domingo, 15 de setembro de 2019

Um pouco de história, do Jalapão


O Jalapão – a Sudeste do estado do Tocantins e a 2.380 quilômetros do Rio de Janeiro – ainda é uma fronteira relativamente pouco explorada do ecoturismo, esse tipo de turismo que flerta com a aventura. Um 'deserto' repleto de cachoeiras, rios de água potável (algo absolutamente impensável nas nossas cidades), montanhas e uma razoável vida selvagem, que começa a ser ameaçada. Um 'deserto' onde brota o capim dourado, transformado em peças de decoração e bijuterias por artesãs locais.
Há 350 milhões de anos, essa área do Brasil foi o fundo de um oceano.
Existem dois períodos bem definidos no Jalapão: o chuvoso – que vai de outubro a abril – e o e seco (de maio a setembro). Na seca, as estradas – todas de terra - apresentam melhores condições e as águas do Rio Novo – o grande destaque da região - ficam mais baixas, facilitando o uso esportivo. A temperatura média é de 30ºC.
Com um solo relativamente pobre, o Jalapão ainda se mantém razoavelmente preservado da exploração agrícola. Grande parte da região é marcada por campinas e pelo cerrado ralo. Mas ainda é possível encontrar alguns trechos de mata junto aos rios.
Isolado do progresso, é uma das áreas de menor densidade do Brasil - média de 0,61 habitante por quilometro quadrado. A região começou a ser ocupada nos anos 1860, por nordestinos que tentavam fugir da seca. Em Mateiros existe uma comunidade negra (os mumbucas), descendente de ex-escravos fugidos do norte da Bahia. Foi ali que nasceu o artesanato com capim dourado, hoje difundido por toda a região.

 

 


sábado, 14 de setembro de 2019

O preço do conforto

Depois de passar o fim da tarde 'brigando' com o sistema de navegação - que insistia em nos mandar por lugares que eu não queria -, paramos em Jaraguá, já na Belém-Brasília. Agora, faltam 'apenas' 806 quilômetros para Ponte Alta do Tocantins. Chão para um domingo inteiro de direção. Há 11 anos, eu e Guilherme fizemos o mesmo percurso, com direito à bela travessia do Rio Tocantins, em Porto Nacional. PS: Venci a queda de braço com o 'Sistema', confiando na memória e na 'história'. Optamos pelo percurso mais longo, mas garantido. PS 2: As estradas estão em melhores condições do que há oito anos, sem a menor dúvida. Mas o custo é alto:já contabilizamos R$ 100 só em pedágios!

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Sobre pedágios e engarrafamentos

A partir de domingo, se os ventos da modernidade permitirem, vou postar diariamente textos e fotos dessa nova e aguardada incursão ao Jalapão (a minha sétima), um dos ainda mais bem preservados paraísos ecológicos brasileiros, no estado do Tocantins, bem próximo do que poderíamos chamar de a ‘tríplice divisa’, com a Bahia, o Piauí e o Maranhão.
A previsão é rodar cerca de cinco mil quilômetros (ida e volta) a bordo do modelo 2019 da picape Fiat Toro, num misto de aventura e turismo que vai atravessar parte do Rio, Minas, Goiás, Tocantins e o Distrito Federal; e o Jalapão.Ao longo desses dias, a Toro (modelo Volcano, diesel, 4x4) fará sua estreia em condições adversas, especialmente nos infindáveis quilômetros que ligam as três referências urbanas da região do Jalapão: Ponte Alta do Tocantins, Mateiros e São Félix do Tocantins.Hoje, sexta-feira 13, chegamos a Felixlândia, às margens da BR 040, como previsto. A viagem, entretanto, foi mais longa do que imaginávamos. O anel rodoviário de Belo Horizonte estava especialmente congestionado. Um percurso que exigiria, em condições normais, algo em torno de 30 minutos, custou-nos uma hora e meia.
A rodovia, em termos gerais, está boa, mesmo após Juiz de Fora, onde paramos para almoço, no restaurante ‘Fartura no Fogão’, como sempre fazemos, eu e Guilherme. A razoável qualidade da estrada tem um preço: gastamos R$ 68,80 em pedágios.


quinta-feira, 12 de setembro de 2019

De volta às estradas (e ao Blog)



     Tive a sorte, ao longo dos últimos anos, de conhecer praticamente todo o país, rodar por suas estradas (asfaltadas, ou não ...), navegar pelos principais rios (Amazonas, Negro, Madeira, Tapajós, Pará, São Francisco ...). Por algum motivo - ou por falta de um -, nunca estive no Acre e no Amapá (ainda pretendo corrigir essa ‘falha’). As Chapadas (Diamantina, dos Veadeiros e dos Guimarães) são imperdíveis, assim como os ‘pantanais’ Sul e Norte. E a avassaladora Amazônia.
     O Raso da Catarina - refúgio de Lampião e da Coluna Prestes -, síntese do sertão, é outro recanto especial. Mas é no Jalapão, pedaço mais espetacular do Tocantins, que eu me encontro mais profundamente. Já estive por lá seis vezes. Estou voltando agora, a partir de amanhã, sexta-feira 13 (só agora me dei conta dessa 'coincidência'). Três dias para chegar – cruzando Rio, Minas, Goiás e o próprio Tocantins, pela Belém-Brasília – e outros tantos para voltar, pela Rodovia Coluna Prestes, com direito a uma parada estratégica na Chapada dos Veadeiros.
     Como em três das seis ocasiões anteriores, vou com Guilherme, meu genro mais novo, o pai de João Pedro.
A Serra do Espírito Santo e a Cachoeira da Fumaça (abaixo)
 


