quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Senado desmoralizado

     A frase que reproduzo em seguida, extraída de reportagem de Veja, é absolutamente verdadeira, em sua essência: "O Senado perdeu o poder e está perdendo o pudor", afirmou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), também favorável a uma candidatura alternativa (a Renan Calheiros, o virtual presidente da casa)".
     Nossos senadores, sucessores modernos da visão greco-romana dos mais egrégios representantes do povo, há muito tempo abriram mão do seu papel institucional. A falta de decoro invadiu e se enraizou nesse colégio de 81 cidadãos verdadeiramente eleitos.
     São negociatas, acordos, vantagens indevidas e inaceitáveis. O jogo do poder nivelou nossos representantes por baixo, com as exceções que confirmam a regra. A provável vitória e recondução à presidência do Senado do alagoano Renan Calheiros (PMDB) é uma evidência de que algo está muito errado no nosso hemisfério político.
     Só não encontro estofo no senador Cristovan para aparecer como mensageiro da dignidade, dois dias depois de dividir as honras de garoto propaganda do PDT com o ex-ministro Carlos Luppi, presidente do partido. Aquele mesmo que - acuado por denúncias - ameaçou a presidente Dilma Rousseff, arrependeu-se, fez juras de amor e acabou saindo do Ministério do Trabalho, acusado de atos não muito republicanos.
     Em questões éticas não pode haver meio termo.

Fábrica de boçalidades

     Além de escândalos dos mais variados tipos, essa deplorável Era Lula é uma das maiores produtoras de estúpidos. Um deles - personagem recorrente em boçalidades - é o presidente do PT, Rui Falcão, porta-voz dos pensamentos mais obscuros de uma gente que cultua os métodos stalinistas de governar, sonhando com o dia em que as liberdades essenciais estarão submetidas ao crivo dos poderosos do momento - a companheirada, é claro.
     Pois esse lamentável exemplo do que há de pior no mundo político-partidário voltou a manifestar seu desprezo pela verdade e pelas consquistas democráticas, durante encontro petista em Brasília, noticiado pelo O Globo. Sem o menor pudor, atacou novamente os meios de comunicação, aos quais classificou de "oposição sem cara", e pregou o que ele chama de democratização da imprensa.
     Para essa gente - repito sempre -, a imprensa ideal é a que não critica, não denuncia, não exerce o poder de vigilância e de intermediária com a sociedade. Algo semelhante ao que ocorre em Cuba, na Coreia do Norte e em outras ditaduras mais ou menos vagabundas. Quando um desses sujeitos fala em liberdade de expressão, como esse personagem deletério teve a ousadia de fazer, devemos entender que ele quer a liberdade de censurar o que não for de agrado do poder - desde que ele faça parte desse poder, é óbvio.
     O cubano Granma certamente não publicaria uma notícia sequer sobre as roubalheiras dos quadrilheiros petistas. Também ignoraria as 'estripulias comportamentais' do ex-presidente Lula; sua participação no assalto aos cofres públicos, no episódio do Mensalão; sua prova de amor ao deputado Paulo Maluf; suas incoerências e mentiras; sua abissal ignorância. Roubalheira em ministérios? Nem pensar.
     O cenário ideal do PT seria uma mistura do que há de mais atrasado no mundo. Uma síntese do populismo rasteiro de Hugo Chávez com o messianismo dos aiatolás iranianos. Uma mistura de Fidel Castro com Cristina Kirchner. Tudo isso, preservando os ensinamentos e exemplos deixados pelos maiores genocidas da história recente, Josef Stalin e Mao Tse Tung.
     Já ia esquecendo de destacar: esse encontro contou com as presenças dos 'deputados federais' José Genoíno - aplaudidíssimo, segundo O Globo - e João Paulo Cunha, dois dos bandoleiros condenados à cadeia pelo Supremo Tribunal Federal. O subchefe da quadrilha do Mensalão, José Dirceu, não estava no encontro, pois participava de um debate de desagravo promovido pela CUT, na ABI.
    O chefão está em Cuba. Lá ele pode andar pelas ruas sem medo de ser questionado sobre suas relações com a ex-chefe de gabinete da Presidência da República, Rosemary Nóvoa. Os repórteres cubanos só perguntam o que os ditadores permitem. A presidente? Ela finge que não faz parte desse lixo político.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

PT abraça Renan

     É oficial, formal, definitivo. O PT, através do seu futuro líder, o piauiense Wellington Dias, garante que vai apoiar integralmente o contestado Renan Calheiros na eleição para a presidência do Senado, marcada para sexta-feira. Ao Estadão, o líder petista afirmou que essa posição atende aos desejos do Palácio do Planalto, que vê no senador alagoano um parceiro fiel da presidente Dilma Rousseff.
     Contra os fatos não há argumentos. A propalada e inverídica moralidade do governo afunda a todo o momento em covas como essa. São raros, no entanto, os momentos de profunda 'sinceridade' como os que nos foram oferecidos pelo senador Wellington Dias. Ele, talvez por falta de traquejo, não teve dúvidas em escancarar a ligação íntima do seu partido e do seu governo com o provável novo presidente do Senado.
     "O PT está 100% 'fechado' com a decisão que o PMDB tomar, seja qual for o nome indicado", assegurou. Algo como o cheque em branco que o ex-presidente Lula disse, há alguns anos, que entregaria ao ex-deputado Roberto Jefferson, um dos quadrilheiros condenados pelo STF, ao lado de petistas de grande estirpe.
    
     Fica claro, então, que tudo o que vai acontecer no Congresso (o PT também apoia devotadamente o nome do deputado Henrique Alves (PMDB-RN) para presidir a Câmara) será de inteira responsabilidade do atual governo. Como normalmente acontece. A falta de decência no trato da coisa pública não é um atributo exclusivo do PT. Mas, certamente, foi exacerbada, elevada à potência mais alta, profissionalizada.
     Se houvesse um concurso de indignidades, hoje, no país, o PT ostentaria o título de 'hors concours', por imbatível, muito acima dos demais.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A farra dos anúncios

     Leio, no Estadão, que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), está fazendo uma licitação para a publicidade no valor de R$ 90 milhões. É um disparate. Todo esse dinheiro para exibir - nos jornais, rádios, tevês e revistas - nada mais do que sua obrigação: as eventuais melhorias na qualidade de vida da população.
     Esses recursos, certamente, teriam uma destinação mais útil, se aplicados em qualquer das áreas básicas. Argumentar que o governo está prestando contas à população, ao divulgar o que está fazendo com o dinheiro dos impostos, é uma falácia. Como todos os políticos, especialmente em cargos de direção, ele está usando um artifício para alimentar a próxima campanha eleitoral.
     Governos usam a publicidade como arma. Gastam verbas públicas para exaltarem seus feitos, quase sempre exagerando na dose de fantasia. Não é uma exclusividade dos governadores. Presidentes têm explorado exaustivamente essa brecha. Essa lamentável Era Lula, que já entrou no 11º ano, usa e abusa da publicidade. Fas isso regularmente, em especial nos anos eleitorais.
     O bombardeio de mensagens ufanistas e recorrentemente mentirosas leva em conta - não tenham dúvidas - a falta de memória crítica da população. Os programas são repetidos, com nomes mais pomposos; os números sofrem empurrões inacreditáveis. A se levar em conta, por exemplo, o que é anunciado oficialmente, não haverias uma família sequer morando em condições inaceitáveis.
     Nada melhor para engordar campanhas do que as inserções no Jornal Nacional e nas novelas. Quanto mais gente sorrindo com todos os dentes e crianças correndo felizes, melhor. Com uma 'vantagem' adicional: verbas gordas são um estímulo à leniência.
     Essa farra dos anúncios chega a ser indecente. Sabemos que não há melhor publicidade do que um trabalho executado com decência, qualidade que falta aos nossos poderosos.

A farsa venezuelana

     O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, nomeia ministro, escreve carta mas não aparece, sequer, em uma foto. Não seria preciso muito mais para que as dúvidas quanto ao seu verdadeiro estado de saúde fossem aclaradas, dando um toque de menos inconstitucionalidade ao governo em exercício. Aparecendo em razoáveis condições, daria mais peso à decisão de adiar sua posse, conferindo alguma credibilidade ao evidente atropelo da lei.
     É claro que não estou pregando uma versão cubano-venezuelana do embuste engendrado quando da doença do presidente eleito Tancredo Neves. A presença física de Chávez, mesmo em fotografia, no entanto, daria um mínimo de estofo às versões de que ele está em "plena recuperação, governando".
     Seu isolamento, que já se encaminha para o segundo mês, reduz drasticamente a já reduzida confiança nas estruturas da governança da Venezuela, que vive um vácuo de poder. Só mesmo em Cuba e em outros países igualmente totalitários seria possível manter em segredo um caso como o Hugo Chávez. O que explica sua opção pela medicina dos irmãos Castro, em detrimento da brasileira, evidentemente mais avançada e mais bem aparelhada.
     No Brasil, apesar de toda a afinidade político-ideológica e do horror que o governo devota à liberdade de imprensa, não haveria a menor possibilidade de silêncio, de escamotear formalmente a verdade. Como acontece em todos os regimes autoritários - mesmo que sob o disfarce de democracia, como ocorre na Venezuela -, a verdade e a liberdade de informação são tratadas como inimigas.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Tragédias não têm partido

     Há, sempre, culpas e culpados em tragédias como essa que está emocionando o país. É justo que haja um clamor por investigações, pela responsabilização. Mas não acredito absolutamente em caça às bruxas, normalmente atrelada à exploração politiqueira e demagógica de dramas com o potencial desse que desabou sobre a cidade gaúcha de Santa Maria.
     A mim, não importa - nunca importou - o vínculo político do governante de plantão. É óbvio que ninguém, conscientemente, contribuiria - até mesmo por omissão - para a morte estúpida de tantas pessoas. Não procurei saber o partido político do prefeito. Sei, no mínimo por obrigação, que o governador Tarso Genro pertence ao PT. E daí? Alguém pode afirmar que se ele pertencesse ao PV ou ao PSOL não haveria a conjunção de fatores que resultou na tragédia?
     Nesse primeiro momento, a única preocupação deve ser a de apoiar, da maneira que for possível, as famílias e amigos de tantas vítimas, o que, por si só, é uma tarefa gigantesca. Num futuro imediato, avaliar o que deixou e deixa de ser feito, não apenas no Rio Grande do Sul, mas em todo o país. E decidir, de uma vez por todas, se queremos deixar de ser uma nação de improvisos e jeitinhos. De remendos.

Escândalos sem limite

     O que dirá a presidente Dilma Rousseff sobre as reações enojadas da Nação decente ao tomar conhecimento de novos detalhes da pilantragem descoberta pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, evidenciando a estreitíssima ligação do advogado-geral da União, o petista Luís Inácio Adams, com o esquema de fraudes de pareceres? Será que vai acusar os 'descrentes', como fez ao lançar sua campanha pela reeleição, aproveitando o engodo do anúncio da redução das tarifas de eletricidade? Vai jogar a culpa de tudo nos 'inimigos' da Pátria?
     É bem mais provável que faça como seu antecessor e ela mesma vêm fazendo há dez anos: fingindo que o problema é na casa do vizinho, e não embaixo (ou em cima ...) da própria cama. O Estadão revelou nova leva das conversas indecorosas entre membros dessa deplorável Era Lula, envolvendo gente dos mais diversos escalões. Sobra, até, por tabela, para o ministro da Educação, Aloísio Mercadante.
     As investigações ainda estão sendo aprofundadas. Há a possibilidade real do envolvimento de mais do que os 24 indiciados no primeiro instante. Como em tudo que envolve o esquema de poder dominante, as ramificações vão se alastrando por toda parte, como uma praga.
     Os últimos dez anos, marcados - não se pode negar - pela inclusão social de milhões de brasileiros, estão, para sempre, associados à mais alta dose de roubalheira institucional da história do país, em todos os tempos. Nunca tantos roubaram tanto, em tão pouco tempo. Do Mensalão - a parte que ficou patente, uma espécie de iceberg da contravenção - aos sete ministros demitidos no primeiro ano do Governo Dilma, passando pela CPI do Cachoeira, sufocada no momento em que começou a voltar seu foco para os esquemas destinados a beneficiar campanhas e políticos companheiros.
     Ao longo desses dois anos de vida do Blog, sempre que me refiro a um escândalo dessa lamentável fase da nossa vida, faço questão de ressalvar que é apenas o mais recente, jamais o último. Os fatos acabam por comprovar essa sensação. A onda de assaltos aos cofres públicos não tem fim. Ela apenas se renova e modifica. A essência, no entanto, é a mesma.
     Nosso país, venho me repetindo, infelizmente, é gerido por ladrões.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Há algumas notas no caminho de Renan

     Vivemos recentíssimamente - em termos históricos - a lamentável República das Alagoas, capitaneada por Fernando Collor. Há dez anos convivemos com essa medíocre republiqueta sindical, que trata o país com a estreiteza mental de pelegos e que aposta na 'estabilidade' dos cargos - ancorada no apoio inegável da maioria da população - para cometer os atos mais vergonhosos.
     Em ambas, uma das mais presenças mais significativas é a do senador Renan Calheiros do PMDB, o mesmo que ocupou - pouca gente lembra - o Ministério da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso. A capacidade de adaptação desse personagem é invejável. Sobrevivente de um naufrágio quando presidia o Senado, em 2007, reconquistou o prestígio que alcançara apoiando o ex-presidente Lula, seu antigo inimigo.
     Hoje, conta com o peso dos votos entusiasmados do PT, do seu PMDB e até de parte do PSDB para voltar à presidência do Senado, cargo que deveria ser uma honraria concedida a poucos. No seu caminho, que parecia marcado por ventos absolutamente favoráveis, surgiu, entretanto, a Procuradoria-Geral da República, a mesma responsável pelo indiciamento dos quadrilheiros do Mensalão do Governo Lula.
     Segundo nos revelam nossos jornais, entre eles O Globo, o procurador Roberto Gurgel denunciou Calheiros pelo uso de notas de despesas falsas para justificar a despesas que teria feito para pagar a pensão de uma filha fora do casamento. O dinheiro, de acordo com as acusações, era fornecido pela empreiteira Mendes Júnior. O senador, para escapar da acusação, alegou que os recursos proviam da venda de gado.
     Pelo que se depreende da denúncia do procurador, as notas eram, mesmo falsificadas. Na época, Renan renunciou ao cargo, mas conseguiu manter o mandato. Hoje, caso o STF acate a denúncia (ele tem foro privilegiado), Renan - que já vem sendo alvo de críticas acentuadas - pode ser obrigado a desistir da caminhada de volta ao mais alto posto do Senado.
     Bom para a dignidade do país.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Um dia de tiros e pavor

     Os moradores da comunidade São José Operário, na Praça Seca, subúrbio do Rio de Janeiro, estão acuados. Há tiroteio entre policiais e traficantes, cena que voltou a se repetir, após um breve intervalo. Há alguns anos (quatro ou cinco), a região era inteiramente dominada pelos traficantes, que se exibiam, armados, por todas as ruas do morro. Prevalecia a lei da selva, imposta pelos bandidos, que cobravam pedágio para tudo.
     Após uma batalha violenta, que deixou mortos e feridos, uma milícia assumiu o comando do local e o controle dos 'negócios'. Os traficantes desapareceram por algum tempo, mas prometiam, recorrentemente, voltar. Tentaram algumas vezes, mas foram rechaçados pelos milicianos. Até que o Estado decidiu intervir e sufucou a milícia. Parecia, então, que a comunidade estava sendo reintegrada à cidade, livre.
     A sensação durou pouco. A presença policial durou o tempo que o noticiário sobre o embate com milicianos ocupou as primeiras páginas e os horários nobres. A milícia voltou, mas sem o poder de antes, disfarçada, menos ostensiva.
     Era o sinal que os outros bandidos esperavam para atacar. O assédio ficou mais intenso há uma semana. Ousados, grupos de traficantes começaram a aparecer de repente, renovando ameaças e espantando os cães nas suas incursões noturnas. A milícia reagiu, matou um ou dois, mas demonstrou a fragilidade que estimulou um ataque mais intenso e a renovação de ameaças. Quem - na visão deles - apoiou os milicianos iria pagar bem caro. Até mesmo casas compradas através da Associação de Moradores, recentemente, seriam retomadas.
     O confronto entre os bandos intensificou-se ontem. Hoje, a Polícia voltou. Quem estava em casa tratou de fechar portas e janelas, na tentativa de escapar de balas perdidas. Qualquer que seja o resultado, já há um derrotado - o Estado, que não cumpriu sua função - e milhares de vítimas.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Olha o PT de novo aí, gente!

     Mais um exemplo esfuziante da farra petista com o dinheiro público. Segundo Veja, a Justiça Federal decidiu que houve superfaturamento na venda de um helicóptero do fabricante Helibras para o governo do Acre, feudo dos irmãos Viana: Tião, o governador de plantão; e Jorge, ex-governador. Na época da negociata - a pilantragem passou de R$ 560 mil -, o estado era governado pelo também (é lógico) petista Binho Marques. E o Conselho de Administração da Helibras - pasmem!!! - era presidido por ... Jorge Viana.
     Para 'fechar' o circulo, a dinheirama foi bancada pelo Ministério da Justiça, chefiado, na época (2008), por Tarso Genro. E não por caso - nunca é, nessas vigarices com a impressão digital petista -, a Helibras, ainda sob a presidência de Jorge Viana, bancou uma viagem para funcionários do Ministério, justamente os responsáveis pelo aval da compra, como foi divulgado pela Folha.
     A negociata, em si - como fica claro na reportagem -, mereceria mais do que a condenação ao ressarcimento do que foi pago a mais pelo tal helicóptero, que custou a bagatela de R$ 7,9 milhões. A licitação para a compra - de acordo com denúncias feitas na ocasião - chegava a detalhes que eliminavam a concorrência. Coisa de doutores em vagabundagem. Essa cambada toda deveria estar na cadeia, ou prestes a entrar nela, como estão os bandoleiros do Mensalão, seus companheiros.
     Será que o Olívio Dutra também sabia dessa maracutaia?

