terça-feira, 17 de abril de 2012

Palhaçada tem hora e lugar

     Eu, de fato, não perco meu tempo vendo a quase totalidade da programação da tevê aberta. Abro uma exceção para o Jornal Nacional, especialmente pelas imagens, e um momento ou outro de um ou dois seriados da Rede Globo, de passagem. Não, não assisto a novelas, nunca. A última foi 'O Bem-Amado'. Acho - e tenho escrito isso repetidamente - que o tal do BBB é o programa mais deletério da última década, pela exploração do que há de pior no ser humano. Fica evidente, então, que sequer navego nos mares da mediocridade das demais redes. Sei que elas existem e o que transmitem, é claro.
     Dito isso, vamos ao tema desse primeiro texto de hoje: a reação dos jornalistas à presença de um 'repórter' do CQC - uma franquia vagabunda que, dizem, faz sucesso na Bandeirantes - na entrevista coletiva concedida ontem em Brasília pela secretária de estado americana Hilary Clinton. Indignados com mais uma imbecilidade protagonizada por um dos discípulos do líder do programa, os jornalistas se insurgiram e por pouco o encontro não terminou em pancadaria generalizada.
     Entendo a reação dos meus antigos colegas de profissão. Deve ser muito difícil conviver com idiotices como as proporcionadas pela equipe desse programa de futilidades. Ontem, nos contam os jornais (a Folha em especial), um dos que se travestem de repórteres desmoralizou a entrevista, com intervenções como a entrega de uma máscara de carnaval para a representante americana e gritos de 'I love you".
     Essas pessoas não são jornalistas, embora possam ter cursado jornalismo. São comediantes mambembes, que se valem do medo que suas chantagens provocam entre os políticos em geral. Deveriam exercer suas eventuais habilidades num picadeiro.
     Entendo perfeitamente a reação dos repórteres. Se estivesse por lá, certamente seria mais um a expressar meu descontentamento. Palhaçada tem lugar e hora. Mesmo em Brasília.

Nenhum comentário:

Postar um comentário