sábado, 21 de abril de 2012

O jeito é negar, ministro, até o fim

     A torrente de lama gerada pelas relações indecorosas do contraventor Carlinhos Cacheira com políticos de todos os partidos começa a arrastar a turma do Governo, mais diretamente, como era esperado. Hoje, segundo O Globo, foi a vez de o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negar que o conteúdo de uma gravação que o incrimina seja verdadeiro. E ainda usou a estupidez de um de seus guarda-costas para evitar o assédio dos repórteres, que tentavam entrevistá-lo durante um evento da campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo.
     É assim mesmo: acusação nas 'costas' dos outros sempre foi refresco para a turma do PT, que viveu desse artifício por muitos anos, até o advento do Mensalão, o assalto aos cofres públicos que soterrou a demagogia e as mentiras dos, até então, arautos da dignidade. Esse posto foi assumido, nessa época, por um grupo liderado pelo ainda senador Demóstenes Torres. E deu no que deu.
     Padilha é apontado, diretamente, em conversa telefônica gravada, como intermediário de mais uma das muitas vigarices ocorridas na área de saúde nos últimos tempos. Vai negar, sempre, mesmo que as gravações exibam marcas indeléveis. Faz parte do enredo, como o ex-presidente Lula recomenda. Negar, sob qualquer circunstância. Se não houver jeito, a saída é dizer, candidamente, que "não sabia de nada".
     E a CPMI ainda não começou. Podemos imaginar o que virá pela frente, quando as comportas das relações entre a empresa Delta e governos Federal e estaduais forem abertas.

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