quinta-feira, 12 de abril de 2012

Polícia e bandido

     Como a vigarice - assim como a mentira - tem pernas curtas, a cada momento (na verdade, vazamento de informações) ficamos sabendo de mais envolvidos e envolvimentos na e com a gangue do contraventor Carlinhos Cachoeira. O intrépido deputado federal e ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, do PCdoB paulista, é mais uma vítima das gravações que incriminaram o ainda senador Demóstenes Torres e uma penca de luminares dessa nossa infeliz República.
     Decidido a aparecer de qualquer maneira como um defensor da honra e da dignidade, o deputado lançou-se à frente da luta - justa, por sinal - pela instalação de uma CPI para apurar as tenebrosas relações entre o contraventor e o mundo político. Não imaginava que seu nome apareceria logo, entre aqueles que cultivavam uma relação nada republicana com o braço direito de Cachoeira, um tal de Idalberto Matias de Araújo, o 'Dadá'.
     Implacável, o Estadão reproduz hoje trechos de gravações nas quais o vice-bicheiro Dadá demonstra toda a sua preocupação com o amigo delegado, a quem defende veementemente e com quem chega a discutir a possibilidade de empregar um amigo no gabinete.
     É verdade que, até agora, nada se compara à estreita relação do ex-senador do DEM com o contraventor. Mas, nesses assuntos de dignidade, a proximidade do policial com o bandido assume dimensões indefensáveis. CPI nele.

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