Não é preciso ir muito longe para torcer contra a divisão do estado do Pará, que está sendo votada, hoje (*), pelos seus eleitores. O Estadão, a exemplo de todos os demais jornais e revistas do país, oferece um quadro facilmente inteligível, com números e comparações suficientes para eliminar qualquer vestígio de dúvida.
Já havia manifestado, aqui no Blog, há pouco mais de dois meses, minhas razões para ser contra, entre elas - a mais forte, sem dúvida - o inevitável aumento de despesas que será imposto à Nação, nós todos, em, consequência. O Pará, como é, enorme e pouco habitado, é verdade, mal consegue garantir a sobrevivência digna de seus pouco mais de 7,3 mihões de habitantes, dos quais a terça parte vive na 'extrema pobreza'.
Os argumentos de que a divisão iria minimizar esse quadro não se sustentam. A capacidade produtiva é limitada (pelas circunstâncias geográficas) e sua vocação ainda mal administrada e definida. Dividido em três partes, a miséria comum sofreria uma enorme pressão nos 'novos' Carajás e Tapajós. O rombo financeiro seria inevitável.
Só há uma justificativa para o empenho de tantos políticos locais: a criação de mais duas estruturas de poder, dois governos, duas assembléias e tudo o mais que essas entidades geram. Só me sentiria menos crítico em relação a essa proposta se seus ideólogos assumissem, por escrito, com firma reconhecida e testemunhas idôneas, o compromisso de a divisão não gerar novos deputados e senadores para 'representar' o povo.
Assim como nos Estados Unidos. Lá, onde existem 435 deputados para 50 estados (8,7 por unidade) e 100 senadores (dois para cada representação), é possível, sim, ampliar a União dos 50 para, sei lá!, oitenta estados. Mas não haveria o aumento de uma cadeira sequer nas duas Casas.
Aqui, entre nós, os 26 estados e o Distrito Federal contam com 513 deputados ( média de 19 por unidade) e 81 senadores (3) para defender 'seus' interesses (esse 'seus' é dúbio, mesmo, de propósito). E esse número seria aumentado, é claro. Com todos os assessores, chefes de gabinete, motoristas, copeiros, etc etc. Tudo por conta da 'viúva', é claro.
Tomem jeito!
(*) O TRE promete divulgar o resultado ainda hoje, domingo.
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