Já que eu exorcizei, no texto anterior, alguns demônios que me impediam de expor com mais veemência eventuais inconformismos com o tratamento que o Vasco recebe em campo (há um enorme histórico de pilantragens que começou ainda em 1923, quando um time de negros e trabalhadores desbancou a elite do nosso futebol, a mesma de hoje, e ousou ser campeão na estreia entre os 'grandes') e fora dele (no tratamento que recebe no noticiário), vamos a um exemplo claro do que eu venho dizendo desde sempre.
Tomemos, como referência, duas notícias de hoje na página on line do mesmo jornal, no caso O Globo. Não estou falando de textos de colunistas torcedores ou de torcedores colunistas, não necessariamente nessa ordem, que conquistaram, por seus méritos, o direito de escrever o que bem entendem, embora contradigam a verdade. Se alguém não gostar, que não leia. Estou me referindo a notícias, informações que não deveriam ter coloração.
No noticiário sobre o Vasco, um texto tem, logo na abertura, as frases que se seguem: "O fim do primeiro semestre se aproxima. Dentro de campo, o Vasco busca manter-se vivo até o fim das duas competições que disputa, Carioca e Libertadores". Notaram o detalhe - o destaque é meu? O clube não está disputando títulos, lutando por vitórias, enfrentando adversidades etc etc. Está lutando por "manter-se vivo", como se fosse um moribundo ou estivesse agonizando.
Já o adversário de sábado, que estava imerso em uma enorme crise (torcida jogando ovos e pedra no ônibus da delegação; ameaçando agredir jogadores, que saíram escondidos do aeroporto; críticas contundentes de colunistas ...), vive outra 'realidade', expressa em um título retumbante: "Flamengo começa preparação para decisão na Libertadores". Não apenas a decisão de uma vaga na próxima fase - difícil, é verdade, mas não impossível -, mas algo maior.
Mentem os dois textos? Não. São apenas modos diferentes de encarar a notícia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário