terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Felicidades e ... obrigado

     Tem sido gratificante acompanhar a participação de tantas pessoas aqui nesse espaço. Afinal, já estamos contabilizando 40 mil acessos, um número realmente significativo, especialmente para um blog independente. Fico lisonjeado ao constatar que contribuo, de alguma maneira, com o debate democrático, ao expor e dividir ideias. Quero desejar a todos um ótimo 2014, um ano muito especial para o país, em virtude das eleições que irão determinar nossos dirigentes no período de quatro anos que começará em 2015.

Caminhando celeremente para o desastre

     Fiel ao estilo retórico mais vigarista possível, a presidente Dima Rousseff encerrou o ano com mais daqueles discursos vazios de conteúdo e repleto de sofismas, mentiras e acusações generalizadas a inimigos do país que ela não teve a coragem de apontar. Com aquela entonação naturalmente estudada e preparada por seus marqueteiros, usou e abusou do direito à rede nacional de televisão para consolidar sua campanha à reeleição, em uma visível agressão à legislação.
     Ao falar sobre o país, traçou um panorama absolutamente irreal, que os fatos e os dados desmentem a todo o momento. Hoje, por exemplo, vemos em O Globo, que nossa bolsa de valores teve o segundo pior desempenho do mundo, à frente, apenas, da peruana, com uma sonora perda acumulada de 15,50%, um prejuízo de cerca de US$ 220 bilhões, segundo o jornal. Foi como se a Petrobras e a Vale fechassem as portas.
     E as expectativas para o ano que começa amanhã são ainda mais desanimadoras, de acordo com a turma que entende de economia. O Produto Interno Bruto não deve crescer além dos 2%, contra uma inflação estimada em 5,80%. Note-se que esse índice da inflação sofre - digamos ... - 'influências' e não representa, de fato, a pressão sobre os itens básicos, lá na ponta.
     Um exemplo bem recente ilustra essa constatação. O tal reajuste do preço da gasolina (4%), que deveria provocar aumentos de em torno de 3% na bomba, extrapolou - de fato!!! - em muito esse índice. Em números absolutos, o reajuste chegou a 10%, como qualquer motorista constatou na hora de encher o tanque.
     E o aumento não se limitou à gasolina e ao diesel. O preçlo do litro do álcool também seguiu as mesmas bases. Quem cobrava R$ 2,09, passou, no mesmo momento, para R$ 2,29 em quase todos os postos da Zona Oeste. Essa pancada real, no entanto, passa longe das estatísticas oficiais, trabalhadas para escamotear os números verdadeiros.
     Ou alguém acha que os índices da inflação, embora altos, espelham de fato o que acontece no dia a dia da população?

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Não à estupidez

     Acho que já contei esse episódio algumas vezes, aqui mesmo, no O Marco no Blog. De qualquer modo, acredito que exprime bem o que penso sobre lutas - qualquer tipo de luta que imponha sofrimento ao oponente. A ocasião pede repetição. Vamos lá.
     Estávamos em 1982 ou 1983 e eu tinha o prazer de trabalhar na Editoria de Esportes do Jornal do Brasil, chefiada, àquela época (a partir da Copa da Espanha), pelo meu amigo João Areosa, que nos deixou prematuramente.
     Por alguma dessas fatalidades, ocorreram duas ou três mortes em lutas de boxe, provocadas por traumatismo craniano. Com a aprovação da direção de redação, Areosa decidiu que não deveríamos mais publicar notícias sobre lutas, pois não poderíamos considerá-las esportivas.
     E assim fizemos. O boxe, em especial, desapareceu de nossas páginas, exceto quando noticiávamos um acidente com um lutador, para marcar decididamente nossa posição contrária à violência.
     Não sei se, hoje, em função das implicações comerciais, conseguiríamos extirpar as lutas desse tal de MMA das nossas páginas. Se dependesse de Areosa e de quase toda a equipe de então, essa estupidez certamente seria ignorada.
     Por mais que procure, continuo não encontrando esportividade em dois homens (ou mulheres) tentando se destruir, em meio a jorros de sangue. Espetáculos assim podem ser qualquer coisa, menos esporte.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Por mais dignidade

