sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Professor dá uma 'aula'

     O professor Carlos Alberto Robeiro de Moura, a quem fui apresentado por reportagem do Estadão, conquistou, de imediato minha admiração. Num país demagógico e politicamente covarde, como o nosso, sua decisão merece constar num quadro de honra: ele, simplesmente, reprovou algo em torno de 60 alunos do curso de Filosofia da USP, por faltas. É isso mesmo: os meninos encapuzados que defendem a liberação da maconha nos jardins do campus, invadiram prédios e fizeram greve por conta própria. Como a vida acadêmica continuou, o professor cumpriu a lei e sapecou faltas nesses 'estudantes', que serão obrigados a repetir a matéria (História da Filosofia Contemporânea II) ano que vem.
     Bom para todos, em especial para essa garotada, que talvez aprenda alguma coisa, além de destruir o patrimônio público e atirar pedras em policiais e repórteres, não necessariamente nessa ordem. A declaração principal do professor, ao site da Universidade e reproduzida pelo jornal, é irretocável: "As aulas foram interrompidas antes de completar o mínimo exigido e os alunos foram avisados sobre isso", disse. "Não posso fazer nada. Não vou emitir um documento público falso. Não sou eu quem aprova ou reprova por falta. As pessoas têm presença ou não têm".
     De acordo com o Estadão, o site do Departamento de Filosofia exibe ainda a seguinte nota de esclarecimento do professor: "Segundo a legislação em vigor, o cálculo de frequência em disciplinas deve levar em conta a totalidade do semestre letivo. Assim, aulas não ministradas em função de piquetes, ‘cadeiraços’ etc são computadas como dadas e não frequentadas."
     Por ser uma instituição de excelência e democrática, a USP admite que os alunos recorram da reprovação. Espero, sinceramente, que percam o recurso e ganhem responsabilidade.

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