domingo, 11 de dezembro de 2011

O show espanhol

     Cheguei a pensar em não escrever. Afinal, o jogo foi ontem e muito já se comentou sobre ele - comentários de quem tem mais a dizer, certamente. Mas a compulsão é irresistível. É claro que eu esperava mais desse incrível Lionel Messi e de Cristiano Ronaldo, um digníssimo representante da escola de Eusébio e Coluna, talvez os maiores jogadores portugueses que eu tenha visto em campo. Atrás de Messi há não apenas uma escola, mas toda uma universidade de futebol, gostemos - nós, brasileiros -, ou não.
     Os 3 a 1 do melhor time do mundo, o Barcelona, sobre um dos melhores, o Real Madri, no entanto, exibiram mais do que um duelo entre dois superatletas. Houve momentos, no jogo, em que me peguei pensando se aquele esporte era o mesmo que a gente costuma ver em outras partes do mundo, inclusive por aqui.
     Os primeiros trinta minutos foram absolutamente especiais. Não só pelo gol do Real, quando o jogo tinha apenas 25 segundos, mas pela extrema disposição física e tática das duas equipes. Um confronto espetacular entre jogadores que sabem, jogar, correm, marcam, se deslocam, criam. E tudo em velocidade, num ritmo capaz de tirar o fôlego até mesmo de quem apenas observa, no conforto da poltrona.
     Foi um aula de bom futebol, do futebol que apaixona milhões de pessoas em todas as partes do mundo. Aos poucos, o Barcelona foi se impondo, graças não só a esse fenômeno argentino, mas a jogadores extremamente diferenciados, como Iniesta, uma joia entre uma dúzia de outras preciosidades.
     Uma partida como a de ontem serviu para mostrar, pelo menos para mim, a distância em que se encontram os universos espanhol e brasileiro. Campeã do mundo, a Espanha, a manter essa qualidade - que não depende dos estrangeiros que brilham por lá -, ameaça a todos com uma hegemonia que já tivemos por conta de gerações inesquecíveis.

     Isso quer dizer que o Barça já é campeão do mundo? Eu creio que sim. Mas o futebol encanta até mesmo por oferecer a dúvida. No caso santista, a 'dúvida' - Neymar - tem também seu toque de gênio.

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