Verdades e mentiras sobre a 'saúde' de Chávez

     Acho que muita gente ainda lembra da foto do presidente Tancredo Neves, pouco antes de sua morte. Tancredo aparece sorrindo, ao lado da equipe médica que o atendia, como se estivesse em plena recuperação e pronto para assumir o cargo que acabou no colo de José Sarney, por artes e manhas do então ministro do Exército, general Leônidas Pires Gonçalves.
     Na verdade, Tancredo estava amparado para não desabar. Na época, a farsa objetivava garantir a estabilidade institucional necessária à passagem para o regime democrático. Embora os propósitos fossem razoavalmente decentes, os meios usados ainda eram um resquício dos tempos do regime militar.
     No caso venezuelano, toda a especulação - incluindo, aí, a tal foto falsa de Hugo Chávez publicada pelo jornalão espanhol El País - é fruto, justamente, do viés totalitário e antidemocrático que assalta nosso vizinho. Em democracias que se prezam, as condições de saúde de um chefe de estado não devem, sob qualquer hipótese, ser escamoteadas da população.
     O que se assiste, na Venezuela, é a um rito bananeiro e vergonhoso, no qual as leis do país e direito do povo à informação são atropeladas pelos interesses de um grupo político, independentemente de ter, ou não, o apoio da população. O fato, esse, sim, incontestável, é que Hugo Chávez está apartado do mundo desde que, em dezembro, viajou para a ilha dos irmãos Castro para mais uma cirurgia destinada a combater um câncer devastador.
     O que se sabe de sua 'saúde' sai da boca de seus auxiliares diretos, entre os quais o presidente interino e ilegal Nicolás Maduro. A semelhança com o caso brasileiro é, como se vê, muito forte, pois a presidência da 'República Bolivariana' deveria ter sido assumida pelo presidente da Assembleia, Diosdado Cabello. No Brasil, a possibilidade de o Governo ser entregue ao então deputado e presidente da Câmara, Ulisses Guimarães, alimentou os acordos que levaram Sarney ao Planalto.
     A 'barriga' monumental do El País - que se desculpou formalmente da falha - serviu para Nicolás Maduro e seus comparsas, como fazem todos os políticos totalitários, desviar em o foco do tema principal. O governo venezuelano acena com manobras internacionais destinadas a desestabilizar a Venezuela. Mais uma das enormes bobagens que fazem parte do be-a-bá dos ditadores. Deveria, por decente, apresentar as provas irrefutáveis de que Hugo Chávez está se recuperando.
     Mas isso, pelo que se pode presumir - em regimes autoritários, nada é transparente -, está longe de ser possível.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cadê o Lobão?

     A presidente Dilma Rousseff fez mais uma aparição na tevê. Em tese, estava anunciando o que já havia anunciado - a tal redução da tarifa de energia, adotada muito DEPOIS - é inacreditável que esse fato seja 'esquecido' - do aumento que passou a vigorar em dezembro. Na verdade, usou um artifício para dar a partida informal na sua campanha pela reeleição e, de quebra, desviar as atenções sobre o péssimo desempenho da economia e de seus parceiros de partido (os quadrilheiros condenados pelo STF) no último ano.
     A presidente, assim como seu mentor, usa e abusa - com maestria, reconheço - dos sumiços e aparições estratégicos. PIB ridiculo? O Mantega está aí para falar durante hora e meia e nada dizer. A secretária da Presidência é flagrada em atos atentatórios à moral e aos bons costumes? Isso é assunto para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um mestre em tergiversar.
     Mas na hora de falar em redução - manipulada, não esqueçamos! - de alguma tarifa, sai da frente que ela se apresenta para ler aquelas frases medíocres, vazias e populistas preparadas pela turma do marketing. Vamos ver se nossa dirigente maior vai aparecer para justificar o aumento do preço dos combustíveis. Isso é tarefa da dona Graça? E o Lobão, serve para quê?

Um show vergonhoso

     A capacidade de o Brasil gerar, a cada dia, mais motivos de vergonha é, ao que os fatos indicam, inesgotável. Só li a notícia na Folha, mas acredito que seja uma daquelas que mereceriam estar nas manchetes de todos os jornais e revistas. O governador do Ceará, Cid Gomes, do PSB, irmão do ex-ministro e eterno candidato a tudo Ciro Gomes, pagou RR 650 mil por um show da cantora Ivete Sangalo, na inauguração de um hospital em Sobral, não por acaso a cidade natal dos dois ínclitos políticos.
     E o que é pior: o Tribunal de Contas, segundo o jornal, não teria encontrado qualquer irregularidade no caso, apesar de instado pelo Ministério Público de Contas, que vai insistir. Em qualquer lugar decente, o governador estaria sendo atirado pela porta do palácio, com um pontapé no traseiro, e processado, para devolver esse dinheiro que, certamente, teria um destino mais sério em um estado violentado pela seca e por bolsões de miséria.
     Esses desatinos, infelizmente, fazem parte de uma cultura demagógica e populista exercida por políticos sem escrúpulos. É assim que vigaristas do Brasil inteiro, dos diversos níveis de governança, exploram a população. A contratação de shows transformou-se em prática. É o velho circo que garante - com o dinheiro público! - os votos necessários à perpetuação no poder.
     E essa gente ainda se acha no direito de defender esse tipo de acinte.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A esperança que vem da Justiça

     A cada nova condenação do empresário Marcos Valério - como a noticiada hoje, a quatro anos de prisão, além de multas, por fraude fiscal -, aumentam minhas esperanças de que ele não recue e - mais ! - aprofunde as acusações sobre o envolvimento do ex-presidente Lula e de outros próceres dessa era lastimável com o escândalo que ficou conhecido como Mensalão. O desespero de determinados criminosos é, historicamente, um grande aliado da Justiça.
     Enquanto um quadrilheiro condenado - desses medianos - ainda tem esperanças de ser ajudado pelos asseclas que estão em liberdade, ele avança e recua, diz e desdiz, esconde, guarda o trunfo. Findas as expectativas, restam a revolta - afinal, por que os outros não estão presos, também? - e a esperança de conseguir qualquer ajuda, uma cela com banheiro que seja, em troca de contar tudo o que sabe sobre os chefões.
     É a mesma que tenho em relação à ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa, e seus apaniguados. Ainda em liberdade, indo e vindo por aí, Rose e os irmãos Vieira alimentam a esperança de escapar das grades, confiando na força de seus parceiros. Afinal, o PT está no poder e tem feito o possível para ajudar o ex-presidente a escapar da trama aque ele mesmo armou e liderou.
     Os grandes entraves, no entanto, são duas conquistas da democracia: judiciário e imprensa livres. É verdade que há profissionais venais em todas as esferas, mas o comportamento de juízes, revistas e jornais, em geral, tem sido reconfortante, para desespero dos que exercem o poder, mesmo que por caminhos transversais.

Combate às drogas exige determinação

     Já expressei, algumas vezes, meu apoio integral a qualquer medida que, de alguma forma, ataque de frente a tragédia provocada pelas drogas, destaque para o crack, um verdadeiro flagelo que se abateu sobre o país, principalmente nas grandes cidades como Rio e São Paulo. Para mim, o cenário de legiões de zumbis morrendo aos poucos - e da maneira mais deprimente -, em praças públicas, é assustador e inadmissível.
     É evidente que esses miseráveis não podem - como não são, destaque-se - ser tratados como criminosos ou algo semelhante. São doentes, sim, vítimas de um dos males mais terríveis que assolam a humanidade. A história da filha que dopou o pai para conseguir encaminhá-lo a um tratamento é emblemática. Infelizmente, é uma exceção à regra. Na maioria absoluta dos casos, não há famílias estruturadas ou as drogas as desarticularam.
     O crack, em especial, é um dos maiores pesadelos dos dias atuais. Sua força destruidora tem um alcance incomensurável. Enfrentar esse desafio não é apenas uma função do Estado, mas uma obrigação, com as armas que forem necessárias. Imaginar que um desses miseráveis tenha capacidade de discernir sobre o que lhe convém é uma afronta à inteligência, um mero exercício de vigarice ideológica com ares acadêmicos.
     No mínimo, se adotada pelo Estado, seria um atitude cômoda, uma espécie de "eu fiz o que pude" que não se aplica a esses deserdados. Num paralelo, costumo lembrar que esse mesmo Estado não pode se omitir, por exemplo, quando alguém ameaça jogar-se do alto de um penhasco, ou atirar na própria cabeça. Em tese, também seriam expressões da vontade. Menos dolorosas e mais rápidas do que a progressiva destruição provocada pelo consumo de drogas.
     A cada momento ,mais estou convencido de que a internação e o tratamento compulsórios são partes fundamentais do combate às drogas. Um combate que passa pela educação, pela informação e pela repressão duríssima aos traficantes, mas que não pode se encerrar apenas nesses procedimentos.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