     Muita gente, de uma maneira ou outra, fez prognósticos ou confessou o que espera de 2014. Minhas expectativas não são lá muito grandes. E as poucas que tenham passam longe dos campos de futebol, aos quais venho dando menos importância, a cada ano, embora ainda sofra com as atuações lamentáveis do meu Vasco.
     Espero, em primeiríssimo lugar, que o país seja varrido, do Oiapoque ao Chuí, por uma onda de dignidade, uma tsunami de caráter e decência, pois que estamos muito necessitados. Não podemos nos dar ao luxo de jogar fora mais um ano, como aconteceu nos três primeiros do mandado da presidente Dilma Rousseff, mais desastrosos, até, do que a média de seu lastimável antecessor e mentor.
     Nos últimos 36 meses, derrapamos em escândalos e nos afogamos em oceanos de mediocridade, proselitismo e a mais absoluta incapacidade gerencial. Justamente a grande marca que tentou-se estampar na escolhida pelo ex-presidente Lula para esquentar a cadeira, até que ele volte nos braços do povo.
     Nossa economia é um desastre movido a espasmos. Todos os analistas dignos desse título são unânimes em criticar a mais completa falta de um norte, de um projeto para o país, e a ameaça real de uma crise capaz de nos afundar até os níveis vividos hoje por dois de nossos vizinhos mais diletos, Argentina e Venezuela.
     É bem verdade que mesmo nossa limitada presidente consegue ser menos lastimável do que Cristina Kirchner e Nicolás Maduro, quase insuperáveis em mediocridade. E não podemos esquecer a disparidade existente entre o Brasil e os demais sul-americanos. Mas o pesadelo não está afastado. Especialmente por não contarmos com um elemento que seria fundamental nesse momento: políticos decentes, respeitadas as exceções, que existem, sim.
     Pouco se pode esperar de um Congresso dirigido por Henrique Alves Filho e Renan Calheiros e manipulado pelo PT. Resta-nos apostar na coragem do íntegro presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, e de alguns de seus pares.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Pela verdade

     Uma boa notícia, afinal, partindo de Brasília: a presidente Dilma Rousseff decidiu prorrogar a Comissão da Verdade até dezembro do ano que vem. Teremos - nós, o Brasil - chance de conhecer mais a fundo todas as mazelas de um período nefasto da vida brasileira, de preferência, de maneira ampla, geral e irrestrita, como foi - teoricamente - a anistia.
     Países sérios e democráticos têm o dever de proporcionar aos seus cidadãos o acesso completo à sua histórias, aos atos de seus personagens, sejam eles - atos e personagens - quais forem. É assim que se alicerça o respeito entre todos os - vá lá ... - atores sociais.
     Talvez sobre algum tempo e boa vontade para ampliar o balizamento e o raio da busca pela verdade. Eu, modestamente, tomo a liberdade de sugerir que recuemos no tempo, até a partir de 1937, por exemplo, quando se instituiu por aqui, com a ditadura Vargas, o período que seria conhecido como Estado Novo. Seria ótimo poder acompanhar mergulhos nos porões do arquipélago de Fernando de Noronha e da Ilha Grande, por exemplo.
     E como a verdade é algo que alimenta a alma, que tal chegarmos aos nossos dias? Eu, particularmente, ficaria sensibilizado ao saber toda a verdade sobre as acusações feitas recentemente pelo ex-secretário Nacional de Justiça, delegado Romeu Tuma Júnior (não é qualquer um: afinal, ele privou da confiança absoluta do grupo que domina o poder há onze anos).
     Acho fundamental para o país saber se o ex-presidente Lula foi, ou não, informante do Dops paulista, uma espécie de 'cabo Anselmo de macacão', como assegura Tuma em seu livro Assassinato de reputações. Assim como acredito que seria de interesse geral da Nação confirmar a atuação institucional dos últimos governos petistas na produção de dossiês falsos para atacar adversários políticos, também confirmada por ele.
     Há, ainda, outro caso que eu tenho convicção que deveria merecer os olhares de qualquer um que busque a verdade: o assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, do PT, ocorrido em 2002. Há algum tempo várias pessoas apresentam o crime com o uma queima de arquivo, pois o ex-prefeito estaria decidido a denunciar o esquema de extorsão exercido pelo Partido dos Trabalhadores sobre empresas de ônibus do interior paulista.
     Tuma Júnior confirma as suspeitas e lembra que o atual ministro Gilberto Carvalho estaria envolvido no caso, de alguma forma. Sobre ele, Carvalho, já pesam as acusações dos irmãos de Celso Daniel, que o apontam como o responsável pelo transporte do dinheiro, que seria entregue ao ex-ministro José Dirceu para uso em campanhas eleitorais, entre elas a que resultou na primeira eleição do ex-presidente Lula.
     São acusações sérias, seriíssimas, que merecem ser investigadas a fundo, especialmente por quem se propõe a alcançar a verdade. Principalmente porque até agora não foram desmentidas com o vigor que seria natural. O ex-presidente Lula, por exemplo, limitou-se a um "sem comentários" expelido por um assessor qualquer.
     Gilberto Carvalho e outros próceres petistas falaram em processar o denunciante, mas desistiram. Talvez quando souberam que ele, Tuma, afirmou que tinha material para mais um livro.

