quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A qualidade de um voto

     Foi um voto de consciência, seguro, ou um meio de agradar aos vice-detentores do Poder e, por tabela, afagar os verdadeiros donos desse nosso Brasil varonil? Só a dúvida - expressa não apenas por mim, mas pelas diversas interpretações dadas ao voto do ministro Cezar Peluzo a favor da posse do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), usando a prerrogativa do voto qualitativo que vem com o pacote de presidente do STF - já é suficiente para exibir o conceito desfrutado por todas as instâncias da República.
     O julgamento, como nos contam jornais e revistas, estava parado desde o mês passado, quando houve um empate: cinco ministros a favor de Jader e cinco contra. No recurso em questão, julgava-se se o agora senador estaria incluído nas restrições da Lei da Ficha Limpa, por ter renunciado a um mandato no Senado para escapar de uma provável cassação por envolvimento em desvio de dinheiro do Banpará da da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia.
     Peluzo optou por Barbalho. Até aí, nada a discutir. Outros cinco ministros pensavam como ele. Mas há como não estranhar a enorme coincidência, apontada por Veja: ontem, o ministro recebeu a visita amigável de cinco próceres do PMDB - os senadores Renan Calheiros (AL), Valdir Raupp (RO) e Romero Jucá (RR) e o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), não por acaso o partido do senador absolvido. Hoje, o ministro vota a favor de Barbalho.

2 comentários:

  1. É podre,né? Se você me agradar,eu te agrado...fica meio assim.. não há ética,moral..há favores,agrados..

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  2. É um exemplo daquela história antiga, Patrícia: não basta ser honesto, é preciso provar, especialmente em funções com tanta relevância. O presidente do STF não deveria se expor dessa maneira, expondo, também, a própria Corte.

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