sábado, 3 de dezembro de 2011

Valério e PT, tudo a ver

     Os dirigentes petistas tentaram, é verdade. Mas não conseguiram evitar que a prisão do publicitário e lobista Marcos Valério - por falsificação de documentos públicos (escrituras, basicamante) - remetesse ao partido e reaquecesse a memória sobre o Mensalão, o maior escândalo da história do país. Segundo O Globo, todos os participantes do encontro do Diretório Nacional do PT que estava sendo realizado em Belo Horizonte foram advertidos para que não falassem no assunto.
     Alguns falaram. E, reconheçamos, seria uma tarefa muito difícil fazer essa desvinculação. Afinal, o publicitário foi o operador do esquema de desvio de dinheiro público para comprar apoios, pagar dívidas de campanhas eleitorais e encher os bolsos dos companheiros, durante o primeiro governo do ex-presidente Lula.
     A malandragem de Marcos Valério, nesse caso que lhe valeu a prisão, tinha um objetivo: dar respaldo às dívidas contraídas para saldar compromissos das suas empresas, afetadas, diretamente, a partir da divulgação do Mensalão. Valério, nessa época, queixou-se de não ter recebido o pagamento de 'empréstimos' feitos ao PT e bancados por ele - algo em torno de R$ 50 milhões (outros cálculos chegaram a apontar um rombo de R$ 90 milhões).
     Essa redescoberta de Marcos Valério - no fim de semana passado, O Globo já denunciara sua participação em empresas que têm contrato com o Governo - não interessa ao PT, que olha com certo temor a aproximação do julgamento dos réus do mensalão, pelo STF. São 37 acusados, entre eles, o ex-ministro José Dirceu, apontado pela Procuradoria-Geral da Repúblicas como o "chefe da quadrilha que assaltou os cofres públicos".

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