domingo, 22 de dezembro de 2013

A dor do desencanto

     Eu realmente fico impressionado quando descubro que ainda há pessoas que defendem esses quadrilheiros petistas que foram condenados à prisão. Pessoas decentes, é claro, pois a companheirada não entre nessa minha conta, por óbvio. Fico imaginando que exercícios mentais são necessários para expelir alguma observação que faça o mínimo sentido. E sinto por essas pessoas que, no âmago, ainda acreditam que essa gente que está no poder há onze anos é, de fato, digna de respeito.
     O sofrimento - eu acredito que elas, as decentes, sofram, realmente - é constante, pela luta que travam diariamente com a própria consciência. Uma batalha que se renova inexoravelmente a cada fim de semana, seja com as temidíssimas capas da Veja ou com eventuais manchetes como a de hoje no Estadão.
     Está lá, com todas as vírgulas e pontos de exclamação possíveis, a matéria mostrando que o chefe dos bandoleiros que assaltaram os cofres públicos no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula abriu uma filial de sua empresa de 'consultoria' no Panamá, no mesmo endereço de uma tal de Truston International, não por acaso - nunca é por acaso, em se tratando de petistas e assemelhados - a dona do hotel que queria 'empregá-lo' há alguns dias.
     É isso mesmo, o chefe da quadrilha do Mensalão (segundo acusação aceita pelo Supremo Tribunal Federal, é bom frisar), aquele por quem batem corações e mentes petistas, entre eles os da atual e do ex-presidente dessa pobre República, tem uma empresa ancorada em uma fábrica de testas de ferro, os populares 'laranjas'. Um artifício usado por bandidos de todas as partes do mundo para escapar de fiscalização e ocultar suas pilantragens, desvio de dinheiro roubado etc.
     Infelizmente, para as ainda crédulas pessoas decentes, não há como culpar alguém, dizer que é tudo invenção da mídia ou que está havendo um linchamento político do "guerreiro do povo brasileiro". As provas de mais esse - digamos ... - desvio de conduta estão todas na reportagem do Estadão, com direito à reprodução dos contratos etc.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Audácia de bandoleiros

     O indecoroso apoio petista aos seus quadrilheiros ultrapassa qualquer limite 'tolerável' de indecência. Ao longo dos últimos anos, desde que o escandaloso assalto aos cofres públicos realizado no Governo Lula tornou-se público, temos assistido a incontáveis demonstrações de falta de caráter emanadas de todas as camadas do partido, incluindo as mais altas, frequentadas pelas estrelas maiores da sigla.
    De tão corriqueiras, essas demonstrações de desprezo pela diginidade nacional já não provocavam reações. É verdade que a chantagem executada pelo ex-presidente e chefe dos bandoleiros contra o ministro Gilmar Mendes, do STF, teve lá sua repercussão, pelo inusitado e grau de canalhice. A lastimável cena da presidente da República, ao lado de seu mentor, participando de um ato de desagravo aos quadrilheiros também repercutiu, mas não chegou a abalar o 'prestígio' de Dilma Rousseff, como em destacou o jornalista Guilherme Fiúza, hoje, em O Globo.
     Imagino que a divulgação das pressões exercidas por políticos petistas contra o juiz da Vara de Execuções Penais de Brasília também tenha o mesmo destino, apesar da enorme importância: a vala comum do esquecimento, aplainada pelas benesses das muitas bolsas que sustentam não apenas desvalidos, mas o esquema de perpetuação no poder que vem sendo executado cirurgicamente pelo PT.
     Nossos jornais e revistas revelam que políticos dos mais variados escalões petistas, que não agem sem aprovação direta do ex-presidente Lula, têm feito de tudo para tirar seus companheiros da cadeia, algo impensável em países com governos minimamente decentes. 'Visitas' intempestivas, telefonenas insinuantes, conversas de 'pé de ouvido'.
     Entre os que andaram pressionando a Justiça, o atual governandor do Distrito Federal, Agnelo Queiroz; um tal de Vigilante (deputado); e um dos absolvidos por falta de provas (ou algo semelhante), que recebeu mai de R$ 300 mil do esquema montado pelo ex-ministro José Dirceu (o "chefe da quadrilha") e pelo publicitário mineiro Marcos Valério.
     Deveriam, todos, estar na cadeia, ao lado dos companheiros que tanto defendem.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O silêncio dos culpados, dos covardes e dos coniventes