No campus, no 3º tempo


O prédio principal da 'Rural', em Seropédica
  

     Confesso que estava um pouco preocupado. Afinal, serei, provavelmente, um dos alunos - digamos - 'menos novos' do campus. Minhas dúvidas, entretanto, se dissiparam hoje, nas horas em que passei no campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica, para formalizar a matrícula. Não só pela beleza do lugar, que eu já antevia, ao passar pelo quilômetro 47 da antiga Rio-São Paulo, indo ou vindo da Via Dutra. Mas também - e principalmente - pela receptividade.
     É verdade que não escapei, na maior parte das vezes, de um tratamento mais cerimonioso - o tal do 'senhor' - por parte de alguns futuros colegas e funcionários. Mas também houve quem me chamasse de você - que é como me tratam Júlia e Pedro - , para minha satisfação. Com o tempo, acho até que vou me sentir absolutamente integrado à 'paisagem' social, pronto para explorar a juventude que exala de um ambiente como esse.
     No geral, uma certeza: é uma chance de ter o próprio curso como o objetivo principal, e não como um meio de alcançar um projeto de vida posterior. E acho que é nesse ponto que pode residir o grande diferencial dessa volta ao 'passado'. Normalmente, em nossas vidas, enfrentamos etapas olhando para a frente. Hoje, eu pretendo mirar, no máximo, o dia seguinte.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Verdades brasileiras

     A manchete de hoje do O Globo - 'Em municípios novos, vida não melhorou' - encerra duas grandes verdades e uma constatação. Vou começar pela constatação: há 30 anos (e não sei se isso é bom ou ruim), jornal algum publicaria um título na ordem inversa. O redator que ousasse seria atingido pelo peso dos manuais que prezavam, antes de qualquer coisa, construções claras e objetivas, com andamento perfeito.
     Um antigo companheiro da redação do Jornal do Brasil, com quem convivi na época em que trabalhei no velho Copy (uma verdadeira instituição, acreditem, da qual eu me orgulho de ter participado) criou uma expressão para designar o título perfeito, especialmente aquele em duas linhas, mas que servia para todos os demais: 'boca de bode'. Segundo ele, não havia nada mais certinho do que boca de bode. Duque Estrada! Esse era o nome desse companheiro de redação.
     Voltemos às verdades. A vida da população, em geral, de fato nada mudou com a elevação de seus distritos à categoria de municípios. Basta andar por aí, pelo Brasil - como eu venho fazendo sistematicamente nos últimos 25 anos - para ver que a falta de serviços básicos continua a mesma.
     A outra verdade, no entanto, se contrapõe à constatação principal: a vida nos novos municípios melhorou muito, sim, para a legião de prefeitos, secretários, vereadores e apaniguados que sempre surge atrelada a governos, de qualquer matiz. Municípios que não produzem sequer para pagar despesas mínimas, que vivem basicamente de repasses de verbas federais, criam gerações de funcionários e folhas salariais que inviabilizam qualquer projeto.
     Nascem na esteira de interesses políticos, transformando-se em currais eleitorais à disposição de deputados estaduais, federais, senadores, governadores e - no fim - presidentes. Sobrevivem de emendas, amplamente divulgadas por placas comemorativas com o nome do 'benfeitor'.
     Retratam - esses municípios - o desprezo que políticos profissionais têm pelo país. Acima da lógica, da boa condita administrativa, do respeito à realidade, prevalecem os interesses mais mesquinhos. São as verdades brasileiras.

sábado, 19 de janeiro de 2013

A crise dos partidos

     Embora absolutamente crítico, defendo intransigentemente os partidos políticos como expressões da diversidade de pensamentos da sociedade. É bem verdade que, no nosso caso, não há sociedade suficiente para três dezenas de agremiações, como temos por aqui, a maioria meras siglas alugadas ou vendidas, não necessariamente nessa ordem. Mas não deixa de ser preocupante a constatação feita pelo Ibope - e divulgada pelo Estadão - de que mais da metade da população (56%) não tem afinidade com qualquer partido. Um percentual que cresceu significativamente nos útimos anos.
     Fica claro, em primeiro lugar, que mensagem dos partidos políticos não chega à sociedade. Ou, quando chega, tem o efeito inverso do que, em tese, buscaria: afasta eventuais e possíveis seguidores. De qualquer modo, para mim, essa constatação espelha um enorme retrocesso, pois o processo político claramente privilegia pessoas, seres iluminados, e não um projeto político.
     Esse fenômeno sempre esteve presenta no Brasil, como maior ou menor representatividade. Não por acaso o século passado foi marcado pelo gaúcho Getúlio Vargas, um exemplo clássico de caudilho que exerceu o poder graças a seu inegável carisma. A história da América Latina é recheada de exemplos semelhantes, como o argentino Juan Perón, cujos seguidores, décadas após sua morte, continuam sendo determinantes no processo político do país.
     Nos tempos modernos, e mantendo o raciocínio restrito à América do Sul, temos o exemplo clássico do venezuelano Hugo Chávez, cuja presença no imaginário da população se sobrepõe a qualquer avaliação crítica de seu comportamento claramente antidemocrático. No Brasil, em escala menor, há o fenômeno Lula, muito maior do que o partido que ele ajudou a criar.
     É muito ruim, para um país, quando a sociedade transfere suas expectativas para personagens, e não para as propostas desses peronagens. Em condições menos favoráveis, é o primeiro passo para a instalação de governos autoritários e naturalmente corruptos.

Histórias de Júlia e Pedro (54)

O livro de Júlia, talvez um aperitivo


     Projetos para 2013

     Júlia, que nos presenteou no Natal com um livro escrito e ilustrado por ela, já definiu seus planos e sonhos para 2013, um dos quais - comum a milhões de crianças - é ir à Disney e à Universal. Mas o mundo de Júlia não é só de fantasias.
     Outra de suas metas é - como ela escreveu em um caderninho que acaba de ganhar - "ir bem na escola", repetindo - e isso sou eu que estou ressaltando - o que vem fazendo ao longo dos anos. Afinal, ela está entrando na quarta série do ensino fundamental, um momento decisivo para a garotada da sua idade, especialmente no Pedro II.
     Mas os planos vão além. Outro destaque de seus projetos é "escrever um blog". Isso mesmo. Júlia quer contar suas histórias para um público além da família. Por mais que nós - os pais e eu, em especial - tenhamos uma certa restrição, acho que ela tem o que poderíamos classificar de 'perfil do jornalista'. Olho para ela e vejo a mãe.
     Não por acaso, duas de suas brincadeiras favoritas, quando ainda mais nova do que os nove anos que ostenta hoje, eram fazer 'entrevistas' e 'bater matérias', imitando principalmente a mãe, que ela acompanha em sua faina diária de reportagens para os mais diversos veículos, sobre os mais diversos temas.
     Desde já me candidato a ser um dos seguidores mais fiéis desse provável futuro blog. Júlia certamente terá muito a nos contar.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

PT pode passar a sacolinha para Maluf

     Agora é que eu quero ver o espírito de solidariedade petista com criminosos amigos, ou companheiros. Está na hora de o deputado federal Paulo Maluf cobrar uma retribuição pelo apoio que deu ao então candidato e agora prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT.
     Condenado, pela Corte de Jersey (paraíso fiscal britânico), a devolver R$ 28 milhões à Prefeitura, por bandalheiras devidamente comprovadas, Maluf - um velho conhecido da Interpol - pode pleitear o mesmo tratamento que o PT vem dando a José Dirceu, José Genoíno e outros asseclas, destaque para as 'vaquinhas' destinadas a arrecadar fundos para o pagamento das multas impostas aos quadrilheiros condenados pelo STF.
     Mais experiente em malandragens - a julgar pelo seu histórico -, o deputado talvez não se contente com jantares de adesão como o realizado pela 'juventude petista' e que acabou não arrecadando o suficiente, sequer, para comprar um pacote de cigarros sem filtro para os futuros presidiários.
     Talvez seja o momento de seu - dele, Maluf - amigo Lula interferir e retribuir o abraço eleitoral e sugerir a realização de alguma grande obra - uma ponte para Fernando de Noronha, por exemplo -, capaz de gerar 'recursos não contabilizados' suficientes para quitar a dívida malufista e a dos demais companheiros.
     O PT também pode - quem sabe? -, estilizar a bem-sucedida passada de sacolinha dos novos agraciados com passaportes diplomáticos. Ou erigir, de fato, a Igreja dos 'Últimos Dias em Liberdade dos Mensaleiros Lulistas' e destinar parte dos óbolos ao companheiro Maluf.

