sábado, 14 de abril de 2012

Brincando com o fogo

     O teor de uma das mais destacadas reportagens de hoje do jornal O Estado de São Paulo é um dos bons exemplos do grau de promiscuidade e vigarice política dos atuais detentores do Poder. Segundo a matéria, a presidente Dilma Rousseff pediu ao seu antecessor que tenha cautela ao incentivar a Comisão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre a nefasta presença do contraventor Carlinhos Cachoeira na política nacional.
     A presidente - com alta dose de razão - teme que as investigações afundem também seu Governo, em virtude das ligações também já compradas entre o contraventor e diversos dignatários do primeiríssimo escalão dessa nossa pobre e infeliz República. Na sua sanha de desmentir o indesmentível - o Mensalão do qual ele e seu partido se beneficiaram -, o ex-presidente mais medíocre que o Brasil já teve pode provocar danos irreparáveis aos projetos da atual mandatária, que passou o primeiro ano de seu mandato acorrentada a escândalos e denúncias de corrupção.
     O ódio de Lula aos que o denunciaram e quase o destituíram da Presidência, no entanto, parece ser mais forte. Assim como sua fidelidade ao companheiro e ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, o chefe da quadrilha que assaltou os cofres públicos, segundo a Procuradoria Geral da República. Lula, por palavras e atos, sempre me pareceu um caso clássico de psicopata. Alguém com superego muito reduzido, pela falta de valores na formação de seu caráter.
     Como resultado dessa deformação, não consegue conviver com o segundo plano. Embora diga exatamente o contrário, tenta de todas as formas manipular a política nacional, reduzindo, em especial, a influência da sua criatura. Determina nomes de candidatos, acordos e filosofia de atuação e trata a nação como descerebrada, apostando na extrema mediocridade de seus pares e de seus adversários.
     Pode ter cometido um enorme erro, ao mandar o PT à caça dos corruptos da Oposição, o que seria ótimo para o país. Como alertou o senador Dulcídio Amaral, do PT de Mato Grosso do Sul e o Estadão registrou: "O alcance dessa CPI é inimaginável. Só a empresa Delta Construções (que aparece nas gravações telefônicas feita pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, e recebeu R$ 4,13 bilhões do governo federal por obras do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC) - está presente em quase todo o País, principalmente na construção e reforma de estradas. Eu já fiz vários alertas sobre isso. Estão brincando com fogo".
     Eu, particularmente, estou torcendo pelo incêndio purificador, que não distingue matizes ideológicos.

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