A palavra que mais bem pode definir a vida na base política do Governo - o tal saco de gatos ideológico ao qual eu me refiro sempre - talvez seja antropofagia. O finalmente ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, nem 'esfriou' e já há uma luta intensa pela ocupação da área, antepondo dois partidos irmãos em demagogia: o PT e o PDT.
Essa saída, mais do que anunciada, era esperada com ardor pela turma petista, que não se conforma com a entrega do setor - justamente o que envolve os trabalhadores, em geral - a outro partido, como ficou decidido na partilha de poder elaborada ainda no primeiro governo Lula e mantida pela presidente Dilma Rousseff, talvez a contragosto (é possível, sim).
Os ministérios do Trabalho e do Esporte (este, em função da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016) estão entre os sonhos de consumo petista. Sonhos mantidos abafados, já que ninguém, no partido, tem coragem de enfrentar o ex-presidente Lula, fiel dessa teia de interesses montada a partir de um projeto de poder que avança pela próxima década.
A queda livre de Carlos Lupi, observada com indisfarçável satisfação pelo PT, deu uma sacudidela na turma. O PDT, por seu próprios 'méritos', teria aberto o caminho para a mudança da guarda. O volume da trapalhada seria suficiente para calar eventuais descontentamentos.
Mais um ingrediente no caldo que a presidente Dilma terá que servir ano que vem, quando estabelecer a esperada reforma ministerial.
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