foram feitas no dia 8 de junho, segundo a reportagem. Um mês depois, seu autor festejou uma eleição fácil (recebeu 40% dos votos) distribuindo notas de peso entre as pessoas que encontrava na rua, a caminho da solenidade de posse.
     Qualquer semelhança com o escândalo do Mensalão do Governo Lula e com todos os demais que se seguiram, em todos esses anos, não é coincidência. Flagrado com as mãos, pés e roupas íntimas em investidas nos cofres públicos, o grupo que domina o poder não apenas venceu duas eleições, mas está prestes a, no mínimo, disputar com grandes chances mais uma corrida pela Presidência.
     A aposta mexicana – na ignorância, na tolerância à corrupção, na troca de interesses, na distribuição de dinheiro e benesses – não difere, na essência, da exercida aqui, onde os nossos dirigentes se utilizam da chantagem mais deplorável, ao explorarem a miséria da população acenando com bolsas, distribuídas não como instrumentos de governo, mas de um partido.

     Lá, como cá, nem mesmo a comprovação do assalto aos bens públicos foi suficiente para soterrar pretensões políticas que, em países menos simplórios, seriam sepultadas inexoravelmente.  

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Um personagem deletério

     Eu estava quase resignado a manter o ‘silêncio sabático’ a que me impus, resultado de um misto de desencantamento com a política, uma das minhas paixões, e a necessidade de dedicar o maior tempo possível à leitura de textos obrigatórios nesse meu prazeroso retorno à vida acadêmica. Resisti o quanto pude a alguns ímpetos de retomar o Blog. Ainda não sei se vou conseguir manter o ritmo dos anos anteriores. Mas não consegui vencer a compulsão de voltar a um dos meus temas prediletos – o ex-presidente Lula, o maior estelionatário ideológico da história brasileira, em todos os tempos, em todas as áreas.
     É verdade que quase tudo o que se poderia dizer sobre esse personagem deletério está na coluna do jornalista Ricardo Noblat, no Globo de hoje. Muita coisa já foi escrita aqui mesmo, ao longo de vários meses. Venho notando, gradativamente, no entanto, que começa a surgir, com algum vigor, a consciência do enorme mal que o ex-presidente representa para a nacionalidade, para nossas instituições, para o apuro da dignidade, do decoro.
     Há algum tempo, tomei a liberdade de fazer um diagnóstico do ex-presidente. Não tenho a menor dúvida que Lula desenvolveu uma psicopatia, representada pela ausência absoluta de superego, fundamental na formação da consciência moral. As explicações podem ser encontradas na sua infância e juventude, na ausência do exemplo paterno.
     Alguém com um mínimo de atributos morais relutaria em mentir, deturpar fatos, criar outros, inverter a realidade e subverter a verdade com tamanha desfaçatez. Tudo com um objetivo apenas: protagonizar. A catastrófica – e inacreditavelmente perdoada - participação no Mensalão, o maior escândalo da história brasileira, apenas exteriorizou sua ausência de limites, sua extrema capacidade de manipular fatos e multidões estupidificadas.
     Como Ricardo Noblat lembrou hoje, Lula estava no cerne de todo o esquema montado pelo PT para extorquir os cofres nacionais em benefício de um projeto de poder idealizado por seus – dele, Lula – criadores, os teóricos do partido que surgiu anunciando-se como o messias da tão sonhada dignidade nacional e que, hoje, é o símbolo da corrupção, das vigarices, das obras superfaturadas.
     Lula mentiu quando seu Mensalão foi descoberto; mentiu quando disse que nada sabia; mentiu ao pedir desculpas à Nação; mentiu ao desdizer tudo que havia dito. Continuou mentindo e distorcendo fatos quando seus asseclas foram pegos produzindo dossiês falsos contra adversários; quando seus companheiros foram descobertos com dólares na cueca. É verdade que não mentiu recentemente, quando descobriu-se a relação espúria (por ser bancada com dinheiro público) que mantinha com a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, a senhora Rosemary Nóvoa.
     Não mentiu porque se omitiu, calou, fugiu de todo contato direto com jornalistas que não fazem parte do grupo que viceja às custas de recursos públicos; que são incapazes de questioná-lo, por exemplo, sobre os conchavos com o que há de pior na política.
     Seus comentários sobre tudo e todos são abjetos, rancorosos, reducionistas, medíocres, destinados a agradar parcelas menos informadas e/ou ignorantes, como ele, o mais medíocre presidente de toda a nossa vida republicana.

     O mal que Lula vem fazendo ao País ainda não devidamente mensurado. Os efeitos dessa era deplorável vão ser sentidos por muito tempo ainda. Mesmo que o País consiga interromper essa sequência de governos descompromissados com a ética.