quarta-feira, 4 de abril de 2012

A nova fronteira de escândalos

     Mais um da turma do "eu não sabia", como se a 'ignorância' fosse um atenuante. O governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, negou que soubesse das estreitíssimas relações entre sua chefe de gabinete, Eliane Gonçalves Pinheiro - que já pediu demissão do cargo, providenciamente - com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Isso, contra todos os - digamos - indícios de que sabia sim, como sempre acontece em casos semelhantes.
     Pode ser que escape do afogamento. O ex-presidente Lula abriu a porteira - negando tudo que evidentemente conhecia do Mensalão -, escapou do merecido impeachment, conseguiu se reeleger e ainda elegeu a sucessora. Mas ele é 'o cara'. Marconi, não. O governador, de um partido de 'oposição', faz parte do círculo de poder goiano no qual também despontava o ainda senador Demóstenes Torres, seu aliado. A uni-los, um valão de esgoto.
     As gravações foram feitas e, aos poucos - nada como um ano eleitoral para expor vigarices - vão sendo divulgadas. Pequenas doses de um veneno mortal. O antigo paladino da justiça também negou, no primeiro momento. Não podia imaginar que as gravações revelassem tanto. O governador, a exemplo de tantos de seus pares, parece trilhar o mesmo caminho.
     Os próximos vazamentos de conversas gravadas vão determinar seu futuro, que já se adivinha nebuloso. Em uma delas, publicada pelo O Globo, entre o contraventor e o braço direito do governador (afinal, ela era sua chefe de gabinete, a pessoa que controla a agenda, os visitantes, os horários, a vida), Dona Eliane diz ao interlocutor que estava ao lado do "chefe". Será que ela tem dois, no mesmo governo?
     Muita sujeira ainda vai rolar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário