quinta-feira, 5 de abril de 2012

Juros mais civilizados

     Economia é tema para jornalistas com a sensibilidade de Guilherme Barros, Angela Santangelo, Terezinha Costa e Cristina Calmon, entre outros. Mas não posso me furtar à compulsão de comentar a decisão do Governo de baixar, para 3% mensais, os juros cobrados pelo Banco do Brasil, nas mais diversas formas de contrato (cheque especial, cartão de crédito etc). Uma decisão que deverá ser seguida imediatamente pela Caixa Econômica Federal.
     Não há dúvida que é uma medida capaz de mexer com o mercado, graças à imediata e esperada ampliação do crédito. Com dinheiro mais barato (ou menos caro), a tendência da economia é aquecer. Se ficasse reduzida aos bancos oficiais, talvez não provocasse tanta repercussão. Mas os demais bancos serão inevitavelmente compelidos a repensar a extorsiva taxa de juros que cobram de seus clientes.
      Paralelamente, haverá uma natural redução na entrada de capital especulativo, que vem sendo apontada pelo governo como uma das causas da crise que já afeta seriamente nossa economia..
     Já não era sem tempo. Como é que um país que se propõe sério pode conviver com taxas de juros de fazer inveja a qualquer agiota? Os bancos pegam nosso dinheiro, pagam por ele algo em torno de 1% e o usam para emprestar a outros por 13%.
     A redução anunciada pelo BB vai trazer os juros para algo próximo das taxas cobradas nos empréstimos consignados, uma das maneiras mais seguras de crédito direto - para as entidades bancárias - pela absoluta ausência de riscos para quem empresta.
     Para os clientes, num primeiro momento, pelo menos, pode representar um desafogo nas finanças. Mas pode, também, ser um estímulo irresistível à irresponsabilidade.

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