domingo, 31 de março de 2013

Histórias de Júlia e Pedro (56)

Palavras e palavrões
     Os pátios de colégios e as vans de transporte ampliam conhecimentos, especialmente o vocabulário. Júlia, por exemplo, nos contou ontem que já sabe "seis palavrões", e fez a ressalva: "Mas eu não falo!". Não fala mesmo e ainda recrimina - em tom de brincadeira - a tia Fabiana, que não sabemos como desenvolveu a atual 'flexibilidade' vernacular.
     Pedro também não fala. Não está acostumado a ouvir. Mas dá sinais de que gosta. Anteontem, perguntou à avó o que era "babaca'. Ouviu que não era um palavra muito bonita, que era melhor dizer boboca, bobão etc.
     Ficou sério por um instante e retrucou, definitivo:
     - Mas se a pessoa for babaca?

sábado, 30 de março de 2013

O Jardim Botânico que se dane ...

     Nós, que vivemos no Rio, estamos torcendo - eu estou, muito!!! - para a turma que foi para a rua apoiar a 'causa índígena' (e infernizar a vida do carioca) usar parte da sua disposição para defender a expulsão dos invasores que lotearam e estão devastando o Jardim Botânico. Também estou na expectativa de ver a companheirada petista, tão fogosa quando há interesse partidário, abraçar essa causa.
      Não deve ser tão difícil para essa gente, capaz de se mobilizar tão intensamente - por exemplo - para apedrejar retoricamente a blogueira cubana Yoani Sánchez. E a turma que anda inconformada com a eleição do deputado racista e homofóbico para a Comissão de Ditreitos Humanos?
      Está mais do que na hora de capitalizar energias em benefício de um patrimônio mundial que vem sendo agredido sistematicamente. E o que é melhor: estaríamos, todos, absolutamente dentro da Lei, pois a Justiça já se manifestou há algum tempo exigindo a desocupação da área.
     Vocês sabem quando isso vai acontecer? Nunca. É simples. A área está invadida pela 'base eleitoral' do deputado federal Edson Santos, do PT, é claro. A irmão do preclaro representante do povo faz parte da chefia dos invasores e não abre mão de morar em um dos pontos mais agradáveis e valorizados da cidade.
     O prestígio desse lastimável deputado e de sua 'troupe' é tão grande, tão imensurável que derrubou até o presidente da Fundação Jardim Botanico, Litz Vieira, um antigo militante da causa esquerdista., com passagem histórica pelo próprio PT.
     Como no vergonhoso caso da permanência dos quadrilheiros e corruptos deputados federais João Paulo Cunha e José Genoíno na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara - repetindo uma expressão que usei ontem - ouve-se um eloquente silêncio. O Jardim Botânico que se dane. A turma que vive ilegalmente na área garante a boa vida do deputado.

sexta-feira, 29 de março de 2013

E a Coreia do Norte?

     Nós todos sabemos o que 'pensam' os expoentes dessa lastimável Era Lula sobre a ditadura cubana (têm orgasmos ideológicos) e sobre o os inacreditáveis governantes argentino, venezuelano, boliviano e equatoriano (têm frêmitos pelo corpo), entre outros destaques do que há de pior e mais vagabundo no mundo. Já ia esquecende de citar a veneração pelos terroristas que mandam no Irã, o que seria uma falha imperdoável.
     Mas não sabemos - na verdade, sabemos, sim - o que vai pela cabeça da companheirada quando o assunto é essa estúpida governança da miserável Coreia do Norte, um país que mata seu povo de fome mas não abre mão de gastar fábulas com o desenvolvimento de armas nucleares. Se não fosse a ajuda - direta e indireta - que recebe dos inimigos Coréia do Sul e Estados Unidos, o flagelo seria ainda maior.
     Agora mesmo, quando quase todo o mundo civilizado e decente reprova as últimas atitudes do ridículo 'presidente' coreano do norte, Kim Jong-Un, ouve-se, no Itamaraty, um eloquente e covarde silêncio. É claro. A Coreia do Norte é inimiga dos 'ianques', portanto, é 'nossa' amiga, parece que estou ouvindo o murmúrio que emana da política internacional brasileira, a mais boçal de todos os tempos.
     Para fingir alguma decência e continuar postulando um lugarzinho entre os expoentes do mundo, o Brasil assume a posição mais cômoda (não, não é de cócoras, como de hábito): se omite. Assim, não pode ser acusado formalmente de apoiar o - talvez ... - mais decadente, violento e estúpido regime dos países razoavelmente relevantes no mundo.
     Mas o Ibope ...

quinta-feira, 28 de março de 2013

Indignação seletiva

     Definitivamente, vivemos num país de manifestantes sem compostura, que desprezam a dignidade, fazem troça com a honradez, levantam a voz apenas e tão-somente quando o Governo não corre o menor risco de ser atingido, sequer de raspão.
     É o caso da mobilização contra o lamentável presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o tal pastor Marco Feliciano, do PSC paulista, homem de frente da candidatura Dilma Rousseff. É evidente que todas as pessoas dignas repudiam esse sujeito racista e homofóbico. Mas esse tipo de manifestante desmoraliza o protesto, nivela a indignação por baixo.
     E os salafrários petistas que foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal e que estão 'positivos e operantes' na Comissão de Constituição e Justiça? Onde está o inconformismo contra esses quadrilheiros e corruptos condenados à cadeia e que insistem em humilhar a Nação? Nada.
     Excetuando uma voz ou outra - e eu me incluo entre essas poucas -, não se fala no assunto. A OAB, tão lépida na luta pelo
 Direito, rápida no gatilho para atacar o presidente do STF, não emitiu, sequer, uma notinha vagabunda. Cinco ou seis linhas, que fossem. Nada.
     Não vou me iludir e exigir que MST, CUT e UNE, parceiros 'ideológicos' dos mensaleiros do governo Lula, assumam uma posição contra a presença dos deputados João Paulo Cunha e José Genoíno no Congresso. No máximo, essas entidades representativas do atraso em que mergulhamos ficariam de cócoras. É quase certo que abanariam os rabos, à espera de uma migalha no orçamento.

A história e as histórias

     Embora com atraso (a lastimável operadora OI me deixou isolado do mundo por dez longos dias), não posso deixar de opinar sobre a celeuma que envolve (ou envolveu ...) a ocupação do antigo Museu do Índio, ali ao lado do Maracanã. Em primeiro lugar, o tal casarão da Rua Mata Machado (construído em 1862) sediou o museu apenas durante algo em torno de 25 anos, de 1953 a 1978. Nos últimos quase 35 anos - é isso mesmo, 35 anos!!! -, o museu vem funcionando em um belo casarão do século 19, na Rua das Palmeiras, em Botafogo.
     Portanto, é uma grande bobagem colocar o prédio abandonado do Maracanã (o abandono é outra discussão!) como uma questão índia. Podemos discutir sua importância, o desrespeito com a história e o patrimônio, marca inconfundível das nossas administrações públicas. Até aí, tudo bem. Eu, por exemplo, sou um dos saudosos fãs do Palácio Monroe, que já abrigou o Senado - ali naquela área que mistura Cinelândia e Passeio Público -, construído para ser o pavilhão brasileiro na Exposição Universal de Saint Louis, nos Estados Unidos, realizada em 1904.
     O edifício foi tão elogiado e ficou tão bonito que mereceu ser desmontado e reconstruído no Brasil, aqui no Rio de Janeiro, para ser usado como sede da
Terceira Conferência Pan-Americana. em 1906. Por sugestão de Joaquim Nabuco, foi batizado em homenagem ao presidente americano, James Monroe, o 'pai' do pan-americanismo. Não resistiu à estupidez e foi demolido em 1974, embora já estivesse tombado pelo patrimônio estadual. Segundo nos relembra a memória da cidade, a demolição contou com o apoio entusiástico do jornal O Globo e do arquiteto Lúcio Costa., sob a alegação de que interferia na paisagem e no trânsito.  
     O casarão do Maracanã certamente não mereceria destino semelhante ao do Monroe. Seus 150 anos de existência já justificariam um movimento pela sua preservação. Mas não consigo engolir a vigarice retórica de misturar as duas histórias: a do prédio e a dos índios.

Se eu te pego ...

     Eu sei que sentimentos assim vão de encontro a tudo o que eu imagino e prego. Mas sou obrigado a confessar para mim mesmo - e para vocês - que não sei se resistiria à compulsão de aplicar um joelhaço no baixo ventre desse sujeito, caso esbarrasse com ele no elevador. Ou - quem sabe? - um pontapé bem dado nos seus - dele, é claro - fundilhos.
     Minha paciência - a pouca que restava depois de tantos e seguidos atropelos, mutismos, chiados, interrupções, mentiras, desculpas esfarrapadas e a mais absoluta incompetência - esgotou, saiu pelo ladrão em borbotões incontroláveis. Minha intolerência chegou a tal ponto que não consigo mais ouvir a voz dele, cheia de intonações, intimidade afetada, gracejos. Minha vontade é pegar o sujeito pela gola e sacudir.
     Estou falando do tal 'Eduardo', o serelepe - sai do armário (*), Eduardo!!! - atendente virtual que essa lastimável operadora de telefonia Oi inventou para atender aos seus inconformados clientes. Clientes que - como eu - já não suportam mais o grau de desrespeito e incapacidade dessa empresa.
     Nos últimos dez dias (**), fui obrigado a escutar esse cabra umas vinte vezes, número aproximado de ligações que fiz para reclamar do mutismo do meu telefone fixo e do consequente desaparecimento do sinal do Velox. Além de insuportável, esse 'Eduardo' é mentiroso.
     Aproveitando o fato de o Estado do Rio ter sofrido com mais um desastre provocado pelas chuvas, o sujeitinho já começa pedindo minha compreensão para o problema no meu aparelho e para o prazo para reparo: cinco dias!!! É isso mesmo. Cinco dias para cumprir a obrigação contratual de prestar serviços dignos. E que 'chuvarada' foi essa, que não passou de uma pingadeira, aqui na Pedra? A não ser que minha linha telefônica esteja conectada a uma central localizada em Petrópolis.
     Acho que a turma do Eduardo acredita firmemente que uma mentira repetida muitas vezes se transforma em verdade. Às vezes esse equema dá certo. Aqui mesmo, no Brasil, temos o exemplo dessa lamentável Era Lula, que vive de mentiras e factoides. Basta ver o percentual de aprovação da nossa presidente, segundo o Ibope.
     Oficialmente, não há inflação; o PIB vai muito bem, obrigado; os hospitais e escolas funcionam como se fossem ingleses e nossos portos e aeroportos ostentam performance suíça. Sem falar na corrupção, que - a se acreditar nas pesquisas - apresenta níveis dinamarqueses.

     (*) Armário é como as telefônicas chamam aquela caixa cheia de terminais que mais parece um enorme novelo embaraçado.
     (**) Após tanto tempo, a OI dignou-se a atender às reclamações. Meu telefone e o Velox voltaram.

segunda-feira, 18 de março de 2013

'Despacio' com o andor, Dona Cristina

     Dilma Rousseff e essa inacreditável Cristina Kirchner deram, em Roma, exemplos de presidentes irmanadas pela falta de senso crítico. A nossa, com aquela prepotência que caracteriza seu partido e, em especial, seu inventor, decidiu 'ensinar o padre a rezar a missa'. Não diretamente, que ela não se atreveria, mas em conselhos ao novo papa, feitos de 'improviso', em uma rápida entrevista coletiva, e reproduzidos por todo os nossos jornais e assemelhados.
     Segundo Dilma, Francisco deve "respeitar as liberdades de cada um", seja lá o que isso for. Talvez queira dizer que seus companheiros petistas tinham todo o direito de roubar os cofres públicos. Ou que seu antecessor deveria ter a liberdade de manter uma 'amiga' íntima às custas do Governo. São elocubrações a que eu me permito, diante da 'profundidez' das declarações de nossa mais alta dignatária.
     Cristina Kirchner, por sua vez, pediu a intervenção divina - afinal, Francisco é o representante dos céus aqui na terra - para abrir um diálogo com o Reino Unido sobre a questão das ilhas Falklands (ela e Dilma referem-se ao arquipélago como Malvinas). Trocando em miúdos, ela quer que o papa, chefe da Igreja Católica, convença a rainha, chefe da Igreja Anglicana, a abrir mão de um território que é britânico há quase 200 anos seguidos, por opção dos seus habitantes, como ficou comprovado na recente consulta popular.
     Segundo O Globo, a presidente argentina teria usado, para reforçar o pedido, uma frase que demonstra cabalmente sua absoluta falta de noção: "Os dois países têm governos democráticos e não há perigo de nenhuma natureza bélica". Ela convenientemente esquece que quem procurou briga foi a Argentina, e levou uma surra memorável há 30 anos. E que foi ela quem andou criando novo clima de beligerância, para desviar as atenções do desastre que é seu governo.
     Sendo assim, aí vai minha modesta recomendação: 'despacio' com o andor, Dona Cristina.

O infindável arsenal de idiotices de Maduro

    O arsenal de idiotices do virtual novo presidente da Venezuela, o homofóbico Nicolás Maduro, parece não ter fim. Ao saber que acusara os Estados Unidos de terem inoculado o câncer que matou o ditador Hugo Chávez, cheguei a imaginar que ele tivesse chegado ao fundo do poço da estupidez, da ignorância, da canalhice ideológica. Confesso, no entanto, que essa sensação não durou muito tempo. Bastava olhar para o histórico do sujeito para ter certeza que muitas imbelicidades ainda surgiriam.
     A primeira - praticamente ignorada pelos 'ativistas' brasileiros - foi 'acusar' seu rival, Henrique Capriles, de ser homossexual. A repercussão ficou próxima de zero, aqui por nossas bandas. Afinal, o boquirroto é o continuador da obra e fiel seguidor dos 'pensamentos' chavistas.
     Hoje, ao ler as notícias que nos chegam de Caracas, fiquei sabendo que Maduro, vulgo 'O Boçal', está acusando o governo americano de tramar justamente a morte de seu rival na eleição que se aproxima, num complô imaginado para jogar a culpa nele - 'O Boçal' - e desestabilizar sua administração e seus planos para suceder Chávez..
     É inacreditável que um energúmeno desse porte seja levado a sério e esteja muito perto de se eleger presidente de um país. Mesmo que esse país tenha sido governado por um dos mais medíocres políticos de todos os tempos, responsável direto pelo caos na economia e pela falência das instituições venezuelanas. Pensando melhor, Maduro é o resultado natural desse período lastimável da história da Venezuela.
     De certa maneira, vivemos algo muito semelhante aqui no Brasil, governado, durante oito anos, por Luís Inácio Lula da Silva, o mais ignorante e limitado presidente de toda a nossa história. O retrocesso institucional que esse tipo de liderança demagógica e populista provoca continua se refletindo por muito tempo.
    Não à toa, vivemos um dos momentos mais lamentáveis da América do Sul, dominada pelos piores dirigentes dos últimos cem anos, pelo menos. Com as exceções chilena e colombiana (e uruguaia, vá lá ...), que apenas confirmam a regra.

A lei deve ser para todos

     Segundo O Globo, "a decisão de candidatos do Rio de Janeiro de anteciparem a propaganda eleitoral de 2014, mais de um ano antes do prazo previsto por lei, levou o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) a também começar mais cedo a fiscalização para coibir abusos por parte de partidos e políticos". Nada contra, nem a favor, muito pelo contrário. Faltou lembrar, no entanto, que quem começou a desafiar a lei e o bom senso foi nossa preclara presidente da República, ao se lançar, formalmente, candidata à reeleição.
     A questão não é o direito a postular a reeleição, justo e legal. O problema está na forma, no escandaloso abuso dos artifícios que permitem aos presidentes, em especial, usarem as prerrogativas do cargo para promoção político-partidária, quando sabemos que a função maior de um país deve estar - sempre!!! - acima dos interesses menores.
     Se Dilma Rousseff, que deveria dar o exemplo, atropelou a tudo e a todos para marcar seu espaço na eleição do ano que vem, não se pode sair por aí jogando pedras nos demais postulantes a cargos executivos, principalmente. Nossa presidente está claramente em campanha 24 horas por dia. Não se acanha, sewqur, de vestir gibão ou chapéu de couro para invadir a seara do seu provável grande oponente, o governador pernambucano Eduardo Campos.
     Além das absurdas convocações de redes nacionais de rádio e tevê, Dilma Rousseff já está, até, dando declarações. Hoje mesmo, em Roma, largou uma daquelas bobagens que nada significam, mas que ganham espaço naturalmente na tal mídia que ela e seus irmãos camaradas petistas querem controlar. Especialmente quando o tema é o novo papa, assunto do momento, por muitos momentos ainda.

domingo, 17 de março de 2013

Sobre acentos e ideias

     Acredito que tenha colocado as letras que faltavam em algumas (muitas, na verdade ...) palavras. Creio, também, que tenha reposto no lugar acentos que voaram por locais indevidos. Outras incorreções talvez tenham escapado à leitura que acabei de fazer dos últimos textos postados aqui do blog (confesso que fiquei envergonhado com algumas bobagens que a falta de uma leitura mais cuidadosa permitiu que acontecessem). Fiquem à vontade para apontá-los. Ao contrário dos que se apresentam como mensageiros da luz, aceito de bom grado que apontem o dedo para minhas incoerências, sejam elas gramaticais ou ideológicas.

Chantagem e lixo

     Não pude comentar duas notícias de destaque no sábado, por estar isolado do mundo, graças aos péssimos serviços prestados pela OI. Pela dimensão, acho que ainda merecem uma referência, pequena que seja. Vamos a elas.
     Já imaginaram se um governo qualquer, que não fosse do PT, chantageasse um órgão das Nações Unidas para modificar o resultado de pesquisas sobre as condições de vida no país? Teríamos esgares no Congresso e entre alguns digníssimos representantes da 'esquerda' dessas nossas varonis redes sociais. Seria um escândalo. Lula e seus asseclas esbravejariam, clamando por justiça a qualquer preço.
     O MST certamente programaria uma semana de invasões, para demonstrar o descontentamento com a pilantragem oficial. A UNE, sempre atenta aos interesses nacionais, promoveria, ao lado da CUT, manifestações nas principais capitais do país. Passeatas pipocariam em toda a parte.
     Mas foi o governo petista, empenhado clamorosamente no processo de reeleição de Dilma Rousseff, o grande vilão dessa história. Como é que o país sem miséria continua estacionado no IDH, num modestísssimo 85º lugar? Só poderia ser coisa dos neoliberais infiltrados na ONU, esse organismo reacionário. Mexe aqui, aperta ali, e ganhamos gloriosos 16 lugares. Niguém segura essa gente.
     E os nossos vizinhos? Nem mesmo a eleição do Papa sensibilizou a banca mundial, que classificou a Argentina como "lixo". Tá, não foi a Argentina. Foram seus papéis, a confiabilidade do governo e tudo o mais que seja representado por essa lamentável presidente Cristina Kirchner. A que ponto chegou o país que há cem anos era a referência das Américas. Um lixo. Que sirva de alerta para o Brasil.

Entre abraços e beijos

     O noticiário do fim de semana, de todo os jornais, explica os motivos do ódio que o PT e seus asseclas do Governo devotam à tal liberdade de imprensa e sua - dele PT - incansável luta para estabelecer o 'controle social da mídia' aqui no Brasil, a exemplo do que ocorre em ditaduras vagabundas (explícitas, como as cubana e iraniana; ou disfarçadas, como a venezuelana) ao redor do mundo. 'Controle' que é uma mero eufemismo para a censura que todos os totalitários - de todos os matizes - adoram.
     Eu já havia comentado, aqui mesmo, no Marco no Blog, a vigarice ministerial que estava sendo desenvolvida, o troca-troca indecente destinado a ampliar o número de palanques à disposição da presidente Dilma Roussseff, nas sua luta pela reeleição. Aliás, a propria presidente já havia admitido, em uma daquelas improvisações dignas do seu antecessor, que "na eleição vale tudo".
     Portanto, não é de se estranhar que, aos poucos, nossa presidente vá costurando de novo a teia que garantiu seu tempo na tevê e a folgadíssima maioria no Congresso, onde nada - mas nada, mesmo!!! - acontece sem que o PT e Dilma aprovem.
     A reabilitação do seu - dele Dilma - apaixonado, o ex-ministro e presidente do PDT, Carlos Lupi, que volta a mandar na pasta do Trabalho  (de onde foi expurgado sob a acusação de corrupção), é apenas a demonstração de que tudo - a tal faxina! - não passou de vigarice, de marketing, como sempre afirmei. Os afastados de então - sete ministros em menos de um ano de governo, recorde absoluto em todos os tempos - mantiveram os bolsos e, vê-se agora, o prestígio intactos.
     O crescimento da candidatura do governador pernambucano Eduardo Campos e a inevitabilidade da presença de Marina Silva na disputa estão deixando a turma palaciana desesperada. Cada vez fica mais distante a já remotíssima possibilidade de vitória em primeiro turno, alegria não desfrutada pelo PT, que não conforma, até hoje, com as duas vitórias consagradoras de Fernando Henrique Cardoso.
     O 'vale tudo' petista para ganhar eleições e garantir a ocupação de todos os espaços de relevância político/administrativa jamais deixou de ser empregado. O Mensalão é apenas um dos exemplos mais descarados das canalhices executadas em nome do poder a qualquer preço. O loteamento indigno dos postos 'periféricos' vem sendo executado há longos dez anos, mas com a preocupação evidente de não abrir mão dos lugares mais lucrativos.
     Esse descaramento administrativo explica o fiasco da Petrobras, usada como instrumento do PT, embora pertença ao país. Ainda não chegamos ao estágio larval da populismo venezuelano, que destruiu o país e sua mais importante empresa, a PDVSA, mas temos todos os ingredientes para isso.
     Assim como o abraço fraterno e amigo do ex-presidente Lula e do foragido da Interpol Paulo Maluf, os beijos trocados pela presidente Dilma Rousseff e seus novos ministros do PDT e PMDB simbolizam, sem a menor dúvida, o caráter desse governo.

sexta-feira, 15 de março de 2013

A força das montadoras

     Só vou encarar com seriedade qualquer projeto em defesa do consumidor - especialmente os que prevêem (*) a obrigatoriedade da troca de produtos com defeito -, no momento em que as montadoras de automóveis forem compelidas a substituir veículos que claramente apresentam defeito de origem. Mandar trocar liquidificador e ferro de passar roupa - o que já acontece, destaque-se - é fácil. Quero ver obrigar Ford, General Motors, Fiat, Volkswagen e similares a trocarem Pálios, Unos, Celtas, Gols etc.
     Essa jabuticaba legal me incomoda desde sempre. Tive, inclusive, a oportunidade de discutir formalmente o tema, em matérias e reuniões, nos quase dez anos que passei à frente do extinto caderno de automóveis do também extinto Jornal do Brasil, nos anos 1990, quando o jornal ainda apresentava alguns resquícios de decência. Não há chance de isso - a troca - acontecer. A indústria automotiva, além de se proteger mediante artifícios legais, conta com uma força-tarefa indestrutível.
     Lembro de casos extremos provocados pelo desesperos de consumidores que compraram enormes - e caros - problemas: carros com defeito de fábrica. Um deles, que ficou famoso, remete a um cliente que anunciou a disposição de incendiar seu impotente 'possante' na frente da sede de uma das montadoras, aqui no Rio. Em extremo, conseguiu a troca. A repercussão - todos os jornais e tevês estavam pautados para cobrir o 'incêndio' - sairia muito mais cara.
     Mas esse caso foi uma exceção à regra. As montadoras usam e abusam do direito de prorrogar a solução dos problemas por infindáveis e seguidos períodos de 30 dias. O carro problemático é devolvido, como se tudo estivesse bem; roda alguns quilômetros e volta a apresentar o mesmo defeito. É o suficiente para a renovação do prazo. Trocar? Jamais.

 
     (*) Há certas palavras que ainda não consigo escrever sem o acento.

