terça-feira, 17 de abril de 2012

Um aniversário


     Eu e 'Dona' Dalva, há quase 64 anos (eu tinha um mês de vida), na varanda da casa de meus avós, na Saúde

     'Dona' Dalva de Souza Soares Ribeiro, minha mãe, se estivesse viva, faria, hoje, 93 anos. Já não está entre nós há pouco mais de três anos, mas sua presença ainda é absolutamente marcante. Viúva aos 44 anos, enfrentou com determinação o desafio de acabar de criar - sozinha, no longínquo subúrbio de Marechal Hermes, sem qualquer apoio externo - dois filhos que mal haviam entrado na adolescência. Fez muito mais do que se poderia exigir de alguém, naquelas circunstâncias.
     O ano de 1963 estava acabando e ela precisou se reinventar, para vencer a solidão e encaminhar os filhos. Se mais não conseguiu, a culpa certamente não foi dela. Felizmente teve, até o fim da vida (totalmente lúcida e participativa), a alegria do amor incondicional das netas e o encanto de ser bisavó de duas crianças adoráveis. Júlia, quando ficou sabendo da morte da 'bisa', perguntou à mãe: "Ela virou uma estrela?". Virou, sim, Júlia.

2 comentários:

  1. Dona Dalva deixou, Marco, muita saudade. A imagem que guardo dela é a de uma pessoa sempre calma, paciente e compreensiva. Aquele corpo franzino abrigava uma grande mulher. Que Deus a tenha.

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  2. É verdade, Paulo. Deixou saudades, sim, assim como Dona Lourdes, sua mãe. Abraços, velho amigo.

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