quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Denúncias atropeladas

     São tantos as denúncias de corrupção, roubalheira explícita, venda de informações privilegiadas e abertura de portas oficiais a empresas e empresários companheiros, que os fatos de sobrepõem e, por vezes, levam ao esquecimento. Envolvido 'intestinamente' com as últimas falcatruas (o enorme sucesso do novo 'Pelé das consultorias', o ainda ministro do Desenvolvimento etc, Fernando Pimentel, do PT mineiro), confesso que havia esquecido do suspeitíssimo caso de modificação de um projeto de transporte em Cuiabá, patrocinado pelo Ministério das Cidades.
     Pois é. Na verdade, temos dois ministros na fila do chute no traseiro, e não apenas um. Antes de as estripulias mineiras serem divulgadas, e ainda durante o tiroteio que abateu o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi - aquele que se disse 'perseguido pelo ódio da imprensa' -, havia outro caso no ar, envolvendo a pasta do Mário Negromonte, um dos representantes do PP em Brasília.
     O caso voltou ao noticiário, certamente contra a vontade do ainda ministro, graças ao seu depoimento, hoje, no Senado. Segundo a Folha, Negromonte negou tudo, é claro. Disse, basicamente, que as acusações de mudança irregular no projeto de transporte para Cuiabá, para atender à obrigações quando da Copa de 2014, fazem parte do "fogo amigo". Que a substituição de um parecer técnico favorável ao uso de ônibus em corredores exclusivos por outro, defendendo o veículo leve sobre trilhos, encarecendo o projeto em mais de R$ 500 milhões, não foi irregular. É mesmo, ministro?
     Negou, também, com veemência, que tivesse proposto uma caixinha de R$ 30 mil mensais a 'companheiros' do PP, para que defendessem sua permanência no cargo, como fora denunciado pela revista Veja, com base em acusações de personagens do partido.
     É assim que a vida flui, para essas pessoas. Elas seguem - até o fim - a cartilha que o ex-presidente Lula instituiu no Governo quando da descoberta do Mensalão. Negar, sempre. E acusar a direita e a imprensa golpista pelas acusações, quando for possível. Deu certo com Lula, que se reelegeu e elegeu a sucessora, apesar de todas as evidências de seu envolvimento com o maior escândalo da história brasileira.
     Essa impunidade presidencial fez com que muita gente imaginasse estar acima da lei e explica, em parte, a expropriação desenfreada dos bens públicos que vem se registrando no país nos últimos anos.

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