domingo, 1 de abril de 2012

Embustes e fantasias

     Acredito que poucas pessoas razoavelmente informadas levem a sério o tal do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), nada mais do que uma sigla inventada no departamento de marketing do Governo, o único que realmente tem um desempenho espetaculoso nesses últimos anos da Era Lula. Algum dos gênios contratados pelo Planalto teve a ideia de fingir que a principal obrigação de um governo - governar! - não existia e jogou no mesmo saco tudo o que deveria fazer e não fazia a contento.
     Como se estivesse no comando de um dos bingos do contraventor Carlinhos Cachoeira, o governante do momento enfia a mão na sacola e anuncia um número (um projeto qualquer, engavetado por falta de respeito a população). Vem sendo assim. Asfaltar rodovias, por exemplo, passou a ser uma obra do PAC, quando nada mais é do que o be-a-bá da administração, uma obrigação governamental. Descobriu-se, no entanto, que obras desse calibre aceleram, na verdade, a corrupção.
     E isso acontece em todos os setores da administração pública, com o objetivo de alimentar a fantasia criada em torno da presidente Dilma Rousseff, a "mãe do PAC', de que ela seria uma administradora sem igual. Infelizmente para o Governo - felizmente para as pessoas capazes de racionar além das bobagens vendidas em manchetes insossas e inodoras -, vemos que todos os projetos estão atrasados ou sequer foram tocados, por falta de investimento, pura incapacidade gerencial e corrupção.
     A transposição das águas do Rio São Francisco, que o ex-presidente Lula pretendia inaugurar, em 2010, sofreu um aumento brutal nos custos e foi adiada para - quem sabe? - 2016. O déficit habitacional aumenta, apesar dos constantes anúncios de planos mirabolantes. Em dois anos, o Governo anunciou a construção de dois milhões de residências. Mal completou cem mil, ao longo desse período. Mas a cada anúncio fantasioso, novas manchetes.
     Hoje, o jornal O Globo exibe a estatítica deprimente dos investimentos em saneamento: apenas 7% das obras previstas estavam razoavelmente concluídas no fim do ano passado. Mas serão justamente essas obras as que serão exibidas triunfalmente na campanha eleitoral dos vereadores e prefeitos dos partidos da 'base'.
     Essa realidade explica o fabuloso montante das verbas destinadas à publicidade oficial. Verbas que dão cores e vida a um pacote de mentiras e empulhações.

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