quarta-feira, 25 de abril de 2012

As ameaças à CPMI

     A dignidade do país - que poderia ser recuperada, em parte, pela CPMI que investiga as relações escandalosas do contraventor Carlinhos Cachoeira com governos e políticos de todos os partidos e matizes - voltou a ser atingida em cheio. A indecorosa interferência da presidente Dilma Rousseff no processo de escolha do relator é um sintoma claro do interesse do Governo em controlar as investigações, mantendo-as longe dos intestinos do Poder.
     O deputado mineiro Odair Cunha, um militante "fiel" do PT, certamente está pronto para cumprir mais uma 'tarefa', facilitada pelo massacre numérico da base aliada. A esperança de quem anseia pela investigação profunda está calcada, apenas, na eventual força da pressão da sociedade, a única capaz de impedir que um tema tão doloroso para o país seja tratado com a falta de respeito que se adivinha.
     Para agravar esse quadro de descrença, o Brasil ficou sabendo que o ex-presidente Lula foi a Brasília, num jatinho fretado, para uma reunião com Dilma. A prevalecerem as notícias, Lula ainda não desistiu do propósito de usar a CPMI para atacar a Oposição, desviar as atenções e conseguir, no Supremo Tribunal Federal, a absolvição de seus companheiros, a tal quadrilha do Mensalão que assaltou os cofres públicos durante seu primeiro governo.
     Lula e Dilma querem, cada um a seu modo, decidir o futuro da Comissão. Interferem, manipulam, indicam, rejeitam. É o retrato do país que surgiu nessa nefasta era que começou há onze anos.

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