     Quem me conhece há algum tempo e acompanha minhas ponderações sabe que não comungo com as teorias que imputam à Rede Globo, em especial, quase todas as mazelas da vida nacional, armações, conchavos. Vejo defeitos, distorções, mas também encontro algumas qualidades que não existem nas concorrentes. Por opção, não assisto à programação da tevê aberta, com uma rara exceção: o Jornal Nacional, basicamente nos dias em que o noticiário está mais intenso. No dia a dia, prefiro me informar em fontes mais variadas, graças às possibilidades abertas pela internet.
     Por isso, admito que posso estar cometendo uma leve injustiça com a Globo. O assunto talvez tenha sido tratado em algum momento dos últimos dias, mas jamais com a dimensão que merece. Estou me referindo às gravíssimas acusações feitas pelo ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, ao PT, aos seus governos e aos seus mais destacados líderes, o ex-presidente Lula em especial, no seu livro Assassinato de reputações; um crime de Estado, lançado sexta-feira passada e repercutido pela revista Veja.
     Os assuntos tratados pelo ex-participante do primeiro escalão do Governo Lula são de uma gravidade tão grande que deveriam, sim, chegar, detalhadamente, ao conhecimento da maioria da população brasileira, que tem no JN a única referência, o único canal de informação. O silêncio acanhado da maior rede nacional é um atentado contra a democracia.
     Não se trata, apenas, do desabafo rancoroso de um delegado de polícia que se sentiu traído, ao ser acusado de envolvimento com a máfia chinesa de São Paulo e perder o cargo (ele foi inocentado de todas as acusações). São denúncias formais de alguém que esteve ligado diretamente ao poder, que conviveu com o presidente e ministros. Alguém que testemunhou atos de uma gravidade tamanha que seriam suficientes, em países decentes, para soterrar governos e políticos.
     Tuma Júnior conta, com detalhes, como o Governo Lula se empenhou em fabricar dossiês para destruir a honra de adversários políticos, sem descartar acusações sobre conivência de setores da Justiça paulista com integrantes do PSDB.
     As revelações alcançam inexoravelmente o ex-presidente Lula, apontado como informante do Dops paulista na época da ditadura militar. Tuma sabe do que está falando! O Dops era comandado por seu pai e Lula, como já escrevi aqui mesmo há alguns dias, seria uma espécie de 'cabo Anselmo de macacão', a pior espécie de gente.
     O ex-secretário nacional de Justiça também revisita um dos episódios mais nefastos da história petista: o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, que teria sido morto ao romper com o esquema de arrecadação de propinas cobradas de empresas de ônibus, para financiar o PT, no início dos anos 2000. O encarregado de transportar o dinheiro seria o atual ministro Gilberto Carvalho, segundo depoimentos formais dos irmãos do prefeito assassinado.
     O volume do lixo - como se pode avaliar - é enorme. Mas permanece praticamente oculto sobre uma capa de silêncio indecoroso. E não apenas dos meios de comunicação - exceção feita à Veja, como sempre -, mas também dos lastimáveis representantes dessa deplorável oposição, por covardia de enfrentar o 'mito Lula', ou medo de ser vítima dos respingos provocados pelas revelações.
     Por óbvio, os acusados também não falam no assunto. Uma ou duas vagas e já abandonadas promessas de processar o ex-companheiro de poder, e mais nada. O maior dos acusados, o ex-presidente Lula, como faz historicamente, mandou dizer que não vai comentar. Fez isso a vida toda, apostando na desinformação da população e na sua inegável capacidade de mentir, enganar, adulterar, tergiversar, embora não saiba exatamente o que essa última expressão significa.
     Trata-se, como se vê, de um somatório de silêncios: o misto de envergonhado e conivente dos meios de comunicação; o covarde, dos políticos oposicionistas que temem ser atingidos por revelações paralelas; e o dos culpados, essa gente inescrupulosa que assumiu o comando do país há onze anos.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Degradação moral

     O fato mais marcante da semana que terminou ontem, para mim, foi, sem dúvida, a demonstração clara e insofismável da degradação moral do PT e de seus principais dirigentes e astros. O apoio raivoso e indecoroso aos quadrilheiros condenados e presos pelo maior assalto institucional aos cofres públicos e à dignidade brasileiros - no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula - exibiu a face mais deplorável desse grupo que se instalou no poder há onze anos.
     Confiando na absoluta e lastimável falta de informação e de senso crítico da maior parte da população e na capacidade de manipulação da verdade que sempre caracterizou suas ações, o PT protagonizou uma das maiores afrontas à nacionalidade, ao desafiar formalmente um dos poderes constituídos, o Judiciário. Com um agravante: com as bênçãos da atual presidente da República, Dilma Rousseff, que não teve o decoro que se exige de alguém que ocupa seu cargo.
     Do ex-presidente Lula jamais esperei algo parecido com dignidade política. O mais medíocre e ignorante dirigente brasileiro de todos os tempos apenas repetiu um comportamento incorporado às suas características. Mentiu e distorceu verdades como sempre. Ao se solidarizar com os bandoleiros petistas presos e ainda soltos (José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares e João Paulo Cunha, respectivamente), na verdade, estava exercendo o processo de autodefesa.
     O gesto de erguer o punho, a exemplo do que fizeram alguns de seus companheiros, mostra bem o que pensa da democracia e das leis. Lula é isso, nunca foi diferente. No episódio do Mensalão, atordoado, chegou a culpar diretamente seus auxiliares diretos pelos danos. Sobrevivente, por pouco, da cassação que parecia inevitável, de quando em vez lança uma vaga afirmação de que "um dia" vai contar toda a verdade.
     Já deveria ter tido a decência de enfrentar esse desafio. Assim como já passou, e muito, da hora de dar explicações sobre seu relacionamento espúrio (pelo envolvimento de gastos públicos, não pelos aventuras da alcova, assunto da alçada de Dona Marisa Letícia) com a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa.
     Poderia ter a coragem, também, de refutar diretamente as gravíssimas imputações lançadas contra ele pelo delegado Romeu Tuma Júnior, ex-secretário Nacional de Polícia, que o acusa, entre outras coisas, de ter sido informante do Dops (uma espécie de 'Cabo Anselmo' de macacão) e de ter liderado uma fábrica de dossiês contra adversários políticos.
    
