sexta-feira, 20 de abril de 2012

Deputado agride a honestidade

     Assim como o ainda senador Demóstenes Torres (do DEM, sim ...), o ainda deputado federal João Paulo Cunha, do PT de São Paulo, ousa agredir a inteligência e a dignidade do país afirmando, em carta ao jornal O Globo, entre outras coisas, que tem 30 anos de vida pública "transparente e honesta". O motivo da reação do (pasmem!!!) presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara foi uma reportagem de ontem, sobre suas andanças por gabinetes de ministros do STF, às vésperas do julgamento do Mensalão do Governo Lula, no qual ele é um dos 38 réus.
     João Paulo alega que visitou ministros para entregar um relatório formal sobre as atividades da sua Comissão em 2011. Por caso - e essa observação é minha - isso aconteceu agora, quase quatro meses depois do encerramento do ano legislativo e pouco antes - esperamos - do início julgamento mais aguardado da nossa história recente. Por acaso, também, o preclaro deputado - que presidia a Câmara quando sua mulher foi flagrada em uma agência do Banco Rural, de Brasília, sacando R$ 50 mil em dinheiro, provenientes de propina que teria chegado a R$ 200 mil - procurou se encontrar, em primeiro lugar, com o ministro José Antônio Dias Toffoli, egresso diretamente das trincheiras do PT, onde militou ardorosamente, inclusive no gabinete do ex-ministro da Casa Civil, José Dirtceu, e que tende a se dizer impedido de votar.
     Juntando esses 'acasos' com notícias que circulam por jornais, colunas e corredores de Brasília, sobre a pressão que o PT estaria fazendo para que Toffoli votasse, sim, com a 'consciência' de militante da causa, vemos que o encontro entre os dois petistas (advogado e ministro) nada teve de transparente ou, no mínimo, de oportuno. Outro complicador nessas relações: a mulher do ministro, também advogada, defendeu José Dirceu, o "chefe da quadrilha que assaltou ops cofres públicos", segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República.
     Essa é a transparência do PT, de seus mais lídimos representantes.

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