quinta-feira, 26 de abril de 2012

Uma noite de boçalidades

     O tema não é novo. Na verdade, é recorrente. Surge invariavelmente a cada edição da Taça Libertadores da América, a maior e mais importante competição sul-americana. Não poderia ser outro: a conivência da arbitragem com a estupidez dos adversários das equipes brasileiras. Ontem, no jogo em que o Santos foi derrotado pelo inexpressivo Bolivar (2 a 1), o sujeito que deveria zelar pela integridade dos jogadores e do espetáculo passou os 94 minutos da partida ignorando a boçalidade dos bolivianos, em campo e nas arquibancadas.
     É verdade que Neymar, eventualmente (menos hoje do que ontem), exagera nas quedas, valoriza faltas recebidas. Mas essa constatação não pode ser considerada quando se assiste a uma verdadeira caçada, na qual ele é o alvo de botinadas, cotoveladas, socos e, até, de uma pedrada vinda da arquibancada. Já nem falo nas provocações racistas. Neymar está acima delas. O problema maior está nas agressões.
     E o árbitro - a nacionalidade não importa muito, pois são todos iguais em mediocridade e parcialidade - nada fez para coibir a sequência de hostilidades. A pedra que acertou o rosto de Neymar é o símbolo mais acabado das dificuldades enfrentadas historicamente pelos clubes brasileiros, quando jogam fora de casa. Para cobrar um simples escanteio, os jogadores do Santos, ontem, precisavam da proteção dos escudos da polícia. Em campo, ignorados pelo bando responsável pela arbitragem, os zagueiros bolivianos (um deles nascido na Argentina) distribuíam socos e pontapés impunemente. Isso, definitivamente, não é futebol.

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