Se eles são contra, eu sou a favor

     Normalmente uso um artifício, quando não domino um tema ( e são tantos ...) ou ainda não tenho uma posição definida: procuro saber quem está apoiando. Não é uma fórmula matemática, mas ajuda, especialmente no campo político. Em 99,9% dos casos, eu sei que vou ficar no lado oposto ao defendido pela turma companheira dos mensaleiros, petistas e assemelhados em especial. Se o ex-presidente Lula, por exemplo, elogiar alguma coisa ou alguém, já sei que esse alguém - ou essa coisa - não presta, é indigno, falsificado e normalmente demagógico.
     A premissa, que também vale para as palavras e pensamentos (???) que emanam da nossa mais alta dignatária, é aplicada por mim com referência a personagens do mundo em geral. Por definição, eu serei sempre contra tudo o que for defendido pelo terrorista iraniano Mahmoud Ahmadinejad; pelo venezuelano Nicolás Maduro, vulgo 'O Boçal'; pelos ditadores da família Castro; pelo boliviano Evo Morales, um contumaz 'condescendente' com traficantes; e pela inacreditável presidente argentina Cristina Kirchner; entre outros mais ou menos votados.
     Sendo assim, ao saber que o arremedo de Evita Perón não gostou da indicação do novo Papa, seu desafeto e crítico, tive certeza que o cabra deve ser bom. Nada do que essa lamentável representante do atraso defende se sustenta. Se ela diz verde, sempre me acende o sinal amarelo. Cristina Kirchner é, sem dúvida, uma digna representante da indigência política que assola a maior parte dessa nossa sofrida América do Sul.
     Ao lado de Dilma Rousseff, Evo Morales, Rafael Correa e provavelmente de Nicolás Maduro - o venezuelano que consegue ser ainda mais estúpido e ignorante do que Hugo Chávez -, Cristina forma a linha de frente da marcha acelerada para o passado que ameaça o futuro do nosso continente.
     Talvez isso explique a opção do Espírito Santo pelo cardeal argentino.

quinta-feira, 14 de março de 2013

A Pedra no caminho do novo Papa

     Já estou torcendo para que o papa Francisco I anuncie, logo, a vontade de comer uma empada de camarão em um dos vários restaurantes da Rua Barros Alarcão, aqui na Pedra. E que já esteja tentado a passear pelo deque que acompanha a geografia da praia e pelo nosso calçadão, aproveitando a presença na 38ª Jornada Mundial da Juventude, que será realizada aqui no bairro, do dia 23 a 28 de julho, nas terras da Fazenda Mato Alto,na confluência da Avenida das Américas com a Estrada da Matriz.
     Seria a chance de o Estado, afinal, fazer alguma coisa para evitar a vergonha de ver Sua Santidade tapando o nariz para escapar do cheiro da poluição que emana especialmente nos momentos de maré baixa. Na maré alta, a beleza dos barcos de pesca ancorados supera os problemas, que não são exclusivos da Pedra.
     O Rio de Janeiro, como um todo, é um grande esgoto a céu aberto. Nossos rios e canais transformaram-se em valões fétidos há muito tempo. As praias ficam impróprias durante 80 por cento do ano. Quando 70 por cento dos cariocas acionam as descargas de seus banheiros, sabem (ou deveriam saber ...) que vai 'tudo' direto para nossas praias, de mar aberto ou das baías. Do produtor ao banhista, sem intermediários.
     A Fazenda Mato Alto, onde se concentrarão os dois milhões de fiéis esperados para o Encontro, é - podemos dizer - a remanescente da partilha de terras entre os dois filhos de Manoel Velloso Espinha, primeiro donatário da região: Jerônimo ficou com a parte norte; Manoel Filho com a sul. Entre as duas, o Rio Piraquê, que deságua na Baía de Sepetiba e hoje batiza uma comunidade que se formou às suas margens.
     De alguma maneira, o novo papa tem uma ligação com o bairro, cuja área pertenceu (por doação) à Província Carmelitana Fluminense, uma congregação religiosa de frades da Ordem do Carmo, responsável por várias benfeitorias, entre elas uma igreja, noviciato e um engenho.
     Outra ligação com a igreja, e que poderia ser visitada por Francisco I: a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, construída em 1626. É a terceira igreja mais antiga do município do Rio de Janeiro e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Fica em um lugar estratégico, com ampla visão para a praia da Pedra e para a Restinga de Marambaia.
     Mais um motivo para uma passada de Francisco I pela nossa principal rua: D. José de Barrros Alarcão foi o primeiro bispo a governar a novíssima Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, entre 1680 e 1700, nomeado pelo então papa Inocêncio XI. Até 1676, o Rio era uma Prelazia, governada por uma autoridade 'menor' da Igreja.

Um papa para a Igreja chamar de seu

     Por opção, prazer ou algo semelhante, assisti a uma missa há certamente mais de 50 anos, que é o tempo que marca meu distanciamento intelectual e formal da Igreja. Como repórter, cobri várias solenidades. Como homem, sofri em despedidas dedicadas a entes queridos, como meu cunhado Roberto Faria Viana, recentemente. Ainda em O Globo, participei de um encontro no Sumaré, alguns dias de reuniões com diversos expoentes da sociedade, creio que em 1975, ou 1976. Eu representava não apenas a empresa (era o chefe de reportagem), mas - de certa forma - a geração de brilhantes jornalistas da Rua Irineu Marinho, nessa época.
     Minha mãe era extremamente católica. Não desgrudava do terço, que rezava duas vezes ao dia. Meu pai, que nos deixou muito cedo, aos 52 anos, era devoto de Nossa Senhora da Conceição (8 de dezembro), mas não praticava. Lembro que a morte de meu irmão e padrinho, Roberto, aos 19 anos, afogado (eu tinha apenas 6 anos), fez com que meu pai quase rompesse o elo que ligava a família de imigrantes portugueses à Igreja, a Deus.
     Mas a história, o hábito, a vida de subúrbio e a proximidade da Paróquia de Nossa Senhora das Graças, em Marechal Hermes, a pouco mais de cem metros da vila simples onde eu morava, mantiveram meus laços com Roma apertados por algum tempo. Até que, num determinado domingo, decidi que não mais iria à missa matinal e que não faria a Primeira Comunhão, como se esperava de mim. Meus pais, embora simples, respeitavam nossas escolhas.
     Não posso afirmar que houve uma ruptura integral. Continuei respeitando as ações sociais. Sou do tempo de Dom Helder Câmara, da sua opção pelos pobres. Olho para a história e encontro mais pontos favoráveis do que negativos. Procuro avaliar os fatos de acordo com o momento, com as circunstâncias. Não tenho dúvida em afirmar que respeito todas as manifestações religiosas, desde que não incluam sacrifícios de animais e batucada, nada mais do que expressões - digamos - folclóricas.
     Mas confesso que a Igreja Católica, com seus dogmas, mistérios e incoerências, é a que mais me toca, mesmo que como simples analista, observador, testemunha. Acompanhei comovido, admito, o calvário de João Paulo II. Aprendi a respeitar a sólida formação de Bento XVI e me emocionei com a emoção dos milhões de católicos pelo mundo, ontem, quando da proclamação de Francisco I.
     Não espero um papa modernoso, disposto a aceitar casamentos entre iguais, sexo livre e temas semelhantes. A Igreja não é assim. Há dogmas que são imutáveis, sob pena de abalarem a própria estrutura da religião. Mudanças, sim. Lentas em termos objetivos (dias, meses ou um par de anos), mas rápidas se levarmos em conta os dois mil anos da sua - dela Igreja - história.
     E, antes que eu esqueça: Francisco I tem uma agradabilíssima cara de papa.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Homofóbico e racista 'de esquerda' pode?

     É claro que não tenho a menor simpatia pelo deputado racista e homofóbico Marco Feliciano (PSC-SP), vibrante cabo eleitoral da presidente Dilma Rousseff, aliado do Governo e do PT, não podemos esquecer disso. Mas tenho que admitir que ele teve um vislumbre sensacional hoje, na tumultuadíssima reunião da Comisssão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
     O cara-de-pau, além de ignorar os petistas quer fingem não conhecê-lo (são aliados, parceiros antigos ...), colocou em votação uma moção de repúdio ao canditado à presidência da Venezuela, o filhote de ditador Nicolás Maduro, que 'acusou' seu rival, Henrique Capriles, de ser homossexual. Não conseguiu levar a votação adiante, pois a petezada abandonou o local.
     Vejam bem: homofóbico brasileiro merece (e merece, mesmo!) toda a nossa reprovação. Já os companheiros homofóbicos venezuelanos ... A perseguição a homossexuais também é uma rotina em Cuba (Fidel chegou a embarcar dezenas, à força, e atirá-los ao mar, na direção de Miami, há não muito tempo) e no Irã, mas a turma daqui prefere fingir que não sabe, desconversa, passa ao lado.
     Não tenho a menor condescendência com essa canalhice, com esse estelionato ideológico. Racismo e homofobia (assim como assassinatos, corrupção e formação de quadrilha) não têm matiz. São inadmissíveis. Infelizmente, não é o que pensam as turmas que estão no poder e gravitam em torno dele.
     PS: Acho que não preciso ficar repetindo essa história, mas, vamos a ela: minha bisavó materna nasceu em uma senzala, em Minas Gerais. 

