O ministro que daria a vida por Lula, o ex-seminarista Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, fez uma declaração de fé na campanha do candidato Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. Disse, como francisco que é, que todos os seguidores da seita petista deverão "usar a sola do sapato" para ajudar o candidato a ter alguma chance na próxima eleição.
Ele foi provocado pela declaração que a 'dissidente' petista, a senadora Marta Suplicy, dera ao jornal o Estado de São Paulo, sobre seu distanciamento da campanha pela prefeitura, para a qual foi preterida. Marta, que ainda sonha com o milagre de voltar a ser considerada, mandou o candidato do ex-presidente Lula "gastar sola de sapato".
Em virtude do passado do ministro - a prevalecerem as denúncias dos irmãos do ex-prefeito petista Celso Daniel, assassinado (de acordo com a promotoria de Santo André) por discordar dos rumos tomados por um esquema de propina -, pode-se temer a reedição de fatos nada abonadores.
Por ilação, poderíamos imaginar que 'gastar sola de sapato' seria uma imagem para o trabalho que ele mesmo, Gilberto Carvalho (sempre de acordo com a denúncia feita pelos irmão do assassinado e aceita pela Promotoria), fazia: ia apanhar o dinheiro da propina paga por empresas de ônibus do interior paulista, bordo de seu Fusca, e o entregava à direção do partido. Por 'sola', poderíamos imaginar pneus, todos de borracha.
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