Um governo sem rumo

    Ao acompanhar as reações absolutamente mornas aos fatos desabonadores que marcam o Governo Dima - não me refiro, sequer, à veneração que havia em relação ao anterior -, fico imaginando um cenário diferente, no qual qualquer partido (exceto o PT, é claro) estivesse no poder. Não sobraria pedra sobre pedra, para usar uma expressão do estilo lulista de ser.
     Pois o governo Dilma mente sem o menor pudor sobre tudo e sobre todos; manipula escandalosamente os dados da economia; interfere em todos os setores da vida, sem pedir licença; constroi e destroi; diz e desdiz. Se observadas ao longo dos dois últimos anos, todas as diretrizes políticas e econômicas foram atropeladas quase diariamente. Não há um pensamento uniforme, sóbrio. Há repentes, esgares, medíocres jogos de tentativas.
     Tudo o que um ministro como esse inacreditável Guido Mantega afirma em um momento, pode ser mudado inteiramente no dia seguinte. E com a mesmo ar de paisagem que o responsável pela pasta da Fazenda ostenta. Ontem, no programa da jornalista Míriam Leitão, na GloboNews, dois economistas expressavam, além de perplexidade com a falta de rumos da nossa economia, o temor de que a situação se agrave.
     Hoje, por ironia, ficamos sabendo que a presidente Dilma Rousseff teve uma péssima estreia na sua turnê eleitoral, às nossas custas, pelo Nordeste: o Piauí esteve às escuras, vítima de novo apagão. Mas nada abala a cara de pau dessa gente. Nossa presidente - como nos informa O Globo - chegou ao ridículo de vestir uma roupa estilizada de vaqueiro e fazer um daqueles seus discursos destinados a desvalidos mentais.
     As obras que, oficialmente, foi visitar, estão atrasadas, como tudo nesse país. Mas nada como despejar o conteúdo de mais duas bolsas sobre a população, como foi feito. Esse é o grande e único projeto dessa lamentável Era Lula: distribuir bolsas e jogar os problemas estruturais para a frente, torcendo para que as crises mundiais não nos afetem.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

PMDB mantém 'coerência'

   É uma espécie de antinotícia: a bancada de deputados federais do PMDB fluminense, liderada pelo governador Sérgio Cabral, vai apoiar integralmente a candidatura do potiguar Henrique Alves, líder do partido, à presidência da Camara, independentemente de qualquer denúncia que esteja em evidência.
     Novidade, mesmo, seria se o PMDB do Rio de Janeiro se rebelasse e propusesse um nome menos discutido. Aliás, rebelião e PMDB não combinam. O aglomerado que surgiu como decorrência do velho MDB nada tem a ver com a história de lutas do seu antepassado. É, mais do que qualquer outro, adesista por excelência. Há governo, ele está sempre a favor, vendendo seu peso político nacional.
     O fato de o governador Sérgio Cabral estar ao lado do provável futuro terceiro brasileiro na escala sucessória apenas reforça seu perfil, destroçado especialmente no ano passado, com a divulgação de suas - dele, Cabral - ligações bem íntimas com o ex-presidente da Delta Construtora, Fernando Cavendish.
     A Delta - sempre é bom lembrar - era a queridinha do PAC e arrecadava uma fábula em obras que não necessariamente foram executadas integralmente. Graças a interferências de todos os lados, as investigações sobre as relações promíscuas entre a empresa, governos, governantes e políticos em geral - levantadas, também, na defunda CPI do Cachoeira - acabaram soterradas.

PSDB perde significado

     Não sou chegado ao perfil do PSOL, uma espécie de 'PT de calças jeans' (a imagem é uma referência - reverência? - à definição do Partido dos Trabalhadores feita pelo governador Leonel Brizola: a UDN de tamancos). Aquele ar de bons samaritanos, aquela arrogância disfarçada, aquele desleixo estudado. Não tenho mais paciência nem estômago para essas vigarices ideológico-performáticas.
     Mas sou obrigado a reconhecer que alguns de seus representantes - o tal do Babá e assemelhados, não!!! - têm demonstrado mais dignidade do que a maioria de seu pares, tanto na Câmara quanto no Senado. O senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, é um dos poucos nomes respeitáveis do Congresso, pela coerência, embora resvale constantemente no discurso vazio que remete a ideologias que já não têm espaço no mundo moderno.
     Dito isso, reconheço que ele tem inteira razão quando critica duramente o PSDB na questão da eleição para a presidência do Senado. Segundo o Estadão, Randolfe encontrou similitudes no comportamento do PSDB e do ex-ministro José Dirceu, ambos contrários à sua candidatura, que se anteporia à do peemedebista alagoano Ranan Calheiros.
     É verdade que o PSDB estaria pensando em apoiar o senador independente Pedro Taques (PDT-MT), mas fica evidente - até prova em contrário - que a passividade tucana em relação aos dois candidatos do PMDB (Renan, ao Senado; e Henrique Alves, à Câmara) passa por acordos que envolveram o tratamenrto condescendente dado ao governador goiano Marconi Perillo, envolvido nos escândalos com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
     O PSDB, por falta de representantes à altura, há muito tempo deixou de representar condignamente a parcela oposicionista da sociedade, algo absolutamente saudável em uma democracia que se preze. O domínio exercido pelos caciques paulistas vem afastando o partido das poucas bases que ainda detinha. Sem identidade e exemplos a oferecer , o PSDB a cada dia mais se parece com o PT, no que ambos têm de mais deplorável.
     Se não fosse pela presença fisica e intelectual do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o PSDB há muito tempo seria apenas uma lembrança de algo que poderia ter sido.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Reflexão

     Um convite à reflexão: um País que teve, nos últimos dez anos, políticos da estirpe de João Paulo Cunha, Severino Cavalcanti e Marco Maia à frente da sua Câmara pode dar certo, no plano moral? E se o Senado desse mesmo País foi presidido por José Sarney e Renan Calheiros? E quando sabemos que os próximos presidentes dessas Casas serão, respectivamente, Henrique Alves e novamente Renan Calheiros?

A dívida petista

     Pelo que nos informa a Folha, o Partido dos Trabalhadores começou a passar a sacolinha para ajudar no pagamento das multas impostas pelo Supremo Tribunal Federal aos seus - dele PT - quadrilheiros e corruptos. A Procuradoria Geral da República deveria, de imediato, propor com uma ação para penhorar - em nome do País - todo o qualquer dinheiro destinado aos mensaleiros.
     O rombo nos cofres públicos provocado pelos bandoleiros do Governo Lula é muito maior do que a ninharia que eles terão que pagar. E se o PT assume a responsabilidade pelos atos de seus filiados - como vem fazendo -, que seja compelido a pagar por tudo o que eles roubaram da Nação.
     Afinal, o ex-ministro José Dirceu; o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoíno; o ainda deputado e ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha; e o ex-tesoureiro Delúbio Soares (que foi deixado de lado pelos arrecadadores de dinheiro petistas) agiram como representantes do Partido no Governo. Se um caixa de bando desvia os depósitos de algum cliente, cabe à instituição repor tudo.
     Há duas dívidas em aberto: a multa que os criminosos terão que pagar (que é muito pequena, é bom destacar); e o dinheiro desviado para sustentar vagabundos e alimentar o projeto de poder petista. Sem entrar no mérito do débito moral com o País, certamente impagável.

A vigarice do preço dos combustíveis

     É inacreditável que nossos jornais e analistas engulam sem esforço algum essa baboseira sobre o preço do combustível brasileiro estar defasado em relação ao mundo. É mentira. Os americanos, apesar da crise, continuam pagando cerca de 50% a menos do que nós. Os mexicanos pagam ainda menos. Aqui na América do Sul, só o Uruguai - que não produz um litro de petróleo sequer - cobra mais, um pouco mais. Para ser mais exato: o Uruguai produz ridículos 29 mil barris/dia, dois mil a menos do que Papua-Nova Guiné.
     Na Europa, a Holanda é o destaque em preços mais altos, é verdade. Já os espanhois enchem os tanques com mais tranquilidade. Os russos e vizinhos trafegam quase de graça, o que acontece - de fato - aqui ao lado, na Venezuela. Então, para ficar bem claro: pode ser - e eu acredito que sim - que os preços cobrados pela Petrobras às distribuidoras estejam defasados. E isso é uma questão séria, que compromete nossa maior empresa. Mas o consumidor comum, aquele que vai aos postos, é assaltado pelo somatório de impostos e taxas.
     Pagamos - e essa é a grande verdade - mais do que a maior parte do mundo pela gasolina que move nosso país, fruto da ganância do Governo, que nos enfia pela goela uma das mais altas cargas tributárias do universo. E nesse caso, não há, sequer, a desculpa esfarrapada da dependência estrangeira. Ou será que não somos autossuficientes em petróleo? É verdade que não somos, como alardeou esse Governo, mas o grande gargalo não está aí, e sim na falta de capacidade de refino.
     Hoje, lemos que há uma expectativa de aumento de 4% a 7% nos combustíveis. Aumento sobre quais valores? Como os preços do combustível são liberados, o infeliz consumidor brasileiro já foi castigado, na passagem do ano, pelo reajuste imposto nas bombas. Não é possível que ninguém tenha notado que já está pagando mais caro pela gasolina, álcool e diesel.
     Aliás, o álcool, que é nosso, é inviável como alternativa, quando seu preço é comparado ao da gasolina. E ainda temos que assitir a anúncios em que os produtores/Governo apelam à nossa consciência ecológica e apontam as vantagens do seu  uso - dele, álcool. Quanta pilantragem!!!
     Sendo assim, o tal aumento que está sendo anunciado agora vai incidir sobre valores JÁ CORRIGIDOS pelo mercado. O que já é extremamente caro - se comparado ao mundo em geral -, vai ficar ainda mais. Graças, entretanto, a essa fantasia marqueteira, o Governo ainda vai sair como aquele personagem que luta até o fim para preservar o bolso do povo.
     É - guardadas as diferenças - o que está acontecendo em relação à energia. Os tais 20% de redução anunciados politiqueiramente pouco antes da última eleição, já estão condenados a quase nada pelo aumento autorizado e cobrado a partir de dezembro. Sem contar que não era um favor, uma benesse: a Justiça já decidira que as tarifas estavam supervalorizadas, por um erro. Estávamos pagando mais caro do que o correto. O certo, mesmo, além da redução, seria a devolução do que foi cobrado em excesso.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Congresso reflete a decadência

