segunda-feira, 9 de abril de 2012

A esperança de Cachoeira

     O contraventor Carlinhos Cachoeira - uma espécie de donatário das terras goianas - não poderia ter escolhido melhor advogado para sua causa. Contraventores pegos em flagrante, em pleno delito, precisam, necessariamente, de uma assessoria jurídica de primeira, a mais cara que o dinheiro pode pagar. Precisam de alguém especializado em burlar a Justiça, a ajudar culpados a escapar da punição merecida.
     No Brasil de alguns anos, um nome se destaca nesse mundo de vigarices na alta roda. O do ex-ministro da Justiça do ex-presidente Lula, Márcio Thomaz Bastos. E é nele que Cachoeira deposita todas as suas esperanças. Não tem sido fácil. O contraventor continua preso, apesar de várias tentativas para libertá-lo.
     A última, segundo o Estadão, foi realizada hoje. O ex-ministro de Lula apelou ao Superior Tribunal de Justiça. O habeas corpus ainda não foi julgado e o preso está em todas as manchetes há um bom tempo. Acho que o STJ deve negar. Mas as esperanças do acusado por contravenções do Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país não devem ter terminado.
     Ele escolheu a dedo o causídico. Thomaz Bastos tem, em seu currículo, uma proeza que não será igualada - acredito - por muito tempo: evitou, com a ajuda da pusilamidade da Oposição, que seu mestre Lula fosse cassado quando se descobriu o escândalo do Mensalão. Foi uma façanha digna de um 'Hércules dos Tribunais'.
     Se ele conseguiu esse feito, tudo é possível. Cachoeira, afinal, corrompeu 'apenas' uma dúzia de parlamentares.

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