Declaração de voto

     Para que não haja dúvida sobre o que penso. Hoje, a um ano e meio das eleições, tenho uma certeza e uma tendência. Com certeza absoluta - sem a menor chance, sob qualquer hipótese (nem que seja convidado para ministro de um tribunal de contas qualquer, ou para um conselho de estatal) -, não vou votar em Dilma Rousseff. No cenário atual, meu voto seria de Marina Silva, apesar das retrições ao seu ar santarrão. Num eventual segundo turno, contra o esquema PT/PMDB/PP/PSC/PR et caterva, votarei em qualquer um, menos num 'poste urinado', pois correria o risco de reeleger a presidente.

Afif e Dilma, juntos e irmanados, como Lula e Maluf

     Às vezes sou tomado por uma certa nebulosa mental. Talvez pela idade e/ou intransigência. Não sei bem. Venho lendo sistematicamente que o senhor Afif Domingos (PDS-SP) será um dos próximos ministros do 'progressista' governo do PT. Será que ele é o mesmo personagem que ocupa o cargo de vice no governo neoliberal e retrógrado de Geraldo Alckmin (PSDB)? Não pode ser. Ou pode?
     Eu nunca tive dúvidas quanto à falta de caráter e dignidade do PT - e digo isso há muitos e muitos anos, desde quando essa afirmação era considerada herética, sujeitando o autor ao fogo eterno. Os fatos confirmaram que eu estava - desculpem a prepotência - absolutamente certo, como diria o apresentador Jota Silvestre (essa referência é mais uma evidência do tempo).
     O mais medíocre e ignorante presidente que o Brasil teve em todos os tempos, Luís Inácio Lula da Silva, confirmou minhas certezas, ao protagonizar alguns dos maiores escândalos de nossa incipiente República, destaque absoluto para o assalto aos cofres públicos realizado no seu Governo, no episódio que ficou conhecido como Mensalão. Nunca tantos, roubaram tanto, em tão pouco tempo. Nunca houve tantos conchavos, acordos espúrios, compra e venda de consciências. Tanta vagabundagem.
     Sua digna sucessora, Dilma Rousseff, que liderou o mais salafrário ministério dos tempos modernos, vai pelo mesmo caminho sem volta. Empenhada na corrida desesperada pela reeleição, vem dando demonstrações diárias do quanto um governo pode ser desqualificado e corrompido eticamente. A 'reforma' ministerial que se aproxima promete lances teoricamente inimagináveis para acomodar o lixo político-ideológico que chafurda com o PT no mesmo lodaçal.
     A grande preocupação do momento é encontrar um lugar para Moreira Franco, para a turma do PDT do Lupi e do PDS do Gilberto Kassab. Isso, sem desalojar os digníssimos representantes do PMDB, do PP e do PR, sem falar nos asseclas dos quadrilheiros condenados pelo STF.
     Afif Domingos no PT, ali, colado a Dilma, abraçado, como se reeditasse o amplexo dos companheiros Paulo Maluf e Lula.
     Vou encerrar esse texto. Estou quase vomitando.

Falta dignidade aos governantes

     Não foi por falta do dinheiro dos royalties provenientes da exploração do petróleo, certamente. A mais recente mortandade de peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas é apenas um dos pequenos reflexos do descalabro administrativo imposto ao Estado do Rio de Janeiro, como um todo, e à cidade do Rio em especial. Peixes morrem na Lagoa há dezenas de anos, vítimas da incúria. Assim como morrem nas lagoas de Jacarepaguá e estão desaparecendo da Baía de Guanabara, receptáculos de toneladas e toneladas diárias de esgoto sem tratamento.
     Nossas praias, tão afamadas e lotadas, são vergonhosamente poluídas. E não 'apenas' as areias. O mar em que mergulhamos é um caldo de dejetos. O Rio fecharia para balanço se os turistas estrangeiros se dessem ao trabalho de dar uma olhada nas condições das nossas praias, publicadas diariamente em O Globo, por exemplo. Uma vergonha!
     Os rios e canais que cruzam nossa cidade são meros valões fétidos. Basta uma chuvarada mais forte para espalhar doenças por toda a parte. Já nos meus tempos de cobertura da Cidade, ainda no velho O Jornal, usávamos a imagem do Maracanã para mostrar o volume de porcaria que era despejado diariamente na Baía de Guanabara. Há 30 anos, estimávamos em um Maracanã lotado de esgoto por dia. Hoje, arriscaria dobrar a aposta.
     Moleque de Marechal Hermes, no começo dos anos 1960, cheguei a mergulhar nas águas das ainda razoavelmente limpas praias da Ilha do Governador e de Sepetiba, as escolhidas por nós, suburbanos assumidos que não se atreviam além do túnel, nos paraísos de Copacabana, Ipanema e Leblon. Hoje, há pouca diferença. Um pouco mais, ou pouco menos, de democráticos coliformes fecais.
     A poluição das nossas águas é apenas um exemplo do desleixo com que somos tratados nessa cidade-de-faz-de-conta. O Globo de hoje nos fala, também, das agressões e assaltos a estudantes na Gávea. E os tais royalties continuam a jorrar nos cofres oficiais. Pode até faltar dinheiro, mas nossa carência, de fato, é de dignidade.

terça-feira, 12 de março de 2013

Um viva às Falklands!!!

     Se fosse uma partida de futebol - esporte tão do agrado dos nossos 'hermanos' -, o resultado seria algo parecido com 19 a 0. Um placar humilhante e incomum até mesmo no futsal. Por 99,8% dos votos, os habitantes das Ilhas Falklands confirmaram o que o mundo já sabia, mas argentinos (compreensivelmente, até certo ponto) e alguns brasileiros (por absoluta estupidez e/ou desinformação histórica) insistem em não reconhecer: o arquipélago é britânico, e ponto final.

Um total de 1.672 kelpers (como são designados os habitantes do arquipélago) foram democraticamente e ordeiramente às urnas, nos dois últimos dias, e exorcizaram o fantasma de uma ocupação argentina, que não encontra sustentação, exceto o fato de as ilhas ficarem mais perto de Buenos Aires do que de Londres. Foram 1.669 votos a favor da continuidade do domínio do Reino Unido e três (é isso mesmo, três!!!) contra.

O referendo foi tão democrático que esses três (isso mesmo, três!!!) indivíduos puderam se expressar livremente. Mas democracia e liberdade não são conceitos muito agradáveis na lamentável Argentina dessa lastimável presidente Cristina Kirchner, que não se envergonhou de ressuscitar o discurso dos generais da ditadura mais sanguinária da América do Sul.

Eu, que - em respeito aos kelpers - jamais chamei as Falklands de Malvinas, fico ainda mais à vontade para apontar as incoerências do governo desse que já foi o mais desenvolvido e culto país das Américas. E não faz tanto tempo assim, em termos históricos. Pouco mais de cem anos. Mais uma evidência de que não é preciso muito para destruir um país.

Fora também com Genoíno, João Paulo 'et caterva'

     É evidente que qualquer pessoa com um mínimo de decência está se sentindo atingida com a manutenção do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Racismo e homofobia são manifestações que devem ser expurgadas da nossa vida, especialmente quando expressos na nossa Casa de representantes.
     Mas não são as únicas, como o noticiário e a 'mobilização' social parecem indicar. O país precisa estar constantemente atento à manipulação dos seus sentimentos, das suas emoções, quase sempre com objetivos que extrapolam os desejáveis.
     A concentração do repúdio sobre esse personagem que se apresenta como 'pastor' atende também aos interessados em desviar o foco das demais questões morais que nos afligem e envergonham. Tenho escrito - e vou me permitir insistir - que a presença dos petistas paulistas José Genoíno e João Paulo Cunha na Comissão de Constituição e Justiça é tão indigna quanto a de Marco Feliciano. Ou ainda mais deplorável.
     Sinceramente, ou não (não vou julgar), o tal pastor tem mostrado arrependimento e pedido tempo para mostrar uma nova face. Garante que não é racista - até exibiu uma foto ao lado da mãe e do padastro, que é negro - e que respeita o indivíduo, independentemente da orientação sexual, embora não concorde com ela.
     Genoíno, João Paulo e seus asseclas, por sua vez, não exibem o menor sinal de arrependimento, de vergonha. Ao contrário. Com o apoio integral e enstusiasmado do PT e do Governo, continuam afrontando a Nação, com suas presenças na Câmara e na vida pública. Corruptos e quadrilheiros condenados à cadeia, deveriam estar sendo alvos do opróbrio por parte de todos os personagens dignos dessa infeliz República.
 

segunda-feira, 11 de março de 2013

Canalhice ideológica

     Você sabe, mesmo, o que o governo brasileiro pensa sobre o Irã, a Coreia do Norte e a Síria? Ou sobre algo - digamos - mais prosaico, como o estímulo do governo chinês à matança de elefantes, para extração do marfim? É claro que alguém com um mínimo de informação sabe que fazemos parte dos apoiadores do que há de pior no mundo, inlcuindo, nessa relação, os governos venezuelano e cubano, é claro.
     Esse apoio, entretanto, não é evidente, transparente. É algo escamoteado, disfarçado, covarde, politicamente vigarista, insustentável ideologicamente. E conta com o apoio iníquo de autointitulados liberais, a turma que divide o mundo entre os bons (todos de 'esquerda', é lógico) e o resto.
     Não li um comentário ou manifestação sequer que tenha partido dos nossos 'setores progressistas' sobre o comportamente irracional e criminoso, por exemplo, do governo coreano do norte, ao insistir em testes nucleares e em ameaças à Coreia do Sul, contra determinação do Conselho de Segurança da ONU. Nossos governantes, como de hábito, mantiveram-se em conveniente silêncio.
     Basta, entretanto, que algum soldado israelense reaja com rigor às pedradas e bombas de algum palestino ignorante para que o caso se transforme em comoção. E os nossos ambientalistas, que tapam os olhos quando os camaradas chineses inflacionam o mercado da morte da fauna africana?
     Para ficar em um tema mais próximo: os herdeiros do bufão Hugo Chávez atropelaram a Constituição e estão transformando as próximas eleições em um grande circo macabro, destinado a eleger um cadáver para sempre insepulto, sob as bênçãos da turma palaciana. Fico procurando uma dose de indignação que seja, contra o desrespeito à Lei, mas não encontro. E não consigo esquecer o que a covardia brasileira fez com o Paraguai, quando da destituição constitucional do 'bispo' priápico que comandava o país.
     Por aqui, em terras brasilienses, a justa revolta contra a eleição de um deputado racista e homofóbico para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara perde credibilidade quando não é acompanhada pela necessária reação à indicação de quadrilheiros e corruptos petistas para a Comissão de Constituição e Justiça.
     Mas essa é a lógica canalha que vem prevalecendo no Brasil, em especial, e na América do Sul, em geral, com as honrosas exceções do Chile e da Colômbia, principalmente. Aqui, pede-se o enforcamento de um pastor vigarista, mas esquece-se com extrema facilidade a agressão moral que representa a presença de José Genoíno e João Paulo Cunha no Congresso. Mas João e José são petistas e, por consequência, 'de esquerda'. E aí ...

domingo, 10 de março de 2013

O lixo emerge de sob o tapete

     A reportagem está em O Globo. Objetiva, factual. O texto das repórteres Catarina Alencastro e Isabel Braga é apenas e tão-somente noticioso. Retrata um fato, indiscutível, acima de tergiversações. Os ex-ministros Carlos Luppi (PDT) e Alfredo Nascimento (PR), defenestrados do Trabalho e dos Transportes, respectivamente, por envolvimento em pilantragens, em meio à crise de dignidade do primeiro ano da Dilma Rousseff, estão de volta à Corte, convidados pela presidente.
     Não se trata de uma volta formal aos postos que desonraram - tanto que foram excluídos, na tal 'faxina', que não passou de um ato de marketing -, mas à cozinha do poder, à antessala das decisões petistas, das alcovas. Pois os dois representantes da dissolução moral que marcou (?) o governo Dilma foram chamados para conversar sobre a reforma ministerial que vai consolidar os apoios à reeleição da presidente. Tudo o que vem sendo e será feito nesse país tem um objetivo apenas: garantir o maior apoio posssível a Dilma Rousseff no embate com Eduardo Campos (PSB-PE), em especial, pelo mais alto posto do governo.
     "Isso é política, idiota", poderiam gritar os convenientemente pragmáticos defensores dos atuais detentores do poder. Não tenho a menor dúvida. Essa é a política desenvolvida pelo esquema que domina o país há 10 anos e que insiste em posar de sério, exemplar, intransigente com os ilícitos.
     Poucas vezes na nossa história um grupo partidário que se apresenta como honrado fez tantos acordos indignos com tantos grupos desqualificados, exibindo a mais completa identidade entre eles. Não consigo ver diferenças marcantes entre Paulo Maluf e Lula; entre Rosemary Nóvoa e Dilma Rousseff, as duas últimas, produzidas pelo mesmo criador, com objetivos distintos, é verdade.
     Além de atingir Lupi e Alfredo Nascimento, a 'faxina' de 2011 atirou alguns personagens para 'debaixo do tapete', entre eles os ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda), Mário Negromonte (Cidades), Orlando Silva (Esporte), Pedro Novais (Turismo) e Wagner Rossi (Agricultura). Todos estão por aí, leves, lépidos e fagueiros. Nada aconteceu com eles, ou com os patrimônios que acumularam.
     Na prática, continuam dando as ordens, influenciando, determinando a divisão do bolo oficial entre correligionários. O tempo é o grande aliado dessa gente.

sábado, 9 de março de 2013

Momentos burlescos

     Pelo menos três momentos pouco edificantes marcaram a noite de ontem nas tevês. O primeiro deles, em cadeia nacional, foi o lastimável pronunciamento da candidata à reeleição, Dilma Rousseff, para marcar o 'Dia Internacional da Mulher'. Quanta mesmice, quanta bobagem, quanta obviedade em um discurso eleitoreiro que parecia dirigido a portadores de um QI semelhante ao de galinhas (é assim que essa gente trata a população).
     O ex-presidente Lula dizia e diz asnices semelhantes, a todo momento, mas consegue transmitir alguma emoção. Ele é , de fato, um simplório ignorante que acredita ser um enviado dos deuses para atuar em uma assembleia do sindicato chamado Brasil. Nossa presidente não tem a mesma - digamos - 'desenvoltura'. Aquele ar intimista que tentou transparecer na sua fala destinada "às amigas" recendeu a farsa e me fez, mais uma vez, ficar envergonhado de nossos dirigentes. Pobre Brasil!
     As outras cenas farsescas foram exibidas no Jornal Nacional. Não consegui, ainda, me decidir pelas mais lamentáveis. As cerimônias fúnebres do venezuelano Hugo Chávez foram marcantes. O discurso do novo presidente nomeado pelo antecessor merece ser incluído entre as peças mais burlescas da história política mundial. Os gritos, o choro, as referências, as ameaças e as acusações rocambolescas pareciam exumadas de um pastelão dos anos 1950.
     Vendo e ouvindo Nicolás Maduro tentar incorporar o papel de defensor perpétuo do legado (?) chavista, acompanhado atenta e devotamente pelo lixo político mundial (destaque para os ditadores cubano Raul Castro e iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o mais aplaudido, entre outros menos deploráveis), imaginei o futuro imediato do povo venezuelano. Pobre Venezuela!
     Mas o dia não estaria completo sem a ridícula apresentação do ridículo ditador coreano do norte Kim Jong-Um. Neto e filho de assassinos, ele mesmo um jovem e promisssor criminoso, protagonizou uma exibição capaz de rivalizar com o sepultamento (?) de Hugo Chávez. As cenas retratando a sua chegada a um ponto qualquer do país - dezenas de militares atiraram-se às águas geladas do mar para receber sua embarcação - conquistaram um lugar entre as as piores de todos os tempos.
     Fico imaginando o que aconteceu com algum soldado que não tenha demonstrado a veneração exigida. Quando o pai do ditador de plantão morreu, a população foi obrigada a exibir todo o desespero da Nação na frente das câmeras oficiais. Quem não convenceu, foi preso. Em alguns casos, a ausência de 'sentimento' acabou em frente a um pelotão de fuzilamento. Pobre Coreia do Norte!

sexta-feira, 8 de março de 2013

Cadeia infinita

     Vinte e dois anos de prisão, podendo sair em pouco mais de sete (um terço), por um crime bárbaro, com requintes de crueldade inimagináveis. Não me parece justo. Nesses momentos, sou amplamente favorável à pena de morte. Ou será que alguém imagina que o ex-goleiro Bruno vai deixar a cadeia recuperado, arrependido de ter sequestrado, torturado, mandado matar, esquartejar e dar parte do corpo de Eliza Samúdio para os cães?
     Esse facínora, cínico e canalha participou de duas festas nas horas seguintes ao crime. Bebeu, dançou, namorou, comemorou a morte da ex-namorada, mãe de seu filho. Descoberto o crime, inistiu na tese de que a jovem estava viva, escondida em algum lugar. Desafiou a polícia e os sentimentos da família da vítima. Riu, debochou.
     Nos últimos dias, seguindo o script traçado pelos advogados, confessou quase tudo, como se estivesse arrependido. E chorou, como se tivesse sentimentos.
     Espero que não saia jamais da cadeia.

Feliciano e o PT, tudo a ver ...

     Essas redes sociais ... Nada escapa. Talvez por isso sejam tão temidas pelos ditadores de plantão e seus asseclas. Graças ao Facebook, por exemplo, fiquei sabendo que o racista e homofóbico deputado Marco Feliciano (PSC-SP) fez parte da linha de frente da então candidata à presidência, Dilma Rousseff. Uma foto - e elas, as fotos, não mentem, desde que não sejam manipuladas - exibe o agora presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara muito bem localizado entre os integrantes do primeiríssimo escalão presidencial.
     Uma parte do pagamento veio agora, através da Comissão, que historicamente pertencia à cota do PT. A turma da base cedeu a vez para os aliados, sem imaginar que esse toma-lá-dá-cá fosse gerar tamanho desconforto. Tanto que o 'pastor' foi eleito com extrema facilidade, com a conveniente 'omissão' dos dois maiores partidos desse país, o PT e o PMDB, e de representantes da oposição, que cederam seus lugares a esse tal de PSC.
     A reação indignada da sociedade expôs o absurdo. É inaceitável que alguém com o histórico de Marco Feliciano ocupe esse lugar de destaque no Congresso. Assim como é inadmissível que os bandoleiros petistas José Genoínoe João Paulo Cunha, prestes a ir para a cadeia por corrupção e formação de quadrilha, façam parte da Comissão de Constituição e Justiça.
     No caso desses útimos, estou aguardando a mobilização da "sociedade", entre aspas.

Pobre Venezuela (3)!!!

     Os lamentáveis capítulos dessa tragédia venezuelana continuam sendo escritos pelos farsantes que assumiram o poder, num evidente e claro desrespeito à Lei, mas com o respaldo das republiquetas bananeiras vizinhas, entre as quais, lamentavelmente, o Brasil dessa deplorável Era Lula faz questão de se incluir.
     As cenas e notícias que chegam de Caracas são deprimentes. A estupidificação do país segue em ritmo acelerado, graças à exploração dos sentimentos de uma massa ignorante que vem sendo manipulada há mais de uma década. Golpistas, o atual 'presidente em exercício' e seus acólitos manipulam as emoções e abrem caminho para institucionalizar uma seita, num processo que remete aos mais atrasados conceitos de política, a um irreversível encontro com o atraso.
     Repete-se, no século 21, um processo de culto à personalidade que entronizou alguns dos expoentes dos mais lamentáveis momentos da história do século passado, como os genocidas e 'camaradas' (não necessariamente nessa ordem) Stalin e Mao Tse Tung, além de outros ditadores populistas de menor expressão, como o argentino Juan Peron, uma espécie de tio-bisavô caquético dessa quase insuperável em medicocridade Cristina Kirchner.
     O prolongamento do funeral e a promessa de embalsamar o corpo de Hugo Chávez, para expô-lo, nada mais são do que técnicas vagabundas de explorar o lado mais medíocre e simplório do povo. Governos que não têm conteúdo programático nem estofo político apoiam-se em jogadas de marketing emocional.
     O culto a 'pais da pátria' reflete a falta de conteúdo, a ausência de ideias e projetos consistentes para enfrentar o desafio de qualificar a vida das populações. Para gente desse tipo - os 'bolivarianos' sul-americanos, seus assemelhados e ditadores em geral -, tudo se resume em distribuir bolsas e, no caso venezuelano, tevês de 40 polegadas chinesas trocadas por petróleo.
     Pobre Venezuela!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Mais uma canastrice

     Eu não concordo com a ignominiosa carga tributária que o Estado atira sobre nós, sem a devida contrapartida em serviços decentes. Pagar IPVA para trafegar em estradas esburacadas e mal-sinalizadas é um acinte. Ser obrigado a pagar plano de saúde particular para não correr o risco de ficar jogado em um corredor de hospital é uma agressão inaceitável. Assim como ser compelido a evitar sair de casa em determinados horários, para dificultar - não estou falando em impedir - o trabalho dos assaltantes. E as taxas bancárias?
     Mas nem por isso posso me dar ao luxo de sustar os pagamentos, chutar para o alto esse estelionato patrocinado pos todos os escalões do governo. Esse lamentável governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, acha que pode. Num gesto teatral - como todos os que esse canastrão produz -, destinado às arquibancadas, nosso gestor decidiu suspender todos os pagamentos do Estado, em represália à derrubada do veto presidencial à Lei dos Royalties.
     Como se ele estivesse acima do Congresso - mesmo sendo um Congresso desmoralizado. E como se esse mesmo Congresso não fosse comandado pelo seu partido, o PMDB, em conluio com o PT. E já não entro, sequer, na discussão sobre a essência da questão - sou um defensor da democratização de todos os nossos recursos naturais. Esse tipo de atitude é incompatível com o estado democrático. Há caminhos legais para contestar. Esgotados, não caberá outro caminho a não ser o do respeito.
     O resto é vigarice - mais uma -, de olho nas eleições do ano que vem.

Vigarice e estelionato

     A vigarice ideológica desmoraliza sentimentos que são justos. O repúdio à indicação do tal pastor homofóbico e racista para presidir a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, como vem acontecendo com regularidade nesses anos de trevas, está sendo usado politicamente, no pior sentido da palavra. Já começam a surgir informações sobre o dedo do PSDB na eleição. E é inegável que ele - o dedo - está lá. Mas ...
     Ninguém parece lembrar que a comissão pertencia à cota do PT, que abriu mão dela para ficar com outras mais 'interessantes', como a de Constituição e Justiça, repleta de quadrilheiros condenados à cadeia. Tudo que é feito no Congresso tem a aprovação do PT e do PMDB, que comandam as duas casas, direta e indiretamente. E quando falamos em PT e PMDB, estamos nos referindo ao Governo.
     Esse raciocínio vale para comissões e vetos. O resto é puro estelionato intelectual.

Royalties para todos

     Alguém tinha alguma dúvida que o Congresso derrubaria o veto presidencial à lei que democratiza a distribuição de royalties da exploração de petróleo? É evidente que deputados e senadores estranhos ao eixo Rio-Espírito Santo- São Paulo defenderiam seus estados, ou não estariam sendo coerentes. Todos sabiam disso, especialmente a presidente Dilma Rousseff, que apenas e tão-somente jogou para a plateia, ao vetar e propor a destinação futura do dinheiro para a educação.
     Malandramente, o Governo lavou as mãos e posou de mocinho, ao mesmo tempo em que deixou o barco correr a favor dos cofres da maioria absolutíssima dos estados. No fim, ficou bem com todos.
     Particularmente - e tenho repetido essa opinião -, sou inteiramente favorável à ampla, geral e irrestrita distribuição de todas as riquezas nacionais, independentemente do resultado do que eu chamo de 'roleta geológica'. Ou não seríamos uma Nação. É claro que defendo a indenização por investimentos e cuidados inerentes à exploração de petróleo. Não seria justo que os estados produtores pagassem para gerar as rquezas.
     Os lucros, dividendos etc, no entanto, devem ser bens nacionais. Não somos - nós, que nascemos ou vivemos no Rio, por exemplo - mais brasileiros do que sergipanos. O Brasil é o resultado do seu conjunto, do sentimento e das lutas que produziram esse país continental, tão diverso dos seus vizinhos.
     Temos, nós, das regiões Sul e Sudeste, uma dívida histórica que a produção de petróleo pode ajudar a começar a pagar. Atribuo essa histeria em torno da questão dos royalties aos velhos e deletérios interesses político-eleitoreiros, à briga por holofotes, especialmente às vésperas de eleições (e nós vivemos às vésperas de eleições, constantemente ...).
     Quanto mais democrática for a distribuição das riquezas nacionais, melhor será para o conjunto dos estados, para o país como um todo.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Os 'amigos do rei'


     Não li em outro lugar, apenas na Veja. Mas admito que possa ter sido divulgado: José Genoíno, João Paulo Cunha (ambos do PT paulista) e Paulo Maluf (PP-SP) foram confirmados na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.  É isso mesmo. Dois bandoleiros já condenados à cadeia por corrupção e formação de quadrilha e um foragido da Interpol, juntos, irmanados pelo mesmo ideal. 
    Embora tão grave quanto a indicação de um racista homofóbico para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (o pastor Marco Feliciano), a presença desses três lamentáveis personagens do cenário brasileiro na CCJ não mereceu tanto repúdio.  Não é de se estranhar. Afinal, Genoíno e João Paulo são petistas de carteirinha. E Maluf – como todos sabem – é um amigo fraternal do PT, do ex-presidente Lula e um dos maiores apoiadores da presidente Dilma Rousseff.
     Aliás, a presença de personagens nebulosos em funções importantes é uma das marcas dessa lamentável Era Lula. De bandidos declarados e vigaristas de ocasião. Basta verificar a folha corrida dos frequentadores dos primeiros escalões nos últimos anos, os verdadeiros 'amigos do rei'. 

