sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cabral descobre a ponderação

     O governador Sérgio Cabral (PMDB) é o personagem de um entrevista publicada pela Folha. Um momento raro - pelo menos para mim -, no qual ele consegue não cometer disparates ou agressões mais fortes à inteligência. Não tenho dúvida que contou muito a seu favor o fato de ser uma entrevista a um jornal, e não a uma emissora de tevê. O papel e a foto não reproduzem as entonações, o teatro mambembe e suas caras e bocas tão comuns.
     Assim, foi possível saber que ele - um governador que priva da intimidade do Poder que se apoderou do país há nove anos - não comunga com todas as bobagens retóricas e demagógicas exploradas pelo ex-presidente Lula e seus seguidores, incluindo nesse grupo um considerável número de integrantes do Ministério Dilma.
     Ao falar sobre as 'denúncias' envolvendo o processo de privatização realizado nos governos de Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, Cabral foi incisivo. Disse, sem meias palavras, que "acha uma bobagem esse discurso" e que, para ele, o Brasil ganhou com a abertura a investidores nacionais e estrangeiros, que acabaram com os monopólios da Petrobras e Telebrás, por exemplo.
     Foi enfático, também, ao defender as parcerias público-privadas, projeto iniciado por FHC e que o atual governo desenvolve: "Esse momento internacional permite um discurso falso, demagógico e arriscado, de que o Estado é capaz de tudo", disse às repórteres Eleonora de Lucena e Paula Cesarino Costa.
      Saiu pela tangente ao falar sobre suas ligações pessoais com empresários que têm interesses no Estado, destacou o combate à criminalidade e admitiu algo que não poderia esconder: o péssimo desempenho do estado do Rio de Janeiro no setor educacional.

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