terça-feira, 17 de abril de 2012

Cristina e Hugo, um casal que se merece

     Vejam como eles se parecem, em tudo. Na mediocridade pessoal, na demagogia, na vigarice ideológica. Como era de se esperar, o bufão venezuelano, o 'coronel' de opereta Hugo Chávez, com a falta de dignidade política que lhe é natural, saudou efusivamente - como está em O Globo - a arbitrariedade de sua camarada argentina, a presidente Cristina Kirchner, ao expropriar mais da metade da petroleira YPF, do grupo espanhol Repsol.
     Não satisfeito com mais essa demonstração de desrespeito às normas internacionais que deveriam nortear as relações entre governos dignos - os argentino e venezuelano não são -, o aprendiz de ditador da Venezuela, em comunicado oficial, "convocou as nações irmãs do continente para acompanhar a Argentina no exercício dos direitos soberanos". Como se atitudes como essas fizessem parte de qualquer pacote de direitos.
     Com aquele tom bravateiro de quem se sabe insignificante mundialmente, Hugo Chávez "rechaçou as ameças ou tentativas de intimidação que têm sido formuladas na Europa contra a República Argentina". Por "intimidação", devemos ler a justa revolta das nações que prezam o respeito às relações decentes.
     A pirataria argentina contra propriedades privadas é mais uma demonstração do mergulho nas trevas que vem sendo dado pelo país, que já teve alguma importância no mundo e que hoje é um caricatura de si mesmo. Atolado em dívidas e mentiras, vendo o apoio popular desabar dia a dia, o Governo decidiu apelar para as fórmulas mais simplórias e desclassificadas.
     De maneira oportunista, tentou reeditar de modo burlesco a guerra com a Inglaterra, pela posse das ilhas Falklands (que os conterrâneos de Maradona e os brasileiros insistem em chamar de Malvinas). Levou um 'chega-para-lá' dos ingleses e não conseguiu, como pretendia, o apoio ostensivo do Brasil à sua causa. Acuada, Cristina Kirchner virou as baterias contra a Espanha, teoricamente mais fraca, contando com a irracionalidade de um sentimento pueril contra os 'colonizadores imperialistas'.
     Em 1982, o cruzador General Belgrano, atingido pelo submarino britânico HSM Conqueror, afundou, matou 322 marinheiros, encerrou a pantomima militar e ajudou a afogar um período de trevas. Trinta anos depois, a Argentina corre o risco de ser soterrada pelo repúdio do mundo que interessa e ser obrigada a se contentar com as esmolas que recebe da Venezuela.
     Um futuro deprimente para um país que, há 100 anos, era um exemplo de desenvolvimento.

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