Dessa vez, vamos apresentar esse enclave de natureza bruta a um velho
amigo, Luiz Augusto. 
Ao longo da viagem, vou tomar a liberdade de postar algumas fotos, indicações e reflexões. Resumidas, lá no Facebook. Mais amplas, aqui, no ‘O Marco no Blog’, que será ‘reativado’ provisoriamente, sem as incursões políticas que marcaram os seus primeiros anos de vida e
sua]interrupção, em benefício da minha ‘sanidade’. 

     A política - seja lá isso que sabemos que é! - está proibida de pegar carona conosco, nesse jornada. Exceto em situações cômicas, como a que relembro agora, vivida em Ponte Alta do Tocantins, porta de entrada do Jalapão:
     Estávamos em ano eleitoral. Eu e dois amigos mais do que fraternos - Paulo Sérgio e Tôni - vivemos, então, o clima belicoso e, ao mesmo tempo, cômico da disputa entre dois caciques locais, que se revezavam à frente da Prefeitura.
     Ponte Alta é dividida ao meio pelo rio que lhe dá o nome, o que serviu de 'mote' para o 'jingle' de campanha de um deles, o opositor do momento. Para deixar bem evidente a situação da cidade, um carro de som cruzava as ruas, som nas alturas:
     "Do lado de lá, a coisa 'tá' feia:
     Do lado de cá, o povo leva 'peia'.
     Jamais esquecemos esse primoroso exemplo da política brasileira.
     Ainda bem que, embora às vésperas de outubro, não haverá eleição, nessa minha volta (a sétima...) ao Jalapão.



quinta-feira, 31 de março de 2016

A gargalhada final

     Não é uma volta. Apenas uma visita. Mas acredito que absolutamente justificada, pelo simbolismo do fato abordado. Vamos ao texto sobre uma das mais eloquentes constatações de que essa lastimável era iniciada há 13 anos e três meses acabou:
     Foi muito mais do que uma prosaica risada coletiva, fruto de divergências políticas extremadas. Foi uma catarse. A gargalhada inundou a sala da Câmara, em Brasília - onde se desenrolava mais uma disputa em torno do fim desse lastimável governo -, como um tsunami. Foi estrondosa, acachapante, desmoralizante e absolutamente espontânea. A reação do plenário à afirmação da 'deputada' Jandira Feghali sobre a “honestidade” da ainda presidente Dilma Rousseff foi, no mínimo, emblemática. 
Nossa insistente presidente resiste em aceitar, mas ela e sua catastrófica passagem pelo Planalto já não têm razão de ser. A última pesquisa de opinião, divulgada há dois dias, exibiu índices devastadores: Dilma tem 82% de reprovação. A gargalhada apenas confirmou o grau de rejeição da sociedade e seu – dela, a ainda presidente – irreversível descrédito. 
     Com alguma sorte e ‘malabarismos’, um governante consegue recuperar prestígio, influência. O ex-presidente Lula é um exemplo disso. De candidato natural à cadeia, no Mensalão, reelegeu-se e elegeu sua criatura. Respeito é algo diferente. A gargalhada enterrou o pouco que restava a Dilma. Assim como o ‘pixuleco’ (o boneco vestido de presidiário) soterrou o mito do ex-presidente.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Uma quarta-feira de muitas 'emoções'

      Foi uma quarta-feira cheia, com emoções para todos os gostos. Reuni, abaixo, algumas observações que tomei a liberdade de fazer na minha rede social. Textos pequenos, que procuram sintetizar a enorme massa de informações e fatos.

Manifestações
Não estou tripudiando (respeito quaisquer manifestações), apenas constatando: o 'protesto a favor' foi um retumbante e estrondoso fracasso. Proporcional à inacreditável taxa de aprovação do Governo Dilma, risíveis 9 por cento. Não há distribuição de sanduíche, cancelamento de aula e transporte de graça que consigam dar bom resultado.

Celso Daniel
Esse fantasma continua assombrando a cúpula petista. O assassinato do prefeito Celso Daniel é uma página absolutamente aberta. Celso foi morto, segundo seus irmãos, quando decidiu revelar o esquema petista que achacava empresários de ônibus no interior paulista. Enquanto o dinheiro ia para a 'causa', ele aceitava. Quando descobriu que também recheava bolsos e bolsas graúdos, reagiu e acabou morto. Em tempo: segundo os irmãos do prefeito, o encarregado de transportar o dinheiro roubado era o ministro Gilberto Carvalho, o ex-seminarista que trocou o amor a Deus pela devoção a Lula. Levava as sacolas no seu Fusca. 
E ainda há quem defenda essa corja.

Tropa de choque
Tropa de Dilma Rousseff na Câmara ganha um reforço peso-pesado, acostumado a 'bater forte': Pedro Paulo é 'exonerado' da secretaria que ocupava na prefeitura e assume o mandato de deputado federal. Fico aguardando manifestações de repúdio ao novo aliado petista.

Rebaixamento
Para completar o cenário desastroso, os EUA, após quase uma década, acenam com uma elevação na taxa de juros, o que certamente vai atrair novos capitais. Temos um país corrupto, falido e apontado como potencial caloteiro. Parabéns, petistas e assemelhados. Vocês estão conseguindo.
PS: Pedindo licença a meu amigo Gilberto Menezes Cortes para dar 'palpite' em uma área que é dele ...

Dilma acabou
Em síntese: Eduardo Cunha 7 a 1. Essa gente consegue levar surra até mesmo de 'cachorro morto'.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Só se fala do Cunha ...

     Os marqueteiros sempre de plantão no Palácio Alvorada merecem a bolada que ganham, aqui e – ficamos sabendo no Mensalão e agora, no Petrolão – em paraísos fiscais. Dinheiro roubado, é claro, pois a turma que está no poder há 13 anos é chegada a uma investida nos cofres públicos, como as investigações da Operação Lava Jato estão provando e comprovando.
     Não se fala em outro nome, no Brasil. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ainda e renitentemente presidente da Câmara, é o grande vilão, o inimigo número um da democracia, o ladrão por natureza, manipulador de consciências, articulador de manobras espúrias, ameaças, favorecimentos, chantagens. E se alguém tão deplorável como ele é a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, fica evidente que ela é a ‘mocinha’.
     Esse ‘raciocínio’ – empurrado goela abaixo da população diariamente – de tão pueril, chega a ser indecente. Mas vem dando certo, de algum modo. É essa manipulação de emoções, um verdadeiro estelionato retórico, o único argumento dos que se alinham a esse grupo – a tal ‘quadrilha’, a que se referiu o ex-ministro Joaquim Barbosa, quando julgava o primeiro grande escândalo da era petista, a compra de apoios e distribuição de dinheiro roubado durante o governo Lula.
     Não há dúvida de que Eduardo Cunha, pelo que apontam as investigações, é passível, sim, de cassação. Também é evidente que ele usa todos os meios à sua disposição para tentar escapar do processo que, ao fim, poderá sepultá-lo em uma cela da Papuda, ou similar.
     Mas também é evidente, cristalino, que a ainda presidente Dilma Rousseff, por atos executados durante o ofício, e que contrariam frontalmente a Lei, pode ser apeada do poder, democraticamente. E não estou me prendendo, apenas, às tais ‘pedaladas fiscais’, que afrontam a inteireza que se exige de governantes. Há, ainda, o processo referente ao uso de dinheiro roubado da Petrobras na sua – dela, Dilma – candidatura, que corre no TSE.
     Não é pouca coisa, meus caros (“não é ‘bolinho’”, diria uma amiga, não muito feliz com a divulgação das vigarices oficiais). Por muito menos -  muito menos, mesmo!!! -, o atual senador Fernando Collor foi chutado merecidamente do Palácio, num processo alimentado especialmente pelo PT, cujo candidato à presidência, Lula, fora derrotado pelo ‘caçador de marajás’, naqueles idos de 1989.
     Não houve nada sequer parecido com o Mensalão. Petrolão? Nem de longe. O grande símbolo da pilantragem colorida foi a compra de um modesto Fiat Elba com dinheiro de procedência ‘duvidosa’. Hoje, aliado de seus algozes, Collor desfila pela esplanada de Brasília a bordo de carrões dignos de um Cristiano Ronaldo e recebe toda reverência de seus novos e fraternos amigos.
     Em contrapartida, o PT, ao longo dessa quadra trágica para a história brasileira, teve um ex-presidente, dois tesoureiros e diversos deputados presos e condenados. E a lista tende a aumentar exponencialmente, com o andamento das investigações lideradas pelo determinado juiz Sérgio Moro e por uma equipe de procuradores íntegros e imbuídos do espírito de missão. Ainda há muita podridão escondida nos desvãos petistas e assemelhados, como vaticinam os investigadores.
     O senador Delcídio do Amaral, por exemplo, ainda não contou o que sua mulher quer que ele conte. O sigilo bancário e telefônico de um dos filhos de Lula só agora foi quebrado. O conteúdo de várias colaborações premiadas ainda não foi aberto, por envolverem políticos.

     Mas só se fala de Cunha. Os 'caras' da propaganda são bons, mesmo.