     Os futuros prováveis presidentes da Câmara, o potiguar Henrique Eduardo Alves, e do Senado, o alagoano Renan Calheiros - ambos desse indefectível, absolutamente adesista e desfibrado PMDB -, são o retrato mais bem acabado do nosso deplorável mundo político.
     É inacreditável, por exemplo, que Renan Calheiros, depois de ter sido obrigado a renunciar, em 2007, ao mesmo cargo que pleiteia agora, tenha o apoio maciço dos senadores, com as raras exceções que confirmam a regra. Com eles, o país fica mais uma vez condenado à mediocridade de seus representantes.
     São dois nomes que, por seu histórico, prestam um enorme desserviço ao país, maculando um dos poderes, abrindo brechas para o descrédito da população, que há muito tempo não respeita nossos legisladores.
     Inegavelmente, entretanto, atendem perfeitamente ao que deles espera o esquema de poder, pela subserviência e falta de atributos para ousar exercer por completo as atruibuições esperadas de um poder que concentra, também, a responsabilidade de fiscalizador do Executivo.
     E, o mais grave, tudo isso com as bênçãos de uma oposição invertebrada, incapaz - por medíocre e comprometida - de agir, enfrentar, se antepor. Um grupelho que chafurda nas sobras do banquete oficial.
     Mais do que nunca, nosso Congresso reflete a lastimável decadência moral que vem se abatendo sobre o País principalmente nos últimos 10 anos, repletos de escândalos, roubalheiras e indignidades.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Lula vai a Cuba. Lá, ele não precisa falar

     A Folha nos conta que o ex-presidente Lula vai a Cuba no fim do mês, participar das comemorações pelos 160 anos de José Marti, mártir da independência do país. É o lugar ideal. Lá, ao lado de proeminentes democratas, não correrá o menor risco de ser questionado sobre os últimos escândalos que o mergulharam no lodaçal da Operação Porto Seguro ou sobre a decisão da Procuradoria-Geral de Justiça de investigar sua participação efetiva e direta no Mensalão.
     Talvez seja sua oportunidade de pegar um pouco de sol, andar livremente, sem que seja interpelado e não tenha o que dizer. O "eu não sabia" já não cabe, especialmente quanto às suas relações com a ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha. Mas em Cuba - onde ele é amigo da família real - não será necessário ficar entocado, refugiado, escondido, como está. A segurança manterá afastado qualquer representante da imprensa burguesa e elitista que, porventura, ouse tentar se aproximar.
     "Isso é que é um país danado de bom", certamente pensará (?) o ex-presidente, que liderava com folgas a eleição para conquistar o trofeu 'Algemas de Ouro', conferido pelos internautas ao personagem mais corrupto de 2012. Liderava, não sei se continua na frente. A máquina petista, pelo que foi noticiado, tomou de assalto (é a sua especialidade) a eleição e está fazendo um enorme esforço para reverter os números até agora exuberantes.

A hora da chicana!

     O bando de quadrilheiros e corruptos condenados no processo do Mensalão do Governo Lula (os petistas, em especial) tem uma grande chance de tentar alguma manobra escusa, uma vigarice disfarçada de recurso legal. De hoje até o próximo dia 31, segundo nos lembra o Estadão, o Supremo Tribunal Federal será comandado pelo ministro Ricardo Lewandowski, seguindo o revezamento acertado com o presidente de fato e de direito, Joaquim Barbosa.
     A chance de alguma chicana ser aprovada é enorme - a julgar pelo histórico recente da atuação do então revisor do processo, responsável por alguns dos momentos mais degradantes da Justiça brasileira nos últimos tempos. Não podemos esquecer - e eu vou lembrar sempre que for pertinente - que Sua Excelência angariou o desprezo da maior parte da população, ao assumir, verdadeiramente, o papel de defensor dos bandoleiros, em brilhante parceria com o não menos deplorado ministro Dias Toffoli.
     Houve um momento em que Lewandowski não podia, sequer, dar uma volta no shopping ou jantar em um restaurante sem que fosse alvo das reações populares. Seu nome, em consequência, andou liderando todas as listas de 'piores do ano'. É a pessoa certa no lugar exato para os quadrilheiros que estiverem pensando em armar alguma arapuca.

A volta à escola

     Vou me permitir - mais uma vez - dividir com vocês uma notícia que imagino boa: 38 anos depois de ter sentado pela última vez em um banco escolar (no antigo prédio do IFCS-UFRJ, no Largo de São Francisco), decidi aproveitar uma parte livre do dia para voltar a estudar formalmente. Já vinha amadurecendo essa ideia há algum tempo. Num impulso, fiz a inscrição no ENEM, mas quase desisti da prova, no último momento. As crianças estavam aqui em casa e queriam brincar com o avô.
     Estimulado, superei um inusitado engarrafamento que quase (mas quase, mesmo!!!) me fez dar meia volta, e fui encarar questões que me surgiam como enigmas, como as das ciências matemáticas e assemelhadas. Logo eu, que fizera o clássico, no velho Pedro II, seguido pelo curso do antigo Instituto Superior de Jornalismo, da UPI, e frequentara as salas de aula do IFCS, nas quais as ditas ciências exatas passavam à distância. É bem verdade que, nesse meio tempo, fiz o CPOR, o que me obrigou a mergulhar em fórmulas para entender problemas que exigiam cálculos de trajetória (para tiro).
     Inscrito no Sisu, optei por dois cursos que têm muito a ver com minha formação: Letras e História, ambos oferecidos pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Soube hoje que fui aprovado, em primeira chamada, para Letras/Português. Já estou me preparando para ser - provavelmente e no mínimo - um dos alunos - digamos - mais 'experientes' do campus de Seropédica, a apenas razoáveis 32 quilômetros da Pedra.
     Na pior das hipóteses, ao cursar Letras, devo errar menos ao escrever meus textos futuros.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E aí, prefeito?

     Sou um dos confessos entusiastas da TransOeste. Não poderia ser diferente. Morando em Pedra de Guaratiba há doze anos, vivi de perto o desgaste provocado pelos intermináveis engarrafamentos na Avenida das Américas, desde o Recreio. Cruzar a Serra da Grota Funda, nos horários de maior movimento, então, era um suplício.
     Sou obrigado, entretanto, a aderir às críticas não ao projeto, em si, que é bom, mas ao evidente açodamento na realização das obras, que tiveram um enorme impacto nas eleições municipais realizadas ano passado. O mais recente acidente - queda de reboco do Túnel da Grota Funda, sentido Santa Cruz - apenas reforça a impressão de - no mínino - desleixo.
     O teto de um túnel novíssimo e caro não pode cair poucos meses depois de ter sido inaugurado. Não é lógico, nem razoável. Acidentes são aceitáveis, é evidente. Mas não nesse nível. A sensação de que não houve a necessária seriedade no desenvolvimento do trabalho ganhou novas dimensões.
    O desencanto já estava se acentuando com o desgaste das pistas destinadas aos 'Ligeirões'. Os buracos e desníveis apontavam para dois velhos conhecidos do brasileiro: serviço de segunda cobrado a preços de primeiríssima; e o jogo de empurra entre governantes e empresários, para transferir responsabilidades que são deles, unicamente. A interdição do túnel aumenta exponencialemente o temor de que tudo foi feito de olho apenas na reeleição de Eduardo Paes.
      E com um agravante: o enorme prejuízo ao conceito da TransOeste, que é razoavelmente moderno e mudou radicalmente (para muito melhor) o trânsito em toda a região. Com tantas e indesculpáveis falhas, a Prefeitura atropela até mesmo os benefícios provenientes da adoção dos ônibus articulados, modernos e rápidos, já criticados por não atenderem devidamente à demanda, que foi subestimada.
     Nosso jovem e reeleito alcaide está nos devendo uma resposta imediata e inquestionável.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Justiça para Lula

     Afinal, será feita justiça ao ex-presidente Lula. Alvo formal de futura investigação do Ministério Público Federal sobre sua participação efetiva no esquema do Mensalão - o publicitário Marcos Valério afirma que contas pessoais do ex-presidente foram pagas com o dinheiro roubado dos cofres públicos -, Lula terá, enfim, a oportunidade de provar a inocência que apregoa há tanto tempo.
     Vou além. O ex-presidente deve estar agradecido ao operador do Mensalão do seu Governo, por ter provocado a investigação agora anunciada pela Procuradoria-Geral da República. Será a chance de cumprir a promessa feita quando passou o cargo à presidente Dilma Rousseff. Na época, Lula bradou ao mundo que aproveitaria o tempo agora livre para desmascarar acusadores e soterrar as acusações.
     Nada fez, é verdade. Ao contrário. Passou os dois últimos anos tentando interferir no o julgamento e safar seus amigos leais da cadeia, o que - felizmente para o país - não conseguiu. Nesse processo de absolvição ao revés, chegou ao cúmulo de chantagear um dos ministros do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, na esperança de reverter as condenações que se avizinhavam.
     Tentou, também, tumultuar o processo, estimulando a criação da CPI do Cachoeira, destinada, apenas, a alcançar um de seus inimigos, o inexplicavelmente ainda governador Marconi Perillo, do PSDB goiano. Deu no que sabemos: antes de ser jogada no lixo, a CPI espalhou lama por grande parte do governo e de alguns de seus mais valiosos aliados, como o governador fluminense Sérgio Cabral, do PMDB.
     Sem direito a foro privilegiado, será nvestigado em primeira instância, pela Justiça Federal de Minas, São Paulo ou Brasília, como destacam todos os nossos jornais, entre os quais o Estadão.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Diplomacia de botequim

     Ficamos 'combinados' assim: a vigarice que está sendo orquestrada na Venezuela, para assegurar o controle do país pelo grupo ligado ao infelizmente moribundo e ainda presidente Hugo Chávez é constitucional. Já a deposição do priápico padre paraguaio Fernando Lugo, aprovada pela maioria absolutíssima do Congresso e pela Justiça (não me refiro sequer ao apoio entusiasmado da população, que não pode ser levado em conta nessas situações, ou correríamos o risco de viver o caos das mudanças semanais de dirigentes) foi um golpe que mereceu a expulsão do país do Mercosul.
     Atropelar a Constituição de um vizinho para apoiar um amigo que sempre flertou com o autoritarismo não tem preço. Ignorar as leis de países independentes para defender outro parceiro 'ideológico' também não. Pois é assim que funciona a nossa política exterior, representada, nessa crise venezuelana, por esse indefectível Marco Aurélio Garcia, o autor das cenas pornográficas que tripudiaram sobre dor das famílias das duas centenas de mortos no desastre com um avião da TAM em São Paulo, em 2007.
     O Brasil, como sempre, nessa lamentável Era Lula, está na contramão, trafegando impulsionado pela ideologia dos governantes de plantão. Não há coerência, dignidade ou algo semelhante. E não poderia existir, mesmo. Ou não teríamos o já citado Marco Aurélio Garcia como um dos principais formuladores da nossa política externa, conselheiro de Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. Sem falar que o Itamaraty foi dirigido por Celso Amorim, atual ministro da Defesa (???).
     Estivemos e continuamos nas trincheiras erradas. Apoiamos ditadores assassinos em várias partes do mundo; praticamente comungamos aos pés do altar cubano; entronizamos Hugo Chávez; recebemos com pompa o terrorista iraniano Mahmoud Ahmadinejad; e nos solidarizamos com os responsáveis pelo desastre argentino, entre outras ações deploráveis.

A 'vênus' deletéria

     Eu já tinha decidido que não tocaria nesse assunto, mas não resisto à compulsão. Apesar de toda a sua responsabilidade com a Nação, com a sociedade, a Rede Globo deu a partida para mais uma série lamentável do tal BBB, programa que explora os instintos mais baixos de todos nós e contribui para o empobrecimento moral e intelectual da população. É lamentável que o público brasileiro seja tratado dessa maneira.
     Já não bastam as agressões diárias de ratinhos, ratazanas e peruas, destaques das programações de redes menos importantes. A hegemônica Globo também não abre mão do direito de ser deletéria. E o que é mais grave: com a cumplicidade de segmentos que, em tese, defendem a qualificação do entretenimento.
     Quero deixar bem claro que não me atrevo a julgar os espectadores, o que seria uma atitude absolutamente arrogante e preconceituosa. Minha indignação é direcionada integralmente aos responsáveis pela mediocrização dos agentes que, sem a menor dúvida, ajudam a formar o que poderíamos chamar de processo cultural.
     Cada programa dessa série deplorável alimenta nossa irreversível caminhada em direção ao atraso.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Retratos de uma época

     As fotos do contraventor Carlinhos Cachoeira e de sua mulher passando férias em um resort na Bahia me incomodaram muito, sim, pela simbologia, pela sensação de que o crime compensa. Mas nem tanto quanto a 'lua de mel' que vem sendo vivida nesse país há dez anos, fruto do casamento de políticos inescrupulosos de vários matizes, organizados em uma aliança destinada a ocupar o poder a qualquer preço, desde que o dinheiro venha dos cofres públicos.
     O flagrante de Cachoeira à beira-mar não é menos indigno do que o bem-sucedido abraço apertado e afetuoso entre o ex-presidente Lula e o deputado federal e foragido da Interpol Paulo Maluf. Também não me ofende mais do que o registro da posse do novamente deputado federal José Genoíno, do PT paulista, condenado por formação de quadrilha e corrupção.
     Outra fotografia razoavelmente recente e absolutamente deletéria, e que me veio à memória agora, é a do ex-ministro José Dirceu, chefe da quadrilha do Mensalão, ao lado da ainda chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa, também na Bahia, durante os feriados de novembro, se não me engano.
     Rosemary, que ainda não havia sido denunciada pela Polícia Federal, fazia parte do primeiro escalão do governo (pelo menos agia como se fizesse, mandando e desmandando, usando o - digamos - 'prestígio' que tinha com o o ex-presidente) e confraternizava com um criminoso, não por acaso seu ex-chefe.
     Pior do que todas, no entando, é a que ainda não foi feita: a do ex-presidente Lula dando explicações públicas sobre o envolvimento de sua ex-subordinada de confiança - estou falando de Rosemary, é evidente - com mais uma quadrilha organizada para assaltar os cofres públicos. Certamente seria o retrato mais apropriado dessa lastimável era de indignidades.

Empurrando com a barriga

     Um dos assuntos do dias, hoje, é a constatação que o Governo continua empurrando para a frente o pagamento de despesas realizadas em exercícios anteriores. Com isso a rubrica 'contas a pagar' alcançou estratosféricos R$ 200 bilhões, dos quais mais R$ 58 bilhões referem-se ao ano passado. Passando a limpo, isso quer dizer que o buraco está aumentando, sem a devida contrapartida em investimentos.
     Veja é mais explícita, ao destacar que os tais restos a pagar estão dez vezes maiores do que em janeiro de 2003, quando começou o primeiro governo dessa Era Lula. Em termos práticos, o terceiro ano da presidente Dilma Rousseff começa comprometidíssimo, aí, sim, pela herança maldita que ela mesmo deixou.
     Paralelamente, as denunciadas manobras contábeis e fiscais usadas para maquiar os números oficiais e cumprir as metas do superávit primário explicitam o descompasso oficial e ajudam a explicar o fracasso da política econômica oficial. Não por acaso, o crecimento do PIB de 2012 (inferior a 1%) foi um dos piores do mundo, prenúncio de uma já não tão distante crise.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Memórias da caserna

     A foto 'histórica' (pelo tempo decorrido!!!) postada por mim, ontem, na página do Facebook, me remeteu, marchando em ritmo acelerado, aos tempos da 'caserna'. O Brasil passava por um momento difícílimo, complicado, naqueles anos que seguiram ao 31 de Março de 1964. O Exército, em especial, estava ampliando seu contingente e precisava, com urgência, suprir a deficiência numérica de oficiais subalternos. Mas precisava de oficiais mais bem treinados, mais profissionais. A AMAN não tinha capacidade física e estrutural para jogar na tropa o número então necessário de aspirantes/tenentes, a turma que comanda pelotões.
     A solução foi alterar a estrutura do Curso de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), até então absolutamente risonho e franco, distribuído ao logo de dois anos, nas férias dos necessariamente universitários que não escapavam do serviço militar. Minha turma - a de 1967 - foi a primeira, de fato, a adotar o novo currículo, de forma integral. A anterior dera a partida.
     Os meses de férias se transformaram em um ano intenso e rigorosíssimo, posso testemunhar. Para mim, que morava em Marechal Hermes, chegar ao quartel - que funcionava ao lado da Quinta da Boa Vista, onde hoje existe o Museu do Exército, em São Cristóvão - era um desafio diário. Para estar em forma, fardado e brilhando, como exigiam nossos instrutures, acordava diariamente às 4h30. Banho, barba, café rápido, uniforme e uma boa caminhada de uns dez minutos até a estação do trem, que passava às 5h20, noite ainda. No inverno era um horror.
     Quarenta minutos depois estava na estação de São Cristóvão, para mais uma 'marcha' até o quartel. Quando dávamos sorte - eu e mais dois ou três colegas que usavam o mesmo trem -, conseguíamos uma carona com um dos raríssimos companheiros que tinham carro. Em 1967, carro era item de luxo, mesmo. Às 6h30 estávamos começando a entrar em forma. Os atrasos não eram tolerados. A punição era pernoitar no quartel no fim de semana.





No pátio, preparados para mais um dia em Tubiacanga

     Nos três primeiros meses, a dolorosa transformação de jovens descompromissados e que se sabiam passageiros (ou futuros temporários, que é a expressão correta) em militares foi muito além da máquina zero. Nas salas, uma bateria de aulas teóricas sobre os mais diversos temas, entre os quais os intrincadísimos - pelo menos para mim - problemas sobre trajetória, com todas aquelas equações físicas (corrija-me, Paulo, velho amigo, brilhante coronel e presença constante aqui no Blog, se estiver cometendo algum erro).
     Tudo isso, intercalado com incursões semanais (sempre às terças-feiras) ao campo de instruções dos Fuzileiros Navais, em Tubiacanga, na Ilha do Governador, para aprender a rastejar, cavar trincheiras, organizar ataques, defender posições. Os treinamentos de tiro (mosquetão - que coices!!! -, pistola, metralhadoras INA e .30, morteiro) eram feitos em Gericinó, onde também aconteciam os temidos exercícios de fuga e evasão: caçados - mesmo!!! - por grupos de 'paraquedistas inimigos', tínhamos que nos embarafustar pelas matas, noite a dentro, até chegar ao acampamento, antes de o sol nascer.
         Desfilando na Presidente Vargas: eu estou lá no meio, encoberto.
 