     Tão veementes no desafio ao STF e no desrespeito a seu presidente, ministro Joaquim Barbosa, os participantes do congresso petista da semana passada mantiveram um temeroso silêncio sobre as acusações de Tuma Júnior, que já anunciou ter histórias para mais um livro.
     Não é de se estranhar. Ou alguém esqueceu do obsequioso respeito que a companheirada devota ao publicitário mineiro Marcos Valério, o único condenado - de fato - a pagar pelos crimes cometidos sob a chefia de José Dirceu. E aqui vale a ressalva que faço sempre que posso: alguns fatos e informações descartados ao longo das investigações me fazem ter dúvidas quanto à identidade do verdadeiro chefe da roubalheira do Mensalão.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Os meus destaques do ano

     Fim de ano é época de festas e de listas, das mais variadas, para os mais diversos gostos, bolsos e mentes. Como fiz ano passado, tomo a liberdade de apresentar a minha lista, os meus dez eleitos do ano na categoria 'personalidade política brasileira mais desprezível'. Muitos, como seria de se supor, ostentam esse título pela segunda vez, contumazes que são em atos desabonadores. Alguns, graças aos seus 'esforços', entram na relação pela primeira vez, com todo o mérito.
     Já sei que vou cometer muitas 'injustiças'. Haverá, sempre, quem tenha merecido a menção e que estará de fora, por falta de espaço na relação (afinal, são apenas 10 ...), ou por não ter provocado, em mim, um sentimento de repulsa tão intenso quanto o gerado em outra pessoa.
     Aos 'meus' dez desprezíveis, podem ser somados outros. Esse blog, desde o início, pretendeu ser democrático. Portanto, sintam-se à vontade para sugerir nomes. Antes que eu esqueça: o ex-presidente Lula não está contemplado por razões que me parecem óbvias: é hors concours absoluto.
     Vamos à lista, então:
     1 - José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça e ex-deputado federal do PT/SP;
     2 - João Paulo Cunha, deputado federal do PT/SP;
     3 -Ricardo Lewandowski, ministro do STF;
     4 - José Genoíno, ex-deputado federal do PT/SP;
     5 - José Dirceu, ex-ministro do Governo Lula;
     6 - Maria do Rosário, ministra de Direitos Humanos;
     7 - Rui Falcão, presidente do PT;
     8 - Franklin Martins, ex-ministro do Governo Lula;
     9 - Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da Presidência; e
    10- Marco Feliciano, deputado federal (PSC-SP).

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Retrato de um mensaleiro

     O deputado federal João Paulo Cunha, do PT de São Paulo, é, talvez, o político que mais bem represente essa leva deplorável que infesta o Congresso há onze anos, em especial. Hoje, nossos jornais noticiam que ele, além de não admitir sequer pensar em renunciar ao mandato, pretende desencadear uma campanha destinada a 'provar' foi condenado indevidamente à prisão.
     De todos - e estou incluindo nesse bando figuras como o ex-ministro José Dirceu, o chefão da quadrilha do Mensalão do Governo Lula -, talvez seja ele, João Paulo, o personagem que mais me provoca repúdio, pela mediocridade, pela desfaçatez, pela pequenez (não apenas retórica) de sua investida nos cofres públicos.
     João Paulo, para quem tem memória curta ou seletiva, é aquele ex-presidente da Câmara que mandou a mulher sacar uma propina R$ 50 mil, diretamente no caixa de um dos bancos envolvidos na roubalheira. Não teve, ao menos, a 'diginidade' de ir ele mesmo. Expôs a mulher, que foi flagrada recebendo o dinheiro.
     Não satisfeito, quando confrontado com as evidências, argumentou, entre outras mentiras, que a mulher estava realizando o pagamento de uma prosaica conta da tevê por assinatura. É evidente - e sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal comprova - que foi desmascarado. Nem assim tomou vergonha. Confiando no esquema de adulteração dos fatos desencadeado pelo PT e no esquecimento da população, continua afrontando a dignidade nacional.
    Já deveria ter sido cassado e estar no xadrez.

Sobre futebol etc

     Vamos lá. Quero ver se entendi bem essa confusão toda em torno de rebaixamentos e ascensões na primeira divisão do futebol brasileiro. Pelo que leio, ouço e vejo, o Fluminense já pode 'comemorar' sua permanência na elite, pois a Portuguesa perderá quatro pontos, por ter escalado um jogador em condições irregulares (estava suspenso). Isso, com base - é claro!!! - em um artigo do Código Brasileiro de Justiça e Disciplina. A Portuguesa, por sua vez, ao perder esses pontos, será rebaixada, ainda de acordo com os preceitos legais.
     Esses mesmos preceitos legais, no entanto, não valeriam no caso do recurso do Vasco, pedindo a anulação do jogo em que foi merecidamente goleado (5 a 1) pelo Atlético Paranaense. É evidente que há olhares distintos sobre incidentes legais. O fato de o Vasco ter feito uma campanha ridícula e merecer o rebaixamento não tem nada a ver com seu direito legal (embora reprovável, na minha ótica) de pleitear a anulação que o livraria da Série B. Vou além: sua diretoria tem a obrigação de buscar o que entende ser melhor para o clube. 
     É o que está fazendo o Fluminense, por vias transversas, usando as mesmas armas que, em tese, estão sendo brandidas pelo Vasco: as leis que regem as competições esportivas.
     Já ia esquecendo de lembrar que o pau que daria na Portuguesa também esbarraria no Flamengo, que também escalou indevidamente um jogador suspenso e perderia quatro pontos. E, aí, volto a insistir: se os regulamentos valem para punir a Portuguesa, devem beneficiar o Vasco e, no caso, atingir o Flamengo, que seria ... rebaixado.
     Pode ser que eu me engane, mas corremos o risco de ter um Campeonato Brasileiro com 24 clubes, ano que vem. Afinal, restaure-se a moralidade, ou todos nos locupletemos ...

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A estupidez anunciada

     Acredito que todos já tenham falado quase tudo sobre o episódio lamentável ocorrido no jogo entre o meu Vasco e o Atlético Paraense. Li, nas redes sociais, editoriais condenando a estupidez de alguns degenerados, desordeiros comuns a todas as torcidas. Infelizmente, muitos dos que clamam por punições drásticas são os mesmos que destilam ódios, rancores e preconceito nessas mesmas redes sociais.
     É evidente que não refiro às brincadeiras saudáveis, que sempre fizeram parte do futebol. Estou falando de sentimentos que se aproximam da boçalidade, como os que desfilam nesse campo sem regras.
     Sou do tempo em que havia rivalidade,sim, entre as torcidas em geral. Eu mesmo tinha um amigo, mais velho, que não perdoava as derrotas do Vasco, assim como eu não perdia a chance de ressaltar as derrotas do seu time, o Flamengo. Nada disso impedia, no entanto,que fôssemos ao Maracanã, juntos. Como o dinheiro era muito curto, tínhamos uma combinação, quando nossos times jogavam aos sábados e domingos: íamos na geral num dia e na arquibancada no outro.
     Nesse tempo, ressoavam no Maracanã, apenas, os toques da 'corneta' de talo de mamoeiro do velho Ramalho, do 'nosso' lado; e a charanga de Jaime, do lado 'deles'.
     Com o tempo, as rivalidades extrapolaram o razoável, exarcebadas - e sou enfático nessa afirmação! - especialmente pela imprensa esportiva, notadamente a de rádio, ávida por mais receitas. O que era saudável virou um tumor incontrolável. Não mais rivais, mas inimigos a serem destruídos, de qualquer forma.
     Esse 'cultura' do ódio impregnou as gerações mais novas, que exalam esses sentimentos até mesmo em segmentos nos quais seria impensável imaginar que pudessem prosperar.
     A violência, meus caros, é uma criação da ganância, alimentada pela estupidez de muitos formadores de opinião e espalhada, como um vírus, pela sociedade.

Ética e Cardozo, nada a ver...