Pobre Venezuela (2)


     Não consigo enxergar uma saída digna para a Venezuela, a curto prazo. Os últimos catorze anos de mediocridade, estupidez, ignorância, demagogia, populismo barato e sordidez ideológica capitaneados pelo presidente Hugo Chávez moldaram um país mequetrefe, para usar uma expressão bem a gosto dos defensores de bandoleiros e assemelhados.
     A patética aparição do vice-presidente Nicolás Maduro ao anunciar a norte do chefe e todo o circo fúnebre montado a partir de ontem são prenúncios de um futuro lamentável para o país, que vai sofrer muito antes de conseguir cruzar a barreira do atraso institucional em que se atolou.  
O culto à personalidade e o apelo ao artifício do inimigo da pátria fazem parte do receituário mambembe de governos de terceira categoria, como o venezuelano e o cubano, seu paradigma.  A comoção - que é real, especialmente entre as camadas mais ignorantes do povo venezuelano – é uma aliada da quebra das normas institucionais.
     Quanto mais tempo o defunto continuar insepulto, melhor para os que se propõem a atropelar a lei, que já vinha sendo agredida desde que ficou constatada a impossibilidade de Hugo Chávez assumir o governo para o qual – é verdade! – foi eleito.
     A lenta agonia e toda a encenação em torno da ‘recuperação’ do presidente serviram para acomodar os interesses, forjar saídas. A Venezuela continua sendo governada por alguém que não tem o direito legal de fazê-lo, mais um personagem ridículo nessa tragédia sul-americana.
     O elenco de canastrões já começou a se formar em Caracas, onde desembarcaram os inacreditáveis presidentes argentino, Cristina Kirchner, e boliviano, Evo Morales, dois dos que mais podem perder com a morte de Chávez, símbolos maiores do que há de pior no mundo da política internacional.
     Pobre Venezuela!

terça-feira, 5 de março de 2013

Pobre Venezuela!

     Não festejo mortes, nem mesmo aquelas que acredito politica e ideologicamente benéficas para o mundo, como a do presidente venezuelano Hugo Chávez. Normalmente respeito a dor das famílias, amigos e/ou seguidores. Mas não posso fingir uma consternação inverídica, pois não encontro um motivo sequer para lamentos. Ao contrário.
     As sandices proferidas pelo vice-presidente Nicolás Maduro são a prova mais cabal do grau de estupidificação gerado por Hugo Chávez. Eu não imaginava que alguém poderia ser ainda mais imbecil do que o líder 'bolivariano' que morreu hoje. Ao vê-lo (Nicolás) afirmando que o câncer que destruiu o arremedo de ditador foi provocado pelos Estados Unidos senti muita pena do povo venezuelano, fadado, ao que parece, a um futuro mergulhado no mais puro atraso.
     Poucas vezes lembro de ter ouvido tantas declarações irracionais quanto hoje. Nem mesmo Chávez teria chegado a esse paroxismo da ignorância, embora tenha se aproximado incontáveis vezes. Lula e quetais, entre eles o ditadorzinho iraniano, também vêm esgrimindo absurdos há algum tempo, mas em escala menor, sou obrigado a reconhecer.
     Esse energúmeno é o provável futuro presidente de uma das maiores potências petrolíferas do mundo.
     Pobre Vezenuela!

domingo, 3 de março de 2013

A grande epidemia

     Nem mesmo uma atividade prazerosa, como essa - escrever o Blog - resiste a uma dengue dupla em casa, incluindo o escriba que vos fala. Aos poucos, para minha satisfação pessoal e de alguns poucos (mas ótimos) leitores, vou tentar retomar o ritmo perdido. Os assuntos estão aí, aos borbotões. Basta passar os olhos (no meu caso, ainda está difícil) pela agenda do governo e dos seus partidos de apoio, esse saco de gatos ideológico que se vende por qualquer noitada à toa, um cinema ou um botequim, como diria um de seus gurus.
     O pensamento lógico - espero que o tenha - ainda custa a engrenar. A luz da tela do computador incomoda. Pelo menos estou em casa, ao contrário de minha mulher, internada. Assim como a decência vem sendo atingida pelos donos do poder há dez anos, fomos vitimados pelos mosquitos que nosso alcaide deixou de combater com a eficiência exigida. Infelizmente, não há soro que consiga ajudar o organismo público a superar a epidemia de indignidades que se espalha pelo país.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Se alguém gritar ...

     Talvez seja a reunião com mais bandoleiros políticos e seus asseclas por metro quadrado de todos os tempos. Estou me referindo, sim, à reunião do Diretório Nacional do PT, que será realizada amanhã e sábado em Fortaleza. Em debate, além dos acertos para a manutenção do Poder, alguns detalhes - como nos lembram nossos jornais, entre eles O Globo -, entre eles, o comportamento oficial com relação a José Dirceu.
     A turma sabe que não pode simplesmente dar um pontapé no traseiro do ex-ministro de Lula, colocando-o para escanteio. Ainda mais que ele - Dirceu - tem tudo para passar os próximos anos na cadeia, que é o lugar que merece, segundo nossa mais alta Corte, o Supremo Tribunal Federal.
     Com o ex-tesoureiro Delúbio Soares tudo foi mais fácil. Mediocre e simplório, ele aceitou o papel de bandido na farsa montada pelo PT e que acabou desmascarada no julgamento do Mensalão de Lula, o maior assalto institucionalizado aos cofres públicos e à dignidade do País em todos os tempos. 'Silvinho Land Rover' deu seu jeito: aceitou a culpa, fez um acordo com a Justiça, prestou serviços comunitários e desapareceu.
     Com Dirceu e Genoíno, entretanto, não está sendo tão fácil como com João Paulo Cunha (se corrompeu por 50 dinheiros, como um criminoso ordinário), por exemplo. Como lidar com a determinação do segundo homem mais forte do PT, o responsável pela 'formação' de Lula, de quem foi o mentor?
     A insistência com que Dirceu se apresenta na vida partidária oficial mostra bem que ele não se deu por vencido, que não vai passar alguns anos preso gratuitamente. Afinal - e ele disse isso várias vezes -, fez tudo com amplo conhecimento e participação da direção, um sinônimo para Lula. Vai pagar sozinho? Logo ele, que tinha o projeto de ser o sucessor de Lula?
     As últimas declarações do ex-presidente - divulgadas através de terceiros, já que ele foge de qualquer contato com jornalistas, com pavor de ser confrontado com o último escândalo que envolveu sua 'amiga' Rosemary Nóvoa - indicam que ele está tentando se desvincular, e à presidente Dilma, da imagem do Mensalão. "Quem errou tem que ser punido", teria dito, como se alguém pudesse falar algo diferente.
     Em momento algum, no entanto, o PT assume a responsabilidade pelo roubo, pela compra de votos e consciências, pela corrupção desenfreada. Um dos defensores dos quadrilheiros condenados - ele escapou, por 'falta de provas' - é o lamentável deputado paulista Devanir Ribeiro, acusado formalmente de lavagem de dinheiro pelo doleiro Toninho da Barcelona, algo que ainda não ficou esclarecido devidamente.
     Enfim, esse é o PT que vai se reunir para garantir mais quatro anos à frente desse pobre Brasil.