segunda-feira, 30 de abril de 2012

PDT volta ao ninho

     A notícia dentro da notícia: o presidente do PDT, Carlos Lupi, passou uma hora e meia sentado ao lado da presidente Dilma Rousseff, hoje pela manhã, tratando da indicação do deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) para o cargo de ministro do Trabalho. É isso mesmo. Aquele ex-ministro que desafiou a presidente, fez declarações de amor e acabou demitido, soterrado por denúncias de todos os calibres, continua tendo livre acesso ao Palácio do Planalto e merecendo - como nos conta O Globo, os "agradecimentos" por sua passagem desastrosa pela pasta.
     Essa promiscuidade, para mim, é muito mais importante do que a notícia da escolha do novo ministro, um agrado ao PDT, que domina esse feudo. Com essa escolha, o Governo consegue apaziguar parte de sua 'base ideológica' e, ao mesmo tempo, garantir mais alguns minutos de tevê, nas composições para escolha dos novos prefeitos, em outubro.
     "Isso é política, estúpido", poderia alguém dizer, parodiando frase célebre do ex-presiddnte americano Richard Nixon, ao referir-se à importância da economia no quadro político. Eu sei, é claro. Nunca duvidei. A turma que está no poder é que afirmava o contrário, ao desfilar a fantasia de moralidade que vem sendo rasgada diariamente a partir da revelação do Mensalão do Governo Lula, o maior escândalo da nossa história republicana.
     Brizola Neto vinha sendo apontado desde a crise que envolveu o Ministério do Trabalho, mas as reações ao seu nome - dentro do próprio PDT - postergaram a nomeação. A pasta vinha sendo dirigida por um interino, Paulo Roberto Pinto, que não era considerado como da cota do partido. Para evitar confrontos futuros, em votações no Congresso e na própria CPMI que apura o envolvimento de políticos em geral com o contraventor Carlinhos Cachoeira, o Governo decidiu pela mudança, garantindo apoio.
     É assim que anda o Brasil. O resto é a mais simples vigarice publicitária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário