terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Autossuficientes em mentiras

     Eu leio certas notícias e fico me questionando: será que a população consegue alcançar o quanto é iludida, enganada, tratada como imbecil pelos nossos dirigentes? Quase sempre respondo, para mim mesmo, que não, definitivamente não. Ou não veríamos a repetição de tantos engodos, tantas ações desrespeitosas, tanta mediocridade, em especial nos anos de eleição.
     A mais recente constatação do desprezo votado ao País está na Veja. Um diretor da Petrobras (não interessa quem) confessa que a empresa chegou, hoje, ao assustador volume de importação de 100 mil barris de gasolina por dia, algo próximo de 25% do consumo nacional. É isso mesmo: o Brasil importa um quarto da gasolina que consome. E a tendência é que esse volume aumente, em 2012.
     Mas e tal autossuficiência anunciada, festejada e usada eleitoralmente pelo governo passado? Alguém pode argumentar que são duas coisas distintas: capacidade para ter autossufiência em petróleo é uma coisa; ter gasolina, ou diesel, outra. Puro diversionismo.
     Por essa tese, o Brasil teria poderia atender às suas demandas, desde que tivesse capacidade de refino, o que não tem e já não tinha antes. Nós jamais deixamos de importar diesel, por exemplo.
     Essa balela, no entanto, foi incutida no imaginário do brasileiro, ao lado de outra inverdade absoluta: que a oposição pretendia vender a Petrobras. A prática é simples: repetir uma mentira até que ela, por força da propaganda, se transforme em verdade. Os nazistas faziam isso com muita competência.
     Hoje, a Petrobras é obrigada a admitir, por linhas tortas, que o Brasil continua na fila do desenvolvimento, por falta de investimento em infraestrutura, não apenas no refino de petróleo, mas nos setores portuário, de aeroportos e malha viária. Só não podemos mais - como insistem inescrupulosamente os arautos do Governo - colocar a culpa no passado, em heranças. Nove anos da 'Era Lula' mostram a ineficiência do projeto de poder, baseado, tão-somente, na distribuição de pão e água aos miseráveis.

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