     Nossa turma, que completou 45 anos de formada, se mais não fez, ao menos pôde comemorar o desempenho perfeito no desfile de 7 de Setembro de 1967. Fomos tão elogiados no palanque oficial que nosso comandante na época (coronel Carlos Max de Andrade) 'perdoou' todas as punições disciplinares já cantadas em boletim. E eu estava entre os punidos com um mês de pernoites (*). Valeu a pena acertar o passo e atravessar a Presidente Vargas cruzando e apresentando armas (**).

(*) A punição a que refiro foi coletiva (um grupo de cerca de 20 alunos) e provocada por manobras não muito 'ortodoxas', em um dos exercícios de fuga e evasão.

(**) Para facilitar e cansar menos, aprendemos a enganchar o 'dedão' da mão direita no dólmã, o que facilitava carregar a arma, no caso, os velhos mosquetões que estavam sendo substituídos progressivamente pelos Fuzis Automáticos Leves (FALs).

(***) As duas fotos publicadas aqui no Blog me foram cedidas por um companheiro de quartel, Américo Cavalheiro Filho. Américo é filho de um grande e querido ex-companheiro dos Diários Associados.


sábado, 5 de janeiro de 2013

O 'filme' de Lula continua 'queimando'

     Coube à Veja - para desespero da companheirada - dar nova dimensão à presença de Rosemary Nóvoa de Noronha no esquema de poder dessa lamentável 'Era' que completou dez anos. A amiga intima do ex-presidente Lula e ex-chefe de Gabinete da Presidência em São Paulo não se limitava - como se isso fosse um atenuante! - a negociar um parecer ou outro, favorável a clientes, amigos e parentes. Não. Sua enorme 'intimidade' com o Poder abria a ela portas mais graúdas do que as necessárias a indicar diretores de agências reguladoras.
     Rosemary, nos conta a revista de cabeceira de todo petista (são os primeiros a comprar os primeiros exemplares, para urrar de ódio e rasgar cada página que descreve suas ladroeiras), agiu intensamente, também, no Banco do Brasil e no bilionário fundo de pensão de seus funcionários, além de ser a intermediátria sempre eficiente entre a turma do partido, empresários e semelhantes e os cofres que, sem dúivida, também são públicos.
     E foi, apenas, mais uma enxadada nesse lodaçal que envolve gabinetes e alcovas públicos. Não por acaso, há um espetacular esforço para manter o caso Rosemary fora das discussões, abafado, relegado a um plano inferior à sua real importância. O chefe de Rose e de todos os quadrilheiros envolvidos em pilantragens nos últimos anos só apareceu convenientemente na Rede Globo, que não se acanhou de exibir o filme sobre a vida-do-operário-que-chegou-a-presidente. Um filme que, ao ser lançado, gerou uma das maiores polêmicas dos últimos tempos, em função de uma acusação gravíssima feita por um militante petista.
     Assim como fez um dos advogados de porta de xadrez mais bem pagos do país, ao chamar sua cliente, ré no caso do Mensalão do Governo Lula, de "mequetrefe", o PT logo encampou a tese de que Rosemary seria uma simplória aproveitadora de situações, sem importância no esquema. Uma 'petequeira', algo como uma corrupta de ocasião, que se vende por um pastel com caldo de cana.
     A nova denúncia de Veja mostra que a companheira de Lula em 28 viagens internacionais, todas sem a presença da ex-primeira-dama, Mariza Letícia, era muito mais do que uma simples ladra de galinheiro. Assim como o julgamento do Mensalão provou que havia uma quadrilha petista assaltando nossos cofres, e não apenas 'meros' operadores de caixa 2. A Operação Porto Seguro, pelo que se depreende, ainda está em plena gestação. O envolvimento da ex-chefe de gabinete da Presidência ainda vai parir muitos problemas.
     Quem sabe tudo isso vira uma segunda parte do filme sobre o 'cara'?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Um momento imoral

     A posse do agora novamente deputado federal José Genoíno, do PT de São Paulo, sintetiza um dos momentos mais melancólicos da vida política brasileira, pelo que desafia a integridade e a decência públicas. Embora reconhecidamente legal, sua investidura no Congresso é lamentavelmente imoral.
     Condenado à cadeia - sim, à cadeia, pois prisão semiaberta deve ser cumprida em instituto penitenciário -, José Genoíno não teve a decência de se sentir impedido de participar - ironia absoluta - do Poder Legislativo. Também não se acanhou de receber abraços efusivos em uma solenidade que ficou marcada - queiram ou não petista e assemelhados - pela indignidade.
     O ato, em si, é uma afronta não apenas - e já seria muito - ao Supremo Tribunal Federal, nossa mais alta Corte, mas à sociedade brasileira, no que tem de decente. É, ainda, uma postura arrogante e claramente desrespeitosa, infelizmente comum ao Partido dos Trabalhadores, que, embora soterrado por escândalos, insiste em atitudes desafiadoras, a exemplo do que sempre fez seu líder maior.

Um filme incompleto

     A Rede Globo 'falou' por ele. Fugitivo, escondido desde que estourou o mais recente escândalo da sua 'Era' (o caso da chefe de gabinete da Presidência, Rosemary Nóvoa, que vendia o 'prestígio' que tinha com o ex-presidente), Lula ressurgiu ontem à noite nos lares brasileiros, como um messias redivivo, nas cenas do filme que pretende reproduzir sua vida. Não li ou ouvi um comentário de petistas e assemelhados, por pequeno que fosse, sobre a mídia ou os grupos que dominam os meios de comunicação.
     Para essa gente, esse é o único exemplo de mídia boa, a que não se acanha em usar um espaço nobre para festejar um político mergulhado em pilantragens. Uma apologia que chega em ótima hora, coincidindo com o início de um novo ano, logo após a condenação à cadeia dos quadrilheiros petistas e de seus asseclas, pelo envolvimento no assalto aos cofres públicos que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula.
     É evidente que não vi o filme. Meu estômago não suporta determinadas provas. E, ao fim, pelo que consta, eu me sentiria 'roubado'. Faltariam alguns capítulos fundamentais à exibição real de quem é o Lula verdadeiro, sem retoques. A produção companheira passa ao largo do Mensalão; sequer aborda algumas acusações gravíssimas; e - por ser 'antiga' - ignora por completo as recentes revelações que misturaram segredos de alcova e formação de nova quadrilha para continuar assaltando os cofres públicos.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Mais um quadrilheiro no Congresso

     Está para se consolidar mais uma agressão à dignidade do país. O quadrilheiro e corrupto José Genoíno - condenado a seis anos e 11 meses de cadeia pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mensalão do Governo Lula - está em Brasília acertando os detalhes para assumir, amanhã, uma vaga de deputado federal, beneficiado por ser o primeiro suplente do Partido dos Trabalhadores em São Paulo. Vai se juntar aos três bandoleiros também condenados e que ainda estão no cargo, entre eles seu - dele, Genoíno - assecla João Paulo Cunha.
     Isso, com o apoio total do PT e dos seus líderes, entre os quais o ex-presidente e sua secessora, Dilma Rousseff. É a demonstração mais evidente do desrespeito que essa gente devota à Justiça e aos princípios de moralidade que deveriam nortear o comportamento de personagens com sua importância nos destinos do País. Fazem parte do mesmo esgoto ideológico, comungam na indignidade.
     Nosso Congresso, já desmoralizado pelo comportamento indecoroso da maioria de seus integrantes, passará a ostentar, amanhã, a marca de quatro - isso mesmo, quatro! - criminosos condenados fazendo leis. Nada mais expressivo e representativo do Brasil dessa Era Lula, marcada pela corrupção desenfreada, pelo populismo mais rasteiro e pela enorme covardia de seus principais líderes, que nunca sabem de nada. Ou alguém acredita que José Genoíno vai tomar posse sem o apoio integral, as bênçãos de Lula e Dilma?
     Um apoio inexistente em termos formais - eles não terão coragem de se manifestar sobre o assunto -, mas absolutamente claro. Nada é ou foi feito no e pelo PT sem o aval de Lula. Da atual posse de um bandoleiro condenado ao assalto aos cofres públicos realizado pela quadrilha 'chefiada' pelo ex-ministro José Dirceu (ele era o subchefe, nunca tive dúvidas). Incluindo as boçalidades políticas proferidas pelo presidente do Partido, um tal de Rui Falcão. Como as que vomitou ontem, durante a posse do novo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
     Ao 'explicar' o recorrente comportamento canalha de seu partido, esse personagem nefasto renovou o argumento surrado de que seus companheiros se deixaram levar por hábitos dos outros partidos. Como se eles tivessem sido contaminados, quando não resta dúvida que são os principais agentes do maior nível de corrupção já registrado em todos os tempos no país. Corruptos e responsáveis pelo maior estelionato ideológico já perpetrado em nossa história.