     O Estadão nos conta que a Comissão de Ética da Presidência da República decidiu pedir informações sobre a "atuação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, nas investigações sobre o cartel de trens em São Paulo". De imediato, eu diria que ética e a atual Era Lula, que completa onze anos, são absolutamente excludentes, polos opostos, antíteses.
     E quando um tema - seja ele qual for - resvala na área de atuação do atual chefe do Ministério da Justiça - talvez o mais medíocre de toda a nossa história republicana - esse distanciamento fica ainda mais evidente. Cardozo não está no lugar que ocupa pelos seus grandes dotes jurídicos, é evidente. Suas palavras e atos denunciam o cumprimento de uma missão partidária, vulgar, incompatível com a dignidade que se exige do cargo.
     À frente da Justiça, apenas dá continuidade à sua atuação tenebrosa durante todo o episódio do Mensalão do Governo Lula, quando era deputado federal e constantemente conseguia um meio de aparecer para desmerecer as acusações, sempre com um semblante estudadamente grave, com o qual pretendia transparecer indignação com o assalto aos cofres e dignidade públicos.
     Na verdade - e as gravações estão aí para quem não lembra ou não viu -, todas as suas intervenções, como elemento indicado para se contrapor às acusações, se orientavam para o desmerecimento dos fatos. Era, à época, o arauto dos quadrilheiros agora condenados e presos. É, hoje, o artífice dos golpes que tentam reduzir o impacto das condenações.
     Não por acaso, foi o autor da lastimável constatação de que nossos presídios não ofereciam condições mínimas de dignidade para os presos, às vésperas de seus companheiros engrossarem a relação de condenados. Até então, os governos aos quais prestou e presta vassalagem jamais haviam se preocupado com as condições indignas dos presídios. Em onze anos, pouco ou quase nada fizeram. Mas a culpa, é claro!, era dos neoliberais que governaram antes.
     Cardozo é tão lastimável que, com sua atuação desastrada, compromete, até mesmo, a apuração de mais esse escândalo na vida nacional, que tem como protagonistas uma grande empresa e - ao que tudo indica - alguns políticos. As digitais petistas nos dossiês e acusações remetem inexoravelmente à atuação dos tais 'aloprados', que fabricaram acusações falsas para desestabilizar adversários políticos do PT.
     Até mesmo quando poderia prestar um bom serviço ao País, caso fosse comprovada a participação de políticos de vários partidos (entre eles o PSDB e o DEM) em falcatruas, Cardozo e esse governo deletério contribuem com o descrédito das instituições.

Histórias de Júlia, Pedro e João Pedro (60)

Todas as vontades

     Júlia e Pedro estiveram aqui na Pedra ontem. Na verdade, vieram para festejar os dois anos de Carolina, uma bonequinha que eles adoram, filha e neta de amigos e vizinhos queridos. Já aqui em casa, à vontade, tentaram convencer a mãe e o pai a deixar que ficassem comigo, sozinhos (a avó estava de partida para mais uma semana de 'plantão' ao lado de João Pedro).
     Sequer perguntaram se eu ficaria com eles e teria disposição para dar almoço, tomar conta de seus mergulhos na piscina, brincadeiras com Cléo e levá-los para casa, no dia seguinte. Já sabiam a resposta. Júlia, aliás, com aquele seu jeito especial, anunciara a minha provável resposta:
     - Do jeito que o vovô é com a gente, eu tenho certeza que ele vai concordar!
     É claro que eu concordaria. E o fato de ela e Pedro saberem disso é algo encantador, para mim.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Um silêncio retumbante


     Alguns silêncios são mais retumbantes do que os sons de uma bateria de escola de samba do primeiro grupo do Rio de Janeiro. Até agora - salvo engano absurdo -, não li qualquer manifestação mais eloquente em relação às seriíssimas acusações feitas ao ex-presidente Lula e a outros próceres petistas pelo delegado Romeu Tuma Jr., ex-secretário de Justiça dessa lastimável era que está prestes a completar onze anos.
     De Lula, o que de menos grave surge na entrevista de Tuma à revista Veja - que antecipa o conteúdo de seu livro sobre as misérias dessa época de trevas - é que foi informante do antigo Dops, órgão de repressão do período militar, quando ainda engatinhava na vida sindical. Nada a estranhar. O passado 'político' do ex-presidente sempre esteve envolvido em sombras colocadas propositalmente.
     Em determinados meios, como o automobilístico, por exemplo, corriam vários comentários sobre suas - dele, Lula - libações alcoólicas nas reuniões com os patrões das montadoras. De Lula, dizia-se que era um leão nos palanques, para consumo externo, e um gatinho nas salas refrigeradas das reuniões regadas a uísque escocês.
    A revelação de Tuma, um pote transbordante de mágoas com seus ex-chefes, de que o ex-presidente fazia parte do grupo de informantes de seu pai, Romeu Tuma, apenas sinaliza para uma direção que não chega a surpreender. O próprio Lula já admitiu que tinha muita admiração pelo ex-presidente Ernesto Geisel, um dos cinco oficiais que comandaram o Brasil a partir da principal cadeira do palácio do Planalto.
     Também não chega a ser novidade, pelo menos como notícia, a existência de contas secretas em paraísos fiscais, alimentadas por propinas pagas por empreiteiras ao PT. Assim como são fartas as notícias de envolvimento de petistas na morte do ex-prefeito petista Celso Daniel, entre eles o atual ministro Gilberto Carvalho, apontado como a 'mula' que transportava, no seu Fusca, o dinheiro que era extorquido de empresas de ônibus do interior paulista para ser entregue ao ex-ministro e atual prisioneiro Jose Dirceu. Os irmãos de Celso Daniel afirmaram isso, em depoimentos oficiais.
     Como não há surpresas na acusação de que ministros de Lula, incluindo a atual presidente Dilma Rousseff, empenhavam-se na fabricação de dossiês falsos sobre adversários políticos. O episódio dos 'aloprados' está aí, para quem quiser avaliar.
     Romeu Tuma Jr. apenas dá contornos a histórias que circulam livremente.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Arrogância e desfaçatez

     O que você diria se soubesse que Marcinho VP, Fernandinho Beira-Mar e Pedrinho Matador teriam direito a escrever um blog contestando e desafiando a Justiça? Certamente não aceitaria passivamente que isso acontecesse. Ao delinquir, esses citados acima e outros abriram mão dos direitos que bafejam os cidadãos de bem, íntegros, cumpridores de seus deveres. A opção pelo crime tem, como consequência, a interdição de prerrogativas.
     Não vejo a menor diferença, nesse aspecto, entre eles e José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do primeiro Governo Lula e ainda todo-poderoso do PT, condenado por ter, entre outras coisas, chefiado a quadrilha que assaltou os cofres públicos, no episódio que ficou conhecido definitivamente como Mensalão.
     Escrever um blog que se tornaria público, ou mesmo participar como colaborador de qualquer veículo de comunicação, seria um acinte, uma agressão injustificável, algo absurdo, inadmissível. Seria dar voz ao crime, à desfaçatez.
     Essa gente que transgride e ofende a nacionalidade não demonstra, ao menos, um mínimo de arrependimento. Ao contrário, mantém uma postura arrogante e desafiadora, insensível. E o que é ainda mais grave: com o apoio direto de um partido que deveria, em última análise, demonstrar um mínimo de respeito pelo quase nada que restou de seriedade na sua história lastimável.
     Não é, infelizmente, o que ocorre com o PT, em especial, afundado cada vez mais em um lamaçal sem fundo.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Já não era sem tempo

     Com a renúncia do agora e finalmente ex-deputado federal José Genoíno, do PT, o Congresso 'perde' um dos seus criminosos já condenados de fato e de direito. A lamentar, muito, que outros de padrão moral e cívico semelhante continuem por lá, desafiando a dignidade nacional, condenados formalmente, ou não.
     Não por acaso, ostentamos um dos mais altos índices mundiais de rejeição aos políticos em geral. O comportamento deletério de nossos representantes - com as exceções que devemos destacar e ressaltar, pois existem - é uma das características mais fortes dessa Era iniciada há quase onze anos.
     Genoíno sai para evitar mais uma merecida humilhação, a da cassação. Deveria ter pensado nas consequências de seus atos quando participou diretamente do maior esquema de assalto institucional aos cofres públicos, no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula.
     Não há fim - por mais que sejam evocados devaneios ideológicos - que justifiquem o uso de meios ilícitos para serem alcançados.

Desfaçatez e arrogância


     Confesso que tenho me preocupado mais com a democracia ateniense do século V a.C. do que com a nossa. Os debates filosóficos entre Protágoras e Platão têm muito mais sabor e atualidade do que as cretinices embutidas nos discursos dos nossos políticos em geral, petistas em particular. Mas até esse afastamento voluntário da realidade nacional tem limites. Hoje, por exemplo, não resisti à compulsão de comentar mais uma demonstração de arrogância e estupidez emanada das hostes do partidos dos quadrilheiros condenados pelo assalto aos cofres públicos no primeiro governo do ex-presidente Lula.
     Não sei se todos vocês acompanharam coma devida atenção as notícias sobre um grupo de deputados do PT que decidiu confrontar, mais uma vez, a dignidade nacional, em defesa do mandato do ex-presidente do seu (deles, é claro!) partido, José Genoíno, condenado justamente à cadeia por diversos crimes contra a Nação. A desfaçatez dessa gente não tem limites. Só mesmo em um país governado por desajustados seria possível conviver com esse paradoxo absoluto: um presidiário ter o direito de continuar exercendo um mandato eletivo.
     Pois é o que pregam diversos expoentes petistas, entre eles o irmão do prisioneiro, ele mesmo envolvido em um até hoje inexplicável incidente que envolveu um de seus auxiliares diretos, flagrado carregando uma fortuna em dólares na própria cueca. Em sua sanha, esses degenerados - segundo alguns de nossos jornais, entre eles O Globo - usam algumas das armas mais disseminadas entre eles: a chantagem e a ameaça.
     Se, como deveria ser feito, o presidente da Câmara colocar em votação a perda do mandato de Genoíno - mandato que ele já deveria ter abandonado, em nome da dignidade -, os petistas prometem retaliações inimagináveis e investem - mais uma vez!!! - contra a Justiça, em especial o Supremo Tribunal Federal, mais precisamente seu presidente, ministro Joaquim Barbosa.
     São os arautos de uma época recheada de escândalos institucionais e morais. Algo jamais visto em toda a história republicana. Nunca tantos roubaram tanto, em tão pouco tempo. Dos mensaleiros aos aloprados; dos cuequeiros aos batedores de carteira dos ministérios (foram sete ministros envolvidos em falcatruas apenas no primeiro ano do governo Dilma); da turma das orgias na mansão do Lago Sul, às alcovas da representação federal em São Paulo.
     Essa gente é desprezível.